Presente em Portugal, Brasil e Angola, o Banco da China poderá instalar-se em Moçambique nos próximos anos. A informação foi avançada, semana finda, na capital portuguesa, pelo Presidente do Conselho de Supervisão daquela instituição, Wang Xiquan.
Intervindo no enceramento de um evento intitulado “Seminário de Comunicação e Cooperação Financeira Internacional”, enquadrado na iniciativa “Faixa e Rota”, Xiquan disse que a instituição que representa tem o intuito de abrir representações nos países de língua portuguesa, justificando o interesse com o facto de o Banco da China ser de carácter global.
O Banco “servirá de ponte para a comunicação entre a China e os países de língua portuguesa, facilitando a entrada” na China e ajudando “a desenvolver a cooperação nestes países”, acrescentou o Presidente do Conselho de Supervisão daquela instituição citado pelo site Macauhab.
“O Banco da China é um banco global, com o objectivo de prestar serviços e cooperar com os governos de todo o mundo, e gostaríamos de ter cada vez mais intercâmbios nas áreas económicas e financeiras, para podermos ser úteis”, concluiu o Presidente do Conselho de Supervisão daquela instituição.
Refira-se que, em Janeiro deste ano, um grupo de altos oficiais da Autoridade Financeira de Macau e do Banco Nacional Ultramarino também de Macau, anunciou a intenção de introduzir a moeda chinesa, o Renminbi (ou RMB e/ou Yuan) nas transacções comerciais entre Moçambique e China e em investimentos projectados para o nosso país. A justificação do grupo na altura cingiu-se à grande quantidade de projectos de infra-estruturas, exportações e muitos recursos naturais que nos próximos anos receberão investimento da China. (Evaristo Chilingue)
Com a aproximação da quadra festiva, o Indicador de Expectativas de Preços continua a aumentar nos últimos meses, relata o boletim mensal “Indicadores de Confiança e de Clima Económico”, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o inquérito, em Agosto passado, o indicador situava-se nos 92.4 pontos, mas em Setembro subiu para 93.9 pontos e, em Outubro, o nível cresceu para 94.6 pontos.
“Em Outubro, a previsão em alta de preços futuros esteve associada à opinião inflacionista vaticinada pelos agentes económicos dos sectores de alojamento e restauração, da produção industrial e de comércio, o que suplantou as restantes actividades inquiridas no mês em referência que consideraram que os preços vão baixar”, justifica o inquérito do INE.
Ainda de acordo com o mesmo boletim, o Indicador de Confiança do sector do Comércio registou no mês em análise uma subida exponencial. Tendo em Setembro se fixado nos 98.5 pontos, em Outubro a confiança dos agentes no negócio subiu para 101.1 pontos.
“Indicadores de Confiança e de Clima Económico” é um estudo que expressa opinião dos agentes económicos (gestores das empresas) acerca da evolução e perspectiva da sua actividade, particularmente sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações de actividade. (Evaristo Chilingue)
O projeto de exploração de gás natural da Área 1 do Norte de Moçambique prevê adjudicar contratos avaliados em 2.500 milhões de dólares (2.200 milhões de euros) a empresas moçambicanas durante as obras de construção, anunciou fonte oficial.
"O projeto espera adjudicar contratos de cerca de 2.500 milhões de dólares a empresas de capitais moçambicanos ou registadas em Moçambique durante o período de construção de cinco anos", referiu o diretor-geral da petrolífera Total em Moçambique e do Projeto Mozambique LNG, Ronan Bescond, citado em comunicado.
A Total lidera o consórcio e o valor representa "mais de um terço" dos contratos a celebrar na infraestrutura em terra (excluindo aquela a instalar no mar), acrescentou.
A maior parte do remanescente "será aplicado em bens e serviços técnicos altamente especializados que atualmente não podem ser adquiridos em Moçambique", disse ainda Ronan Bescond.
A Total está a promover sessões de apresentação de oportunidades de negócio a empresários moçambicanos em conjunto com as suas principais subcontratadas para as obras dos megaprojetos.
Trata-se do consórcio CCS JV contratado para engenharia, aquisições e construção da instalação de gás natural liquefeito (LNG, na sigla em inglês) e as empresas IFS (gestão de acampamento), Garda World (serviços de segurança), Gabriel Couto (construção de estradas), I-SOS (serviços médicos) e Renco (construção de acampamento).
A Área 1 prevê iniciar em 2024 a produção de 12,88 milhões de toneladas por ano de LNG.
Um outro plano de desenvolvimento está aprovado para a Área 4 da bacia do Rovuma, cujo consórcio é liderado pelas petrolíferas Exxon Mobil e Eni, que deverão anunciar a decisão final de investimento em 2020. (Lusa)
A consultora Fitch Solutions considerou hoje que a concessão de crédito pelos bancos moçambicanos vai acelerar de 5,8% este ano para 6,7% em 2020, menos de metade da média de 14,2% entre 2010 e 2018.
"No seguimento das contrações de 2017 e 2018, prevemos que os empréstimos aos clientes dos bancos em Moçambique acelere de 5,8% este ano para 6,7% no próximo ano", lê-se numa nota sobre o setor bancário.
Na nota, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que esperam que esta evolução se dê num contexto de "política monetária acomodatícia e uma inflação relativamente baixa, que deverão sustentar o crescimento da procura de crédito".
No entanto, concluem, "a má qualidade dos ativos dos bancos e os elevados empréstimos ao Estado vão continuar a limitar a emissão de crédito para o setor privado no curto prazo".
Estimando que a inflação deverá subir de 2,8% este ano para 5,1% em 2020, a Fitch Solutions avisa que "o ambiente ainda difícil para os empréstimos vai agir como um constrangimento a curto prazo na vontade dos bancos de fazerem empréstimos", já que o escândalo das dívidas ocultas, em 2016, e o consequente abrandamento da economia, dificultou o pagamentos dos empréstimos e baixou a qualidade dos ativos bancários no país.
"Isto refletiu-se no rácio do crédito mal parado face ao total, que subiu de uma média de 4% entre 2013 e 2016, para 11,3% em fevereiro deste ano", escrevem os analistas, concluindo que os efeitos dos ciclones no setor agrícola, que emprega mais de 70% da força de trabalho, "vai pesar ainda mais na qualidade dos ativos nos próximos trimestres, mantendo os bancos cautelosos na avaliação de novos créditos ao setor privado". (Lusa)
Jovens do distrito de Inhassoro, a norte da província de Inhambane, amotinaram-se na semana finda em frente à Administração local, protestando para serem empregues nos projectos da Sasol.
Conforme contam, as empresas sub-contratadas pela Sasol contratam a sua mão-de-obra fora do distrito de Inhassoro. A título de exemplo, referenciam a chegada, naquela semana, de um grupo de 100 pessoas vindas de Maputo para trabalhar na Bonatti uma empresa sub-contratada por aquela petroquímica sul-africana.
O incidente aconteceu numa altura em que decorria a inscrição de candidatos a emprego na sede da localidade daquele distrito. Face ao motim, o governo local viu-se obrigado a reunir com os manifestantes junto com os representantes da SASOL. Na reunião que não foi além de 30 minutos os manifestantes falaram num clima de tensão, de falta de transparência na contratação, cobranças de valores monetários que chegam a atingir os 15 mil Meticais em troca de emprego e a preferência de mão-de-obra de fora do distrito em detrimento da local.
Em resposta a estas inquietações, o governo prometeu criar uma comissão que integra elementos das comunidades para apurar a proveniência das pessoas trabalhando em projectos da SASOL. Tal comissão iniciou o trabalho na passada segunda-feira e irá divulgar o relatório amanhã.
Com vista a colher mais informações sobre o assunto, o nosso jornal contactou o responsável provincial pelas relações institucionais da SASOL, Januário Mucavele, o qual avança que a existência de “rumores” poderá ser o motivo da greve. Além disso, Mucavele recusou-se a fazer qualquer pronunciamento antes da divulgação do relatório.
“Neste momento, a Sasol não tem nenhum posicionamento, antes da divulgação do relatório da comissão do trabalho. Esse grupo de trabalho tem de apresentar o relatório no dia 5 de Dezembro. Seria prematuro pronunciarmo-nos sobre o assunto antes dessa data”, afirmou Mucavele.
Refira-se que, como consequência da greve, uma cidadã foi detida pela polícia e houve disparos para o ar, com objectivo de dispersar os manifestantes que chegaram a bloquear a estrada com toros e paus. (Carta)
A falta de confiança na economia moçambicana por parte dos agentes económicos agravou em Outubro passado, facto que acontece pelo quarto mês consecutivo.
No boletim mensal “Indicadores de Confiança e de Clima Económico (ICCE)”, publicado ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), consta que o nível de confiança dos agentes económicos decresceu de 97.9 pontos em Julho para 96.7 em Agosto. No mês de Setembro, o indicador voltou a agravar para os 93.5 pontos, tendo em Outubro último se fixado nos 92.5 pontos.
No relatório, a autoridade estatística explica que a conjuntura desfavorável deveu-se à deterioração das expectativas de emprego e da procura, que ocorre há dois meses. “Sectorialmente, a baixa confiança dos empresários em Outubro deveu-se à apreciação negativa da confiança nas actividades de transportes, de construção e da produção industrial, suplantando assim a avaliação positiva registada nas actividades de outros serviços não financeiros, de alojamento, incluindo a restauração e de comércio no período de análise”, acrescenta a fonte.
O ICCE é um estudo mensal que analisa a opinião dos agentes económicos (gestores das empresas) acerca da evolução e perspectiva da sua actividade, particularmente no que respeita ao emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações de actividade. (Evaristo Chilingue)