Jovens do distrito de Inhassoro, a norte da província de Inhambane, amotinaram-se na semana finda em frente à Administração local, protestando para serem empregues nos projectos da Sasol.
Conforme contam, as empresas sub-contratadas pela Sasol contratam a sua mão-de-obra fora do distrito de Inhassoro. A título de exemplo, referenciam a chegada, naquela semana, de um grupo de 100 pessoas vindas de Maputo para trabalhar na Bonatti uma empresa sub-contratada por aquela petroquímica sul-africana.
O incidente aconteceu numa altura em que decorria a inscrição de candidatos a emprego na sede da localidade daquele distrito. Face ao motim, o governo local viu-se obrigado a reunir com os manifestantes junto com os representantes da SASOL. Na reunião que não foi além de 30 minutos os manifestantes falaram num clima de tensão, de falta de transparência na contratação, cobranças de valores monetários que chegam a atingir os 15 mil Meticais em troca de emprego e a preferência de mão-de-obra de fora do distrito em detrimento da local.
Em resposta a estas inquietações, o governo prometeu criar uma comissão que integra elementos das comunidades para apurar a proveniência das pessoas trabalhando em projectos da SASOL. Tal comissão iniciou o trabalho na passada segunda-feira e irá divulgar o relatório amanhã.
Com vista a colher mais informações sobre o assunto, o nosso jornal contactou o responsável provincial pelas relações institucionais da SASOL, Januário Mucavele, o qual avança que a existência de “rumores” poderá ser o motivo da greve. Além disso, Mucavele recusou-se a fazer qualquer pronunciamento antes da divulgação do relatório.
“Neste momento, a Sasol não tem nenhum posicionamento, antes da divulgação do relatório da comissão do trabalho. Esse grupo de trabalho tem de apresentar o relatório no dia 5 de Dezembro. Seria prematuro pronunciarmo-nos sobre o assunto antes dessa data”, afirmou Mucavele.
Refira-se que, como consequência da greve, uma cidadã foi detida pela polícia e houve disparos para o ar, com objectivo de dispersar os manifestantes que chegaram a bloquear a estrada com toros e paus. (Carta)