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BCI
quarta-feira, 25 maio 2022 07:04

DIZ-NOS, Ó MÃE ÁFRICA!

Escrito por

JanatoJanatoBig 1



Muito do que se sabe e escreve


Sobre a biografia do teu vasto corpo


Desde o Norte ao Sul, do Leste a Oeste


Foi-nos por mentes estrangeiras embeberado


Como esponja seca exposta a rios de abundantes águas


Assim, a tua nobre história nos foi maquinosamente revelada!



Ó mãe África

 

Nós, teus filhos e tuas filhas,


Julgamos-te orgulhosamente


Pelas coloridas e caríssimas capulanas asiáticas


Escoltadas de lenços feitos em cabeças despenteadas.



Nós, teus filhos e tuas filhas,


Sorrimos com lábios batonizados


Reclamando a injustiça que sofremos do racismo


Que também se aloja em nós perante nossos irmãos.



Afinal, ó mãe África


Qual é mesmo a nossa verdadeira raça?


Será que está na cor da nossa enegrecida pele

 

ou no conteúdo das nossas quase entupidas mentes?



Afinal, ó mãe África


Qual é mesmo a nossa língua?


Swahili, Árabe, Afrikans, Changana, Sena ou Emakua


Ou Inglês, Espanhol, Português, Francês e Mandarim?



Diz-nos, ó mãe África


Quem realmente nos pode ajudar


Em meio a tantas incertezas e maquilhadas hi(e)stórias?



Diz-nos, ó mãe África


Para onde foi o tempero que nos uniu


E deu à luz os 59 anos que em humandemia celebramos?



Diz-nos, ó mãe África


Será que os teus verdadeiros filhos


Sumiram com o emergir de uma era independente


Ou as astutas ovelhas ganharam o formato de lobos?



Diz-nos, ó mãe África


A quem confiaste a tua verdadeira história?


Aos teus filhos euroamerisiaticamente colonizados

 

Ou sua versão actualizada, importadores de colonização?


Aos senhores feudais que outrora nos colonizaram

 

Ou a sua versão capitalista africanamente modernizada?



Afinal, ó mãe África


Quem realmente carboniza o teu sonho

 

E de todos teus filhos, de crescer e desenvolver?


São agentes político-financeiros estrangeiros

 

Que nos apoiam a cometer brilhantes asneiras

 

E a envenenar a nossa afrirmandade sanguínea


Para depois surgirem como disciplinados auditores-investigadores


Ou teus quase ingénuos filhos, verdadeiros nacionalobistas  

 

Que compactuam com estes malabarismos macabros?



Diz-nos, ó mãe África


Em meio a tantas e importadas maquilhagens


Hoje, ubuntu já não mais nos une como outrora


E a linguagem que ansiamos educacionalmente aprender

 

Entupida de memes e vídeos sem conteúdos, nos contamina.



Afinal, ó mãe África


Quem são os teus verdadeiros filhos?


Os líderes políticos e libertadores de ontem


Ou todos que nasceram do teu vasto ventre pátrio?



Afinal, ó mãe África


Porque a pobreza se recusa nosso pátio abandonar


Se em teu vastíssimo corpo de berço da humanidade

 

Banhado do mais sustentável recurso, teus jovens txiladamente embebedados,


Descobrem-se vestígios de abundantes recursos naturais, aquáticos e petrolíferos?



Afinal, ó mãe África


Quem são as tuas verdadeiras filhas?


As que pegaram na caneta e aprenderam a discutir o feminismo importado


Ou as que, submissas, sobrevivem com marcas de enxadas em suas palmas?

 

 

Afinal, ó mãe África

 

Quando os teus jovens filhos e filhas

 

Tomarão as rédeas da tua geografia

 

Serão protagonistas da tua tão sofrida moderna história

 

Dominarão as áreas da circunferência da tua economia

 

Ensinarão teus filhos com a devida qualidade técnico-científica

 

E comandarão os destinos deste navio que carrega teu vasto, mas sofrido povo?

 

 

Diz-nos, ó mãe África

 

Quando teus velhos filhos

 

Como bons atletas, com olhos fitos no futuro, para o bem comum

 

Passarão o bastão da tão desgastada governação para as novas gerações

 

Que sucumbem no desemprego alimentado pelo exacerbado custo de vida?

 

 

Diz-nos, ó mãe África

 

Quando a formação académica e saúde de qualidade

 

Voltarão a pisar e habitar no teu vasto pátio

 

Hoje mais terra de gente de outras geografias

 

Que usurpa e domina sobre tudo e todos?

 

 

Diz-nos, ó mãe África

 

De onde virá a nossa esperança?

Mesmo assim, ó mãe África


Hoje cimentamos a certeza de que a tua juventude


Que caminha entorpecida e txiladamente adormecida

 

Receberá a luz da consciência e do espírito pan-africanista

E com eles fará o transplante da chama da tua vigorosa veia pensante


Definindo caminhos e alternativas de resposta acertadas


Para travar os vários desafios que aos teus filhos atormentam


E conduzir a tua vasta e riquíssima geografia ao porto desejado

 

Abrindo assim uma nova página para escrever a tua tão esperada história


Onde prevaleçam o mérito, a verdade, a coesão e a justiça social!

Sir Motors

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