Há aqui indianos, chineses, eslovenos, austríacos, escoses, macedónios, canadenses ou canadianos, franceses, chineses, americanos. Está aqui todo o mundo para salvar os afectados.
Os hotéis estão apinhados de gente. Não há espaço para acomodação e poderá continuar a não haver por mais algum tempo. Nos hotéis, alguns, há gente a dormir nos seus corredores. Não sabemos se haverá gente a dormir nos seus armazéns. Para além das grandes cadeias de TV que enviaram seus jornalistas para cá, várias personalidades, quer nacionais quer internacionais, já expressaram o seu sentimento de dor e consternação.
De fora, o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou na página do organismo a sua completa frustração pelo evento que arrasou a Beira, Búzi e outras regiões do país. A solidariedade chega de vários países amigos, que enviam apoios para socorrer os afectados. De dentro destacam-se a vinda do antigo Presidente Joaquim Chissano, e de Graça Machel, viúva de Nelson Mandela e Samora Machel. A primeira dama Isaura Nyusi também esteve em Sofala.
Enquanto isso, a cidade da Beira, que chora seus filhos, volta aos poucos a recompor-se, diga-se. Os maiores hospitais que tinham limitações no seu funcionamento já superaram alguns problemas. O Hospital Central da Beira substituiu o gerador a diesel e voltou a usar energia da rede eléctrica nacional. O Aeroporto Internacional da Beira, a Maternidade da Munhava, os hotéis, alguns prédios e ruas já estão a receber energia da rede.
Será um processo longo, até considerando que a infraestrutura eléctrica foi duramente atingida. Milhares de postos foram deitados a baixo. As ruas da Beira já apresentam um aspecto acolhedor, embora ainda pálidas, depois da passagem do Ciclone IDAI. Os pequenos negócios de esquina já voltaram. As operadoras de telefonia móvel também voltaram a funcionar, mas têm algumas sequelas. Uma operadora pode ficar algumas horas com o sinal intermitente. (R.B.)