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quinta-feira, 03 dezembro 2020 08:02

Tutu mafia' nas eleições da Cê-Tê-A!

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A jogada suja que está a acontecer na Cê-Tê-A era previsível. Hoje, o Álvaro Massinga está a comer o pão que o Vuma - digo, que o diabo - amassou com rabo. Quessanias Matlombe que o diga! Há uma elite manhosa que não quer partilhar dividendos. 
 
Quem ousa desafiar a elite empresarial sai com o carácter assassinado e a imagem chamuscada. Não há ética naquele grupo. Ali vale tudo ou nada, o fim justifica os meios. Você está a falar com alguém e de repente a conversa já está nas redes sociais. Gente que parece civilizada invadindo privacidade alheia. Gente fina com algum poder de decisão em certa operadora de telefonia móvel mandando grampear celulares para ouvir e ver conversas alheias. 'Tutu mafia!'
 
Sim, vamos reprovar as ameaças de morte dos Bilas contra os Samu Gudos. É de todo condenável. Mas também há que fazer um exercício ético e moral para perceber como o áudio de uma conversa particular foi feito e partilhado em plena campanha eleitoral. A quem interessa? Estou certo que os próximos dias prometem muito jogo sujo.
 
Os processos eleitorais da Cê-Tê-A já foram mais pacíficos e harmoniosos. Não deixa de ser curioso que o índice de civilidade desta agremiação baixou bastante com a entrada em cena do empresário e deputado Agostinho Vuma. Há 3 anos, Vuma teve uma eleição extremamente turbulenta e suja. Hoje, a história se repete. Isso não é obra do acaso. 
 
Longe de mim acusar quem quer que seja, até porque não sou empresário. O meu interesse por processos eleitorais livres, justos e transparentes dão-me certa inquietação. O meu desejo é que um dia tenhamos consciência da democracia que pregamos. E isso é possível. Não é coisa doutro mundo. O empresário é a nata fina de uma sociedade. A nossa dignidade depende, até certo ponto, da imagem do nosso empresariado. Quando a própria associação de empresários se confunde com congregação de Parte-Cocos e Salimos da vida é o fim da picada. 
 
Isto não é um manifesto a favor ou contra quem quer que seja o candidato deste processo. Nada disso! É um desejo pessoal. Quando, na semana passada, eu pedia a manutenção do civismo e da convivência harmoniosa neste processo eleitoral da Cê-Tê-A é disso que me referia também. Evitar-se o assassinato de carácter e manipulação deliberada da opinião pública. Não nos dignifica. 
 
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