Agora que a RAS descriminalizou o consumo privado de cannabis para fins terapêuticos, Moçambique pode Frelimo pode promover um debate franco sobre o assunto. Há na nossa classe médica quem estaria interessado em explicar os pros e os cons sobre a matéria. O Governo também poderia aproveitar o embalo para criar uma “task force” com a missão de estudar o assunto. E a opção que poderia ser discutida não é a da legalização da cannabis para uso recreativo, como fez a RAS. Moçambique podia se inspirar um bocado na experiência do Lesotho.
Esta manhã foi desfeito, em Pemba, um dos equívocos mais recorrentes sobre afinal quem vai beneficiar, em Moçambique, do procurement local da Anadarko. No início do evento, o tema parecia ainda um tabu. Um dos representantes da Anadarko disse que a multinacional americana já tinha previsto gastar na fase da construção dos seus dois trains de LNG 2.5 bilhões de USD. "Para beneficiar as empresas registadas em Moçambique e as empresas propriedade de moçambicanos". Esta colocação carregava o peso da reserva, o receio do politicamente incorreto, um recurso de linguagem para não ferir susceptibilidades.
Ha pouco mais de duas semanas, no passado dia 16 de Julho, o Presidente da Republica Filipe Nyusi recebia em Cabo Verde o boss do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) Akinwumi Adesina. Era a derradeira cartada do BAD para levar de volta um quadro que havia emprestado ao seu pais de origem e que em menos de 3 anos alterou profundamente o paradigma de governação corporativa de uma empresa participada pelo Estado, a EDM, introduzindo nova cultura organizacional e uma gestão virada para resultados.
Amanhã, quando se celebrar o Dia da Vitória, o significado profundo do 7 de Setembro no imaginário das novas gerações estará ausente. A maioria sabe pela historiografia oficial mais difundida do dia como um daqueles em que a Frelimo finalmente assinou os Acordos de Lusaka, mas poucos sabem da resistência de centenas de jovens que, na antiga Lourenço Marques, antes da Frelimo chegar, se barricaram contra o último reduto urbano e reacionário do colonialismo. O dia não é apenas o da vitória das armas. Não, não foi apenas isso. Havia as armas dum vento que soprava do norte, empunhadas sem balas por uma fornada de jovens nacionalistas que, mobilizados pela luta e sem procuração passada, fizeram também a sua quota-parte pela independência deste país. Mas o que aconteceu realmente a 7 de Setembro de 1974, aqui no hoje Maputo?
Agora que Nini Satar foi detido na Tailândia, de acordo com relatos da comunicação social citando um comunicado de imprensa da Procuradoria Geral da República (PGR), é esperado que ele pague a indemnização a que todos os condenados da autoria moral do assassinato do jornalista Carlos Cardoso em 2000 foram obrigados solidariamente por sentença judicial transitada em julgado em 2003. Nini tem-se furtado em pagar essa dívida, equivalente a pouco mais de 500 mil USD. Mas ele tem exibido no seu perfil de Facebook uma vasta riqueza patrimonial, incluindo carros de luxo.
O despacho de pronúncia do caso Embraer apresenta uma incorrecção gravosa sob a qual assenta toda a acusação do Ministério Público, conforme escrevi ontem. O argumento central é o de que os três arguidos (José Viegas, Paulo Zucula e Mateus Zimba) se uniram na solicitação de um suborno à Embraer, que originou o agravamento da oferta inicial de 30.850.000 para 31.100.000 USD para cada uma das duas aeronaves. De acordo com a pronúncia, os arguidos exigiram um “gesto” de 400 mil USD à Embraer para cada unidade.
A 22 de Maio de 2008, a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer SA) enviava às Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) sua proposta final de venda de duas aeronaves da marca Embraer 190 LR, com sugestão inicial de entrega em Julho e Agosto do ano seguinte. Na proposta, a Embraer deixou claro que o preço de oferta de cada aeronave seria em “condições económicas de Janeiro de 2008”. Cada uma custaria à LAM 30.850.000 USD, incluindo equipamento opcional. A Embraer alertava ainda à LAM que esta devia manifestar seu interesse e assinar o contrato até 30 de Junho de 2008.
Na terça-feira, a Vice-Ministra dos Negócios Estrangeiros, Maria Manuela Lucas, disse que a visita do PR Filipe Nyusi ao Ruanda era uma empreitada de aprendizagem. Vamos lá para aprender, asseverou ela. Ontem, já em Kigali, o PR reforçou essa vontade. E exigiu que os empresários deviam voltar para cá com negócios fechados. Se o PR não tiver olhar crítico e uma peneira bem tecida para filtrar fino, ele corre o risco de trazer de volta o pior que se pode esperar de uma democracia. Quando o PR regressar, eu gostaria de poder saber o que ele terá aprendido.
Em 1969, Uria Simango (pai dos políticos Daviz e Simango, do MDM) era um militante agastado com o rumo que a então Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) tomava. Para dar corpo a suas inquietações, Uria escreveu um relatório explosivo intitulado “Gloomy Situation in Frelimo”. O documento pintava uma situação sombria na frente, desinteligências insanas e posturas individualistas, que punham em perigo a unidade dos três movimentos que lhe deram originaram. A definição do inimigo era um debate recorrente. Simango se insurgia contra o regionalismo perverso de uns e o individualismo ganancioso de outros. Contra o sectarismo e o tribalismo também. A Frelimo não estava coesa. Era um antro de guerrilheiros dominados por figuras do Sul, que centralizavam a tomada de decisão. Seu texto causou feridas e ele foi expulso. Sua rotulagem do partido foi tida como pária.
A enérgica Ministra Vitória Diogo (Trabalho e Segurança Social) acaba de perder uma das suas batalhas de bandeira contra...Helena Taípo, a sua antecessora. No passado dia 7 de Novembro, o Tribunal Administrativo lavrou uma decisão judicial dando razão a Nadhari Opway num diferendo à volta de um edifício construído pela empreiteira para o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). O caso remonta a 2014. O INSS contratou nesse ano a Nadhari para a construção de um imóvel de 16 andares (chave na mão), localizado junto das instalações do Grupo Desportivo de Maputo, na baixa da cidade de Maputo. Custo: 1.544.400.000,00 (mil e quinhentos e quarenta e quatro milhões e quatrocentos mil meticais).