Depois do “golpe” eleitoral dado em 2018, pela Comissão Nacional de Eleições, com patrocínio do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e chancela do Conselho Constitucional (CC), Venâncio Mondlane, Ricardo Tomas, António Muchanga e Geraldo Carvalho voltam a liderar as listas da Renamo para as VI Eleições Autárquicas, nos Municípios de Maputo, Tete, Matola e Beira, respectivamente.
A confirmação dos quatro nomes, como cabeças-de-lista, foi feita neste fim-de-semana, no decurso das eleições internas na Renamo, processo que decorreu em quase todo o país. Até ao fecho desta edição, perto de 30 membros da “perdiz” tinham sido confirmados como cabeças-de-lista, em igual número de autarquias.
Recorde-se que Venâncio Mondlane foi afastado da corrida eleitoral, em 2018, pelo facto de ter renunciado o seu mandato na Assembleia Municipal, em 2015, para tomar posse na Assembleia da República. Já Ricardo Tomas e Geraldo Carvalho foram afastados das eleições autárquicas de 2018 por terem perdido os seus mandatos na Assembleia da República, em virtude de terem trocado o MDM pela Renamo no meio da legislatura. No mesmo processo, Manuel de Araújo quase perdia o mandato em Quelimane, depois de ter abandonado o MDM. Por sua vez, António Muchanga, um dos mais estridentes deputados da Renamo na AR, volta a concorrer para tentar tomar conta da poderosa autarquia da Matola. Em 2018, ele perdeu para o Frelimista Calisto Cossa, num processo fortemente disputado.
O primeiro a ser confirmado como cabeça-lista da Renamo para as eleições autárquicas de 11 de Outubro próximo foi o deputado Venâncio Mondlane, que na sexta-feira foi eleito candidato à Edil da Cidade de Maputo.
Mondlane, que em 2013 concorreu à Presidência do Conselho Municipal da Cidade de Maputo pelo MDM, volta às corridas eleitorais 10 anos depois, porém ainda com o mesmo objectivo: desalojar a Frelimo da Praça da Independência. Em 2013, Venâncio Mondlane conseguiu 39.98% dos votos, contra 58.48% conquistados por David Simango (da Frelimo), então Edil da capital do país.
Para as próximas eleições, ainda não são conhecidos os adversários de Venâncio Mondlane, mas é quase certo que a sua entrada na corrida eleitoral renova a esperança da “perdiz” em governar, pela primeira vez, o maior centro urbano do país. Aliás, Venâncio Mondlane é um dos principais activos da Renamo, na actualidade, destacando-se pelas suas intervenções incisivas e metódicas na Assembleia da República.
Já Ricardo Tomas e Geraldo Carvalho regressam à cena política, quase cinco anos depois de terem sido “engolidos” pela CNE e de terem ficado fora do parlamento. Ricardo Tomás, empresário do ramo imobiliário, lidera a lista da Renamo na cidade de Tete, enquanto Geraldo Carvalho tem a missão de recuperar a cidade da Beira das mãos do MDM.
Ricardo Tomás chegou a ser anunciado cabeça-de-lista da Renamo, em 2018, mas foi excluído do processo pela CNE pelo facto de se ter filiado à “perdiz”, enquanto cumpria o seu mandato de deputado pela bancada parlamentar do MDM. Os dois políticos “saíram da cena” em 2020, depois de terem falhado a sua reeleição para a Assembleia da República.
Manuel de Araújo continua “número 1” em Quelimane
Apesar de um 2022 turbulento, caracterizado por acusações públicas entre a direcção da Renamo e o Edil de Quelimane sobre o processo democrático interno, Manuel de Araújo, que governa a capital provincial da Zambézia desde 2011, eleito pelo MDM, continua a ser a escolha predilecta da Renamo para a liderança daquela autarquia.
Araújo vai à sua quarta corrida eleitoral como candidato a edil de Quelimane, depois de ter concorrido duas vezes pelo MDM (2011, nas intercalares, e 2013) e uma pela Renamo (2018). Em todas as candidaturas, Manuel de Araújo conseguiu suplantar os candidatos da Frelimo.
Já o deputado António Muchanga, conhecido pelo seu verbo, volta a ser aposta da Renamo para o Município da Matola, depois de, em 2018, ter perdido a batalha por uma diferença de 0,77%, num processo eleitoral manchado por diversas irregularidades, com destaque para a emissão de três editais do apuramento distrital com resultados diferentes, um dos quais dando vitória ao maior partido da oposição.
Em Moatize, a segunda maior cidade da província de Tete, onde, em 2018, a Frelimo venceu com uma diferença de 0,49%, a Renamo elegeu a deputada Catarina Salomão para liderar a sua lista, enquanto Mário Cinquenta, actual Edil de Cuamba (Niassa), continuará líder da lista da Renamo naquela autarquia.
No Município de Monapo, província de Nampula, onde a Frelimo ganhou com uma diferença de 1,08%, em 2018, a Renamo voltou a confiar em Pedro Florêncio para liderar a lista do partido. O deputado Eduardo Ladria lidera a lista da Renamo, no Município da Maganja da Costa, província da Zambézia, enquanto Alicora Ntutunha, actual Edil de Chiúre, província de Cabo Delgado, volta a merecer a confiança da Renamo naquela autarquia.
Refira-se que a Renamo é o primeiro e único partido que já anunciou publicamente os seus cabeças-de-lista para as próximas eleições autárquicas. A Frelimo realizará as suas eleições internas no próximo fim-de-semana, tal como o MDM. (Carta)
O Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, efectuou esta quinta-feira (06) uma visita de trabalho à COMETAL, uma indústria de produção de atrelados para camiões (e não só), localizada na cidade da Matola, província de Maputo, sul do país.
Durante a visita, Moreno testemunhou a operacionalização de uma linha de montagem de motorizadas e entrega de atrelados produzidos à empresa Tropigalia, um dos seus maiores clientes no país. Após a visita, o Ministro mostrou-se impressionado com a revitalização da indústria por uma sociedade composta pelo grupo moçambicano Sir Motors, Estado e investidora sul-africana.
“Ficamos bastante satisfeitos em saber que os investidores estão a fazer um trabalho aturado de recuperação de edifícios, máquinas e introdução da produção nacional, neste caso, não só vagões, mas de atrelados para o sistema de transporte nacional. Estamos bastante satisfeitos com o nível de execução e a qualidade dos produtos. Temos aí atrelados concluídos com qualidade do primeiro mundo e prontos para ser usados”, afirmou Moreno.
A visita enquadra-se no âmbito da monitoria do processo de implementação do Programa Nacional Industrializar Moçambique, sobretudo no plano reindustrialização do país. Nesse contexto, o Ministro disse esperar que as outras linhas de produção da COMETAL sejam recuperadas o mais breve possível para dinamizar ainda mais a produção nacional.
Na ocasião, o Director-geral da COMETAL, César dos Santos, explicou que, durante o primeiro ano de operações, a indústria já produziu sete atrelados que custam entre 1.5 a 3 milhões de Meticais e todos foram vendidos em Moçambique, sendo que espera começar a exportar nos próximos anos.
“Actualmente conseguimos fazer quatro atrelados por mês, mas a intenção é no futuro conseguirmos fazer um atrelado por dia. De momento, estamos concentrados no mercado nacional, mas daqui a dois anos vamos começar a exportar com foco para Zimbabwe, Zâmbia, Tanzânia e Congo”, acrescentou Dos Santos.
A empresa COMETAL, localizada na Machava-sede, distrito da Matola, é a maior metalomecânica do país e uma das cinco maiores da região austral de África, vocacionada na produção de vagões, equipamentos agrícolas, contentores e infra-estruturas móveis. (Carta)
Os voos da LAM – Linhas Aéreas de Moçambique S.A. estão a registar ocupação máxima na primeira semana em que vigora a redução de preços das passagens aéreas, em 30%.
O quadro ilustrativo de ocupação dos voos desde o dia 01 de Julho de 2023 é de composição efectiva dos assentos das aeronaves.
O bom preenchimento dos lugares nos voos tem sido uma constante estes dias, como aconteceu hoje, conforme comprovam os dados a seguir.
A redução do preço de bilhetes em 30% que tem por objetivo tornar as passagens aéreas mais acessíveis ao mercado, abrange, nesta primeira fase, os voos de ou/para Maputo, Beira, Pemba, Tete, Inhambane, Vilankulo e Johanesburgo.
Estes resultados são registados no rol de acções que estão a ser implementadas desde 18 de Abril do ano em curso, com a participação da Fly Modern Ark (FMA) na gestão da LAM, visando tornar a companhia rentável e competitiva. (Carta)
O BCI e a Câmara de Comércio Moçambique Itália (CCMI) acabam de reforçar parceria, em Maputo, com a renovação de um protocolo de cooperação que vigorava desde 2020. Com este acordo, coassinado pelo Presidente da Comissão Executiva (PCE) do BCI, Francisco Costa, pelo Administrador do BCI, George Mandawa, e pelo Presidente da CCMI, Simone Santi, serão implementadas diversas soluções de interesse mútuo, no âmbito das relações socioeconómicas entre Moçambique e Itália.
“Este é um protocolo que procura desenvolver uma parceria sinérgica entre as duas instituições, no sentido de aproveitar e desenvolver um networking que a CCMI e o BCI conseguem fazer de forma particularmente capaz” – referiu o PCE do BCI, recordando que a CCMI é membro da CTA, no domínio de recursos naturais e energia, tão estratégico para o desenvolvimento do país. “E o BCI está na linha da frente deste apoio a um sector chave para Moçambique”. Indicou ainda a ligação da instituição com a Associação dos Empresários Europeus em Moçambique-EUROCAM que tem, entre outros, “o propósito de desenvolver, potenciar o investimento dos países europeus em Moçambique e, obviamente, criar plataformas para que os moçambicanos possam também investir no continente europeu”.
Por seu turno, o Presidente da CCMI apontou, igualmente, os benefícios da parceria, para ambas instituições e para o país. Abordou, em especial, a vertente de recursos minerais e energia, frisando que o país está a dar passos muito importantes nesta vertente. “Acreditamos que estes recursos vão ser transformados numa indústria moçambicana. É lá onde as nossas empresas estão a fazer o seu papel. É lá onde acreditamos nas Pequenas e Médias Empresas” – afirmou. E continuou: “O BCI e a CMMI vão continuar a promover o modelo de produção nacional, com uma tecnologia que vem de fora, capital daqui e de fora, com parcerias internacionais, mas sobretudo ter produtos made in Mozambique. Isso muda uma dinâmica e cria uma classe média estável, cria emprego e uma capacidade de ter balança de pagamento [...] Este é o fundamento da parceria entre a CCMI e o BCI”.
Desindustrializado no quadro de um processo de transformação económica que colocou o Estado como principal actor do sector produtivo, a transição para a economia de mercado não acarinhou a esperada reindustrialização, e Moçambique continua a ser maioritariamente uma economia de serviços e, cada vez mais, de renda.
O empresário Amade Camal, com seu Grupo SIR, é um dos poucos aventureiros que tenta navegar contra a maré pesada da hesitação e da falta do carinho fiscal do Estado, empurrando sua produção industrial para bom porto.
Há poucos anos, ele abraçou a antiga Cometal-Mometal, uma Metalomecânica então falida. Agora apenas COMETAL, a empresa tem fornecido atrelados para viaturas de variada tonelagem. O que não é propriamente uma novidade.
A grande novidade é que amanhã o Grupo SIR vai fazer a entrega de um super-atrelado, encomenda da Tropitex/Tropigália.
Mas, afinal, qual é o segredo do SIR?
“O SIR maximiza as oportunidades e prioriza a formação de recursos humanos nacionais de forma a ter sustentabilidade”, diz ele.
A empresa COMETAL, localizada na Machava-Sede, na Matola, é a maior metalomecânica do país e uma das cinco maiores da região austral de África. Sua vocação é a produção de vagões, equipamentos agrícolas, contentores e infraestruturas móveis.
Para além da entrega do super-atrelado, a COMETAL vai inaugurar amanhã a “operacionalização de uma linha de montagem de motorizadas”, com a presença de Silvino Moreno, o Ministro da Indústria e Comércio.(Carta)
Uma equipa da Willow International School de Moçambique foi nomeada a ‘Melhor da África Subsaariana’, na Competição de Ciências do Ensino Secundário Avançado de Cambridge de 2023 (Cambridge Upper Secondary Science Competition 2023).
Centenas de estudantes de todo o mundo participaram na competição que dá aos alunos a oportunidade de desenvolver a sua paixão pela ciência e de desenvolver habilidades práticas que complementam os seus estudos académicos.
Estudantes do ensino IGCSE (Certificado Geral Internacional de Ensino Secundário) de Cambridge e dos Níveis O de Cambridge trabalharam em pequenas equipas para conduzir as suas próprias investigações científicas, sendo que as escolas submeteram as suas candidaturas mais fortes à Cambridge International para avaliação. No total, participaram 151 equipas.
A competição deste ano pediu aos alunos que considerassem a sustentabilidade no planeamento e que investigassem um tópico de relevância prática para as suas escolas ou comunidades, ajudando, assim, os alunos a conectar a ciência à solução para problemas do mundo real.
A candidatura vencedora foi apresentada pela equipa constituída pelos membros Carla Zuleca Chissano, Christian Kelven Maússe Zicai, Lucas Machava, Malika Allure De Sousa E Nogueira, Shantel Massula Da Silva e Thumisse Ribeiro Manhiça Penicela.
A investigação desta equipa teve como objectivo encontrar uma maneira mais barata e sustentável de remover o corante Azul de Metileno das águas residuais. O Azul de Metileno é um corante sintético amplamente utilizado na indústria. É um produto químico perigoso que, quando libertado pelas fábricas em lagos e rios, mata a vida aquática e constitui uma ameaça para a saúde pública.
Segundo os estudantes, as tecnologias convencionais que são usadas para tratar as águas residuais com corantes são caras e complexas – portanto eles identificaram a necessidade de encontrar uma alternativa mais acessível para proteger o nosso meio ambiente e a nossa saúde. Eles testaram a eficácia do uso de uma planta perene, Pyracantha coccinea, na remoção do corante.
Ao descrever a experiência, os alunos afirmaram: ‘Estamos extremamente felizes por saber que ganhámos a competição na África Subsaariana. Foi uma experiência fantástica e desafiadora. Nos últimos nove meses, a nossa equipa trabalhou arduamente para atingir o nosso objectivo de criar e expandir um projecto ambiental relevante que pudesse ter um impacto na vida de milhões de pessoas. Nós queríamos conscientizar as pessoas sobre os poluentes da água e desenvolver uma solução realista que pudesse ser recriada em larga escala também em vários países de fora de África. Esta oportunidade da Cambridge International aumentou a nossa experiência em ciências ambientais e ajudou-nos a criar um impacto significativo para a nossa comunidade e potencialmente para muitas outras'.
Dr. M. A Hussain, Vice-Director da Willow International School de Moçambique, disse: ‘Dá-me imenso prazer saber que a nossa escola venceu a mais prestigiada e competitiva Competição de Ciências do Ensino Secundário Avançado de Cambridge. Estamos muito orgulhosos dos nossos alunos por se terem tornado os vencedores gerais da África Subsaariana. Endereço os meus sinceros agradecimentos à Cambridge International por fornecer uma educação de qualidade em todo o mundo e por dar oportunidades aos alunos de crescer de uma forma em que cada um possa brilhar'.
A equipa e os outros vencedores Melhores da Região de todo o mundo competirão agora pelo prémio geral Melhor do Mundo, a ser anunciado em Dezembro.
Carolyn Tiller, Vice-Directora da equipa de Desenvolvimento de Qualificações e Apoio às mesmas da Cambridge International, afirmou: ‘É uma grande conquista ganhar o prémio 'Melhor da África Subsaariana' e gostaria de dar os parabéns aos alunos vencedores, pelas suas habilidades científicas e pela pesquisa, e aos professores que os apoiaram. Nós pedimos aos alunos que pensassem sobre sustentabilidade e meio ambiente nas suas investigações e eles abraçaram o desafio. Espero que esta competição os tenha ajudado a ver como podem aplicar os seus estudos na vida real e que os tenha inspirado a considerar uma carreira científica’.
O painel especializado de júris incluiu a Dra. Helen Eccles, a Dra. Elaine Wilson, da Universidade de Cambridge, a Dra. Claire Malone, Líder do departamento STEM da Lightyear Foundation, o Professor Chris Huang, da Universidade de Cambridge, e a Dra. Lucia Garcia Lecuona, uma ex-estudante da Cambridge International, agora na AstraZeneca.
Uma comunicação do painel afirmou: ‘Os juízes gostariam de dar os parabéns a todas as escolas e equipas que entraram na competição pelo seu trabalho árduo e pelo entusiasmo, não apenas àquelas cujas investigações foram submetidas a avaliação, mas a todas que alcançaram prata, bronze e prémios de participação. Ficamos encantados ao ver muitas investigações científicas excelentes, bem pensadas e bem executadas. Em particular, foi gratificante ver um leque amplo de temas escolhidos pelas equipas e a motivação por trás deles, muitas vezes baseados em questões locais com um impacto de sustentabilidade mais amplo'.
Há dois períodos de inscrição para a Competição de Ciências do Ensino Secundário Avançado de Cambridge de 2023. As escolas podem entrar no segundo período de inscrição de Julho a Outubro de 2023.