Quero desde já convidar o SERNIC a ver a entrevista de Agostinho Vuma, presidente da Cê-Tê-A, que vai passar nesta quarta-feira no programa 'Mais Negócios' do canal 'Mídia-Mais-Tê-Vê' a partir das 20 e meia. O camarada já sabe das coisas. Aos poucos a memória vai voltando. Quem fala como ele não é gago.
Pelo menos, pelo que se diz nos jornais e no trecho da entrevista, o Vuma agora já se lembra que o atentado contra a sua pessoa foi orquestrado dentro da Cê-Tê-A. Isto é, o maestro da intentona é um empresário que quer ser presidente da agremiação nas eleições deste Dezembro que vem. Ou seja, o Salimo é um dos empresários que está ali dentro. Para ser mais claro, é seu adversário. Quer dizer, ele já se lembra do Salimo, só não se lembra se terá dito 'Salimo, o que eu te fiz' duas vezes antes deste atirar. Lembra-se também de tudo o que aconteceu durante o tempo que ficou inconsciente (em coma), mas lembrar-se de ter gritado (ou não) o nome 'Salimo' antes de levar tiro, nada. Deve ser muito doloroso.
Mas, enfim... só de saber que o Salimo é um empresário já é um grande alívio. O pessoal operativo do SERNIC devia ver a entrevista dentro da sua viatura e com a chave na ignição para, logo depois do programa, sair para a casa do Salimo. A essas alturas a cela do Salimo já devia ter sido reservada e apetrechada.
Neste momento, o bandido do Salimo está na sala onde está a decorrer a Assembleia Geral da Cê-Tê-A e deve estar a tremer. Para não nos deixar na ansiedade, o camarada Vuma podia muito bem acabar com esse suspense ainda hoje em plena reunião magna. É uma oportunidade soberba de se revelar a identidade do enigmático Salimo. Espero que ainda hoje, na Assembleia Geral, o Vuma vá ao Salimo e lhe pegue pelos colarinhos e diga 'eis aqui o Salimo!' para todo o mundo ouvir (e ver).
De resto, o deputado Agostinho Vuma assume claramente que a Cê-Tê-A é uma confederação criminosa constituída por gangues rivais. E, depois desta flagrante descoberta, ele ainda quer ser presidente dessa mesma associação de bandoleiros. Assim sendo, não sei se haverá melhor ocasião para o Governo acabar com essa agremiação de cangaceiros de fato e gravata antes que comecem a atirar contra os seus trabalhadores.
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Berlim, 12 de Junho de 1987. Nesta data e em plena Guerra-Fria, Ronald Reagan (1911-2004), então presidente norte-americano, fez um discurso histórico diante do portão de Brandemburgo, um símbolo na delimitação entre a Berlim oriental (socialista/comunista) e a Berlim ocidental (capitalista). Neste discurso, Ronald Reagan, dirigindo-se ao então líder da então União Soviética, Mikhail Gorbatchev, disse: “Secretário Geral Gorbachev, se você busca a paz, se você busca a prosperidade para a União Soviética e a Europa Oriental, se você busca a liberalização, venha aqui para este portão. Sr. Gorbachev, abra este portão. Sr. Gorbachev, derrube este muro!”
Matola, 09 de Novembro de 2020. Trinta e um anos depois da queda do muro de Berlim e na data consta que Ronald Reagan ressuscitara pela terras matolenses. Quem o viu conta que Reagan, diante da vedação da nova sede municipal, proferiu um discurso dirigido ao actual edil da Matola. No final disse: “Sr. edil da Matola, se você busca a prosperidade para a Matola, se você busca a democracia participativa e apregoa a presidência sem paredes, a vedação da nova sede municipal é uma oportunidade ímpar para o demonstrar. Sr. Edil da Matola, esta vedação não faz nenhum sentido. Sr. edil da Matola, remove esta vedação!”
O discurso de Ronald Reagan de Junho de 87 é apontado como um dos principais catalisadores para a queda do muro de Berlim o que veio a ocorrer dois anos mais tarde. Espero que o discurso de 09 de Novembro não leve tanto tempo a produzir resultados. E pelo o que me consta, para fechar, o edifício da nova sede municipal da Matola é, entre pares, o primeiro vedado a nível nacional. Nem a sede do Município de Maputo, a capital do país, está vedado. E aqui o munícipe e o turismo agradecem.
PS: O actual aparato de obras no novo edifício do Município da Matola é um indicador de que está para breve a inauguração. Provavelmente, e pela proximidade da efeméride, será no dia 05 de Fevereiro de 2021, a data de celebração de mais um aniversário da Matola. Até lá é possível remover a vedação e alocá-la para escolas com problemas de segurança e que certamente existam na Matola. Assim, na data de inauguração, inaugurasse-a também a vedação de escolas abrangidas. Também, e até lá, até que se podia fazer algumas alterações nos acessos e circulação pedonal em benefício de uma mobilidade mais segura. Mas isto é um outro texto.
No país das panelas eram as panelas que definiam o 'status' do seu povo. Os que tinham panelas gigantes eram os mais temidos e respeitados. Depois haviam aqueles que tinham as panelas médias, que trabalhavam para os donos das panelas grandes. Haviam também os que tinham panelinhas, que andavam no desenrasque da vida. Por último haviam os sem-panela, esses eram apenas os enfeites demográficos e estatísticos. Na verdade os sem-panela eram o trunfo para os donos das panelas gigantes conseguirem mais panelões em forma de ajudas e donativos da comunidade internacional.
Havia um adágio popular que dizia que 'no país das panelas quem tem panelão é rei'. Os reis, os proprietários das panelas gigantes eram os manda-chuva e não gostavam de críticas. Quem ousasse criticar ou pensar diferente era-lhe arrancada a panela, por mais pequena que fosse. Por isso, haviam milicianos que controlavam os gestos e as falas da população. Esses eram também conhecidos como 'lambe-panelas' ou 'lambe-botas' ou 'lambe-c*s'. Ou seja, esses eram 'lambe-qualquer-coisa'; para eles, o mais importante era lamber. Esses não tinham panelas próprias, não lhes interessava. Preferiam lamber caldeirões alheios a ter que cozinhar e lavar loiça. A preguiça de cozinhar era tanta que preferiram esconder repolho no lugar do cérebro.
Dizia eu que um dia o país das panelas viu-se mergulhada numa grande e devastadora confusão. Tudo começou quando um ano antes, Deus enviou um dilúvio sem precedentes à terra das panelas. O Idai, como era chamado, devastou áreas habitacionais e de cultivo destruindo tudo e todos. Fala-se de milhares de mortos e desaparecidos. Foi daí, então, que os reis emprestaram quatro das suas panelas gigantescas aos sem-panela que viviam num centro de acolhimento. Os caldeirões eram geridos pelo Excelentíssimo Senhor Administrador do distrito onde os sem-panela foram acolhidos. Os utensílios foram usados até os sem-panela retomarem a sua vida normal de não ter panela própria.
Reza a história que 600 dias depois, no tempo do confinamento compulsivo, dois panelões sumiram. Ou seja, não regressaram aos seus donos. As vasilhas foram procuradas, mas nunca achadas. Os reis enviaram ao administrador uma missiva de resgate das panelas grandes, e nada. O chefe do distrito nunca deu resposta, apenas o silêncio de confissão. Era praticamente uma declaração de guerra.
O SERNIC foi acionado para investigar o sumiço das caldeiras. O Parlamento foi forçado a criar uma comissão de inquérito para averiguar o caso. O comandante em chefe das Efe-Dê-Esse ordenou a retirada de todo o contingente militar que se encontrava em Cabo Delgado para fazer buscas na residência do administrador de Maringué, onde se supõe que as super-panelas estejam escondidas. O Chefe do Estado fazia discursos à nação a cada meio-dia. Uma comissão da Ó-Eme-Eme foi enviada para vasculhar as partes íntimas da primeira dama do distrito, ao mesmo tempo que os filhos do administrador estavam a ser interrogados na sede da Ó-Jota-Eme.
Era o caos total. A SADC foi informada e milhares de soldados e especialistas em resgate de utensílios domésticos foram enviados. Uma força conjunta da União Africana já estava na despensa do administrador com ímanes. O Parlamento Europeu foi chamado a fazer o seu posicionamento. Os Capacetes Azuis da ONU já tinham montado as suas tendas no quintal do palácio distrital. A Ó-Eme-Esse falava da necessidade de observância de um intervalo mundial para a Covid-19 porque a preocupação flagrante e imperiosa eram as panelas gigantes do I-Ene-Gê-Cê. O Vaticano já tinha enviado o Bispo de Roma para benzer o quintal do palacete de Maringué.
Enquanto isso, os Estados Unidos acusavam a Rússia de ter desviado as caldeiras. A Rússia dizia que não iria mais aceitar essas acusações. O Conselho de Segurança da ONU falava de intromissão da Rússia e seus aliados em assuntos culinários alheios.
Era tudo uma grande confusão. Um turbilhão. Não sei como isso acabou, só sei que o país continuou o mesmo... das panelas. Não era de surpreender: o camarada Administrador queria apenas se sentir rei.
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Surgiu um fora-da-lei na cidade da Beira, no bairro da Manga. Um bucéfalo-anácroto chamado Manuel - Parte Coco. Um daqueles bípedes que, em condições normais de temperatura e pressão, deveria estar na ala 'zê', das celas do lado Norte, da Cabeça-do-Velho ou da Bê-Ó há muito tempo.
Esse tal é um capanga que cobrava impostos de palhota aos moradores do bairro da Manga para garantir segurança contra próprio. Um brutamontes que espancava toda a gente e até agentes da Lei e Ordem. Um arruaceiro que criava desordem de tal maneira que até os moradores prestavam vassalagem. Um gajo com nível de perigosidade 'Xis-Plus'.
Hoje, estamos a tratar esse crápula com uma fama de bradar os céus. O país parou para apreciar os seus bíceps e tríceps. Fomos resgatar arquivos com vídeos de um certame de partir cocos com socos em que ele foi campeão e recordista. O Manuel - Parte Coco é a solução dos nossos problemas. Em tempos de crise e sofrimento como estes, esse 'efe-dê-pê' ficou mais importante que a Cruz Vermelha.
Hoje, esse hominídeo conta com uma legião de fãs incrível. Já é um 'influencer'. Já vai começar a fazer 'laives' de como espancar cidadãos de bem até desmaiarem ou como bater polícias até perderem os sentidos. Agora as pessoas vão ao hospital para fazer selfies com ele. Até médicas e enfermeiras-estagiárias se dirigem à sua cama, na enfermaria, para tirarem fotos para a posteridade. É a treva! Mas, isso é trauma da guerra dos 16 anos ou o quê?! A vida nos traumatizou assim tanto que perdemos o discernimento do certo e do errado?! Nada contra. Deve ser a tal liberdade de expressão. Do tipo, 'no meu mural eu publico o que eu bem entender'. É o tal de 'eu faço piada como me apetece, o cell é meu, os megas comprei com meu dinheiro'.
Nada contra, ouviu, pessoal! Nada mesmo! Nhongos, Nhangumeles, insurgentes, Changs, Os-Que-Não-Comem, Anibalzinhos, Mandongas, gatunos, larápios & companhia limitada têm fãs aqui. E por quê não o Parte-Coco?! Ele também é filho de Deus. Que pecado cometeu?! Não foi ele que matou Jesus. Então, por quê não promover os seus feitos?! Por quê não torná-lo famoso?! O mais interessante é que alguns desses fãs e panfletistas desse asqueroso são os ativistas sociais e os acérrimos defensores dos Direitos Humanos. Os nossos 'humanos direitos'. Nada contra, gente!
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Povo - conjunto de indivíduos que têm a mesma origem, a mesma língua e partilham instituições, tradições, costumes e um passado cultural e histórico comum (infopedia).
Cultura Africana - de forma geral, os africanos são definidos por serem hospitaleiros, alegres, comunitários, solidários e pacíficos - na educação, nas preces, no trabalho e, de forma geral, no quotidiano os africanos executam-no com música, ritmo e dança.x. 2
FACTOS:
Os navegadores europeus do século XV foram os últimos no mundo a aventurarem-se pelos “mares nunca antes navegados, “que outros povos já o faziam, há pelo menos 3500 anos. Os europeus ficaram surpresos com a cordialidade com que foram recebidos nos diferentes portos do Sul do Atlântico, Índico e Pacífico.
Estes indígenas, que tinham como génese a cultura da paz, cooperação económica global ao longo das gerações, procederam cumprindo o protocolo tradicional de boas vindas aos novos visitantes vindos do Hemisfério Norte.
Por sua vez, estes novos viajantes pelo mundo não perceberam (ainda hoje) as regras da hospitalidade. Procederam culturalmente à moda europeia - através das armas, falsidades, intrigas e conspirações contra os hospedeiros.
Revendo a história, os chineses, indianos, judeus, árabes e africanos já viajavam entre oceanos desde há 5000 anos, sem conflitos entre as partes.
Com a chegada dos europeus, estes territórios passaram a um estado de guerra permanente. Muito por culpa do seu desconhecimento pelo resto do mundo (para não dizer ignorância) acerca das culturas e potencialidades na cooperação com o Hemisfério Sul - riquezas que faziam guerras na Europa como pedras preciosas, ouro, prata, cobre, pimenta, açúcar, têxteis, etc., etc., afinal eram tão fáceis de adquirir no resto do mundo.
Quando os europeus chegavam a um porto africano, árabe, indiano, asiático e americano pensavam que tinham “descoberto” esse território. A razão da sua orgulhosa epopeia sobre os descobrimentos.
Os portugueses, espanhóis, italianos, britânicos e franceses foram os últimos povos do mundo a atreverem-se a navegar para além do seu território e limítrofes, porém, os pioneiros entre os europeus.
Quem chegasse primeiro a um “território era sua descoberta, portanto, sua propriedade” e não deixava nenhum outro país entrar. Como o leitor sabe, não existia o mapa mundo como hoje conhecemos, muito menos linhas de fronteiras - o mapa Greco-Romano escrito por John Thomson em 1813 designa de “Desconhecidos” os territórios a Sul do Corno de África (enciclopédia Britânica). Historicamente, os povos eram livres de viajar, emigrar num verdadeiro mundo global.
Aconteceram inúmeras vezes os portugueses aportarem num porto e os espanhóis aportarem noutro próximo e, ainda, os britânicos aportarem num outro também próximo, (tipo Angoche, Ilha de Moçambique e Nacala). Naturalmente, acabavam em guerras.
Isso fez com que os países europeus mais pobres, incapazes militarmente, fossem “corridos” por outro descobridor mais forte dos diferentes territórios que pensavam ter “descoberto”.
Foram esses os mais fracos que tiveram de ir “descobrindo” os territórios ao sul do Sul do Atlântico e ao longo do Índico, sendo um bom exemplo os portugueses e holandeses, entre outros.
A cultura de guerras incessantes entre os “descobridores” enfraquecia-lhes, atrasando a oportunidade de explorarem os recursos disponíveis.
Ao fim de 400 anos, os europeus reuniram-se em Berlim, na Alemanha, para concordarem as linhas de fronteira a que os territórios passariam a pertencer exclusivamente a cada “descobridor”. A reunião ficou registada, a 15 Novembro 1884, na história como a Conferência de Berlim.
A razão principal desta conferência visava acabar com inter-conflitos europeus coloniais de tal forma que os “descobridores”, agora formalmente “aliados colonizadores”, ultrapassassem uma crescente resistência nacional indígena contra a ocupação, exploração e humilhação.
Esses aliados são os mesmos que hoje se designam de “comunidade internacional”, que em 1080 se juntaram numa aliança para a primeira Cruzada - guerra que os europeus católicos, liderados pelo Papa Urbano II, fizeram na Palestina, afim de ocupar Jerusalém contra judeus, cristão ortodoxos e muçulmanos. As cruzadas duraram 300 anos e os europeus Romano-Católicos saíram derrotados.
A urgência da Conferência de Berlim deveu-se ao facto de a Europa atravessar uma das maiores crises da sua história - sanitária, social, económica e humana. A destruição e a fome generalizada agravada pela longa e sangrenta Guerra dos 30 anos entre Católicos e Anglicanos.
Como que castigados divinamente, 30 anos depois da Conferência de Berlim, os Europeus, ou seja, a “comunidade internacional” volta ao seu “velho” normal - inicia a Primeira Guerra (europeia) Mundial - com resultados mais catastróficos para o continente europeu, então o mais pobre do globo.
Aproximadamente 30 anos depois da Primeira Guerra, inicia-se a Segunda Guerra (europeia) Mundial - Com consequências catastróficas num continente que esteve em guerras permanentes nos últimos 10 séculos. Nesta Segunda Guerra (europeia) Mundial, resulta um dos maiores assaltos da humanidade, seguido de um genocídio, o Holocausto - contra comunidade judaica que detinha a proeminência na economia europeia, tendo sabiamente se mantido fora dos conflitos, em particular os religiosos Romano-Católicos versus Anglicanos.
Como forma de os europeus se financiarem para a referida grande guerra, os racistas, xenófobos e nacionalistas alemães e aliados liderados por Hitler roubaram todos os bens e mandaram assassinar, queimando nas câmaras de gás de Auschwitz, 6 milhões de Judeus.
A história serve de referência para não repetirmos os erros do passado. Há muitas “conferências de Berlim” acontecendo no hemisfério norte. Desta vez para definir a distribuição dos recursos naturais, essenciais à sua (europeia) sobrevivência.
Os africanos de forma geral e, em particular, os governantes, devem deixar sua ingenuidade de acreditar na “ajuda da comunidade internacional” e defender os nossos interesses soberanos, de forma sustentável.
Nós temos de trabalhar, trabalhar e trabalhar.
Desconfiemos sempre de “quem cabras vende e ovelhas não tem, de algum lado vem”.
A luta continua!
Na área metropolitana do Grande Maputo quem assim responde está a comunicar que não vem ou que não tem hora para chegar, mas sempre tarde. O certo é de que não se encontra na portagem, o posto de cobrança pelo uso da estrada localizado na divisória entre as cidades de Maputo e Matola. Pensei nisto quando vi um trecho de uma entrevista do actual edil de Maputo a propósito dos 133 anos da cidade capital que foram celebrados no passado dia 10 de Novembro. Na entrevista, entre outras promessas, a de que em 2021 ter-se-á novidades do metro de superfície. Não é a primeira vez que ouço deste edil tal promessa. No seu primeiro consulado (2004-2008) prometera-o para o (suposto) mandato seguinte, mas tal, o mandato, fora barrado pelo seu partido, preterindo-o a favor da candidatura do anterior edil de Maputo que nos seus dois mandatos, reiterou copiosas vezes a promessa. E como um bom filho, a promessa está de regresso à casa.
Será desta o metro? Se eu fosse um dos assessores do actual edil, um guru e referência de exemplar gestor público, recomendá-lo-ia alguma prudência, a par da experiência anterior, a menos que não esteja interessado num segundo mandato, esperando assim despachar tudo num único, incluindo o metro de superfície. Aliás, na entrevista o edil deixa bem claro de que não é o tipo de político que promete e não cumpre. Contudo, e perante mais uma promessa do metro vir à superfície, um meu próximo e grande observador dos processos de governação do país, perguntaria: “Sobrinho! Esse tal de metro o que vem mesmo fazer? Complementar o caos?”. Para o meu saudoso tio a melhoria da mobilidade não parte do vazio e de que o primeiro passo seria o de acabar com o caos instalado, incluindo o das ideias. E quanto a este tipo de caos, temo que as ideias estejam também “a passar portagem”.
Por acaso, e a propósito de qualidade, salta-me à memória um treinador americano de basquetebol do Benfica de Portugal que em tempos, perante a falta de talentos, dissera de que antes da qualidade o objectivo era a quantidade. E assim o clube saiu às ruas de Lisboa a procura de potenciais jogadores tomando a altura como um critério-chave. Aposto que se o mesmo raciocínio fosse aplicado na melhoria da qualidade da mobilidade na área metropolitana do Grande Maputo o metro não só viria à superfície como complementaria a qualidade existente. Ou seja: que antes de pensarmos em trazer o melhor, começássemos pelo que se devia ser feito em prol da qualidade do que temos disponível (infra-estruturas, meios, políticas e serviços). É bem provável, e para fechar, que seja por aqui a razão da resposta dada pelo “Metro de Superfície” quando perguntado se ainda vinha (à Maputo).