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Actualizado de Segunda a Sexta

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Sociedade

O Sistema Nacional de Educação revela-se ainda estar muito longe de incluir pessoas com deficiência. No entanto, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) diz estar a implementar algumas acções como é o caso da formação de alguns professores para reduzir o rácio professor/aluno para ultrapassar o problema, mas garante haver falta de fundos no momento.

 

Falando sexta-feira (27 de Setembro), em Maputo, durante o workshop sobre as alternativas para o financiamento na educação para pessoas com deficiência, organizado pelo Movimento Educação para Todos, a Chefe do Departamento de Educação Especial no MINEDH, Maria Maguan, garantiu que estão em curso preparativos para que nas turmas onde há alunos com deficiência haja no máximo 30 alunos e que os alunos especiais sejam no máximo em 16 por cento para dar tempo ao professor de interagir com aqueles que precisam de uma atenção mais especializada.

 

Entretanto, a activista Farida Gulamo garante que uma das formas eficazes para a integração da pessoa com deficiência no Sistema Nacional de Educação é a intervenção de toda a sociedade, incluindo o Estado e os parceiros de cooperação, tendo em conta que a educação para pessoas com deficiência abre as portas para a emancipação e inclusão destas na sociedade.

 

Porém, na óptica da activista social, estamos longe de implementar a educação para pessoas com deficiência, visto que o novo curriculum de formação de professores leva três anos, pelo que “só daqui a três anos o Sistema terá minimamente alguns professores em condições, pois, só agora é que os professores começaram a ser formados para educação inclusiva”.

 

Refira-se que, de acordo com o Relatório do Balanço Quinquenal do MINEDH, no ano lectivo de 2019 foram matriculados 76.843 alunos com vários tipos de deficiência no ensino primário e secundário, o que representa um crescimento em 19,8 por cento, pois em 2015 existiam 64.129 alunos. (Marta Afonso)

sexta-feira, 27 setembro 2019 07:15

Mais um acidente na campanha eleitoral da Frelimo

Mais um acidente de viação foi registado, envolvendo membros do partido Frelimo, em mais uma actividade de “caça ao voto”. Vinte e uma pessoas contraíram ferimentos, dos quais seis graves, depois de o carro em que seguiam ter-se envolvido em acidente de viação, nesta quinta-feira, no distrito de Balama, província de Cabo Delgado.

 

O sinistro, de tipo despiste e capotamento, ocorreu no troço entre as aldeias Cuekwe e Tawane e as vítimas deslocavam-se a uma reunião do partido Frelimo, no quadro da campanha eleitoral, que decorre em todo o país até ao próximo dia 12 de Outubro.

 

O Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) diz que os conflitos prolongados, a crise climática, o aumento das doenças mentais entre os jovens e a desinformação online são algumas das ameaças globais emergentes mais preocupantes para as crianças.

 

A posição foi manifestada, semana finda, pela Directora Executiva da UNICEF, Henrietta Fore, através de uma carta aberta emitida como parte das comemorações do 30º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança – o tratado de direitos humanos mais amplamente ratificado no mundo.

 

O ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, apela às populações a cumprirem as medidas preventivas recomendadas pelas instituições responsáveis pela previsão e gestão de calamidades naturais, com vista à redução do impacto de eventuais desastres naturais que poderão ocorrer durante a época chuvosa e ciclónica 2019-2020, que inicia no próximo mês de Outubro.


Carlos Mesquita fez este apelo no final da visita de trabalho que efectuou, na terça-feira, 24 de Setembro, ao Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) para se inteirar da preparação da instituição e de outros parceiros face à probabilidade de ocorrência de chuvas normais, com tendência para acima do normal nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica, Sofala, Tete e nalgumas regiões do extremo centro-sul da Zambézia.

 

Foram, finalmente, inaugurados o Monumento e o Centro de Interpretação dedicados aos combatentes da Luta de Libertação Nacional. Trata-se de dois empreendimentos de interesse histórico e turístico que vinham sendo erguidos, desde 2015, na Praça dos Combatentes, na cidade de Maputo.

 

A cerimónia de inauguração teve lugar esta quarta-feira, 25 de Setembro, e foi dirigida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no âmbito da comemoração dos 55 anos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que ontem se assinalaram.

 

Com duração de um ano, as obras deviam ter sido entregues em 2016, mas, segundo o Director Nacional de História, no Ministério dos Combatentes, João António Ntchonho, só foram entregues em Dezembro de 2018.

 

A fonte afirma que a demora se deveu à crise financeira que se abate sobre o nosso país, desde 2016, motivada principalmente pela retirada do apoio directo ao Orçamento do Estado, devido à descoberta das “dívidas ocultas”, contratadas pela administração Guebuza, entre os anos de 2013 e 2014.

 

O monumento, onde constam nomes de 3.256 cidadãos (431 mulheres e 2.825 homens) que lutaram pela independência do país, entre 1964 e 1974, e o Centro de Interpretação custou 54 milhões de Mts, provenientes do Orçamento do Estado, segundo Ntchonho.

 

Para o Presidente da República, o monumento “eterniza os feitos dos filhos desta pátria” e “sinaliza a passagem do seu testemunho para as gerações vindouras”. “Com este património, queremos preservar a nossa eterna gratidão aos combatentes que tombaram lutando para a nossa independência e dignidade pública”.

 

“Este não é mais um monumento, mas sim é o local de viagem e de reencontro com o nosso passado recente, da busca das raízes do que somos hoje e que sirva de referência para o presente”, defendeu.

 

“Enquanto homenageamos os combatentes, queremos também saudar aqueles que hoje estão a sofrer privações para preservar a nossa integridade territorial e defender as nossas populações contra a violência dos malfeitores. Tal como os combatentes de ontem, os de hoje merecem a nossa gratidão e reconhecimento”, disse Nyusi, em referência aos militares que, diariamente, tombam na província de Cabo Delgado, vítimas dos ataques que vêm sendo protagonizados por um grupo até aqui desconhecido, desde Outubro de 2017.

 

Refira-se que os dois empreendimentos são inaugurados num momento em que o Conselho Autárquico da Cidade de Maputo mostra-se ainda incapaz de combater o comércio informal, a imundice e criminalidade naquele local, o que coloca um grande desafio para a sua manutenção. Aliás, durante o período de construção, os dois empreendimentos serviam de locais de esconderijo dos malfeitores que, a qualquer período do dia, assaltavam os utentes do mercado e do terminal rodoviário daquela Praça. (Marta Afonso)

Os malfeitores voltaram a escalar a aldeia Pequeue, no Posto Administrativo de Quiterajo, distrito de Macomia, província de Cabo Delgado. A “visita” teve lugar na noite do último domingo, mas sem causar vítimas humanas.

 

De acordo com as fontes, o ataque não resultou em vítimas humanas, porque a população já se tinha deslocado para a Ilha Nquissanga. A mudança, de acordo com as fontes, aconteceu um dia após o ataque à aldeia Mitacata, onde foram assassinadas nove pessoas e raptadas algumas raparigas, em número não especificado.

 

No ataque de domingo, fontes da “Carta” afirmam que os insurgentes apenas vandalizaram um fontenário público.

 

Refira-se que, desde o recrudescimento dos ataques, nos Postos Administrativos de Mucojo e Quiterajo, no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, a população tem-se deslocado para a vila-sede de Macomia e para o distrito de Mocímboa da Praia, pela via marítima.

 

Tanto em Macomia, assim como Mocímboa da Praia, as populações daquele ponto do país, asseguram as fontes, são acolhidas pelos seus familiares, não existindo um centro de acolhimento. (Carta)