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Sociedade

Um grupo de mais de dez terroristas escalou, às 08h00 deste sábado (02), a sede do distrito de Quissanga, em Cabo Delgado, aparentemente, para adquirir produtos básicos na vila, facto que, devido à ausência das Forças de Defesa e Segurança no local, chamou a atenção da população que se pôs em fuga.

 

Os comerciantes que já tinham aberto as suas bancas e barracas abandonaram o negócio, deixando as portas abertas, o que permitiu que os terroristas saqueassem muitos produtos alimentares. A presença dos terroristas durou mais de 5 horas.

 

"Sim, os terroristas estão em Quissanga-sede. Estão a carregar arroz em direcção à Mussomero. As pessoas estão a assistir e outras esconderam-se", disse um residente, acrescentando que a incursão terrorista acontece numa altura em que muitos funcionários públicos já estavam no distrito, incluindo o Administrador."É isso mesmo, estou a sair do mato e soube que os terroristas já se foram embora, mas levaram produtos alimentares e uma motorizada. Ao que tudo indica, estão acampados em Mussomero, disse um funcionário público, acrescentando: "os terroristas não fizeram mal a ninguém e nem dispararam".

 

Aliás, ontem, o Administrador de Quissanga, Sidónio Lino, foi visto entre a multidão que fugia para o Ibo. “Carta” perguntou-lhe, ontem durante a manhã, qual era a situação da vila. Ele disse que não lhe competia a ele responder, que essa informação era da alçada do Ministério da Defesa ou do Comando Geral da Polícia.

 

Uma das lojas afectadas localiza-se na zona da “aldeia”, nome pela qual é conhecida a baixa de Quissanga, nomeadamente onde se concentram os operadores pesqueiros. É a loja do “Muinde”, um comerciante local de origem indiana. 

 

Entretanto, uma fonte disse à "Carta" que, devido à situação, um grupo de funcionários conseguiu sair de barco e, provavelmente, estaria a caminho da cidade de Pemba. A fonte assegurou também que os terroristas não dispararam e nem manifestaram intenção de perseguir civis, reforçando a ideia de que o seu objectivo era adquirir produtos alimentares.

 

"Em Quissanga não há força militar, só em Bilibiza. Na verdade, aqueles que chegaram à sede não eram muitos, mas o outro grupo fica em Mussomero. Os funcionários públicos, incluindo professores, já estão aqui para começar com as aulas e outras actividades. Assim, não sei como será", disse outra fonte.

 

Devido a questões de segurança, há quase três semanas que as aulas não são leccionadas pelos menos nas escolas de Quissanga-sede, incluindo na escola secundária, em parte, devido à fuga dos professores. Outros serviços públicos também não funcionam devidamente, também por causa da ausência dos funcionários. Refira-se que esta é a terceira vez que os terroristas escalam Quissanga em menos de dois meses. (Carta)

O Projecto OncoInvest, financiado pelo Instituto Camões e pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), irá contribuir, ao longo dos próximos três anos, para “melhorar o acompanhamento clínico e a adequação da terapia dos doentes oncológicos em Moçambique, através do reforço dos meios de diagnóstico e das competências dos profissionais de saúde”, referem os serviços de comunicação da FCG.

 

A iniciativa prevê também a criação de um bio-banco de tumores operacional e a divulgação do conhecimento científico por médicos e investigadores moçambicanos na área oncológica, nomeadamente, através da criação de um mestrado em oncologia.

 

O OncoInvest irá ainda promover parcerias com outros centros de investigação e instituições académicas internacionais e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), adianta a Gulbenkian.

 

A execução do projecto – com um financiamento superior a 800 mil euros, sendo 70 por cento de participação do Instituto Camões e 30 por cento da Fundação Calouste Gulbenkian – irá decorrer sob a responsabilidade da Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (FAMED-UEM), e contará com a coordenação de Carla Carrilho, médica e investigadora, em articulação com o Hospital Central de Maputo.

 

Os parceiros técnicos deste projecto em Portugal são o Centro Hospitalar de São João, o Instituto Português de Oncologia do Porto e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP). (7MARGENS)

acidentes viacao min 1

Dezasseis (16) pessoas perderam a vida, numa semana, nas estradas nacionais, vítimas de 15 acidentes de viação, com incidência para seis atropelamentos e quatro despistes. Os sinistros resultaram ainda em 11 feridos graves e 38 ligeiros.

 

Os acidentes ocorreram entre 17 e 23 de Fevereiro findo. Velocidade excessiva e ultrapassagem irregular são apontadas como as principais causas da sinistralidade no país. No mesmo período, a Polícia da República de Moçambique (PRM) aponta o registo de 107 delitos, em particular, os crimes contra património e pessoas, com 46 e 35 casos, respectivamente.

 

A PRM apreendeu ainda 133 livretes e 461 cartas de condução e aplicou 4.702 multas, por cometimento de diversas infracções. Neste âmbito, 20 cidadãos foram presos por condução ilegal e 33 por corrupção.

 

Foram detidos igualmente 1300 indivíduos, sendo 665 por violação de fronteira e 267 por imigração ilegal, para além da apreensão de 106,212 quilogramas de cannabis sativa, vulgo suruma, 240 gramas de rock e 15 pichos de heroína. As autoridades apreenderam também seis armas de fogo e 111 munições, nas províncias de Maputo e Inhambane.

 

Entretanto, as estatísticas policiais do primeiro semestre de 2023 dão conta de que 387 pessoas morreram em acidentes de viação, sendo que grande parte são de transporte de passageiros. (M.A)

O Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos de Desastres (INGD) de Moçambique apelou ontem aos deslocados dos ataques terroristas em Cabo Delgado para denunciarem a possível presença de insurgentes nos centros de acomodação.

 

“Temos que continuar a ser vigilantes, a saber quem é que está do nosso lado, porque, se calhar, nós, ao sair de Chiúre, para aqui, talvez estejamos a sair com os insurgentes, com aqueles bandidos”, disse a presidente do INGD, Luísa Meque, num encontro, no distrito de Eráti, província de Nampula, com famílias obrigadas a fugir do distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, norte do país, na sequência de ataques terroristas, nas últimas semanas.

 

“Temos que reforçar a vigilância, [saber] quem é que está do nosso lado, quem é que está a receber o nosso apoio”, enfatizou Meque.

 

A presidente do INGD admitiu que a assistência alimentar que está a ser prestada às vítimas da violência armada em Cabo Delgado é insuficiente, devendo ser disponibilizada gradualmente.

 

“Sabemos que nem todos poderão ter, no mesmo momento, o apoio que nós estamos a trazer, porque somos muitos”, declarou Luísa Meque.

 

Face a relatos de que há residentes do distrito de Eráti que também se têm feito passar por deslocados de guerra, para receberem assistência, as autoridades terão o cuidado de assegurar que apenas as vítimas da violência é que vão ter ajuda humanitária, avançou Meque.

 

“Só vão receber o apoio ou a assistência aquelas pessoas que não são daqui, aquelas pessoas que deixaram tudo nas suas casas para vir para aqui”, destacou.

 

Na quinta-feira, o Governo moçambicano disse que 67.321 pessoas fugiram dos ataques armados das últimas semanas na província de Cabo Delgado, avançando que algumas populações já estão a regressar aos pontos de origem.

 

“Nesta altura, nós falamos de cerca de 67.321 deslocados, o que corresponde a 14.217 famílias”, afirmou Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, numa conferência de imprensa, no final da sessão semanal do órgão.

 

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria de 27 ataques em vilas “cristãs” no distrito de Chiùre, Cabo Delgado, em que afirma terem morrido 70 pessoas nos últimos dias.

 

Através dos canais de propaganda do grupo, que documenta estes ataques com fotografias, é referida ainda a destruição de 500 igrejas, casas e edifícios públicos.

 

As autoridades moçambicanas não comentam a situação operacional, mas a Lusa ouviu nos últimos dias, na vila de Chiùre, relatos de deslocados que chegam à localidade sobre ataques, destruição de hospitais, escolas e casas, além de mortos, provocados em diferentes aldeias do distrito pelos insurgentes.

 

O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, afirmou na segunda-feira à Lusa que os atos “macabros” que assolam há duas semanas o sul daquela província moçambicana são protagonizados por “grupinhos” de “extremistas violentos”.

 

A província de Cabo Delgado enfrenta há mais de seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.

 

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com dados das agências das Nações Unidas, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.(Lusa)

A Presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Luísa Meque, apelou à vigilância por parte dos deslocados, provenientes de Cabo Delgado, para que não permitam que os terroristas se infiltrem e recebam apoio do Governo. “Sabemos que nem todos poderão ter ao mesmo tempo o apoio que nós estamos a trazer porque somos muitos. Entretanto, nós queremos contar com a vossa colaboração neste pouco que trazemos, para poder chegar a todos. Só vão receber apoio ou assistência aquelas pessoas que deixaram tudo nas suas casas para vir para aqui”, disse Luísa Meque.

 

Exortou para a necessidade do reforço da vigilância, explicando que na fuga precipitada de Chiúre para Eráti, os deslocados podem ter vindo na companhia de alguns insurgentes. “Por isso temos que reforçar a vigilância para saber quem está do nosso lado, quem está a receber o apoio e quem é a pessoa que está a registar”, frisou.

 

Falando nesta quarta-feira, no distrito de Eráti, província de Nampula, onde se encontram vários deslocados provenientes da província de Cabo Delgado, Luísa Meque disse: “Sentimos a dor que vocês sentem, por isso é que nos juntamos ao Governo e aos parceiros de modo a prestarmos assistência desde o primeiro momento”.

 

Por outro lado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em Nampula, diz ser urgente a mobilização de recursos para a alocação de tendas, na sede Distrital de Eráti, para permitir que os alunos possam regressar à escola “o mais urgente possível”.

 

Segundo o coordenador provincial do UNICEF em Nampula, Baissane Juaia, que falava à Rádio Moçambique, emissora pública, na vila de Namapa, o mais preocupante prende-se com o facto de 60 por cento dos cerca de 33 mil deslocados, serem crianças em idade escolar. (M.Afonso)

Cresce cada vez mais em Maputo o número de viaturas particulares que transportam pessoas, a troco de pagamento. Os carros particulares cobram por exemplo, da Baixa até Albazine, um valor que varia de 30 a 40 Mts por cada passageiro.

 

Em alguns casos, alguns munícipes contaram à “Carta” que já têm contratos com este tipo de transportadores, para levá-los de casa para o serviço e vice-versa. Alguns cobram diariamente e outros no fim do mês.

 

Entretanto, tendo em conta a onda crescente das “boleias pagas”, as autoridades lançaram, na semana finda, uma campanha de sensibilização que visa a formalização deste tipo de actividade.

 

A Agência de Informação de Moçambique (AIM) reporta que uma equipa multidisciplinar, composta pela polícia municipal, de trânsito e de protecção e a Procuradoria da cidade de Maputo, saiu à rua e interpelou os automobilistas em determinados pontos, persuadindo-os a formalizar o acto.

 

Recorde-se que, em Junho do ano passado, a Polícia Municipal da cidade de Maputo rebocou várias viaturas que faziam negócio de “boleia paga”, na Praça dos Combatentes, vulgo Xiquelene. Os carros apreendidos dedicavam-se particularmente ao transporte dos estudantes da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e de alguns trabalhadores que usam a Avenida Julius Nyerere para chegar ao serviço.

 

Na altura, alguns transportadores explicaram à “Carta” que submeteram vários pedidos ao Conselho Municipal de Maputo para licenciar este tipo de transporte, mas nunca tiveram nenhuma resposta. (M.A)

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