O conteúdo da acusação remetida sexta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, destapa a teia existente entre os arguidos, bem como os métodos usados para o calote e as opções de investimento de cada um daqueles. Uma das novidades que consta da acusação é a conexão sul-africana: três cidadãos da terra do Rand participaram na intermediação de um negócio que levou o nosso país à “falência”.
Isso aconteceu ainda na fase da concepção do Projecto de Protecção da Zona Económica Exclusiva de Moçambique, que culminaria com a constituição das empresas caloteiras EMATUM, ProIndicus e Mozambique Assets Management (MAM). Trata-se de Joe Mokgokong (são escassas as informações sobre o seu perfil), Solly Shoke (militar e antigo Chefe do Estado Maior das Forças Armadas daquele país), ambos amigos de Cipriano Mutota (na altura dos factos Director do Gabinete de Estudos e Projectos do SISE) e Batsetsane Thlokoane, representante na África do Sul da empresa Abu Dhabi Mar LC, do grupo Privinvest, e conhecida de Shoke.
Reagindo ao veredito do Tribunal Judicial de Pemba, que condenou dois dos três agentes da Polícia acusados de terem impedido o exercício da liberdade de imprensa, pelo jornalista Estácio Valoi, os profissionais da comunicação social, em Cabo Delgado, defendem que a pena, de cinco meses de prisão "suspensa", foi “muito suave”, sobretudo, por tratar-se de uma província onde exercer este direito constitucional não tem sido fácil, nos últimos tempos, devido à repressão exercida pelos militares, visando todos os suspeitos de “instigar” a insurgência, com os jornalistas a serem os principais alvos.
Quis a passagem do Ciclone Tropical IDAI que a região centro de Moçambique e, particularmente a Beira e o Búzi, colocasse nosso país como “front-page” de grandes jornais e canais de televisão, entre eles a CNN, a BBC e a Al Jazeera, a TV RECORD do Brasil, a SIC e RTP de Portugal, que têm os seus melhores correspondentes internacionais aqui acampados, desde que este evento se deu. De países de que pouco se fala, como o "País Basco" (na Espanha), também vieram jornalistas.
O Aeroporto da Beira recebe, minuto a minuto, enormes aparelhos voadores, parecendo um mini Oliver Tambo International Airport. A Beira recebe desde o dia 14 gente de todos os cantos do mundo, entre eles funcionários de organismos como a ONU e suas agências, organizações não-governamentais, instituições privadas, tornando a cidade pantanosa do Chiveve um recanto multicultural.
Na recuperação do tecido empresarial da Beira poderão ser precisos mais de 500 milhões de USD, disse ontem o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, falando à margem de um seminário de “alto nível” sobre Fundos Soberanos, organizado pelo Banco Central em parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele acautelou que aquela era apenas uma estimativa ainda não baseada em uma aferição detalhada do impacto da destruição.
O Ministério da Economia e Finanças iniciou já a recolha de informações sobre o impacto do recente desastre natural no sector produtivo na Beira. A iniciativa enquadra-se numa hipotética criação de um pacote governamental de emergência para ajudar o sector privado local a reerguer-se. Cerca de 90% dos negócios na Beira, Buzi, Muanza, Dondo e Nhamatanda, foram afectados.
Foram condenados a cinco meses de prisão, com pena suspensa, dois dos três agentes da PRM (Polícia da República de Moçambique) acusados de terem impedido o fotojornalista Estácio Valoi de exercer a sua actividade profissional no Campo 25 de Setembro em Pemba, onde se encontrava em reportagem fotográfica no passado dia 07 de Abril de 2017, numa celebração pública do Dia da Mulher Moçambicana.
Os agentes policiais condenados são Augusto Guta, actual porta-voz do Comando Provincial da PRM em Cabo Delgado, e Aires Aurélio Tequia, que na altura desempenhava funções como Comandante da 2ª Esquadra da cidade; hoje é Comandante distrital de Montepuez. Foi absolvido Cornélio Duvane, Comandante da Polícia Municipal de Pemba, por não ter sido provado o delito de que era acusado. Guta e Tequia vão continuar em liberdade, com a possibilidade de a pena nunca mais ser aplicada, a não ser que, dentro dos próximos dois anos, voltem a cometer uma infracção criminal. Os condenados terão de indemnizar Valoi com a quantia de 50 mil Meticais, conforme decidiu a juíza da causa, Felicidade Rungo, do Tribunal Judicial de Pemba.
Ficou provado no julgamento, que teve lugar a 13 deste Março, que, durante as cerimónias provinciais alusivas ao Dia da Mulher Moçambicana, 07 de Abril, em 2017, no campo 25 de Setembro, o fotojornalista Estácio Valoi foi abordado pelos três agentes, proibindo-lhes de fotografar. O visado respondeu que estava a trabalhar. Os agentes policiais exigiram que o fotojornalista apresentasse uma credencial. Em vez de credencial, Estácio Valoi mostrou um crachá, que foi ‘ignorado’ pelos agentes. polícias, que continuaram a exigir credencial. Gerou-se uma discussão, com o jornalista a argumentar que estava a trabalhar.
Perante o ‘impasse’, os agentes da PRM pediram que Valoi se afastasse do local para “conversar com eles”, pedido que foi rejeitado pelo fotojornalista, alegando que estava a trabalhar num lugar público. Na sequência da discussão, Estácio Valoi terá sido maltratado fisicamente pelos três agentes da PRM, tendo, por isso, decidido processá-los judicialmente. (Paula Manwar)
O economista e antigo ministro do Plano e Finanças disse quarta-feira, 27 de Março, em Maputo, que se espera dos estudantes universitários uma análise de hipóteses e pressupostos, que leve a sociedade moçambicana a eliminar, metodologicamente, o que não está certo e assim dar respostas mais adequadas aos problemas que o País enfrenta.
Dirigindo-se aos estudantes, durante a Oração de Sapiência, que marcou a abertura do ano lectivo, na Escola Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias (ESGCT), uma unidade orgânica da Universidade Politécnica, Tomaz Salomão sustentou que esta expectativa decorre do facto de se entender que os estudantes universitários estão armados de instrumentos de análise necessários para fazer face, no mínimo, à interpretação correcta dos fenómenos.
“De vós, estudantes, espera-se que, no futuro, como gestores, possam dar um contributo para a melhoria da imagem das contas públicas do País, ao nível do défice fiscal, mas sobretudo o aconselhamento aos decisores sobre a contratação de uma dívida pública sustentável, para que a próxima geração e as vindouras não sejam escravas de responsabilidades do capital e juros de uma dívida contraída, ou de aparentes donativos, que acarretam consigo pesadas responsabilidades externas”, frisou o economista.
Numa outra abordagem, explicou que a grande diferença entre políticos e académicos é que os políticos sonham e, por vezes, os seus sonhos não têm nada a ver com o que é possível e real: “Os académicos também podem sonhar, simplesmente, precisam de testar os seus sonhos, como hipótese do que pode ser possível em contraposição com o que deve ser definitivamente afastado como hipótese a considerar, usando uma metodologia apropriada”, enfatizou.
A aula inaugural, que teve como tema “Ensino Superior e Desenvolvimento Humano”, constitui um ritual académico cultivado pelas instituições de ensino superior, durante o qual um académico versado em determinada área de conhecimento é especialmente convidado para proferir um discurso sobre um tema pertinente e actual.
A directora da ESGCT, Sandra Brito, explicou que ao convidar o economista e antigo ministro do Plano e Finanças, para abordar este tema, motivou o propósito de enfatizar a importância do ensino superior como promotor de um desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da actual geração, sem comprometer as gerações vindouras de satisfazer as suas próprias necessidades.
“Um ensino superior que busque caminhos inovadores a fim de que os seres humanos, no presente e no futuro, alcancem um patamar satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, mas de forma sustentável a fim de preservar os recursos da terra, as espécies, e os habitats naturais”, concluiu a directora da ESGCT. (FDS)
“A Maior Flor do Mundo” é uma exposição organizada em conjunto da FCSH da Universidade Lúrio, do Camões, I.P., da ONGD Helpo e do Museu da Ilha de Moçambique, com o apoio da Fundação José Saramago e da Editora Pato Lógico. Esta exposição, que integra um conjunto de ilustrações de André Letria dedicadas ao conto infantil de José Saramago, foi apresentada pela primeira vez, em 2015, na Fundação José Saramago, no Auditório da Casa dos Bicos, em Lisboa. Depois desse momento, a exposição iniciou itinerância e tem vindo a ser apresentada em diversos locais, nomeadamente em Óbidos na 1.ª edição do Folio – Festival Literário Internacional em 2015, no Camões – Centro Cultural Português em Maputo em 2017 e no Camões – Centro Cultural Português na Beira em 2018.
(29 de Março, às 10Hrs na Universidade Lúrio, na ilha de Moçambique)
O forte da banda que leva o nome da artista Rukan Rosy (vocalista) é o afro jazz, além de outros géneros musicais como a marrabenta, pop, soul e reggae, interpretados em changana, inglês e português. O show tem dois momentos, interpretando primeiro, os temas da sua autoria e em seguida temas de outros artistas. A banda é composta por cinco (5) membros: vocalista, baterista, teclista, baixista e guitarrista. Interpretando temas da banda e de artistas renomados no nosso panorama.
(29 de Março, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
Neste final de tarde serão apresentadas cinco instalações teatrais da autoria de cinco mulheres diferentes. A ideia de “instalação teatral” surgiu da vontade de se criar uma espécie de exposição feita de corpos vivos. Estes corpos vivos e femininos irão partilhar estórias em breves sequências repetitivas. As temáticas abordadas serão à volta das diferentes realidades e contextos do que é ser mulher nos dias de hoje: tradição vs modernidade; a mulher emancipada; a “desconstrução” do que é ser mulher, despertando através deste material teatral e artístico um sentido de reflexão, crítica e debate. Este evento é alusivo ao mês internacional da mulher. O material apresentado foi resultado de uma semana de ensaios e intercâmbio feito entre estas mulheres, actrizes na sua maioria, de diferentes gerações e backgrounds, mas que são em primeiro lugar Mulheres.
(28 de Março, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
É oficial. O Papa Francisco visitará Moçambique de 4 a 6 de Setembro do presente ano. A informação foi confirmada nesta quarta-feira, em Maputo, pelo Presidente da República Filipe Nyusi, e por representantes da Igreja Católica, nomeadamente o Monsenhor Cristiano Antonietti, Encarregado de Negócios do Vaticano em Moçambique, e o Dom Lúcio Muadula, Presidente da Conferência Episcopal.
Segundo Filipe Nyusi, a visita do Papa Francisco será um marco histórico para o país e acontecerá sensivelmente 30 anos após a 1ª visita de um líder da Igreja Católica a Moçambique. No quadro da visita do Papa Francisco, o Governo e a Igreja Católica começaram já os seus preparativos, tendo-se criado um logotipo cujas palavras de ordem são: esperança, paz e reconciliação. Espera-se que o Papa Francisco mantenha encontros com diferentes entidades entre religiosas, governamentais, políticas, sociedade civil e a população.
O Monsenhor Cristiano Antonietti disse que a visita do Papa encerra-se nos direitos canónico e diplomático. “O Papa virá como um peregrino. Estará presente entre nós como pai da fé. O Papa visitara a todos como irmão universal”, explicou Antonietti.
Numa segunda perspectiva, Antonietti afirmou que o Papa, como chefe do Estado do Vaticano, virá para reafirmar as relações diplomáticas entre o governo e a Santa Sê. Já Dom Lúcio Andrecio disse que a Igreja Católica espera a vinda do Papa com alegria e esperança de fé para todos os fiéis. (Omardine Omar)