Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Economia e Negócios

A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) lançou, na última quarta-feira (27), em Maputo, o Terceiro Mercado de Bolsa. De acordo com informações colhidas no local, o novo mercado é um segmento alternativo da BVM, com um único objectivo de incubar ou preparar as empresas para ingressar no Segundo Mercado, devido a dificuldades que muitas delas enfrentam no momento do pedido de admissão ao mercado bolsista.

 

De entre os vários desafios, destaca-se a apresentação de contas não auditadas e a ausência de dispersão das acções pelo público.

 

De acordo com a BVM, o novo mercado destina-se a transaccionar acções em relação às quais não se verifica o cumprimento total de requisitos no momento do pedido de admissão à cotação, devendo a empresa (a cotar-se) reunir, cumulativamente, todos esses requisitos, num horizonte temporal não superior a dois anos.

 

Na ocasião, “Carta” apurou ainda que o Terceiro Mercado funciona como um espaço de indução, preparação e até mesmo de praça transitória para o acesso aos mercados oficiais da BVM, nomeadamente, o Mercado de Cotações Oficiais para as grandes empresas e o Segundo Mercado com foco às Pequenas e Médias Empresas (PME).

 

Com este segmento de mercado, a BVM pretende disponibilizar ainda mais um mecanismo de inclusão e universalização dos serviços públicos prestados pela instituição, visando, simultaneamente, potenciar a boa governação corporativa e emponderar as empresas e os investidores.

 

Intervindo na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da BVM, Salim Valá, enalteceu que a introdução deste segmento de mercado (o Terceiro) resultou da demanda concreta do sector privado. Acrescentou ainda que o lançamento do referido mercado foi antecedido por um estudo realizado entre 2018 e 2019, alinhado com as boas práticas internacionais e tem enquadramento na regulamentação vigente atinente ao assunto.

 

Por sua vez, o Presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma, destacou a importância do novo mercado, por apresentar soluções que constituem alternativa de financiamento (principalmente às PME que constituem 98 por cento da matriz empresarial nacional), através do mercado de capitais que capta poupança para o investimento produtivo.

 

“Como parceiros da Bolsa de Valores, reiteramos aqui o nosso cometimento para que esta iniciativa contribua para o sucesso das empresas moçambicanas, através da facilitação do acesso ao financiamento pelas PME e promoção da adesão de empresas ao mercado de capitais”, apelou Vuma. (Evaristo Chilingue)    

 Da esquerda para direita está Bruno Morgado (MGC), Philip Olovier ( Total) e Johan de Vos (Gigagoule)

A operadora de infra-estruturas de gás natural na região da África Austral, Gigajoule e a petrolífera francesa Total rubricaram, esta quarta-feira (27), em Maputo, um acordo de desenvolvimento conjunto para a importação anual de 200 milhões de Toneladas Métricas (TM) de Gás Natural Liquefeito (LNG, sigla em Inglês), para o consumo e geração de energia eléctrica (para o país e a região), a partir da Central Térmica de Beluluane, em projecção.

 

A ser fornecido pela Total, o GNL provirá de diferentes pontos do mundo, será descarregado no Porto da Matola numa unidade flutuante de armazenamento e regaseificação que será ancorada permanentemente nos próximos meses.

 

Numa altura em que Moçambique lidera a lista de países com elevado risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, o Banco de Moçambique (BM) diz que o combate a esses crimes deve ser enérgico e permanente face às consequências associadas aos males, numa economia em desenvolvimento como a nossa.

 

“A implementação de acções de prevenção e combate enérgico ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo deve ser permanente, com vista a minimizar este fenómeno, que pode pôr em causa a credibilidade do nosso sistema financeiro”, disse na última terça-feira (26) em Maputo, o vice-Governador do BM, Victor Gomes.

 

A gigante mineira brasileira Vale anunciou na terça-feira que encerrará sua mina de carvão em Moatize, na província de Tete, por três meses no próximo ano para “manutenção”. Em agosto, a subsidiária moçambicana da Vale anunciou que, no segundo trimestre de 2019, registou uma perda operacional de 145 milhões de USD, seguida de uma perda de 120 milhões de USD no primeiro trimestre.

 

Como resultado dessas perdas contínuas, a empresa fez uma revisão e está mudando seu foco da mineração de carvão térmico para o carvão metalúrgico usado na produção de aço. O preço do carvão térmico tem caído, em grande parte devido às empresas internacionais de eletricidade, que estão se afastando da energia gerada por carvão para a energia renovável ou a geração a gás, com menores emissões de carbono e menos poluente.

 

A empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) obteve o seu sétimo Certificado de Segurança Operacional (IOSA), concedido após auditoria nesse âmbito, pela Internacional Air Transport Association (IATA). O certificado é renovado para o período de 26 de Outubro de 2019 a 26 de Outubro de 2021, na sequência de bons resultados obtidos na auditoria, realizada de 27 a 31 de Maio do ano em curso.

 

A auditoria em referência avaliou a conformidade de mais de 900 requisitos do IOSA, distribuídos por oito secções, nomeadamente: Organização e Gestão (ORG); Operações de Voo (FLT); Controlo Operacional e Despacho de Voo (DSP); Engenharia e Manutenção de Aeronaves (MNT); Operações de Cabine (CAB); Operações de Terra (GRH); Operações de Carga (CGO) e Gestão de Segurança (SEC).

 

A renovação do certificado é prova de que a LAM tem documentado nos seus manuais operacionais e devidamente implementado os requisitos aplicáveis, constantes do IOSA Standards Manual (ISM), 12ª edição. A LAM foi certificada pela primeira vez em 2007, tendo sido recertificada sucessivamente em 2009, 2011, 2013, 2015 e 2017. O registo da recertificação pode ser acedido em: https://bit.ly/2XNnkVe (Carta)

O ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse ontem que a saída de Moçambique da categoria de incumprimento financeiro ('default') mostra que o país está a sair de uma fase má, mas que é "tradicionalmente um bom pagador".

 

"Moçambique tem tradição de ser um bom pagador. Há episódios maus que aconteceram, mas hoje estamos a voltar para aquilo que somos", disse Adriano Maleiane, falando à margem de um evento público em Maputo para o canal televisivo STV. A agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) melhorou o 'rating' de Moçambique para CCC+, retirando-o da categoria de incumprimento financeiro ('default') e atribuindo à economia do país uma perspetiva de evolução estável.