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Depois do auditor das contas da Petróleos de Moçambique (Petromoc), Deloitte, ter manifestado incertezas em relação à continuidade daquela empresa pública, face aos seus resultados financeiros, referentes ao exercício económico de 2018, constantes nas Demonstrações Financeiras da empresa, publicadas pela “Carta”, agora é a vez do Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização da sociedade civil, considerar aquela empresa como “um peso para o Estado”, pelo facto de o Governo continuar a incorrer em custos de emissão de garantias bancárias a favor desta empresa.

 

A intenção da secreta moçambicana de fazer um mapeamento das mesquitas na capital moçambicana já está a desencadear um mal-estar no seio da comunidade muçulmana. O Sheik Aminuddin Muhammad, presidente do Conselho Islâmico de Moçambique e do Conselho das Religiões no país, alerta para as consequências de um maior escrutínio sem fundamentos sólidos: "Pode haver descontentamento. Nós estamos a viver num sistema democrático e se a população muçulmana estiver, de facto, a ser visada, pode perder boa parte da confiança no partido FRELIMO, o que pode afectar [o partido] nas próximas eleições, isso pode acontecer".

 

Os parceiros internacionais vão começar em agosto próximo a desembolsar os fundos para a reconstrução de infraestruturas públicas destruídas pelo ciclone Idai e Kenneth, indicou o Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.

 

Dois milhões e oitocentos mil habitantes são vulneráveis à seca, em 27 distritos do país. A informação foi revelada, esta quarta-feira, pelo Primeiro-Ministro (PM), Carlos Agostinho do Rosário, durante a abertura do Simpósio sobre Estratégias para o Desenvolvimento Integrado das Zonas Áridas e Semi-Áridas, que decorre, em Maputo.

 

Organizada pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), sob lema “Fazendo das Zonas Áridas e Semi-Áridas um exemplo de desenvolvimento resiliente”, o evento, que termina esta quinta-feira, tem como objectivo conceber uma visão geral e integrada sobre o desenvolvimento das zonas áridas e semi-áridas, baseadas na gestão sustentável dos recursos locais.

 

Segundo o PM, neste momento, a visão do governo sobre a redução da vulnerabilidade consiste numa abordagem integrada para a redução de perda de vidas humanas e de meios de subsistência, bem como a prevenção do surgimento de novos riscos de desastres, através do aumento da resiliência climática.

 

A abordagem, explica Do Rosário, visa reforçar as capacidades das comunidades para fazerem face aos desafios colocados pelos impactos das mudanças climáticas, tais como a insegurança alimentar e degradação dos solos, que aumentam a pobreza rural.

 

“É neste âmbito que estamos a apostar na construção de infra-estruturas para captação e conservação de água, restauração do meio ambiente natural e paisagístico. A título de exemplo, foram construídos, na província de Gaza, 21 reservatórios escavados, com capacidade de armazenamento de 25 mil metros cúbicos cada, bem como instalados 56 pequenos sistemas de irrigação por aspersão”, disse a fonte, sublinhando que as referidas infra-estruturas estão a beneficiar mais de quatro mil famílias e cerca de 42.500 cabeças de gabo bovino, bem como contribuem para o aumento da área de produção em 360 hectares, nos distritos da zona norte da província de Gaza, os mais afectados pela seca.

 

Como desafio, destacou o governante, é assegurar a disponibilidade da água para o consumo humano, aumento de produção de alimentos, bem como para o abeberamento de animais nas zonas mais propensas a secas.

 

Por sua vez, Pietro Toigo, representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), entidade financiadora dos projectos de resiliência no país, defende que para criar economias e sociedades resilientes é preciso investir não só numa produção agrícola resiliente, mas também na criação de valor e na industrialização da agricultura, integração nas cadeias de valor e na penetração em mercados mais diversificados.

 

Observou ainda que a próxima geração de investimentos do BAD, em agricultura no sul do país, terá como objectivo o fortalecimento das ligações entre os produtores e mercados em Maputo. (Marta Afonso)

Enquanto diversos cidadãos, em particular jovens recém-formados, lutam pelas ínfimas vagas disponibilizadas pelo sector empregador, tal como se viu no recente concurso público lançado pelo Banco de Moçambique para sua filial, na província de Gaza, dados do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS) indicam que a procura do emprego reduziu em 0,4 por cento, em todo o país, no primeiro trimestre de 2019.

 

Os dados constam do Boletim Informativo do Mercado do Trabalho, partilhado, semana finda, durante o XXX Conselho Coordenador daquele ministério, o último do quinquénio 2015-2019, que teve lugar na cidade de Maputo, sob o lema “Modernizando a Administração do Trabalho, Emprego e Segurança Social Para o Trabalho Digno”.

 

A província de Nampula destaca-se entre as que menos registaram procura de emprego, com menos 27.218, contra os 24.244 de Tete, tendo afectado mais os homens em 81,8 por cento, contra 18,2 por cento de mulheres, enquanto a província de Niassa foi a que menos desemprego registou com apenas 624.

 

As estatísticas mostram ainda que, no âmbito do desemprego registado por regiões do país, a zona norte tem menos desempregados, com 25,8 por cento, centro com 36,6 e a região sul com 37,6 por cento. Por género, nestas regiões, as três províncias do sul possuem mais mulheres desempregadas com 43,3 por cento.

 

Dados colhidos por aquela instituição indicam que 49,9 por cento, o equivalente a 90.083 candidatos, procuravam um novo emprego, o que indica que os mesmos possuem experiência de trabalho e 50,1 por cento, correspondente a 90,523, procuravam pelo primeiro emprego, maioritariamente constituídos por jovens de faixas etárias compreendidas entre os 15 e 35 anos de idade.

 

Por outro lado, Maputo província apresenta mais candidatos a um novo emprego com 16,7 por cento, seguido de Nampula com 13,8 por cento, enquanto Niassa teve menos candidatos com 0,1 por cento do total.

 

E relativamente à procura por um novo emprego, a zona sul lidera com 42,3 por cento de candidatos, centro com 34,4 por cento e norte com 23,3 por cento. (Marta Afonso)

Mais um adiamento. Depois de falhar o arranque, semana passada, os deputados da Assembleia da República não vão retomar os trabalhos, em plenário, hoje (quarta-feira), tal como estava inicialmente previsto.