Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
Redacção

Redacção

O Governo da Índia travou investimentos adicionais de uma das petrolíferas estatais que faz parte do consórcio da Área 1 de gás natural de Moçambique para poder averiguar o negócio, avançou ontem a agência de notícias indiana PTI.

 

"O Governo está a estudar os investimentos estatais da Bharat Petroleum (BPCL) num bloco de gás em Moçambique e ainda não deu a aprovação formal para a empresa fazer gastos adicionais", escreve a agência indiana, num texto em que cita fontes ligadas ao negócio.

 

Em causa, estão 2,2 a 2,4 mil milhões de dólares adicionais para desenvolvimento da Área 1, refere, sendo que a Índia será um dos países que estará entre os principais consumidores do gás natural moçambicano.

 

O investimento global na Área 1 deverá ascender a cerca de 23 mil milhões de dólares e é liderado pela petrolífera francesa Total - que em setembro comprou a quota de 26,5% que pertencia à Anadarko, que arrancou com o projeto.

 

A Bharat é sócia no consórcio da Área 1 com uma quota de 10% desde 2008, mas averiguações na Índia sugerem que podia ter ficado logo na altura com 20%, só que deixou que esse remanescente passasse por outras mãos - o grupo de indústrias indianas Videocon - até ser comprado por outra empresa estatal, a ONGC Videsh - braço internacional da Oil and Natural Gas Corporation.

 

A Bharat comprou a sua quota de 10% em agosto de 2008 por 75 milhões de dólares.

 

"Fontes privadas disseram que a Anadarko havia originalmente oferecido uma participação de 20% na Área 1 à BPCL, mas a empresa estatal comprou apenas metade dela e o restante foi adquirido pela Videocon", refere a PTI.

 

Em 2013, a Videocon vendeu a mesma participação para a ONGC Videsh por 2,475 mil milhões de dólares, acrescenta - sendo que a ONGC Videsh já tinha adquirido 10% à Anadarko.

 

O Governo da Aliança Democrática Nacional (NDA, sigla inglesa), no poder desde 2014, "critica os quase seis mil milhões gastos pelas empresas do setor público indiano na participação de 30% na Área 1 em Moçambique", em negócios fechado durante a governação da Aliança Progressista Unida, escreve a PTI.

 

O executivo argumenta que "a queda dos preços do petróleo e do gás não justificava investimentos tão grandes".

 

A decisão final de investimento do consórcio da Área 1, momento que no setor é considerado como aquele em que o investimento se torna irreversível (com financiamentos e outros contratos fechados), foi concretizada numa cerimónia realizada em junho em Maputo.

 

A Total lidera o consórcio com 26,5%, ao lado da japonesa Mitsui (20%) e da petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores à indiana ONGC (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%). Os projetos de gás natural devem entrar em produção dentro de aproximadamente cinco anos. (Lusa)

Procuradores norte-americanos divulgaram documentos sobre as dívidas ocultas de Moçambique segundo os quais três moçambicanos obtiveram vistos de trabalho falsificados dos Emirados Árabes Unidos em 2013.

 

Os três suspeitos, Armando Ndambi Guebuza, filho do ex-Presidente Armando Guebuza, Teófilo Nhangumele e Bruno Tandade Langa, estão em prisão preventiva a aguardar julgamento em Moçambique, desde fevereiro. Nhangumele enfrenta ainda acusações nos Estados Unidos. Os procuradores expuseram, na sessão do julgamento na segunda-feira, em Nova Iorque, correios eletrónicos trocados entre 2013 e 2017 entre vários suspeitos de crimes de fraude, branqueamento de capitais e subornos.

 

Lucílio Matshinha, o Tchenguela, encontrado há dias com cornos de rinoceronte falsos quebrou o silêncio. Depois de uma vexatória detenção, ele agora acusa a polícia de manipulação (não foi detido perto do Hotel Términus, mas na Matola) e ataca veementemente a comunicação social pela publicação de “notícias erróneas” a seu respeito.

 

Ele diz que vai processar judicialmente todos os agentes do SERNIC envolvidos na sua detenção, todos órgãos de comunicação social que reportaram os factos na altura e o Estado moçambicano. “Carta” publica integralmente a sua versão dos factos, num texto enviado à nossa redacção e assinado pelo seu advogado Télio Chamuço:

 

segunda-feira, 28 outubro 2019 13:31

Renamo avança para o CC

O maior partido da oposição, a Renamo, submete, esta terça-feira, ao Conselho Constitucional (CC), um recurso para impugnar os resultados das VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, tornados públicos pelos órgãos eleitorais, a Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, no passado domingo, 27. 

 

A ideia é que o CC, que é o mais alto órgão de assuntos inerentes à constitucionalidade no país, declare de nenhum efeito os resultados anunciados, pelo facto dos referidos não refletirem àquela que, segundo a Renamo, foi a vontade popular expressa nas urnas no passado dia 15 de Outubro prestes a findar. Venâncio Mondlane, mandatário Nacional Renamo, é quem fará a deposição do expediente documental ao CC, que é actualmente dirigido por Lúcia Ribeiro, em substituição de Hermenegildo Gamito.

 

segunda-feira, 28 outubro 2019 09:45

Música / D’Manyissa em Concerto

O trabalho de D´Manyissa pode ser visto nos seguintes sites D'MANYISSA - NGOMA YA MOCAMBIQUE - https://youtu.be/n8xy5Kllw-U/D'MANYISSA- XIVIRI XA UTOMI https://youtu.be/AAUyXAPOo6U / D'MANYISSA- A TIKO DZA HOMBE NA TVM https://youtu.be/th8FPWS8xxw / D'MANYISSA- NOSSA UNIÃO https://youtu.be/NNAnJhc_aNw .

 

(30 de Outubro, às 18Hrs no Centro Cultural Brasil-Moçambique)

Um documentário realizado por João Graça e Fábio Ribeiro, produzido pela ANIMA, sobre a cidade de Maputo e as divisões sociais entre os subúrbios e a “cidade de cimento”. O documentário foi desenvolvido com uma abordagem participativa, levando personagens de bairros seleccionados a mostrarem-nos a sua visão do Maputo contemporâneo. Foi apoiado pelo CMI e financiado pelo Research Council of Norway.

 

(30 de Outubro, às 18:30Min em Maputo)

segunda-feira, 28 outubro 2019 09:39

Oficina / Desenho com Aparo e Tinta

O workshop Desenho com Aparo e Tinta é inspirado na técnica de tinta e pena utilizada regularmente por Leonardo Da Vinci nos seus esboços. Nesta oficina, orientada pela artista e professora Sara Carneiro, irá se aprender a fabricar o instrumento de aparo a partir de uma cana de bambu, e a desenhar com meios líquidos, com aparo e pincel, sobre papel.

 

(29 de Outubro, às 17Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)

A Cimentos de Moçambique (CM) diz que o mercado do cimento no futuro é risonho devido à instalação de megaprojectos para a exploração de gás natural na Bacia do Rovuma.

 

Segundo o Director Geral da CM, Edney Vieira, num futuro breve, a empresa poderá firmar parcerias para fornecimento de cimento ao projecto Golfino/Atum em instalação na Área 1 da Bacia do Rovuma.

 

É que, em Agosto passado, o então Presidente e Director Executivo da Anadarko em Moçambique, Stive Wlison, garantiu, aquando do lançamento da primeira pedra para a construção da indústria de liquefacção de gás natural do Projecto Golfinho/Atum, que todo o cimento concreto a ser usado no projecto seria de produção nacional, no âmbito do desenvolvimento do empresariado nacional.

 

Segundo Viera, ao nível da CM, o propósito da Anadarko, ora comprada pela Occidental, ainda não foi materializado, mas disse esperar que, num futuro breve, haja contratos para fornecimento de cimento. “Ainda não há contratos firmes, mas acredito que em breve chegaremos lá”, afiançou Viera.

 

Face às boas expectativas, o Director Geral da CM disse estar convicto de que o actual cenário de fraco poder de compra do cimento mude.

 

Das seis empresas produtoras de cimento no país, a CM conta com uma conta e mercado de 54 por cento. (Evaristo Chilingue)

A petrolífera norte-americana ExxonMobil, em instalação com outras companhias na Bacia do Rovuma, norte do país, para exploração de gás natural, tem vindo nos últimos meses a oferecer várias oportunidades de negócios ao empresariado nacional (e não só), para auxiliar na perfuração em águas ultra-profundas no alto mar nos blocos de Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D.

 

Em anúncios publicados na imprensa local, a multinacional oferece quatro oportunidades de negócios. Trata-se de serviços de Cimentação e serviços de Perfuração Direcional, Medição durante a Perfuração no bloco de exploração de Angoche A5-B. O âmbito de trabalho do primeiro concurso (Cimentação) inclui o fornecimento de materiais e serviços de cimento (apoio com equipamento, materiais, funcionários, instalações e logística. O outro concurso inclui também instalações associadas, ferramentas e equipamentos que atentam aos requisitos específicos do poço.

 

A ExxonMobil requisita também Gás Marinho de baixo Teor de Enxofre para dar apoio na perfuração dos blocos de exploração de Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D no alto mar.

 

A petrolífera requisita, igualmente, embarcações de Apoio Marítimo para operações de Perfuração nos blocos de exploração Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D no alto mar. O âmbito de trabalho desse concurso inclui o fornecimento de até três embarcações (mais uma para intervenção de suporte rápido), de abastecimento de plataformas grandes, com um mínimo de 80 metros de cumprimento, construído em 2012 ou posteriormente.

 

De entre vários documentos para a candidatura, às empresas interessas nos concursos acima descritos cujo prazo é até dia oito (08) de Novembro próximo, a ExxonMobil exige carta de apresentação; detalhes de experiência; instalações existentes; registo em Moçambique; Políticas de Protecção, Saúde e Meio Ambiente. (Evaristo Chilingue)

Enquanto o partido Frelimo, no poder desde a independência, e o seu candidato, Filipe Jacinto Nyusi, comemoram mais uma vitória eleitoral, os partidos da oposição contestam os resultados do escrutínio do passado dia 15 de Outubro, publicados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), na tarde de ontem, 27 de Outubro.

 

Neste domingo, a CNE confirmou a “goleada” que o candidato da Frelimo pediu aos membros e simpatizantes da Frelimo, durante a campanha eleitoral. Assim, Filipe Nyusi renovou o mandato com os expressivos 73 por cento, em virtude de ter obtido 4.507.422 votos validamente e a Frelimo conquistou 184 lugares na Assembleia da República, mais 40 que no actual mandato, em que soma apenas 144 assentos.

 

Falando a jornalistas, momentos após a divulgação dos resultados, na cidade de Maputo, a mandatária da Frelimo, Verónica Macamo, defendeu que os resultados reflectiam a confiança que os moçambicanos têm na sua formação política, para além de que os mesmos também representam uma grande responsabilidade e estímulo para o seu candidato arregaçar as mangas e trabalhar.

 

Para Verónica Macamo, a vitória da Frelimo foi conseguida graças ao trabalho de Filipe Nyusi, como Chefe de Estado, que demonstrou o seu carinho pela Paz e a vontade de o país a remar para frente. Sublinhou ainda que, tal como no passado, os eleitores não se sentirão defraudados, pois, “honraremos cada voto com trabalho” até porque “o nosso Presidente disse que ninguém será excluído”.

 

Por seu turno, os partidos da oposição optaram pelo boicote do evento, que decorreu no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano e com duração de cerca de 1:40 horas. Em conversa com “Carta”, Sande Carmona, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política do país, reiterou que a sua formação política não reconhece os resultados divulgados pelos órgãos eleitorais, “devido às irregularidades insanáveis registadas”.

 

“Para nós, os resultados pertencem à CNE e ao partido Frelimo e não reflectem os interesses e nem a vontade do povo moçambicano. O verdadeiro resultado foi posto em causa, no momento em que as eleições deixaram de ser livres, justas e transparentes”, explicou a fonte, exigindo, desta forma, a anulação e repetição do escrutínio.

 

Para tal, explicou o porta-voz do MDM, a sua formação política irá interpor um recurso junto do Conselho Constitucional, a pedir a anulação dos resultados. Estaremos a fazer o nosso papel, a nossa prática. “Se o Conselho Constitucional estiver ao lado do povo irá concordar connosco”, diz a fonte.

 

Por sua vez, os restantes partidos da oposição preferiram aglutinar-se junto das instalações do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), na capital do país, para contestar os resultados das eleições. (Carta)