Trata-se de aferir se Cumaio não deixou qualquer cadastro de improbidade por onde ele passou como gestor; se deixou folha limpa ou não; se as alegações disponíveis podem servir de base para se reconsiderar a sua nomeação.

 

Recorde-se, Cumaio já foi diretor da Unidade de Direção do Calcado e Cortumes, Administrador do antigo Banco Popular de Desenvolvimento, Administrador Financeiro da Emose (donde saiu para criar sua empresa de seguros, a Austral, onde, segundo consta, não paga salários há mais de 6 meses). E nos últimos tempos tem estado muito activo no Pelouro de Finanças da CTA. E a Austral cheia de dívidas na praça.

 

Ou seja, o Governo está indicando um patrão endividado para fazer a gestão do fundo de pensões dos trabalhadores? Sim! Um fundo de pensões imensamente disputado pelo sector privado? Sim! Não era altura de reformular-se o modelo de gestão do INSS depois do fracasso dos últimos anos, com PCAs improbos, incluindo alguns provenientes dos sindicatos (como Francisco Mazivila) e do patronato (como Inocêncio Matavele).

 

Faz qualquer coisa concreta, senhor Presidente Nyusi! Sua abordagem contra a corrupção tem de ir para lá das boas intenções. Isso implica uma capacidade de vigilância das acções dos membros do seu Governo, uma vigilância preventiva. Esta nomeação devia ser posta em standy by, ate que esse escrutínio esteja completado.