Já está em curso o processo de levantamento dos danos causados pela Tempestade Tropical Severa “Filipo”, que na manhã desta terça-feira arrasou as províncias de Inhambane e Sofala, com maior impacto nos distritos de Machanga (Sofala) e nos distritos de Govuro, Inhassoro, Mabote, Funhalouro, Massinga, Maxixe e Inhambane (em Inhambane).
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, a tempestade entrou no país pelas 5h00, através do distrito de Vilankulo, tendo deixado um rasto de destruição. Dados avançados pelas autoridades indicam que a Tempestade Tropical Severa “Filipo” destruiu mais de cinco centenas de casas, afectando mais de 531 mil famílias, nas províncias de Inhambane e Sofala.
Os ventos, que chegaram a atingir 120 Km/h destruíram, igualmente, mais de 10 centros de saúde, perto de 40 salas de aulas e tombaram mais de cinco dezenas de postes de energia, deixando parte da província de Inhambane e o distrito de Machanga às escuras. Aliás, apenas a cidade de Vilankulo e a vila de Inhassoro é que se encontram parcialmente iluminadas com energia da rede pública, enquanto as cidades de Inhambane e Maxixe estão parcialmente iluminadas, através de um gerador de emergência.
A tempestade “Filipo” destruiu também os tetos dos edifícios da Procuradoria Distrital de Vilankulo e do Estádio Municipal de Vilankulo; tombou o sistema de telecomunicações em alguns distritos, com destaque para o distrito de Machanga, que se encontra incomunicável e arrastou uma viatura. Há registo de pelo menos sete feridos, na província de Inhambane, dos quais dois estão em estado grave.
Por sua vez, as chuvas fortes, que chegaram a atingir 200 mm em 24h, deixaram isolados os distritos de Mabote, em Inhambane, e Machanga, em Sofala, na sequência do corte verificado nas estradas que ligam aqueles distritos com a Estrada Nacional nº 1. Também destruíram, em “parceria” com as ondas do Oceano Índico, a Avenida da Marginal, no Município de Vilankulo, deixando vulneráveis algumas estâncias turísticas e residências.
A Edilidade de Vilankulo fala em estragos gigantescos, cuja reparação está acima das suas capacidades, enquanto o INGD (Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres) revela que ainda não dispõe de informações suficientes dos estragos causados em Machanga, visto que o distrito está incomunicável. No entanto, nas duas províncias ainda não houve registo de mortes.
Refira-se que, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia, a Tempestade Tropical Severa “Filipo” deverá permanecer no sul do país até ao fim do dia desta quinta-feira, devendo continuar a influenciar o estado de tempo nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane nas próximas 24 horas. O sistema regressará ao mar, através dos distritos da zona sul da província de Gaza e da zona norte da província de Maputo. (Carta)
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê a ocorrência de chuvas e ventos fortes em toda zona sul do país, na sequência da passagem, na manhã de hoje, da Tempestade Tropical Severa “Filipo”, que atingiu as províncias de Inhambane e Sofala.
De acordo com o aviso vermelho emitido na manhã desta terça-feira pelo INAM, as províncias de Inhambane, Gaza e Maputo deverão registar, nas próximas 24 horas, chuvas entre 100 a 200 mm, devendo ser acompanhadas de trovoadas. Igualmente, registar-se-á ventos fortes de até 90 Km/h, com rajadas de até 120 Km/h.
Devido aos avisos do INAM, lembre-se, a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos vem alertando para o risco moderado a alto de ocorrência de inundações nas regiões sul e centro, sobretudo nas cidades de Quelimane, Beira, Dondo, Matola e Maputo.
A entidade entende que as chuvas fortes poderão causar a subida dos caudais das bacias dos rios Licungo, Raraga, Namacura, Baixo Zambeze, Púnguè, Buzi, Lipompo, Incomati, Umbeluzi, Maputo e nas bacias costeiras das províncias de Inhambane e Zambézia, facto que poderá causar inundações nas zonas baixas e condicionar a transitabilidade rodoviária e ferroviária.
Refira-se que a Tempestade Tropical Severa “Filipo” entrou no continente pelas 05:00 horas de hoje, através do distrito de Vilankulo, província de Inhambane, depois de ter surgido na passada quinta-feira como uma "Perturbação Tropical". O Sistema, sublinha o INAM, deverá continuar a movimentar-se progressivamente para o sudoeste. (Carta)
Dois membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) acusados de prática de homicídio voluntário contra um cidadão na cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, estão detidos numa das esquadras da PRM, enquanto decorrem diligências para a sua responsabilização.
As autoridades policiais em Cabo Delgado apontam que os dois membros das FADM agrediram a vítima de 38 anos até à morte, depois de ter sido interpelado pelos referidos militares no bairro Alto Gingone. O Chefe das Relações Públicas no Comando Provincial da PRM em Cabo Delgado, Aniceto Magome, contou a jornalistas, que os dois militares tomaram a iniciativa de espancar a vítima até à morte, que estava numa barraca, por se ter apresentado como Sargento das FADM.
Os dois membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique aproximaram-se da vítima e questionaram se de facto era sargento, tendo respondido negativamente, e daí começou o espancamento até à morte. (Carta)
A conjuntivite, que eclodiu no princípio do mês de Fevereiro, em Nampula, alastrou-se para mais seis províncias, totalizando sete ao nível do país, segundo informações partilhadas pelo director nacional de saúde pública, Quinhas Fernandes. Sem dar detalhes sobre o número total de pessoas infectadas pela doença, Quinhas Fernandes disse à imprensa, nesta segunda-feira, que o Governo está a envidar esforços, para estancar a conjuntivite.
“Os problemas de higiene continuam a ser um dos principais vectores da doença, com especial enfoque para a não lavagem das mãos, razão pela qual a doença está alastrar-se por mais pontos do país”, explicou.
Segundo o director nacional de saúde pública, os pacientes com conjuntivite chegam a precisar de sete a 10 dias para se recuperarem da doença, que pode evoluir para uma situação mais grave, caso as pessoas não se cuidem.
“Lavar as mãos, principalmente antes de levar a cara ou trocar objectos de uso pessoal, pode ser um dos melhores caminhos para evitar a contaminação da doença”, frisou.
Oncocercose uma nova doença que ameaça afectar Moçambique, depois de Tanzânia e Malawi
Moçambique está em risco de eclosão de oncocercose, numa altura em que 32 países africanos já registam casos da doença. De acordo com as autoridades da saúde, oncocercose é uma doença provocada por uma picada de mosca negra e que pode levar o paciente à cegueira. Falando esta segunda-feira (11) em Maputo, no âmbito da primeira Reunião do Comité Específico em Oncocercose, o vice-ministro da Saúde, Ilesh Jani, disse que Moçambique precisa estar preparado e com ferramentas, para que não seja surpreendido pelo surto desta doença.
“Devemos estar preparados porque neste momento, dos 99 por cento dos casos registados pelo mundo, 32 encontram-se em países africanos e dos 14 milhões que contraíram a doença, 1,2 chegam a desenvolver a cegueira”, disse. (M.A)
O governo do Presidente Filipe Nyusi mantém a estratégia de "gestão de danos" do conflito em Cabo Delgado, procurando ganhar tempo no plano interno e externo e não comprometer as promessas de levantamento da suspensão do principal projecto de gás natural a cargo da Total Energies (Área 1). A aposta do governo aponta para a utilização pelo exército dos novos reforços militares provenientes do recrutamento obrigatório e de equipamentos entretanto encomendados, como drones.
O aumento da presença jihadista a sul de Cabo Delgado, para onde vários grupos se deslocaram durante o mês de Janeiro, compromete a circulação para Pemba e volta a colocar pressão sobre a indústria extractiva e sobre a zona norte da província de Nampula.
Segundo fontes locais, para além da entrada de estrangeiros recrutados para combater ao lado dos insurgentes em Cabo Delgado, continuam a ingressar nas células armadas dezenas de naturais de Nampula, sobretudo dos distritos de Memba e Erati, que estiveram sob ataque em Setembro de 2022.
Os últimos 75 dias foram caracterizados pelo agravamento significativo da insegurança em Cabo Delgado.
“África Monitor” reporta ainda que Moçambique poderá atrair mais investidores para Energia Solar. Com efeito, Niassa, Cabo Delgado, Zambézia e Maputo deverão liderar os projectos de energia renováveis, sobretudo energia solar, com ligação à rede pública.
O governo pretende que 1/5 da matriz energética do país (20%) provenha de fontes renováveis em 2030, de acordo com o Plano Director de Infra-Estruturas Eléctricas 2018-2043. A energia é ainda, juntamente com os custos logísticos e as telecomunicações, um dos factores-chave desincentivadores do IDE no país, devido aos custos mais elevados. (África Monitor)
A milícia tradicional, os Namparamas, do posto administrativo de Katapua, no distrito de Chiúre, matou, na passada sexta-feira (08), três agentes de educação cívica eleitoral e abandonou os corpos na residência do chefe do posto. Os agentes encontraram a morte quando, alegadamente, mostraram dificuldades de responder algumas perguntas feitas na altura de interpelação.
Fontes disseram à "Carta" que os três agentes foram interpelados pelas 16h00 na aldeia Nauawane, quando estavam a propagar, através de altifalantes, mensagens sobre a importância do Recenseamento Eleitoral.
"Isso aconteceu na sexta-feira pelas 16h00. Eles também falharam porque antes de comunicar o líder da aldeia começaram a convocar encontro. Foi daí que apareceram os Namparamas, afirmando que os agentes não se apresentaram às autoridades”.
Os Namparamas começaram a bater no líder do grupo, alegando que não conseguia explicar as perguntas colocadas e o pior veio quando o chefe do posto de Katapua negou ter conhecimento do início da Educação Cívica Eleitoral. Acto contínuo, espancaram os três homens até à morte, usando catanas, paus e pedras.
As fontes acrescentaram: “já há medo de trabalhar em Chiúre porque os agentes cívicos e os recenseadores poderão não escalar aquelas aldeias, o que pode levar à fraca participação".
"Carta" soube que desde sexta-feira foi destacada uma unidade policial a Katapua, para responder a qualquer eventualidade de agressão, sobretudo a Funcionários e Agentes do Estado. O Administrador de Chiúre, Oliveira Amimo, confirmou a morte dos três agentes de educação cívica, avançando que uma brigada foi constituída para investigar os contornos do crime. (Carta)