O BCI Realizou, na quinta-feira (16), uma acção de educação financeira, na sede da Organização dos Continuadores de Moçambique, em Maputo, por ocasião do dia da Criança Africana e do dia do Metical que se assinalam anualmente a 16 de Junho.
Beneficiaram da aula mais de sessenta crianças, cujas idades variam entre 9 e 14 anos, integrantes da organização Continuadores, para além de outros quadros da agremiação, encabeçados pelo respectivo Secretário Geral, Danilo Teixeira.
Falando à margem do encontro, Teixeira referiu a importância de fazer tomar consciência às crianças, da necessidade de poupar, porque “tudo requer disciplina para vencermos na vida. O nosso trabalho é propiciar bons ambientes para as crianças, e fazer de tudo para as tornar melhores no futuro, úteis para si próprias, para as suas famílias e para a sociedade”.
Orientada por Efigênia Alfinete, Gestora de Produtos e Serviços do BCI, a sessão compreendeu um enquadramento histórico acerca do dinheiro, tendo sido dada maior ênfase ao metical, sua origem, sua evolução e importância para os moçambicanos. Seguiram-se conceitos de poupança, modelos e benefícios; e esclarecimentos sobre o funcionamento das instituições financeiras, da poupança no banco; e sobre as tipologias de contas e condições para a sua abertura.
Segundo Alfinete “neste encontro o BCI pôde aprofundar junto das crianças o sentido de planificação e disciplina que normalmente vêm associadas à poupança, algo que é fundamental, sobretudo porque quanto mais cedo os mais novos tomarem consciência deste facto, mais fácil ser-lhes-á familiarizar-se com a gestão financeira”. Afirmou ainda que os ‘Continuadores’ ficaram mais esclarecidos sobre os cuidados com os bens e pertences a que se tem acesso no dia a dia, “que resultam em menores gastos no rendimento familiar, área em que os mais pequenos têm maior possibilidade de actuação, com vista à melhoria do bem-estar das suas famílias”.
Já as crianças beneficiárias manifestaram a sua satisfação por esta mini formação que, a seu ver, vai ajudá-las a disciplinar cada vez mais a gestão financeira.
A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) diz-se disponível a facilitar o financiamento bancário para a revitalização das Pequenas e Médias Empresas (PME), afectadas pelos ciclones em Sofala, com destaque para o Idai que sacudiu aquela província e não só em princípios de 2019.
A pretensão foi apresentada na última quarta-feira (15), na cidade da Beira, pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EMOSE, Joaquim Maqueto Langa, durante a segunda Conferência da Banca e Seguros, organizada pela instituição, Câmara de Comércio de Moçambique e pela Revista Banca e Seguros.
“Após a passagem do Idai, muitas PME desta parcela do país viram os seus negócios ruírem, encontrando-se sem recursos financeiros para alavancá-los. Ciente deste facto, a EMOSE delineou um programa na base do qual vai providenciar seguro junto à banca, de modo que as empresas interessadas o façam sem preencher quaisquer requisitos exigidos pelas instituições bancárias”, disse Langa citado pelo “Notícias”.
Segundo Langa, os serviços de garantia que a EMOSE está a oferecer visam permitir que os empresários, sobretudo de pequenos e médios negócios, se recuperem dos prejuízos causados pelas calamidades. Nesse contexto, o PCA da EMOSE acrescentou que a instituição que dirige vai induzir os bancos a reduzir as taxas de juro porque a empresa vai retirar o risco.
A Conferência da Banca e Seguros juntou vários empresários que operam em Sofala, principalmente da cidade da Beira. Ouvido pelo periódico, o Presidente da Associação Comercial da Beira, Félix Machado, disse que várias empresas enfrentam dificuldades para aceder a financiamento bancário devido a condicionalismos exigidos, com destaque para a garantia do reembolso do capital e pagamento de juros.
“A iniciativa da EMOSE é bem-vinda porque traz oxigénio no apoio ao sector privado e acreditamos ser o mais realista em comparação aos fundos que o Banco Mundial alocou às zonas afectadas pelas calamidades. Referimo-nos aos 15 milhões de USD anunciados e que, infelizmente, até hoje pouco se sabe sobre os mesmos”, afirmou Machado, citado pelo matutino.
Refira-se que as PME são o motor da economia moçambicana. Estima-se que as PME representem 98% de todas as empresas que operam no país, sendo por isso responsáveis por um número considerável de postos de trabalho e na contribuição fiscal. (Carta)
A Fundação de Caridade Tzu Chi Moçambique vai construir, nos próximos meses, uma escola para mais de 1000 alunos em Mafambisse, na província de Sofala. O lançamento da primeira pedra da empreitada teve lugar ontem, naquela localidade do Distrito de Dondo, em Sofala.
Orçada em 813.925.227,00 Mts, a escola será o maior estabelecimento de ensino secundário alguma vez construído no país desde a independência e vai contemplar 58 salas de aulas, para além de laboratórios, bibliotecas, salas de informática, entre outros.
Informações a que "Carta" teve acesso indicam que a Escola de Mafambisse será um complexo composto por sete blocos, quatro pátios descobertos que irão proporcionar uma maior ventilação e iluminação natural em todos os compartimentos da instituição de ensino. Cada sala de aula terá capacidade para 50 alunos, totalizando 5.800, em dois turnos.
A escola irá contar com cinco salas para professores, duas salas de informática, três laboratórios para disciplinas de física, química e biologia, duas salas de preparação de aulas de laboratório e informática, três armazéns, uma cantina, enfermaria, sala de material desportivo, área administrativa, campo de jogos multifuncional e 18 casas de banho.
O conhecido empresário Dino Foi, que preside à Tzu Chi, revelou ontem, no acto do lançamento da primeira pedra, que a fundação tem um memorando de entendimento assinado com o Governo de Moçambique, ao abrigo do qual “construiremos três mil (3.000) casas nos distritos de Nhamatanda e Búzi; 23 escolas nos distritos de Búzi, Nhamatanda, Dondo e Beira, num valor de 65 milhões de dólares americanos".
E acrescentou: “No concernente à construção de casas, mil (1.000) já foram adjudicadas, em 3 zonas de reassentamento em Nhamatanda, especificamente, Kura, Ndenja e Metuchira, sendo que, ainda neste mês de Junho, os consultores e projectistas das 2.069 casas do distrito de Búzi começam o trabalho de desenho, pois já foi adjudicada essa parte do trabalho”.
Os trabalhos da Tzu Chi não ficam por aqui. Ela também comprometeu-se em construir mais de 400 salas de aula e já estão quase acabadas as escolas primárias completas de Kura, Graça Machel e Joaquim Maras. (Marta Afonso)
O Director da plataforma internacional de dança contemporânea-KINANI, Quito Tembe, recebeu, nesta terça-feira, em Maputo, insígnias de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras.
A condecoração feita pelo Embaixador da França em Moçambique e no Eswatini, David Izzo, vem honrar o que Quito Tembe tem feito há anos para o desenvolvimento da cultura em Moçambique, mas também pela sua ligação com a França.
Falando no evento, Tembe disse que aceita a distinção em nome dos jovens moçambicanos.
"Digo isto porque venho de uma sociedade, onde é extremamente complicado ver reconhecido o trabalho de jovens como eu, pior ainda neste segmento artístico e cultural", afirmou.
Para Tembe, aceitar esta medalha é expressão e sinal do seu reconhecimento pela audácia e exemplo que o governo da França dá ao colocar a arte e cultura (da França) no topo das agendas governativas e de cooperação internacional, o que faz deste país uma rara nação europeia verdadeiramente multicultural.
"Acredito que é na base desta visão que a França tende a reconhecer os jovens no activo e também prestar atenção a jovens como eu, deste recanto de África que é Moçambique".
Tembe refere que vê nesta medalha a oportunidade de motivar todos aqueles que fazem de Moçambique, verdadeiro celeiro de criatividade e da arte, como vector de identidade, mas também do desenvolvimento.
Destacou ainda que aceita a medalha em nome das comunidades dos fazedores da Dança e de todos os artistas, em especial à sua equipa de trabalho e amigos, que tem feito o seu melhor para que o país se torne num festival de nível internacional como é o caso do KINANI.
"Tenho consciência de que a dança não faz parte do vocabulário e nem do trabalho de muitos, mas ela é nossa, é de África e é esse veículo de comunicação silencioso, para o progresso, que estamos a alavancar". (Marta Afonso)
Vários clientes da empresa de telefonia móvel Vodacom enfrentaram, nesta terça-feira (14) sérios problemas para recarregar as suas contas. Os códigos das recargas não eram aceites. Não se tratou de um problema isolado, pois, conforme “Carta” apurou, afectava a muitos clientes.
Com vista a obter informações sobre o problema, o Jornal contactou a linha do cliente. Antes mesmo de chegar à fala com qualquer agente, a empresa ia informando que estava a enfrentar problemas nas recargas.
A agente com quem “Carta” interagiu secundou o facto. Precisou que o problema começou a verificar-se desde as primeiras horas do dia. Entretanto, assegurou que a empresa já estava a trabalhar no sentido de resolver o problema. Avançou que dentro de 24 ou 48 horas o problema seria resolvido. (Carta)
O ano económico de 2021 para a empresa pública Aeroportos de Moçambique (ADM) foi, à semelhança dos anteriores, repleto de prejuízos avultados decorrentes do estado decadente da empresa, facto agravado, no ano em análise, pelo prolongamento do impacto da pandemia da Covid-19.
Em 2021, a empresa registou um prejuízo avaliado em 431.6 milhões de Meticais. Para o cúmulo, naquele ano, o passivo quase que engoliu os activos totais da empresa avaliados em mais de 38 biliões de Meticais.
O novo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, Américo Muchanga, relata no informe que os “resultados de produção alcançados entre Janeiro e Dezembro de 2021 foram deficitários e foram largamente influenciados pelas restrições impostas pelo Governo decorrentes da terceira vaga do surto mundial da Covid-19”.
Com efeito, a empresa registou 1.2 milhão de passageiros, o que representou um aumento em relação ao período homólogo do ano anterior e uma redução em 44.1% quando comparado com 2019.
No que tange às aeronaves, a empresa registou, em 2021, um movimento de 42.4 mil entradas, representando um aumento em 27.6% quando comparado com igual período de 2020, mas um decréscimo de 36.3% em relação a 2019.
No movimento de carga, os Aeroportos registaram no ano passado 10.9 mil toneladas, o que significou um aumento em 28.5% em relação a 2020 e uma diminuição em 38.2 quando comparado com igual período de 2019.
Quanto aos correios, a empresa contabilizou, no ano em análise, 497 toneladas representando um aumento em 26.85 em relação ao ano de 2020, mas 7.3% abaixo de 2019.
Com o crescimento em 3.3% no volume de negócios e diferenças cambiais favoráveis decorrentes da apreciação do Metical, o PCA dos Aeroportos afirma que a actividade desenvolvida pela empresa em 2021 caracterizou-se por resultados líquidos positivos de 1.8 bilião de Meticais. Para Muchanga, este facto “representa uma reversão à tendência de resultados líquidos negativos realizados no período homólogo de 2020 na ordem de 3.4 biliões de Meticais negativos”.
Entretanto, apesar de em 2021 os gestores da empresa terem mantido uma rigorosa disciplina, tendo concorrido para a redução de custos operacionais em 2%, as medidas de contenção não foram suficientes para evitar o resultado operacional negativo (prejuízo) de 431.6 milhões de Meticais contra 957.7 milhões de Meticais também negativos registados em 2020.
Para a verificação de informação de sustentabilidade deste relatório, a ADM contou com a verificação externa independente da BDO, que concorda com todo o relato financeiro feito pela empresa.
Até 31 de Dezembro de 2021, o activo total da empresa era de 38.6 biliões de Meticais, contra 35 biliões de Meticais registados em 2020. O passivo total da empresa registado em 2021 é 37.8 biliões de Meticais contra 36 biliões de Meticais contabilizados em 2020. O capital próprio da empresa é de 820 milhões de Meticais em 2021, contra 975.7 milhões negativos de 2020. (Evaristo Chilingue)