A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) diz-se disponível a facilitar o financiamento bancário para a revitalização das Pequenas e Médias Empresas (PME), afectadas pelos ciclones em Sofala, com destaque para o Idai que sacudiu aquela província e não só em princípios de 2019.
A pretensão foi apresentada na última quarta-feira (15), na cidade da Beira, pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EMOSE, Joaquim Maqueto Langa, durante a segunda Conferência da Banca e Seguros, organizada pela instituição, Câmara de Comércio de Moçambique e pela Revista Banca e Seguros.
“Após a passagem do Idai, muitas PME desta parcela do país viram os seus negócios ruírem, encontrando-se sem recursos financeiros para alavancá-los. Ciente deste facto, a EMOSE delineou um programa na base do qual vai providenciar seguro junto à banca, de modo que as empresas interessadas o façam sem preencher quaisquer requisitos exigidos pelas instituições bancárias”, disse Langa citado pelo “Notícias”.
Segundo Langa, os serviços de garantia que a EMOSE está a oferecer visam permitir que os empresários, sobretudo de pequenos e médios negócios, se recuperem dos prejuízos causados pelas calamidades. Nesse contexto, o PCA da EMOSE acrescentou que a instituição que dirige vai induzir os bancos a reduzir as taxas de juro porque a empresa vai retirar o risco.
A Conferência da Banca e Seguros juntou vários empresários que operam em Sofala, principalmente da cidade da Beira. Ouvido pelo periódico, o Presidente da Associação Comercial da Beira, Félix Machado, disse que várias empresas enfrentam dificuldades para aceder a financiamento bancário devido a condicionalismos exigidos, com destaque para a garantia do reembolso do capital e pagamento de juros.
“A iniciativa da EMOSE é bem-vinda porque traz oxigénio no apoio ao sector privado e acreditamos ser o mais realista em comparação aos fundos que o Banco Mundial alocou às zonas afectadas pelas calamidades. Referimo-nos aos 15 milhões de USD anunciados e que, infelizmente, até hoje pouco se sabe sobre os mesmos”, afirmou Machado, citado pelo matutino.
Refira-se que as PME são o motor da economia moçambicana. Estima-se que as PME representem 98% de todas as empresas que operam no país, sendo por isso responsáveis por um número considerável de postos de trabalho e na contribuição fiscal. (Carta)