O ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Max Tonela, disse à Lusa que as novas áreas de prospeção de petróleo e gás em Moçambique estão a dar sinais preliminares de potencial para exploração.
"Existem alguns prospetos [sinais] do potencial de recursos", disse Max Tonela em declarações à Lusa, nomeadamente no que respeita a dados de "análise e informação sísmica recolhida até ao momento".
Tonela avançou que as empresas concessionárias das novas áreas de pesquisa deverão abrir os primeiros furos até ao final deste ano e já realizaram investimentos superiores aos impostos pelos contratos assinados com o Governo moçambicano.
"As companhias estão a fazer [investimentos] para além daquilo que estava previsto, em termos de volume de informação sísmica", acrescentou.
As limitações impostas no quadro da prevenção da covid-19 e consequentes implicações na mobilidade de técnicos, prosseguiu, impediram maiores avanços nos trabalhos.
As licenças de prospeção ao largo da costa central e norte de Moçambique estão atribuídas a consórcios que envolvem as petrolíferas ExxonMobil, ENI, Rosneft e Qatar Petroleum, além da estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH).
Moçambique já detém reservas de gás natural que estão entre as maiores do mundo, na bacia do Rovuma, norte do país, e dispõe igualmente de jazidas em exploração na província de Inhambane, região sul.
O projeto do Rovuma, liderado pela Total, era o maior investimento privado em África até ser suspenso em março devido aos ataques armados em Cabo Delgado, norte do país - alguns reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.
No final de junho, o ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique reiterou num fórum de negócios da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) a aposta nos hidrocarbonetos, comentando preocupações face ao crescente movimento contra a poluição causada pelos combustíveis fósseis.
Max Tonela considerou que o gás é, entre as energias fósseis, a que menos polui e que se afirma como plataforma de transição energética para energias limpas.
Uma análise mensal elaborada pelo Standard Bank concluiu que a dinâmica de crescimento no sector privado moçambicano acelerou em Junho, acompanhando um crescimento rápido da produção, de novas encomendas e do emprego.
De acordo com a fonte, as novas encomendas aumentaram ao ritmo mais rápido em quase quatro anos, à medida que a melhoria da confiança dos clientes e a maior afluência culminaram num aumento acentuado da procura.
Com o aumento do volume de trabalho, as empresas aumentaram o seu número de funcionários ao ritmo mais elevado no último ano e meio.
No entanto, os dados mais recentes também demonstraram um aumento acentuado nos preços dos meios de produção, devido à procura de matérias-primas e à desvalorização do metical. Como resultado, os encargos com a produção atingiram o aumento mais acentuado em quase dois anos.
O principal valor calculado pelo inquérito é o Purchasing Managers’ Index (PMI). Valores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas no mês anterior, ao passo que valores abaixo de 50,0 mostram uma deterioração.
“Com 52,9 em Junho, o índice básico subiu de 51,2 em Maio para o registo mais alto desde Novembro de 2015. Isto indicou um aumento sólido das condições das empresas na economia do sector privado e o terceiro no mesmo número de meses, depois de uma sequência de 13 meses de declínio”, relata a fonte.
Durante o mês de Junho, a análise constatou também que as expectativas sobre a produção futura chegaram ao nível mais alto registado em três anos e meio. “Quase três quartos dos inquiridos esperam que a produção aumente nos próximos 12 meses, referindo os esforços para desenvolver novos produtos e serviços e elevar os níveis de emprego”, refere o relatório do inquérito.
A nossa fonte observou que em Junho demonstraram um aumento da mão-de-obra nas empresas moçambicanas, que foi o mais rápido em 18 meses. Simultaneamente, o aumento das novas encomendas levou as empresas a expandir a aquisição de meios de produção acentuadamente e, consequentemente, a reforçar os inventários pelo terceiro mês consecutivo.
O PMI do Standard Bank Moçambique é a partir das respostas aos questionários enviados aos directores de compras de um painel de cerca de 400 empresas do sector privado. O painel é estratificado por sector específico e dimensão das empresas em termos de número de colaboradores, com base nas contribuições para o Produto Interno Bruto. Os sectores abrangidos pelo inquérito incluem a agricultura, a mineração, o sector manufatureiro, a construção, o comércio por grosso, o comércio a retalho e os serviços. (Carta)
O Standard Bank já respondeu à notificação do Banco de Moçambique sobre os três processos de contravenção que pesam sobre si, que ditaram a sua suspensão daquele banco comercial de todas as actividades de conversão de moeda estrangeira no mercado cambial. A informação foi avançada pelo “País” na tarde deste domingo.
O prazo (de 10 dias) para a resposta terminou no último sábado, 03 de Julho. Lembre-se que, após receber o documento do Banco Central, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Standard Bank, Tomaz Salomão, falou à STV sobre a incidência da notificação, tendo avançado que há também dois funcionários notificados.
Trata-se do Administrador Delegado, Chuma Nwokocha, e o Director de Câmbios, Carlos Madeira, suspensos pelo regulador do sistema financeiro por precaução e para dar espaço à continuidade das investigações ao banco comercial.
Com a reacção do Standard Bank, os olhos estão agora postos ao Banco de Moçambique, que é a instituição que vai decidir se continua ou não a suspensão do banco em todas as actividades de conversão de moeda estrangeira.
Enquanto não há decisão contrária, a ordem do Banco Central com vista a salvaguardar os interesses dos clientes do Standard Bank Moçambique, S.A., a continuidade do negócio está a ser assegurada pelos restantes bancos que operam no país, sob orientação e esclarecimento do Standard Bank Moçambique, S.A, em estreita colaboração com o Banco de Moçambique.
Mesmo com a suspensão do Standard Bank, o Banco de Moçambique diz que as operações cambiais decorrem com normalidade e que o sistema financeiro, no geral, continua estável e sólido. (Carta)
Uma cidadã vietnamita, de 30 anos de idade, de nome Tran Kiêu Trang, que fora detida em Novembro do ano passado, no Aeroporto Internacional de Maputo, na posse de 127 garras de leão, 36 dentes de leão e 4.3 Kg de cornos de rinoceronte, fugiu do país dias depois de ter sido liberta pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
A informação foi avançada à “Carta” por fontes do sector ambiental, entretanto, não precisaram as datas em que a visada terá fugido do país e muito menos as razões que levaram o Tribunal a soltar a indiciada.
Refira-se que os troféus terão sido apreendidos, após a intervenção de uma cadela farejadora, de nome “Agente SASA”, pertencente à Unidade Canina da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), instalada no Aeroporto Internacional de Maputo. (O.O.)
A retoma das negociações para o reajuste do salário mínimo, anunciada ontem pelo Governo, é sem reservas uma lufada de ar fresco para todos os trabalhadores que viram 2020 passar sem aumento nas suas remunerações, supostamente por causa dos efeitos nefastos da pandemia.
Refira-se, porém, que o patronato, representado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), opôs-se em meados de Junho último a retomar as conversações, alegando falta de condições, visto que a crise continua a afectar negativamente o sector produtivo.
No entanto, antes mesmo do “não” da CTA, o Movimento Sindical dizia “sim” às negociações porque o custo de vida aumentou drasticamente e, com os salários “magros”, é quase impossível satisfazer as necessidades básicas que custam no mínimo 24 mil Meticais.
Este grito foi acolhido pelo Governo. Na quarta-feira passada, o Porta-voz do Ministério do Trabalho e Segurança Social (MITESS), Emídio Mavila, disse em conferência de imprensa que as negociações entre empregadores, trabalhadores e o Governo irão retomar.
“Por consenso, decidiu-se o arranque do processo de negociação, tendo em vista a revisão dos salários mínimos sectoriais. E todos devemos consentir um sacrifício, refiro-me ao Governo, empregadores e trabalhadores. Em princípio, não haverá retroactividade. O mês de referência dos salários mínimos será do presente ano”, afirmou Mavila.
Mesmo sem recursos, o representante da CTA, Paulo Cossa, avançou que o patronato deverá reajustar positivamente os salários mínimos, facto que irá em certa medida aliviar o sufoco dos trabalhadores.
As discussões sobre o reajuste salarial foram estagnadas em Abril do ano passado. Em 2019, o salário mínimo, na função pública, foi fixado em 4.5 mil Meticais, cinco vezes abaixo do custo do cabaz mensal. (Evaristo Chilingue)
O Banco de Moçambique garantiu ontem que o sistema financeiro moçambicano continua "estável e sólido", após a suspensão preventiva do Standard Bank em todas atividades que envolvam a conversão de moeda estrangeira no mercado cambial.
"O Banco de Moçambique comunica ainda que as operações cambiais decorrem com normalidade e que o sistema financeiro, no geral, continua estável e sólido", refere uma nota de imprensa da instituição divulgada hoje.
No dia 23 de junho, o banco central moçambicano anunciou a suspensão do Standard Bank do Mercado Cambial Interbancário e, no dia seguinte, a abertura de três "processos de contravenção" contra aquela instituição bancária e dois dos seus colaboradores.
"Com vista a salvaguardar os interesses dos clientes do Standard Bank, a continuidade do negócio está a ser assegurada pelos restantes bancos que operam no país, sob orientação e esclarecimento do Standard Bank", refere a nota de hoje.
A decisão do banco central moçambicano surge na sequência das "constatações apuradas durante a inspeção on-site em curso", acrescenta a nota, sem mais detalhes sobre as causas da suspensão.
Dados do banco central moçambicano divulgados em abril apontavam o Standard Bank como o terceiro na lista dos três bancos de importância sistémica em Moçambique, numa lista liderada pelo Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e em que o Banco Internacional de Moçambique (Millennium Bim) está na segunda posição.
No rácio que mede a importância para o setor, rotulada com a sigla inglesa D-SIB, o BCI encabeça a lista com 278 pontos, seguindo-se o Millennium Bim com 257 e o Standard Bank com 159. (Lusa)