As taxas de juro de referência no sistema financeiro moçambicano têm vindo a baixar significativamente nos últimos meses. Após cinco meses de estagnação, desde o início do ano, altura em que se situava nos 14.25 por cento, a Taxa de Juro de Política Monetária, a Taxa MIMO, caiu 1.5 por cento, em Junho e Agosto passados, para os actuais 12.75 por cento.
Falando à margem da assinatura de um memorando de entendimento com a Companhia Africana de Gestão de Serviços, o Director da Banca de Retalhos e Negócios do banco Barclays, Pedro Carvalho, disse que a desaceleração da taxa de juro permite que cada vez mais seja mais fácil ou barato o acesso ao crédito às empresas e famílias.
“Nós acreditamos que esse movimento de queda de taxas de juros irá prolongar-se ao longo de 2020, o que é benéfico para a economia; cria boas condições de financiamento à economia e a vida de cada um dos moçambicanos pode melhorar de forma mais rápida”, perspectivou Carvalho.
Ainda segundo a fonte, com a queda da taxa de juro, o banco sente uma adesão crescente ao crédito por parte de todos os seguimentos da sociedade, desde os particulares até às grandes empresas. (Evaristo Chilingue)
“O mercado de cimento, em Moçambique, não é sorridente”, lamentou, terça-feira finda (22), em Maputo, o Director Geral da Cimentos de Moçambique (CM), Edney Vieira, que também é presidente da Associação dos seis produtores de cimento no país.
Segundo Vieira, a capacidade de produção anual da indústria nacional de cimento é de cerca de 5 milhões de toneladas, mas nos últimos anos a quantidade reduziu para a metade. De 5 milhões de toneladas, 3 milhões é a capacidade de produção anual da CM, mas, para este ano, a maior produtora de cimento no país espera oferecer ao mercado cerca de 1.2 milhão de toneladas.
Para o gestor da CM, a falta de mercado do cimento, em Moçambique, arrasta-se há dois anos por efeitos da crise económica influenciada, principalmente, pelos efeitos das dívidas ocultas. Como consequência, a CM que é comparticipada por empresas públicas moçambicanas (Caminhos de Ferro de Moçambique e a Empresa Moçambicana de Seguros) e pelo Estado (através do Instituto de Gestão e Participação do Estado), não está a ter lucros.
“Não estamos a dar lucros anualmente aos nossos accionistas, dos quais, alguns são entidades do Governo”, queixou-se o Director da CM.
Falando no âmbito da celebração dos 95 anos da empresa, Vieira acrescentou que a situação agrava-se com a importação “dolarizada” de matéria-prima e o elevado custo de energia eléctrica, factores que, em última análise, pesam para a definição do preço de venda do cimento no país. (Evaristo Chilingue)
A custar actualmente entre 380 a 405 Meticais, o saco de 50 kg, o preço do cimento poderá encarecer ainda mais nos próximos dias, avançou segunda-feira (22), em Maputo, o Director Geral da Cimentos de Moçambique (CM), Edney Vieira.
Falando no âmbito da comemoração dos 95 anos de existência da empresa (CM), Vieira explicou que o agravamento do preço dever-se-ia ao elevado custo de importação, via marítima, do Clinquer, a principal matéria-prima para a produção do cimento.
“Ao abrigo do Acordo de Paris, os organismos internacionais estão a impor aos transportadores marítimos a redução de emissões a um nível mais baixo. Assim, para aqueles que têm navios antigos (por sinal a maioria) devem investir dois ou três milhões de USD em máquinas novas, mas eles não têm isso. Então, são os navios novos que têm essa tecnologia. Ora, importar nessas máquinas é mais caro”, explicou o Director Geral da CM.
Com essa medida, Vieira disse esperar que os custos de importação se elevem na ordem de nove a 10 por cento no preço de Clinquer que, actualmente, é adquirido na Arábia Saudita, facto que em última análise irá reflectir-se no preço final.
O Director Geral da CM não avançou a data da fixação do novo preço do cimento, alegadamente porque tudo depende das imposições dos organismos internacionais no âmbito do referido Acordo que rege medidas de redução de emissão de gases de efeito estufa, a partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global abaixo de 2ºC, preferencialmente em 1,5ºC, e reforçar a capacidade dos países de responder ao desafio, num contexto de desenvolvimento sustentável. (Evaristo Chilingue)
Um agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), afecto à província de Sofala, concretamente na cidade da Beira, morreu durante um combate travado na manhã desta quarta-feira (23 de Outubro), na zona da Txiriro, próximo à ponte do rio Púnguè, no distrito da Gorongosa, naquela província do centro do país.
Conforme apurámos de fontes envolvidas no combate, tudo começou quando um grupo de homens armados desconhecidos atacou uma viatura da UIR que circulava por aquele local, tendo de imediato criado pânico ao longo da Estrada Nacional Nº 1.
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa pública Aeroportos de Moçambique (ADM), Emanuel Chaves, confirmou, esta quarta-feira, à “Carta”, a apreensão, por ordem judicial, de viaturas adquiridas pela empresa. Entretanto, Emanuel Chaves escusou-se a dar detalhes sobre o assunto, sob a alegação de que as apreensões resultam de um processo que se encontra em tribunal.
Porém, “Carta” apurou que as apreensões estão relacionadas com o processo decorrente da dívida que a empresa pública tem com o extinto Nosso Banco. O Nosso Banco foi, recorde-se, extinto em Novembro de 2016 por ordens do actual Governador do Banco Moçambique, Rogério Zandamela, devido à ausência de capitalização, de uma estrutura económico-financeira e a graves problemas de liquidez e de gestão.
Parte das viaturas apreendidas, sabe-se, havia sido afecta aos gestores de topo daquela empresa pública, responsável pela gestão dos aeroportos e aeródromos no território nacional. Soube o nosso jornal que até um autocarro que servia para o transporte dos trabalhadores foi, igualmente, recolhido pelo tribunal.
Entre as viaturas dos gestores de topo que foram recolhidas por ordens do tribunal, apenas a alocada a Emanuel Chaves, um Jeep Grand Cherokee, que também foi adquirida pela empresa e ainda está em nome desta última, é que foi “poupada”. O facto da viatura do PCA ter sido “poupada” está a levantar muita celeuma na empresa com alguns trabalhadores a questionar os critérios usados para selecção das viaturas que deviam ser recolhidas.
A empresa Aeroportos de Moçambique está mergulhada numa crise financeira de que a história não guarda qualquer registo. Ao extinto Nosso Banco, a empresa deve qualquer coisa como 820 milhões de meticais (dum total 17 mil milhões de meticais com a banca nacional).
O Nosso Banco era maioritariamente detido pelo Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) com 72 por cento e pela Electricidade de Moçambique (EDM) com 15,1 por cento. Na sequência da dissolução do Nosso Banco, Rogério Zandamela sancionou ainda seis antigos membros do Conselho de Administração com multas de 500 mil meticais cada e proibi-los de, por um período de três anos, exercer cargos sociais e de gestão em instituições de crédito e sociedades financeiras.
A ADM tem sob gestão cinco Aeroportos Internacionais (Maputo, Beira, Tete, Pemba e Nampula) cinco Aeródromos Principais (Lichinga, Inhambane, Chimoio, Quelimane e Vilankulo) e nove Aeródromos Secundários (Angoche, Bilene, Inhaca, Lumbo, Mocímboa da Praia, Ponta de Ouro, Costa do Sol, Ulónguè, Songo).
A empresa Aeroportos de Moçambique foi criada pelo decreto no 10/80 de 1 de Novembro como Empresa Estatal, no culminar do processo de um longo processo de restruturação das actividades da aviação civil. A ADM foi transformada em Empresa pública através do decreto-lei no 3/98 de 10 Fevereiro. (Carta)
Está, pouco-a-pouco, a ser concretizado o plano do Presidente da República, Filipe Nyusi, de remover o “capim comprido que cresce sozinho” no Ministério da Economia e Finanças (MEF), conforme rotulou os gestores do Instituto Nacional de Estatística (INE) aquando da inauguração do novo edifício daquele Ministério.
Depois de, a 27 de Agosto, o Chefe de Estado ter exonerado Rosário Fernandes da presidência daquela instituição, agora foi a vez do Director de Censos e Inquéritos, Arão Mbalate, cessar as funções que vinha exercendo desde Setembro de 2016, nomeado por Rosário Fernandes.
Ao que tudo indica, Tudelo Guirrugo, Comandante do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Gaza, parece ser peça-chave da operação que levou ao assassinato do activista social Anastácio Matavel, então director do Fórum das Organizações Não-Governamentais de Gaza (FONGA), no passado dia 07 de Outubro, na cidade de Xai-Xai, província de Gaza.
Aliás, durante a audição com o juiz de instrução, Euclídio Mapulasse terá dito, soube “Carta”, que a ordem para “tirar de circulação” Anastácio Matavel foi emanada pelo Comandante do GOE, em Gaza, no dia 19 de Setembro último, que, actualmente, encontra-se suspenso por ordens expressas do Comandante Geral da PRM, Bernardino Rafael, dias depois do sucedido.
O Governo necessita de 2.1 mil milhões de Mts para fazer face às necessidades da próxima época chuvosa, que inicia neste mês de Outubro. Entretanto, actualmente, o erário só tem disponíveis 900 milhões de Mts, estando com défice de 1.2 mil milhões de Mts.
A informação foi partilhada, esta terça-feira (22 de Outubro), em Maputo, durante a reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, dirigida pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário. De acordo com a Ministra da Administração Estatal e Função Pública (MAEFP), Carmelita Namashulua, o valor visa cobrir a possível ocorrência de ventos fortes, inundações nas cidades e vilas, seca, cheias e ciclone, que poderão ocorrer nos próximos meses.
O Plano de Contingência para a próxima época chuvosa refere que as calamidades naturais poderão afectar 1.618.000 pessoas em todo o território nacional, das quais 276.300 estão em risco de cheias e 396.000 pessoas em risco de ciclones.
Segundo Namashulua, os 1.2 mil milhões em falta serão disponibilizados pelo governo, parceiros de cooperação, sociedade civil. Entretanto, sublinhou que não é apenas de dinheiro que o governo necessita para dar melhor resposta à época chuvosa 2019-2020. “Precisamos mobilizar meios aéreos, terrestres, fluviais e outros para fazer buscas e resgates sempre que for necessário”, afirmou.
Entre as áreas destacadas, o sector da saúde, educação, agricultura e alimentação serão os mais afectados, neste período. Dados do SETSAN (Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional) apontam que 1.994.538 pessoas, das quais 1.208.205 vivem em áreas afectadas pelo ciclone IDAI, 181.951 em áreas afectadas pelo Ciclone Kenneth e 445.385 em zonas afectadas pela seca, poderão ser afectadas pela insegurança alimentar.
A governante disse que os parceiros de cooperação garantem a cobertura de cerca de 1.2 milhão de pessoas em insegurança alimentar até Março, cabendo ao Governo prestar assistência a cerca de 600 mil pessoas por mês. (Marta Afonso)
Como artista, Da Vinci foi um dos mestres da anatomia topográfica, realizando muitos estudos sobre o esqueleto humano, os músculos, os nervos, tendões e outras características anatómicas visíveis. Da Vinci também registou os efeitos das emoções humanas, o seu detalhe físico e facial foi um dos primeiros a realizar o desenho científico de um fecto humano. Nesse sentido, esta performance de teatro-dança, resultado de uma residência artística, busca explorar esses rascunhos, colocando-os em movimento nos corpos de dois actores/bailarinos, estabelecendo um diálogo criativo.
(25 de Outubro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
A Embaixada do Brasil organiza a Feira do Livro de Maputo. O evento contará com a presença da escritora brasileira Socorro Acioli.
(25 de Outubro, no Centro Cultural Brasil-Moçambique)