Imagina que você quer inscrever sua criancinha na pré-primária da Princesa Cinderella School Primary and High em Maputo. Sabe quanto pagará por ano? 120 mil Meticais. E na Décima Classe? 305 Mil Mts por ano. E sabe quanto custa matricular um aluno na Agha Khan Academy agora aberta na Matola? 120 mil (este é um valor médio do que se cobra para inscrição em todas as classes nesta instituição). O sector privado da educação em Moçambique opera numa selva regulada minimamente.
Agora que a RAS descriminalizou o consumo privado de cannabis para fins terapêuticos, Moçambique pode Frelimo pode promover um debate franco sobre o assunto. Há na nossa classe médica quem estaria interessado em explicar os pros e os cons sobre a matéria. O Governo também poderia aproveitar o embalo para criar uma “task force” com a missão de estudar o assunto. E a opção que poderia ser discutida não é a da legalização da cannabis para uso recreativo, como fez a RAS. Moçambique podia se inspirar um bocado na experiência do Lesotho.
Em Fevereiro deste ano, uma mensagem alarmista viralizou nas redes sociais: o viaduto da Ponta Vermelha, nomeado em homenagem ao Eng. Alcântara Santos, um ferroviário perecido com Samora Machel em Mbuzini em 1986, estava ruindo. A razão do alarme tinha uma base, movediça: uma chapa metálica de revestimento da junta de dilatação cimeira, ali onde um dos tabuleiros se une à massa de betão incrustada na terra, tinha sido removida. A chapa metálica escondia uma “fissura” no topo da estrutura, um espaçamento de cerca de 10 cm deixado propositadamente aquando da construção da obra (entre 1971 e 1974) para permitir o movimento esperado das peças do tabuleiro (6 peças).
Na semana passada, aquando da “exposé” sobre a selva (ou paraíso) fiscal no sector privado da Educação em Moçambique prometi trazer também os contornos da “mafia” curricular vigente. A revelação carecia ainda de um trabalho de campo, para evitar mencionar escolas em concreto sem dar-lhes a oportunidade soberana do contraditório. Não queria apontar o dedo acusador sem que elas se pronunciassem. Esse trabalho de campo estava a ser feito.
Agora que Nini Satar foi detido na Tailândia, de acordo com relatos da comunicação social citando um comunicado de imprensa da Procuradoria Geral da República (PGR), é esperado que ele pague a indemnização a que todos os condenados da autoria moral do assassinato do jornalista Carlos Cardoso em 2000 foram obrigados solidariamente por sentença judicial transitada em julgado em 2003. Nini tem-se furtado em pagar essa dívida, equivalente a pouco mais de 500 mil USD. Mas ele tem exibido no seu perfil de Facebook uma vasta riqueza patrimonial, incluindo carros de luxo.
O despacho de pronúncia do caso Embraer apresenta uma incorrecção gravosa sob a qual assenta toda a acusação do Ministério Público, conforme escrevi ontem. O argumento central é o de que os três arguidos (José Viegas, Paulo Zucula e Mateus Zimba) se uniram na solicitação de um suborno à Embraer, que originou o agravamento da oferta inicial de 30.850.000 para 31.100.000 USD para cada uma das duas aeronaves. De acordo com a pronúncia, os arguidos exigiram um “gesto” de 400 mil USD à Embraer para cada unidade.