A província de Maputo está, desde a madrugada de ontem, sob chuva intensa, com a baixa da cidade capital e diversos bairros alagados, prevendo-se que o mau tempo continue até terça-feira, avançou à Lusa o Instituto Nacional de Meteorologia.
“Este é o resultado da combinação entre o tempo quente que registamos nos últimos dias na zona sul do país e a humidade. Esta conjugação gerou esta instabilidade e esta queda de precipitação. O volume de precipitação esteve em torno de 150 milímetros em menos de 24 horas (…)”, declarou à Lusa Telmo Sumila, meteorologista.
A chuva deixou vários bairros das cidades de Maputo e Matola alagados, incluindo a baixa da capital, que tem uma das principais avenidas quase intransitável: 25 de setembro.
“Este cenário vai continuar nas próximas 24 horas. Para Maputo, pelo menos até terça-feira o cenário vai abrandar”, explicou Telmo Sumila.
Além da província de Maputo, a chuva cai também nas províncias de Gaza e Inhambane, no sul, com um volume de 50 e 75 milímetros nas últimas 12 horas, prevendo-se que o mau tempo também afete o litoral de Sofala e Zambézia, no centro do sul.
Até terça-feira, o estado de tempo poderá melhorar na província de Maputo, mas vai piorar no norte de Inhambane e também afetar o litoral das províncias de Sofala e Zambézia, frisou.
A Administração Regional de Águas do Sul (ARA-SUL) apelou hoje, em comunicado, para medidas de precaução face ao aumento dos níveis de água nas bacias dos rios Movene e Calichane, em Maputo.
“Além disso, a capacidade de retenção da barragem dos Pequenos Libombos está reduzida após a passagem do ciclone tropical `Fillipo´(que se abateu sobre o sul do país há pouco mais de uma semana). Estejam em alerta e tomem medidas de segurança adequadas”, refere-se no documento.
A atual época chuvosa em Moçambique, que começa em outubro, já provocou a morte de um total de 135 pessoas e afetou outras 116.334, indica um relatório consultado pela Lusa na quinta-feira.
Dos 135 óbitos registados desde outubro e até segunda-feira, 57 foram causados por descargas atmosféricas, 31 por cólera, 24 por afogamentos, 20 por desabamento de casas e três por ataques de animais, refere o relatório do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
A época das chuvas 2023/2024 causou ainda 181 feridos, a destruição total e parcial de 6.348 casas e inundação de outras 10.473, além de afetar também 652 embarcações, 26.354 hectares de culturas, 5.879 dos quais considerados perdidos.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril. (Lusa)
A doença acabou contribuindo na redução do efectivo e nas condições de atendimento, numa altura em que os casos continuam a subir significativamente na província de Sofala. Segundo a Directora Clínica do Hospital Central da Beira, Ana Tambo, todos os profissionais que prestam atendimento no sector da oftalmologia contraíram a doença, mas também foram registados casos noutros sectores. Entretanto, quase metade destes profissionais já se encontram curados e regressaram aos seus postos.
“Neste momento, o HCB tem um cumulativo de 2800 casos de conjuntivite hemorrágica, dos quais três tiveram que ser internados devido a algumas complicações. Ouvimos que os doentes de conjuntivite estão a lavar o rosto com urina e colocam aloé vera, enquanto outros coçam os olhos, o que acaba causando lesões”, explicou Tambo.
Face ao cenário, ela apelou a todos os pacientes com sintomas de conjuntivite para se dirigirem à unidade sanitária mais próxima. Tambo contou que o Hospital Central da Beira registou um caso de conjuntivite num recém-nascido, contaminado pela avó, quando foi visitar o neto. (M.A)
Membros da Marinha de Guerra afectos no arquipélago das Quirimbas são acusados de raptar um agente económico informal na ilha Quirambo, na noite da última terça-feira (19). Os fuzileiros circulam em diferentes ilhas, a partir do seu quartel na ilha do Ibo.
As causas do rapto ou captura são até aqui desconhecidas, embora se suspeite estarem relacionadas com o combate ao terrorismo, uma vez ser esta a missão daqueles agentes de defesa e segurança naquela área da costa de Cabo Delgado.
Fontes na ilha do Ibo disseram que a captura do referido comerciante ocorreu à calada da noite, quando de repente foi visto um grande contingente a escalar a sua residência. "O que sabemos é que ele foi levado, mas não sabemos para onde. Os militares foram com ele na embarcação, deixando a esposa e as crianças", disse à "Carta" um residente local.
Outro residente também confirmou: "ouvimos que foi levado, nós o conhecemos. Costumava vir aqui no Ibo comprar alguns produtos, então hoje (quinta-feira) ouvimos que foi capturado", disse, acrescentando que o comerciante era deslocado da aldeia Darumba no posto administrativo de Mucojo.
Refira-se que, nos últimos dias, devido ao patrulhamento da Marinha de Guerra, a actividade pesqueira, a principal fonte de sobrevivência da população no arquipélago das Quirimbas, não têm sido realizada normalmente.
Na segunda-feira (18), Jesus Barreto, Fuzileiro da Força Naval em Pemba, disse a jornalistas que há um trabalho com as lideranças locais para passar documentos aos pescadores para não serem confundidos, uma vez que está a intensificar a patrulha na costa da província de Cabo Delgado. As autoridades dizem ter estabelecido um perímetro de segurança que não pode ser ignorado. (Carta)
As infecções respiratórias estão no topo da lista das doenças que deram mais entrada no sector pediátrico do Hospital Geral José Macamo (HGJM) localizado na capital moçambicana, nos últimos três meses. Na lista, segundo a médica pediátrica do HGJM, Lúcia da Graça, estão doenças como a malária e infecções gastrointestinais, que totalizam uma média diária de 25 internamentos.
“As doenças mais frequentes nos últimos três meses têm sido a malária, as infecções respiratórias e as infecções gastrointestinais”, disse a médica que falava em declarações à AIM, na terça-feira (19).
Actualmente, o Hospital Geral José Macamo tem cerca de 20 crianças internadas, sendo que o período de internamento naquela unidade hospitalar, segundo a fonte, é de cerca de três a cinco dias para o caso de infecções respiratórias. Na pediatria, a AIM encontrou Inocência Chamabale que está internada com a sua filha de três meses de vida, desde a última quinta-feira, por conta de complicações respiratórias e tosse.
“O que me trouxe aqui é que a criança estava com problemas de respiração e tosse. Não estava a respirar bem”, disse Chamabale que esperava receber alta hospitalar ainda na tarde de terça-feira. A mãe conta que, neste mês, é a segunda vez que busca os serviços pediátricos, sendo que a primeira foi com a outra filha gémea e ficou internada por quase uma semana.
Na mesma situação está Laucina Ernesto, mãe de uma menina de dois anos e nove meses, que apresentava problemas de respiração, mas que graças ao quadro de recuperação assinalável, diz que sua alta hospitalar está prevista para quarta-feira.
A médica pediátrica do hospital assegurou, no entanto, que apesar de o hospital estar em obras de reabilitação, o sector de pediatria continua com os serviços de atendimento aos pacientes a decorrer com normalidade. (AIM)
Apenas 72 gavetas, das 140 existentes para a conservação de corpos, funcionam na Morgue Municipal anexa ao Hospital Central de Maputo (HCM). A inoperância de 68 gavetas propicia actos de corrupção por parte dos funcionários para a cedência de espaço para a conservação de corpos. Nesta quarta-feira (20), a Vereadora de Saúde do Conselho Municipal de Maputo, Alice de Abreu, visitou de surpresa a Morgue do HCM para inteirar-se das reclamações dos utentes e fiscalizar o andamento das obras em curso.
“Constatamos que os munícipes contribuem para as cobranças ilícitas, aliciando os trabalhadores da Morgue. Assim sendo, apelamos aos munícipes para que evitem esses actos de corrupção, ligando para os números que fazem a gestão destes serviços”, disse.
“Se eu for à morgue do HCM e constatar que não há capacidade para conservação porque todas as câmaras estão cheias, não devo tentar aliciar o funcionário para que coloque o corpo do meu ente querido”.
Em relação ao facto de quase metade das gavetas não estarem a funcionar, Alice de Abreu disse que estão em curso obras para aumentar a capacidade de conservação dos corpos, num investimento de oito milhões de Mts, disponibilizados pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo.
De Abreu garantiu que decorrem obras de manutenção das câmaras para que funcionem por mais tempo. Na ocasião, a Vereadora disse que um dos maiores constrangimentos que se regista na Morgue é a falta de reclamação dos corpos, o que também contribui para a fraca capacidade de resposta. Só em 2023, não foram reclamados 3000 corpos e, após trinta dias, foram levados à vala comum. (M.A)
São cerca de 270 casos de conjuntivite hemorrágica notificados no Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo, segundo dados fornecidos pelo sector da saúde nesta província.
De acordo com o Oftalmologista do serviço Provincial de saúde em Maputo, Armindo Chabane, as autoridades sanitárias reforçaram a vigilância naquele estabelecimento prisional. A fonte falava em entrevista à Rádio Moçambique, emissora pública.
“Os cerca de 270 casos de conjuntivite hemorrágica diagnosticados naquele estabelecimento prisional fazem parte dos setecentos e setenta registados em toda a província de Maputo”, explicou Chabane. Face ao surto, o oftalmologista apela à população a evitar tratamentos caseiros em casos de infecção e recomenda que se dirija à unidade sanitária mais próxima.
Por outro lado, nesta segunda-feira, uma nota recebida na Redacção dá conta do encerramento de uma escola privada na cidade da Beira, por um período de quatro dias, devido à Conjuntivite Hemorrágica. A medida foi tomada como forma de assegurar o controlo domiciliário dos alunos, professores e trabalhadores não-docentes, prevenindo assim uma eventual contaminação.
Entretanto, o Ministério da Saúde aconselha que, em caso de contaminação pela Conjuntivite Hemorrágica, o paciente deve permanecer em casa até que se recupere. Lembrar que os primeiros casos de conjuntivite hemorrágica na província de Maputo foram registados no passado dia 13 de Fevereiro. (M.A)