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Economia e Negócios

A empresa cotada de Dublin e Londres Kenmare Resources, que explora a mina de titânio Moma, na costa da província de Nampula, no norte de Moçambique, anunciou quarta-feira que estabeleceu um recorde de produção de ilmenite no segundo trimestre deste ano.

 

Num comunicado, a empresa observou que produziu 41 por cento mais concentrado de minerais pesados do que no mesmo período do ano passado e que o maior teor e volume resultaram na extracção de 283.000 toneladas de ilmenita - um aumento de 35 por cento. 

 

Os outros dois minerais extraídos da mina também mostraram aumentos em relação ao mesmo trimestre em 2020: a produção de zircão aumentou 28 por cento para 14.900 toneladas e rutilo aumentou 47 por cento para 2.200 toneladas.

 

De acordo com o director-gerente da Kenmare, Michael Carvill, “as condições de mercado para ilmenita e matérias-primas de titânio em geral permaneceram fortes no segundo trimestre de 2021 com o fortalecimento dos preços trimestre a trimestre. As perspectivas para o zircão também continuaram melhorando, com aumentos de preços durante o trimestre e continuando até o momento”.

 

A Kenmare também revelou que está tomando medidas para proteger sua equipe e a comunidade local dos efeitos da Covid-19. Ele observou que o número de casos em Moma caiu de 41 pessoas isoladas em Abril para zero no final de Maio. No entanto, o número de pessoas a isolar aumentou agora para quinze e a empresa manifestou preocupação com o aumento na África Austral da variante Delta mais transmissível do coronavírus que causa o Covid-19.

 

A mina Moma produz ilmenita (óxido de titânio e ferro), rutilo (dióxido de titânio) e zircão (silicato de zircônio). Ilmenita e rutilo são usados para fazer pigmentos brancos para tintas, papel e plástico. O titânio pode ser extraído desses minérios e usado para fabricar peças metálicas onde são necessários leveza e alta resistência. Zircão é usado para fins abrasivos e isolantes.

Existente há 22 anos, a Lei nº 13/99, de 01 de Novembro, conhecida como Lei de Caju, vai à revisão, essencialmente por se mostrar desajustada à realidade do sector de produção, transformação e comercialização do produto. Com vista à revisão necessária, na última quarta-feira (14), o Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, dirigiu um encontro para Auscultação da Proposta para a Revisão da referida Lei.

 

Na ocasião, o dirigente deixou saber que volvidos cerca de 22 anos da aprovação da lei de caju e depois de um debate profundo com vários intervenientes, o Governo julga pertinente lançar a revisão deste instrumento através da auscultação pública mediante a apresentação da proposta de revisão.

 

O Ministro da Agricultura frisou que o processo irá decorrer nos próximos meses, mas tendo em conta a sua importância. Explicou que se decidiu começar com a indústria por ser o sector que vai desempenhar um papel estruturante no desenvolvimento desta cultura.

 

O governante avançou que o sector do caju é estratégico não só para a agricultura, mas para Moçambique em geral, por contribuir com cerca de 20% para o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola nacional.

 

A proposta de revisão da Lei Caju prevê, de entre vários aspectos, que o “preço mínimo de compra da castanha bruta ao produtor seja definido anualmente pelo Conselho de Ministros sob proposta do Comité do Caju”.

 

Quanto aos procedimentos da exportação, consta da proposta, entre várias regras, que “a exportação da castanha de caju ocorre depois do abastecimento das necessidades anuais da indústria nacional”.

 

A Proposta de revisão prevê ainda que “a exportação da castanha de caju em bruto fica sujeita, por um período não inferior a cinco anos, a uma taxa de sobrevalorização de 22% a ser paga no acto do embarque, não sendo permitido o pagamento diferido da mesma”.

 

No tocante à receita resultante da aplicação da taxa de sobrevalorização da exportação da castanha de caju em bruto e da amêndoa da castanha de caju com película, a proposta prevê que seja consignada: “a) em 70% às acções do fomento, da produção do caju; b) em 20% às actividades de incentivo à indústria de processamento de caju; e c) em 10% para acções de investigação do caju”.

 

Para a revisão da Lei em questão, o Governo traçou um cronograma. Prevê que em Setembro próximo haja “harmonização com instituições do Governo; (Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Ministério da Administração Estatal e Função Pública, Ministério da Economia e Finanças, Ministério da Indústria e Comércio e outros)”.

 

No mês seguinte, em Outubro, o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural prevê submeter o anteprojecto para apreciação e debate pelo Conselho de Ministros. Ainda em Outubro, o Governo espera submeter o projecto à Assembleia da República para igualmente ser apreciado, debatido a fim de ser aprovado.

 

Refira-se que o encontro para Auscultação da Proposta para a Revisão da referida Lei contou com membros do Consultivo do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Processadores Primários, Secundários, Parceiros de Cooperação da cadeia de Castanha de Caju, e Técnicos do Instituto de Amêndoas de Moçambique. (Evaristo Chilingue)

A África do Sul suspendeu a administração de vacinas contra a covid-19 devido à violência que tem afetado o país, disseram ontem as autoridades de saúde do país que enfrenta um aumento exponencial de casos.

 

"Por agora, tivemos de suspender as vacinas em Kwazulu-Natal", anunciou o grupo hospitalar privado Netcare, citado pela agência France-Presse, que dá conta que a suspensão está ligada às dificuldades dos fornecedores em obter medicamentos para os hospitais que transitam desde a capital económica, Joanesburgo.

 

"Enfrentámos dificuldades relacionadas com a escassez de trabalhadores, que não puderam ir para o seu local de trabalho", salientou também a Netcare, que teve de fechar temporariamente algumas das suas instalações.

 

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF), presente em Kwazulu-Natal para lutar contra a Covid-19, mas também contra o VIH e a tuberculose, também afirmou, numa declaração, que teve de suspender algumas atividades. "É urgente assegurar que as instalações e os fornecimentos de saúde não sejam visados", alertou a MSF.

 

Mais de 90 farmácias foram saqueadas e vandalizadas nas províncias do KwaZulu-Natal e Gauteng, divulgou esta quarta-feira em comunicado o Conselho de Farmácia da África do Sul (SAPC, na sigla em inglês). Entre os fármacos roubados, destacam-se vacinas contra a Covid-19 e medicamentos de uso recorrente, adiantou.

 

O Governo sul-africano destacou 2.500 militares para apoiar a polícia a conter os distúrbios na província de origem de Zuma, KwaZulu-Natal, assim como em Gauteng, o motor da economia do país, mas os protestos estendem-se a várias outras cidades da África do Sul, nomeadamente à Cidade do Cabo, onde vivem mais de 30.000 portugueses.

 

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que se reuniu ontem com líderes dos partidos políticos, está a ser pressionado para declarar o estado de emergência no país, enfrentando críticas de vários quadrantes pela “demora” e “incapacidade” do Governo e das forças de segurança em restaurar a lei e ordem na África do Sul.

 

Os motins violentos, saques e intimidação, que eclodiram na quinta-feira passada na província litoral do KwaZulu-Natal, prosseguiram pelo sétimo dia consecutivo apesar da presença do Exército no reforço aos meios policiais nas últimas 24 horas.

 

Vários órgãos de comunicação social sul-africanos relataram que a população civil se armou com armas de fogo, alguns até com espingardas automáticas e semiautomáticas, bloqueando acessos a bairros e montando “postos de controlo” para proteger negócios, residências e comunidades.

 

Pelo menos 72 pessoas morreram e mais de 1.200 foram presas pelas autoridades em incidentes de violência, saques e intimidação, que se alastram agora desde o Cabo do Norte à província de Mpumalanga, vizinha a Moçambique, segundo a polícia sul-africana.

 

O abastecimento de alimentos e combustível em partes de Joanesburgo começou a escassear no final de terça-feira.

 

África registou mais 632 mortes associadas à covid-19 e 36.282 novos casos nas últimas 24 horas, num total de 5.997.410 infeções desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais regionais.

 

Segundo o boletim mais recente do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), de segunda-feira à tarde, o número total de óbitos associados ao novo coronavírus no continente é agora de 152.577.

 

Em relação aos recuperados, com os 37.599 registados nas últimas 24 horas, totalizam agora 5.231.808.

 

A África Austral continua a ser a região mais afetada do continente, com 2.846.333 casos e 77.159 óbitos associados à covid-19. Nesta região, encontra-se o país mais atingido pela pandemia, a África do Sul, que contabiliza 2.206.781 casos e 64.509 mortes.

 

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.053.041 mortos em todo o mundo, entre mais de 187,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse. (Lusa)

Standard Bank “safa-se” da acusação de manipulação fraudulenta de câmbio comprometendo 6% dos seus lucros anuais. Quando analisamos o relatório e contas - o único que encontrei numa pesquisa rápida - do ST para verificar o lucro líquido do exercício, por exemplo, de 2019 depara-mo-nos com 4.946.325.030 meticais. No ano anterior, 2018, cujos dados constam do relatório que encontrámos, o lucro foi ainda maior, com um montante fixo de 5.597.530.819 meticais. O valor da multa, 290.104.050,00 meticais representa 5% dos lucros de 2018 e 6% dos que se referem ao ano de 2019. 
 
Incluindo os domingos e feriados, dia em que as agências não abrem, o ST amealhou em 2019 pouco mais de 13,5 milhões por dia. O que significa que para pagar o total do que foi estipulado pelo regulador como multa eles precisariam de trabalhar 21,4 dias. Se assumirmos que as agências abrem 9h e encerram às 17h então significa que só vão trabalhar 168h para pagar a dívida. 
 
O outro lado da análise também indica que a multa representa entre 60-70% do lucro mensal do banco. Que implicações isso pode ter a longo prazo ou quando as sanções foram levantadas. Como o mercado cambial e as operações de empréstimo tem um peso significativo para a banca estou muito curioso em ler o próximo relatório e contas do Standard Bank que será publicado no próximo ano. Esse relatório, conjugado que os que serão divulgados pelos outros bancos será útil para percebemos jornalisticamente qual dos bancos beneficiará das sanções ao ST. Que não seja, quando verificarmos, o Moza Banco. Essa pode ser a vantagem do regulador ser igualmente jogador e aqui pode estar escondida a estratégia de recuperação do Moza. Vamos esperar para ver dando tempo ao tempo.
 
PS: Se estes bancos lucram malta 100 milhões de dólares por ano isso pode significar que os nossos ricos andam a guardar dinheiro no exterior ou que não são verdadeiramente ricos.(Carta)

Após a comunicação de sansões pelo Banco Central, o Standard Bank confirma, em comunicado, a recepção da correspondência do regulador e garante dispor de um plano claro de continuidade de negócios, com um Administrador Delegado interino.

 

Neste contexto, o Standard Bank informa aos seus clientes, parceiros e público em geral que continuará a dialogar e a trabalhar com o Banco de Moçambique para esclarecer todas as alegações sobre a sua suspensão do mercado cambial e salvaguardar os interesses dos clientes e todas as partes interessadas.

 

Em comunicado divulgado esta terça-feira, 24 horas depois de conhecidas as sanções do Banco Central, o banco de capitais sul-africanos explica ainda que as suas operações diárias não relacionadas com este processo (de suspensão da realização de todas as actividades que envolvam a conversão de moeda estrangeira no mercado cambial por período de um ano) não estão afectadas e continuam a decorrer com normalidade.

 

Ademais “o Standard Bank dispõe de um plano claro de continuidade de negócios, tanto que já nomeou um Administrador Delegado interino, desde que este processo iniciou”, lê-se na nota.

 

Por fim, o terceiro banco comercial mais importante do sistema financeiro em 2020 diz estar comprometido em fazer negócios de forma ética e responsável e que os seus processos de "governance" e conformidade são rigorosos, pois, a sua reputação é um seu activo valioso. 

A Polícia da República de Moçambique (PRM), a nível da cidade de Nampula, província com mesmo nome, simulou ter detido oito Secretários dos bairros daquela urbe por terem juntado mais de 500 pessoas, numa altura em que a o país enfrenta uma nova vaga da pandemia da Covid-19.

 

Os factos ocorreram no último fim-de-semana, quando os oito membros do partido no poder convocaram uma reunião para explicar os contornos para a recepção dos fundos destinados ao alívio da crise causada pela Covid-19.

 

No local dos factos, a Polícia explicou que os oito membros da Frelimo estavam sendo detidos por terem violado o Decreto Presidencial, que proíbe a promoção de eventos com mais de 80 participantes em locais abertos.

 

Entretanto, para além de encaminhar os oito Secretários à Esquadra, a Polícia tratou de mandá-los para casa. “Carta” apurou que a detenção dos oito Secretários dos bairros foi momentânea. A nossa reportagem até dirigiu-se à 1ª Esquadra da cidade de Nampula, local onde deviam ser encaminhados, mas estes não estavam presente.

 

Dércio Samuel, Chefe das Relações Públicas no Comando da PRM de Nampula, disse à nossa reportagem desconhecer o paradeiro dos oito infractores.

 

Sublinhe-se que o Instituto Nacional da Acção Social (INAS), em Nampula, já se distanciou da referida reunião, garantindo não ter dado nenhuma orientação para a sua realização. (Carta)