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Actualizado de Segunda a Sexta

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Economia e Negócios

A actividade económica das empresas privadas melhorou no mês de Setembro após novo declínio verificado em Agosto. As novas encomendas subiram a um ritmo moderado, tendo impacto no aumento da confiança e no crescimento do emprego. As aquisições de meios de produção também cresceram, mas os níveis de produção diminuíram pelo segundo mês consecutivo.

 

Essas conclusões constam do relatório do inquérito Purchasing Managers’ Index™ (PMI), elaborado mensalmente pelo Standard Bank. Metodologicamente, o estudo determina que valores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas no mês anterior, ao passo que valores abaixo de 50,0 mostram uma deterioração.

 

“Com o valor em 50,4 verificado em Setembro, o índice básico voltou a estar acima do valor neutro de 50,0, indicando uma ligeira recuperação das condições gerais das empresas da economia do sector privado. A isto seguiu-se uma maior restrição das medidas de combate à Covid-19, o que deu origem ao valor de 47,9 em Agosto, o valor mais baixo dos últimos sete meses”, lê-se no relatório.

 

A nossa fonte detalha que, à excepção do sector industrial, todos os sectores monitorizados registaram um aumento das vendas no último inquérito. Como consequência dessa realidade, as empresas aumentaram os seus níveis de emprego no final do terceiro trimestre.

 

“A confiança para a actividade futura saiu fortalecida pela primeira vez em três meses, com cerca de 65% dos membros do painel a preverem uma melhoria durante o próximo ano”, refere o relatório que temos vindo a citar.

 

Para além dos dados acima referidos, o inquérito concluiu que, no período em análise, a capacidade de produção permaneceu mais elevada do que a procura, uma vez que as empresas conseguiram reduzir as suas encomendas em atraso.

 

O estudo constatou ainda que a aquisição de meios de produção também subiu juntamente com o crescimento das novas encomendas. Refere ainda que os custos gerais dos meios de produção cresceram a um dos ritmos mais elevados dos últimos três anos e, por consequência, as empresas transferiram esta repercussão para os seus clientes, uma vez que os encargos com a produção aumentaram para os valores mais elevados desde o mês de Junho.

 

O PMI do Standard Bank Moçambique é compilado a partir das respostas aos questionários enviados aos directores de compras de um painel de cerca de 400 empresas do sector privado. O painel é estratificado por sector específico e dimensão das empresas em termos de número de colaboradores, com base nas contribuições para o Produto Interno Bruto. Os sectores abrangidos pelo inquérito incluem a agricultura, a mineração, o sector manufatureiro, a construção, o comércio por grosso, o comércio a retalho e os serviços. (Carta)

O Ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, revelou recentemente, em Bilene, província de Gaza, que, por efeitos da pandemia da Covid-19, o sector da aviação civil nacional perdeu, em 2020, mais de 5 biliões de Meticais.

 

Com a eclosão do vírus na China, em finais de 2019, os países viram-se obrigados a restringir a circulação de pessoas, principalmente por via aérea, e Moçambique não foi excepção. Como consequência dessas medidas, muitas companhias internacionais pararam de voar para o país. O tráfego dos operadores nacionais também caiu drasticamente. E, volvidos quase dois anos da crise pandémica, o Ministro dos Transportes e Comunicações relata que o efeito é avaliado em mais de 5 biliões de Meticais.

 

“A aviação civil afigura-se como o ramo dos transportes onde o impacto da pandemia foi bastante severo, com perdas financeiras dos operadores e provedores dos serviços domésticos superiores a 5 mil milhões de Meticais no exercício económico de 2020”, afirmou Adulai, citado pelo jornal Notícias.

 

Falando durante o encerramento do 39º Conselho Coordenador da instituição, Abdulai disse, entretanto, que o sector da aviação civil tende nos últimos dias a reerguer-se. De facto, com a abertura da economia nacional, as companhias internacionais tendem igualmente a retomar voos para Moçambique.

 

O destaque vai para o recente anúncio de retoma de voos da companhia Linhas Aéreas Sul-africana (SAA), que pretende inicialmente interligar Joanesburgo e seis cidades africanas, incluindo Maputo. A companhia francesa, Air France, manifestou, igualmente no último mês, efectuar dois voos semanais entre Paris e Maputo.

 

Entretanto, para o devido acompanhamento dessa recuperação do sector, o Ministro desafiou o Instituto Nacional de Aviação Civil (IACM) a liderar políticas para estimular e induzir confiança no mercado. (Carta)

terça-feira, 05 outubro 2021 08:02

Parque automóvel disparou nos últimos cinco anos

De 2015 a 2020, o parque automóvel cresceu exponencialmente em Moçambique. Dados publicados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que os veículos importados para o país passaram de 661.355 em 2015 para 1.112.855 em 2020, correspondendo a uma variação de 68,3%.

 

Os dados constam do relatório “Estatísticas de Acidentes de Viação 2020". A fonte realça que o maior aumento de automóveis foi observado de 2019 para 2020, com destaque para os veículos ligeiros com mais de 500 mil e um crescimento de 36,1%.

 

Se os veículos ligeiros tenderam a aumentar, tal não aconteceu com os tractores que registaram menor número, abaixo de 10 mil para os dois anos em análise e com um aumento de 3,1%.

 

“Maputo Província e Maputo Cidade registaram maior número de veículos automóveis ligeiros e pesados, enquanto as províncias da Zambézia e Niassa detêm menor percentagem em ambas categorias”, realça o INE. (Carta)

O país passa, a partir do próximo ano, a adquirir Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) ou gás doméstico para período de um ano, ao invés de um semestre. Trata-se de uma nova estratégia adoptada pela Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO), entidade responsável pela aquisição de combustíveis para o país.

 

Na condição de anonimato, fonte da empresa explicou que o objectivo da nova estratégia visa incrementar as quantidades do produto para o consumo interno. Além disso, a IMOPETRO diz que enfrentava dificuldades para seleccionar fornecedores para períodos de seis meses.

 

“Tínhamos alguns constrangimentos logísticos no sentido de que não estávamos com volumes para seis meses. Não estávamos a conseguir atrair o número suficiente de fornecedores em concursos de seis meses. E, quando passamos para 12 meses, a coisa mudou”, explicou a fonte.

 

Como consequência dessa estratégia, a nossa fonte sublinhou que os preços de importação do GPL baixaram consideravelmente, facto que se irá reflectir no preço do consumidor.

 

“Os preços do transporte baixaram relativamente ao concurso anterior porque nós saímos de 165 USD por tonelada para 150 USD. Portanto, temos aqui um ganho de mais ou menos 9%. O efeito desse ganho só irá começar a sentir-se a partir de Janeiro, mês em que entra em vigor o novo contrato de um ano”, explicou a fonte.

 

Para além do preço, o nosso interlocutor acrescentou que a nova estratégia entra numa altura em que o país expandiu o nível de armazenamento do GPL em mais três mil toneladas.

 

Para o fornecimento do GLP, a IMOPETRO voltou a adjudicar a GEOGAS, (actual fornecedora), após esta ganhar o último concurso alegadamente por ser uma empresa preparada em termos estruturais e logísticos. A GEOGAS tem depósitos em Zanzibar e tem navios próprios para o fornecimento de GPL. (Carta)

A Importadora Moçambicana de Combustíveis (IMOPETRO) diz que a manutenção do preço de combustível está a sufocar as empresas que comercializam os produtos no país, pelo que defende o seu aumento porque, a nível internacional, o preço do barril também subiu.

 

Moçambique não reajusta preços de combustíveis há 13 meses. Entretanto, de lá até esta parte, o preço do barril no mercado internacional aumentou consideravelmente. Se no segundo trimestre de 2020, o barril custava abaixo de 40 USD, nos últimos dias custa pouco mais de 75 USD.

 

Em entrevista concedida à "Carta", fonte da IMOPETRO, que preferiu anonimato, explicou que a subida do preço do barril, a nível internacional, reflecte a maior procura de combustíveis em face da contínua retoma das economias principalmente da Europa, América e Ásia.

 

“O país pratica preços de combustíveis abaixo do ideal. Como consequência, o facto está a lesar as gasolineiras. As empresas do sector despendem 80 USD para adquirir um barril, mas ao revender nessas condições só obtêm 65 USD, acumulando um prejuízo de 15 USD. Com esse prejuízo, há risco de as empresas não poderem adquirir o combustível e, consequentemente, haver ruptura de stocks”, disse a fonte.

 

Com a subida do preço do barril, a nossa fonte exemplificou que na vizinha África do Sul, por exemplo, um litro de gasóleo custa actualmente 85 Meticais, contra os actuais 58 Meticais praticados em Moçambique.

 

Face aos prejuízos, a IMOPETRO defende a subida do preço dos combustíveis no país. O nosso interlocutor não precisou o preço ideal que deve ser praticado, alegadamente porque há vários factores levados em conta para o seu cálculo. Todavia, reiterou que a actual apreciação do preço do barril é o principal factor. “Cabe agora à Autoridade Reguladora de Energia (ARENE) olhar para os outros factores, como a taxa de câmbio em vigor no país. Mas, para nós, há elementos que justificam a subida de preços”, afirmou a fonte.

 

A última revisão em baixa dos preços de combustíveis foi anunciada a 19 de Junho de 2020. O reajuste reflectia a queda do preço do barril no mercado internacional, devido à fraca procura verificada de Março para Abril por efeitos da pandemia da Covid-19.

 

Com o reajuste, um litro de gasóleo desceu de 60,16 para 58,96 Meticais. O gás de cozinha que desceu de 61,23 Meticais um kg para 58,18 Meticais e o petróleo de iluminação que baixou de 48,44 um litro, para 45,24 Meticais. O preço da gasolina não foi mexido. Um litro continua a custar 64,22 Meticais. O preço do gás veicular (ou GNV) também não foi mexido, pelo que o litro equivalente é actualmente comercializado a 30,35 Meticais. (Carta)

A empresa chinesa WIH, accionista maioritária da Moçambique Dugongo Cimentos, SA, pretende implantar mais quatro unidades fabris no território nacional, orçadas em mais de 800 mil USD. A informação foi avançada esta quinta-feira, em Maputo, durante a assinatura de um memorando de entendimento entre os representantes da empresa e o Ministério da Indústria e Comércio, no âmbito do Programa Nacional Industrializar Moçambique (PRONAI).

 

Segundo o Ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, a WIH pretende construir mais uma fábrica de cimento e clínquer, com capacidade para produzir cerca de 5000 toneladas de clínquer integrado; uma indústria de geração de energia térmica, contendo dois geradores de 50 megawatts cada; uma videira com capacidade para produzir 600 toneladas de vidro float por ano; e uma fábrica de vidro artesanal.

 

Para tal, revelou Mesquita, os técnicos da empresa já visitaram as províncias de Tete e Nampula para avaliar as condições, de modo a implantar uma destas empresas. “Este grupo pretende dar continuidade dos seus investimentos em Moçambique, atento também à geração de novos empregos em particular para jovens e mulheres e, acima de tudo, pretende trazer as indústrias, onde a matéria-prima está localizada em todo o país”.

 

Já o representante da WIH, Zhang Jimin, espera ter o apoio (do Governo e da população) que teve durante a implantação da fábrica Moçambique Dugongo Cimentos, instalada no distrito de Matutuine, província de Maputo. (Marta Afonso)