Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Sociedade

A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e a Ordem dos Arquitectos de Moçambique lançaram, na quinta-feira passada, em Maputo, o prémio anual Júlio Carrilho, uma forma de homenagear e preservar o legado do primeiro bastonário daquela ordem e primeiro ministro das Obras Públicas após a independência de Moçambique, falecido em 2021, vítima de doença.

 

Júlio Carrilho foi também administrador da FDC, professor auxiliar e director do Centro de Estudos de Desenvolvimento do Habitat da Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane.

 

O prémio, dividido em duas partes, visa distinguir o melhor trabalho de fim de curso de arquitectura, assim como o melhor projecto da área, desenvolvido por jovens até 30 anos de idade. 

 

O lançamento do prémio decorreu durante o primeiro Congresso dos Arquitectos e contou, além dos profissionais do sector, com a presença do ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, Presidente do Conselho Autárquico de Maputo, Rasaque Manhique, Secretário de Estado da Cidade de Maputo, Vicente Joaquim, PCA da FDC, Graça Machel, viúva e filhos de Júlio Carrilho. 

 

“Queremos que sejam valorizados os trabalhos que abarcam o uso racional da água e o uso de energias renováveis, para que possamos contribuir nas acções de adaptação às mudanças climáticas”, disse Graça Machel. 

 

Por sua vez, Fernanda Machungo, esposa de Júlio Carrilho, lembrou as qualidades de Júlio Carrilho enquanto líder, esposo, amigo e professor, destacando sua bondade, honestidade e paciência. “É impossível mencionar Júlio sem mencionar sua paixão pela arquitectura. Os passeios em família aos domingos eram repletos de histórias e lições, tornando cada dia ao seu lado uma experiência enriquecedora e educativa", disse.(Carta)

Celeste Macunha, membro da Assembleia Municipal de Quelimane, eleita no passado dia 11 de Outubro de 2023 e empossada no dia 07 de Fevereiro de 2024, foi encontrada morta por queimadura, no distrito de Nicoadala.

 

Em vida, Macunha era membro do Comité Distrital do Partido Frelimo em Quelimane. Ela teria sido vista pela última vez na tarde de quinta-feira, um dia depois da tomada de posse, quando participava num funeral em Quelimane.

 

Surpreendentemente, na manhã da sexta-feira, começaram a circular nas redes sociais imagens do corpo de Macunha, carbonizado em Nicoadala. Falando à imprensa, o legista Emílio Lucas disse que a cabeça da vítima tinha fortes sinais de violência, perpetrada por indivíduos desconhecidos.

 

“O corpo foi encontrado num estado avançado de carbonização e com partes difíceis de identificar. A vítima encontrava-se ainda com lesões no cérebro sugestivas de terem sido produzidas por um objecto contundente”, explicou.

 

De acordo com o Director do Hospital Central de Quelimane, Ladino Saúde, além de membro do Partido Frelimo, Celeste Macunha era também funcionária daquela unidade sanitária e tinha sido designada para o sector de limpeza.

 

“Na sexta-feira ela tinha que entrar para trabalhar, mas não apareceu, o que foi bastante estranho para nós, tratando-se de uma funcionária que nunca se ausentou. A sua ausência preocupou os seus colegas que mais tarde entraram em choque com a notícia da sua morte”.

 

Por sua vez, o Porta-voz da polícia na Zambézia, Sidner Lonzo, esclareceu que a identificação da malograda só foi possível graças aos documentos da vítima encontrados no local, mas tudo indicava que não foi carbonizada onde o corpo foi encontrado, aventando-se a hipótese de ter sido trazido. Lembre-se que Quelimane é uma das 65 autarquias do país onde o partido no poder (FRELIMO) não venceu as eleições municipais. (Carta)

Os estudantes moçambicanos que estavam acampados no Instituto de Bolsas de Estudo (IBE) há quase uma semana, exigindo o cumprimento de um acordo de financiamento de bolsas no exterior, partiram hoje para o Brasil, constatou a Lusa.

 

“Já embarcamos”, disse à Lusa Castigo Dias, um dos estudantes bolseiros, minutos antes de o voo deixar o Aeroporto Internacional de Maputo com destino ao Brasil.

 

A viagem foi financiada pela Emose - Empresa Moçambicana de Seguros.

 

O grupo de quase 40 estudantes moçambicanos esteve acampado, desde segunda-feira, à porta do IBE, em Maputo, protestando contra a violação de um acordo de cooperação técnica entre aquela instituição e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), um documento que previa que o Governo moçambicano financiasse as suas bolsas de estudo no Brasil.

 

Segundo o estudante, o grupo teve as passagens na sexta-feira, após a assinatura de alguns documentos de termos de compromisso e declaração de bolsas no IBE, e finalmente seguiram para as suas casas para se preparar para a viagem.

 

“Para mim é um sonho realizado, valeu a pena ter ficado ali (no IBE acampado)”, disse Castigo Dias.

 

Na sexta-feira, a diretora geral do IBE, que não quis responder às questões dos jornalistas, reiterou que nunca prometeu financiar as despesas dos estudantes, embora um acordo, assinado pela própria responsável em junho de 2021, tivesse esta cláusula.

 

“Reiteramos aquilo que dissemos inicialmente sobre a nossa responsabilidade neste processo em relação às bolsas de estudos, que não passou de um mal-entendido dos estudantes perante este cenário todo”, declarou Carla Caomba.

 

No acordo, a que a Lusa teve acesso, o IBE assume a responsabilidade de disponibilizar as passagens aéreas para os estudantes moçambicanos, bem como auxílio financeiro mensal para cada um, que varia entre 175 e 200 dólares (entre 163 e 186 euros).

 

A União Nacional dos Estudantes moçambicanos submeteu ao Provedor de Justiça uma queixa contra o instituto de bolsas, considerando que a falta de assistência aos estudantes, sobretudo aos provenientes de outras províncias do país (um total de 17), é uma “negligência grave".(Lusa)

Homens armados condicionaram esta quinta-feira (8) o trânsito rodoviário no troço Macomia-sede/cruzamento de Bilibiza, vulgo ADPP, causando longas filas de viaturas nos dois lados da estrada EN380. Por este motivo, muitas viaturas que se dirigiam ao centro e norte e vice-versa não chegaram ao destino.

 

Fontes descreveram que os homens armados, estimados em dez, mandavam parar viaturas e faziam cobranças de valores monetários, sem violentar as vítimas.

 

"Todos estavam mascarados, só deixavam os olhos, tal como os alshababs, mas não são porque não diziam Allah Akbar. Entretanto, nada garante que não são, uma vez que circulavam na zona de Cagembe em Quissanga que fica perto de onde estavam a interpelar viaturas", explicou Muidine Abudo.

 

Por seu turno, Sumail Anlawe explicou à "Carta" que duas viaturas "fiscalizadas" pelos homens armados chegaram à vila de Macomia. As mesmas fontes disseram que outros transportadores que iam à cidade de Pemba também sofreram cobranças e seguiram viagem.

 

Refira-se que o local onde os homens armados mandaram parar várias viaturas fica depois da aldeia Nangololo para quem circula no sentido Pemba-Macomia. Em ocasiões anteriores, a região foi alvo de ataques terroristas que resultaram em mortos e feridos. (Carta)

Os 39 estudantes que concorreram a bolsas de estudo para diversos cursos na Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) continuam em território nacional, sem nenhuma solução para a viagem e a dormir em frente às instalações do Instituto de Bolsas de Estudo de Moçambique (IBE).

 

Os estudantes alegam que o IBE não tem dado nenhuma informação e os funcionários entram e saem da instituição sem dizer nada. Entretanto, na tarde de terça-feira (06), circularam informações nas redes sociais dando conta de que a Emose iria custear na totalidade as passagens aéreas destes estudantes para o Brasil, pondo fim ao impasse que pairava sobre a viagem. 

 

As mensagens foram partilhadas por diversas figuras, incluindo alguns jornalistas moçambicanos que, por sua vez, congratularam o PCA da Emose. Nesta quarta-feira (07), “Carta” conversou com os estudantes para saber se já tinham informações sobre a disponibilidade da Emose, mas mostraram-se surpresos. 

 

“Nós não temos nenhuma informação sobre a nossa viagem. Até aqui ninguém da Emose nos contactou sobre este assunto. Nós também acompanhamos o assunto através das redes sociais. Acho que esta informação não é verdadeira ou é algo que ainda carece de confirmação. Nós continuamos a dormir aqui em frente ao IBE e somos 20 estudantes que dormimos aqui, sobretudo nós que viemos das províncias. Continuamos a depender de pessoas de boa-fé para nos alimentar”, esclareceu Leonel Jorge Mumuane, um dos integrantes do grupo.

 

Mumuane referiu que alguns colegas até venderam as suas camas para conseguir dinheiro para tratar certos documentos e não sabe como vão arranjar-se em caso de terem que voltar para casa.

 

“Só nos restam apenas dois dias para chegarmos ao Brasil e, se não conseguirmos viajar até domingo, todos nós vamos perder as bolsas”, frisaram.

 

“Carta” não conseguiu nenhuma confirmação da Emose sobre o pagamento das passagens. Mesmo nas páginas oficiais desta instituição não consta nenhuma informação. (M.A)

Os dois agentes da Polícia de guarda fronteira moçambicana que há três semanas agrediram um camionista malawiano, no posto fronteiriço de Zóbuè, distrito de Moatize, em Tete, foram suspensos, após o inquérito preliminar concluir que houve excessos.

 

De acordo com o relatório médico emitido pelo Hospital Central Queen Elisabeth, em Blantyre, o camionista agredido, Elasto Ngonyani, sofreu lesões no tornozelo esquerdo e na cabeça, além de se queixar de dor lombar. Neste contexto, as autoridades malawianas exigem uma indemnização a favor da vítima, pedido condicionado à conclusão do relatório final da investigação em curso.

 

O incidente não afectou as relações diplomáticas entre os dois países, apesar de ser um precedente negativo no que toca à livre circulação de pessoas e bens na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, conforme estipulado no protocolo da SADC.

 

Segundo a Rádio Moçambique (RM), emissora pública, delegações técnicas de Moçambique e Malawi, incluindo as representações diplomáticas dos dois países acreditadas em Maputo e Lilongwe, reunidas há dias em Mangochi no Malawi, acordaram em continuar a trabalhar em estreita colaboração para o reforço das relações dos dois países.

 

A RM reporta que, na ocasião, Moçambique pediu publicamente desculpas ao Malawi pelo incidente, tendo prometido trabalhar com a polícia para uma actuação dentro dos limites estabelecidos.

 

As duas delegações acordaram igualmente que o processo de reafirmação de fronteiras deverá ser retomado com a maior brevidade, após ter sido paralisado devido à Covid-19. Frequentemente têm se registado incidentes na fronteira comum devido à alegada usurpação de terras ou expulsão de malawianos que praticam agricultura em território moçambicano. O último incidente registou-se em Makanjira. (Carta)

Pág. 91 de 648