Os dados estatísticos nacionais indicam um aumento progressivo dos casos de trauma na última quadra festiva com um acréscimo de 3.3% do número de acidentes de viação, reportados pelos Hospitais públicos. Os Serviços de Urgência do Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade sanitária do país, indicam que foram assistidos, em média, cerca de 15 mil pacientes vítimas de trauma.
Dentre as causas de internamento nos serviços de ortopedia e traumatologia destacam-se a fractura dos membros inferiores e deformidades adquiridas dos membros.
Para inverter o cenário, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, procedeu esta quinta-feira à entrega de diversos tipos de acessórios, que buscam não apenas o tratamento de lesões, mas também a prevenção e a correcção de deformidades estéticas, visando proporcionar uma melhoria na qualidade de vida durante o período de reabilitação, e reduzindo o período de permanência dos pacientes no leito hospitalar.
“Importante será salientar que o custo médio de assistência a um paciente de fórum ortopédico, internamento e tratamento cirúrgico é de cerca de 70 mil meticais”, frisou Tiago.
Segundo Tiago, o material é composto por Material de Osteosíntese, Sistemas de fixação DHS para cirurgia da Anca e Material de Cirurgia Reconstrutiva, orçado em quatro milhões, seiscentos e vinte e cinco mil dólares. (Marta Afonso)
Operadores turísticos e residentes da localidade de Macaneta, em Marracuene, província de Maputo, afirmam que a estrada Marracuene – Macaneta, inaugurada em Novembro de 2022, trouxe melhores condições de circulação, o que facilitou a vida da comunidade e fez crescer os negócios.
Antes da nova estrada, uma estrutura de pavês de cerca de dez quilómetros, a travessia Marracuene - Macaneta e vice-versa era feita através de embarcações, muitas delas, limitadas em termos de espaço, principalmente para viaturas. Em períodos de alta procura de turismo, as filas de viaturas chegavam a levar vários horas, devido à falta de espaço nas embarcações.
Samuel Tinga instalou-se com a família há dez anos na localidade de Macaneta e hoje nota as mudanças trazidas pela estrada: “era um grande sofrimento para sair de Marracuene. Levávamos mais de uma hora, pior nos dias chuvosos. Agora, Macaneta, para mim, está melhor. A via está boa a ponto de entrarem agentes de trânsito, para fiscalização”, disse.
De acordo com as autoridades distritais, Marracuene recebeu perto de 60 mil turistas durante as festas de natal e fim-de-ano, entre nacionais e estrangeiros. Bartolomeu Romane é um deles e não esconde o antes e o depois. “A estrada trouxe um grande impacto ao nível da Macaneta. Não cresceu apenas o turismo, cresceram também as infra-estruturas. Estamos a falar de três mil viaturas nas festas, é um número enorme. Temos muitos turistas”, disse.
Do grupo de turistas estrangeiros, maior parte são sul-africanos. Operadores da área dizem que tiveram acomodação esgotada, o que não acontecia antes da construção da via. “A estrada trouxe muita ajuda. Primeiramente, é que o turismo está num nível muito alto depois da construção da estrada. Com ela (a estrada), conseguimos ter o maior número de clientes”, disse o gestor de um dos estabelecimentos hoteleiros mais requisitados na Macaneta.
Secundando a ideia, outros operadores explicaram que receberam clientes de diferentes partes, entre Europa, África do Sul e Moçambique, e que têm as reservas paras as festas de natal e fim-de-ano de 2023 e 2024 preenchidas. “O turismo dá-nos movimento. Os nossos trabalhamos estão a decorrer da maneira certa. Estamos a ganhar o pão pela estrada”, frisou um operador.
A estrada Marracuene – Macaneta, com portagem, tem uma extensão de aproximadamente dez quilómetros e custou cerca de 462 milhões de meticais, financiados pela Rede Viária de Moçambique (REVIMO), concessionária da via.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apontou hoje a segurança como condição para a atração de investimento para o país, considerando que estabilidade é uma prioridade no seu executivo.
“Onde não há segurança ninguém investe”, declarou Filipe Nyusi, durante uma reunião com o empresariado moçambicano que o acompanha na visita de trabalho de quatro dias à Índia.
Para Filipe Nyusi, embora o terrorismo em Cabo Delgado seja um dos principais desafios, Moçambique precisa criar condições de segurança contra todo o tipo de ameaças, condição para criação de um bom ambiente de negócios.
“Nós temos de ver todo o tipo de segurança até ao detalhe, não só quanto ao terrorismo”, frisou o chefe de Estado moçambicano, que destacou as “potencialidades económicas” de Moçambique para investimentos.
“Temos de ser mais agressivos economicamente ou comercialmente. Procurar soluções e, em cada momento ou em que há obstáculos, ser perseverantes e resilientes”, acrescentou o chefe de Estado moçambicano.
Desde 2017, grupos rebeldes aterrorizam a província Cabo Delgado, norte de Moçambique, um conflito que já deixou um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
A reunião do chefe de Estado moçambicano com o empresariado moçambicano na Índia antecede um fórum de negócios entre Moçambique e Índia, no âmbito da 10.ª edição da Cimeira Global de Gujarat, que decorre naquele país asiático.
A visita de Filipe Nyusi à Índia resulta de um convite do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com quem Filipe Nyusi esteve, primeiro, na cerimónia inaugural da Cimeira e, depois, numa reunião bilateral.
Filipe Nyusi visita a Índia num momento em que um diferendo, em tribunal, entre duas empresas sobre a liberalização das exportações de feijão bóer para a Índia levou ao bloqueio de dezenas de toneladas deste produto em portos moçambicanos.
Em finais de dezembro, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique - CTA esclareceu que o feijão bóer que estava retido já está a ser exportado para a Índia, reiterando o “livre acesso ao mercado” como a melhor opção para evitar problemas similares.
A exportação de feijão bóer para a Índia, que é o principal mercado deste produto, resulta de um memorando de entendimento com Moçambique, assinado em 2016, prevendo a isenção de direitos aduaneiros para os importadores indianos.
A Índia é o maior produtor e consumidor de feijão bóer, com a imprensa indiana a indicar a subida de 10% no preço do produto no país em dois meses, precisamente devido às dificuldades de importação a partir de Moçambique.(Lusa)
O Ministério da Saúde (MISAU) esclarece que Moçambique está a passar por uma crise de Infecções Respiratórias Agudas (IRAS), também conhecidas como síndromes gripais. As infecções são causadas principalmente por vírus respiratórios, tais como o vírus Influenza, o vírus sincicial respiratório e o SARS COV-2.
De acordo com um comunicado de imprensa do Ministério da Saúde, em Moçambique, as infecções ocorrem durante todo o ano e o número de casos aumenta nos meses de Janeiro a Abril, com o pico em Março, e nos meses de Junho a Setembro e com o pico em Agosto.
Neste contexto, o MISAU apela à vigilância da Síndrome Gripal para melhor monitorar a tendência epidemiológica, a sazonalidade e a circulação de variantes do vírus causador.
Embora o sistema de monitoria tenha registado um aumento progressivo da taxa de positividade do vírus influenza de 12 por cento para 20 por cento nas últimas semanas do mês de Dezembro, os dados clínicos ainda não reportam um aumento correspondente do número de casos nas unidades sanitárias.
“A taxa de positividade de SARS COV-2 mantém-se estável e inferior a 10 por cento desde o último trimestre de 2023. Para a presente época sazonal, o pico das gripes poderá ocorrer em Março. Neste sentido, o MISAU recomenda o reforço das medidas de higiene, etiqueta da tosse, lavagem das mãos e o uso obrigatório da máscara para os indivíduos com sintomas respiratórios agudos”, refere a nota.
O esclarecimento surge poucas horas depois de várias mensagens terem circulado nas redes sociais, dando conta da existência da gripe “A” em Moçambique, a qual é altamente contagiosa.
Na mesma nota, o MISAU explica que os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que está a ocorrer uma variação sazonal das Infecções Respiratórias Agudas a nível global dentro do padrão sazonal esperado. Em relação à Europa e América do Norte, o aumento do número de casos ocorre sobretudo no inverno, entre os meses de Dezembro e Março. (Marta Afonso)
Continua interdita a circulação de camiões com carga sobre a Ponte Samora Machel, que liga as margens sul e norte do rio Zambeze, na cidade de Tete, capital da província com mesmo nome. Esta terça-feira, a Administração Nacional de Estradas emitiu uma nota de imprensa a comunicar a extensão do prazo para a abertura do tráfego de veículos pesados com carga para o próximo dia 12 de Janeiro, sexta-feira.
A ponte Samora Machel está interdita à circulação de veículos pesados com carga desde a passada sexta-feira, depois que uma âncora dos cabos pendurais rompeu, na noite de quinta-feira, após a passagem de um camião transportando madeira.
No princípio, a Administração Nacional de Estradas (ANE) previa reabrir a ponte para o tráfego de camiões com carga nesta quarta-feira, 10 de Janeiro, porém, a interdição deverá continuar pelo menos até sexta-feira. “Esta prorrogação decorre da necessidade de corrigir anomalias adicionais detectadas durante a intervenção em curso”, justifica a ANE.
Refira-se que a interdição do tráfego de camiões com carga sobre aquela ponte ocorre num momento em que a ponte sobre o rio Revúboè, que escoava camiões vindos do Porto da Beira com destino à Zâmbia, encontra-se intransitável há dois anos (desabou em Janeiro de 2022), condicionando, assim, as trocas comerciais entre os dois países, tal como o abastecimento de comida aos distritos de Chifunde, Chiúta e Zumbo.
“A ANE, IP lamenta os transtornos que a interdição da circulação de viaturas pesadas com carga está a causar aos utentes em geral e apela, reiteradamente, aos transportadores para o respeito dos limites de peso bruto e por eixos estabelecidos na lei”, sublinha a instituição. (Carta)
Arrancam hoje (09 de Janeiro) até sexta-feira (12 de Janeiro) os exames de admissão à Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique, e que vão decorrer em simultâneo com a UniLúrio e UniZambeze. No total, são 33 mil candidatos que vão disputar cinco mil vagas.
Segundo a chefe do Departamento de Admissão à UEM, Isabel Guiamba, que falava ontem (08), em conferência de imprensa, as mulheres lideram o número de estudantes inscritos com 56 por cento, sendo os restantes do sexo masculino.
“A UEM conta com 25.630 candidatos para 2024, dos quais 24.626 serão submetidos aos Exames de admissão para os cursos presenciais e 1004 concorrem aos cursos do Ensino à distância. Estes dados representam um incremento em 12,6 por cento, sendo que no ano passado concorreram 22.753 candidatos”, frisou Guiamba.
Entre os cursos mais disputados estão no topo os de Medicina, Direito, Engenharia Informática, Contabilidade e Finanças, Biologia e Saúde.
Entretanto, à semelhança dos últimos anos, os exames para o ano lectivo 2024 serão realizados no modelo misto, consistindo em exames integrados com uma duração de 3 horas para duas disciplinas e exames não integrados com duração de 1 hora e 30 minutos para uma disciplina. Os exames não integrados são para cursos com carácter específico como Música, Teatro e Aptidão Física para o curso de Ciências de Desporto.
Os exames serão realizados em todas as capitais provinciais, incluindo alguns distritos como Chibuto, Maxixe, Vilankulo e Mocuba. Porém, a grande novidade para o presente ano 2024 é a admissão aos cursos de ensino à distância por concurso documental, sem exame escrito. Para este processo serão oferecidos os cursos da Administração Pública, Gestão de Negócios, Marketing e Relações Públicas e Organização e Gestão da Educação. Os candidatos deverão estar presentes nos locais marcados para os exames a tempo, portando um documento de identificação. (Marta Afonso)