A África do Sul com 27 óbitos lidera a lista de mortes. O país confirmou 2.272 casos do novo coronavírus. As autoridades sul-africanas decretaram o “lockdown” prorrogado até finais do mês. A Tanzânia, no norte de Moçambique, conta com três mortos e 49 casos. Zimbabwe soma três óbitos e 14 casos, enquanto a Zâmbia registou 40 casos e dois óbitos.
O governo zimbabueano declarou a crise da Covid-19 um “desastre nacional”, uma medida que permitiu orientar recursos do Estado para combater a pandemia, usar regulamentos de emergência e reforçar o pessoal da saúde.
O bloqueio nacional de 21 dias iniciou no passado dia 30 de Março. A medida visa retardar a disseminação da Covid-19 e impõe a cessação de todas as actividades públicas, incluindo a maioria das empresas, à excepção de determinados fornecedores de alimentos e combustíveis, bem como instituições sanitárias e outros serviços essenciais.
O bloqueio deverá terminar a 19 de Abril e o Presidente Emmerson Mnangagwa está a inspeccionar, pessoalmente, nas ruas e noutros locais, através de visitas-surpresa, com uma escolta estritamente reduzida, o cumprimento rigoroso do isolamento social. As fronteiras do Zimbabwe também estão fechadas, excepto para o retorno de nacionais e para carga.
Zâmbia com cerca de um milhão de crianças sem refeições
Como consequência do encerramento de escolas para reduzir o risco de alunos e professores contraírem o mortífero coronavírus, 1,2 milhão de crianças de famílias vulneráveis ficaram privadas de refeições gratuitas. De acordo com a SAVE the Children, com escolas fechadas, cerca de 1.250.000 crianças, em mais de 40 distritos, não têm mais acesso às refeições gratuitas a que têm direito durante as aulas.
Malawi tem 16 casos e dois óbitos em dez dias e a qualquer momento poderá impor o isolamento social. Só esta segunda-feira foram diagnosticados três casos. Até agora não há nenhum caso recuperado. Desde o início da pandemia, 6.804 viajantes de países de alto risco entraram no Malawi.
O país poderá impor o bloqueio total o mais tardar até quinta-feira, numa tentativa de estancar a rápida propagação do novo coronavírus. Enquanto isso, um cidadão chinês foi deportado do Malawi após recusar quarentena.
E-Swatine, com quinze casos do novo coronavírus, ainda não registou nenhum óbito, tal como Moçambique. São 28 pessoas infectadas pela Covid-19 em Moçambique, informou ontem, a Directora Nacional da Saúde Pública, Rosa Marlene.
Segundo informação do Ministério da Saúde, dos 28 casos, 20 são de transmissão local e oito importados, contando-se dois casos recuperados. Moçambique decretou Estado de Emergência até final do mês.
No dia em que Moçambique assinalava o seu 15º dia de Estado de Emergência, decretado como medida para conter a propagação da Covid-19, pandemia que já infectou mais de 2 milhões de pessoas, em todo o mundo, o Ministério da Saúde (MISAU) informava ter detectado o 29º caso no território nacional, sendo o 20º a ser registado neste período de emergência e o 21º de transmissão local.
Este caso resulta dos 31 testes efectuados de terça para quarta-feira, dos quais 30 deram negativos para esta doença. No total, o país já submeteu ao teste do novo coronavírus um total de 793 pessoas, sendo que, dos 29 casos positivos, dois encontram-se completamente recuperados. Ainda não há registo de nenhum internado, devido à pandemia.
Segundo o Director-Geral Adjunto do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo, o caso detectado nas últimas 24 horas está relacionado ao primeiro caso identificado em Cabo Delgado, tratando-se, desta vez, de um indivíduo do sexo masculino (moçambicano), com mais de 30 anos de idade e que se encontra na cidade de Maputo.
“Dos 29 casos até hoje identificados no país, 15 encontram-se na cidade de Maputo e 14 na província de Cabo Delgado (12 no acampamento da Total, em Afungi, e dois em Pemba)”, disse Samo Gudo, sublinhando já serem 18 o total de casos relacionados ao primeiro caso identificado na província de Cabo Delgado.
Segundo Samo Gudo, ainda continuam as acções de testagem dos contactos, na província de Cabo Delgado, e ontem (quarta-feira) chegou um outro lote não especificado de amostras, que serão testados e cujos resultados serão conhecidos nos próximos dias. (Marta Afonso)
O maior risco de saúde pública em África não é a Covid-19, mas as consequências das medidas regionais e globais destinadas a reduzir o seu efeito na saúde pública. A análise de custo/benefício dessas medidas, em África, produz um resultado diferente daquele que produz na Europa, nos Estados Unidos e em grandes partes da Ásia.
De longe, o maior factor de risco para a Covid-19 sério – crítico ou fatal – é a idade.
O “Worldometer” estima que a taxa de mortalidade de casos entre os 10 e 30 anos é de 0,2%. Já para os indivíduos com menos de 10 anos, a taxa de mortalidade é de 0,0%.
Um artigo recente, publicado no “The Lancet”, estimou uma taxa de mortalidade de 0,32% em pessoas com menos de 60 anos, e de 6,4% para pessoas acima dessa idade (60 anos). Na África do Sul, em média, as pessoas morrem antes dos 60 anos e apenas 3% da população tem mais de 65 anos. A idade média em África é de 18 anos, enquanto na Europa é de 42. África é, de longe, o continente mais jovem do mundo.
Devemos então perguntar se as nações africanas (incluindo a África do Sul) têm tantos motivos para temer a Covid-19, quanto às regiões onde grande parte da população é mais velha. Um estudo influente, do Imperial College London, mostra que os benefícios da mitigação, considerando apenas a idade, são consideravelmente mais baixos para a região da África Subsaariana do que em qualquer outro lugar do mundo. Os autores são peremptórios em apontar outros factores que podem neutralizar esse efeito, porém, nesse ponto, estaríamos apenas especulando.
Pesquisas recentes mostram que o HIV está muito pouco correlacionado com o risco de se contrair a Covid-19, confundindo assim suposições fáceis. E, como se sabe, especulações não podem orientar políticas. Mas a evidência mostra claramente um forte gradiente de risco com relação à idade.
O “lockdown” (bloqueio) tem repercussões imediatas para indivíduos que vivem “com o mínimo” e suas respectivas redes de dependentes. Se as pessoas não têm o que comer, naturalmente não obedecerão a um bloqueio; nem existe razão, prática ou moral, para que o façam. Além disso, há consequências menos imediatas: desaceleração económica, o que significa mais pessoas abaixo da linha da pobreza.
Após a crise financeira de 2008, havia mais de cinco milhões de crianças famintas do que o que tem sido habitual. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima que as medidas tomadas contra o Ébola (uma doença muito mais grave), em áreas afectadas, causaram cinco mil mortes de crianças.
Depois de 2008, os suprimentos médicos apoiados pela ajuda internacional esgotaram-se.
No fundo, a recessão não é apenas uma questão de queda dos preços dos imóveis e das pensões decepcionantes. É uma questão de vida e/ou morte. Quando impomos o “lockdown”, estamos, no fundo, a fazer uma escolha: estamos a salvar a vida de algumas pessoas mais velhas e a causar a morte de outras (pessoas) mais jovens, especialmente de crianças, que correm maior risco de desnutrição e doenças relacionadas com a pobreza.
Talvez até seja a coisa certa a fazer. Mas quando falamos em salvar vidas, devemos levar em consideração a vida que levamos. Os números “líquidos” são os que contam. Será que a comunidade global pode realmente ter entendido tudo errado? Será que os líderes regionais foram tão mal aconselhados? Por que será que estamos a levar a Covid-19 tão seriamente, se a ameaça é muito menos séria aqui (em África) do que em outros lugares, e os custos do “lockdown” são muito maiores?
Stefan Swartling Peterson, um director do departamento de Saúde da UNICEF, tem uma teoria. "A Covid-19 agora realmente nos assusta", diz ele. “A diferença, para mim, é que isso pode afectar as pessoas com poder, especialmente o de comunicação, mais do que as pessoas pobres que sempre foram morrendo."
No entanto, dado o aparente consenso internacional e a necessidade de demonstrar uma liderança forte, os líderes da região têm poucas alternativas políticas. Mas por mais “compreensível” que seja a posição dos líderes africanos, mais ainda deve ser a dos residentes do continente. Muitos enfrentam ameaças mais graves e imediatas à vida – principalmente no que se refere à pneumonia – do que o mecanismo pelo qual a Covid-19 mata.
A insuficiência respiratória, causada por uma infecção bacteriana ou viral, é a maior causa de morte no continente. A Covid-19 pode aumentar esse risco, mas não é algo para reter as pessoas em casa, e não é preferível a fome causada pela recessão.
Deveríamos preocupar-nos mais com o aumento do risco da pneumonia fatal do que a Covid-19, em África, se também não aumentasse o risco dessa doença atingir primeiros-ministros, empresários e professores universitários, incluindo aqueles em países onde a doença e seus terrores têm “interesse histórico” apenas?
Não fiquemos apenas vaticinando que a Covid-19 será a doença que mais pessoas matará. De longe, a doença mais perigosa da história humana é a malária, evitável com redes mosquiteiras. Quase ninguém morre de parto nos países desenvolvidos, e poucas crianças morrem de pneumonia. Mas em países em desenvolvimento, segundo a UNICEF, cinco milhões de crianças morrem todos os anos devido à pneumonia, malária e complicações no parto.
Na verdade, nós não nos preocupamos com a Covid-19 por causa de “como ela mata”, mas sim por causa de “a quem ela mata”.
Apesar da análise de custo/benefício notavelmente diferente para a África, estamos fazendo a mesma coisa aqui, como em qualquer outro lugar. Ou pelo menos, estamos tentando: estamos a implementar o “lockdown”. E não é preciso pensar muito para perceber que não estamos efectivamente a fazer um verdadeiro “lockdown”, dado que as pessoas vivem “apinhadas” e em locais onde o saneamento mais próximo é (geralmente) uma casa de banho compartilhada, distante da sua “cabana”, especialmente nas áreas rurais.
Existe uma alternativa ao “lockdown”? Sim: que se faça “lockdown” em áreas (países) onde tal faça sentido, e onde maior parte da população é envelhecida. Não se faça onde é impossível fazê-lo. A quarentena pode ser uma medida mais eficaz em África, onde os aglomerados populacionais são separados por grandes distâncias. Os benefícios da separação das populações em risco também merecem uma consideração mais completa.
Em África e noutras regiões em desenvolvimento, os idosos muitas vezes mudam-se (retornam) das áreas urbanas para as áreas rurais. Nas aldeias rurais, pode ser possível separar pessoas mais velhas e mais jovens com mais facilidade do que num município ou num subúrbio, onde implementar-se o “lockdown” é um absurdo.
Esta não é uma ideia minha, mas sim sugerida por líderes de uma aldeia, numa zona rural de África. E isso só vem comprovar uma coisa – é necessário questionar às pessoas, para se poder encontrar soluções. Só elas sabem como resolver os seus problemas, por si mesmas. As pessoas que vivem numa comunidade conhecem o seu modo de vida.
É hora de os líderes africanos, e especialmente os da África do Sul, rodearem-se de conselheiros que estejam cientes das diferenças existentes entre África e os outros lugares onde o “lockdown” foi concebido, lugares esses que estão capazes e dispostos a fazer face a todas as consequências – não apenas a morte por Covid-19 – e a toda a gama de medidas. (*O Professor Alex Broadbent é Professor de Filosofia na Universidade de Joanesburgo. Os seus livros incluem “Filosofia da Epidemiologia” e “Filosofia da Medicina”).
A psicóloga Dália Matsinhe considerou que as constantes catástrofes que se abatem sobre a sociedade moçambicana podem gerar uma "resiliência" e até "naturalização" face ao novo coronavírus, mas alertou para uma atitude "paralisante", devido aos traumas do passado.
"No caso de Moçambique, devido a diversas situações já passadas, podemos dizer que poderemos ser mais resilientes, o que é positivo e negativo, ao mesmo tempo", afirmou Dália Matsinhe, em declarações à Lusa. A dimensão positiva pode resultar da maior aptidão dos moçambicanos para lançar mão de recursos psicológicos internos para lidar com os efeitos da Covid-19 e no optimismo em relação à superação da crise. O lado negativo gera uma atitude de banalização do risco que o coronavírus representa e leva à negligência da prevenção, colocando muita gente em perigo.
"O exemplo disso são os casos de pessoas que se recusam terminantemente a distanciar-se socialmente, achando-se imunes a essa possibilidade", explicou Dália Matsinhe. Defendendo que nenhum ‘stress’ ou trauma é igual ao anterior, a psicóloga notou que algumas nuances e experiência de situações difíceis podem fazer com que os moçambicanos lidem psicologicamente melhor com o espetro da Covid-19.
Mas os danos psicológicos do passado têm potencial para conduzir a uma paralisação psicológica, devido ao regresso de sentimentos negativos anteriormente vividos.
Sobre o efeito do isolamento e do confinamento social, a psicóloga moçambicana apontou os riscos de ‘stress’, desconforto, desequilíbrio emocional, neuroses e até suicídio, como possíveis malefícios. "Note-se que, nesta era digital, a preocupação maior será com pessoas que não têm esta capacidade de acesso a meios electrónicos, por baixo rendimento ou por idade", explicou.
Até porque, acrescentou, isolamento social não significa distanciamento emocional, para quem consegue aceder à família através de Facebook, WhatsApp e Skype. Para Dália Matsinhe, os efeitos psicológicos da pandemia são transversais a todos os países e incluem depressão, ataques de pânico, ansiedade e ‘stress’. Além disso, o medo constante de ser infectado pode levar a comportamentos compulsivos de higienização, depressão, ataques de pânico e abuso de substâncias. Em caso de pessoas com tendências mais desviantes, podem ocorrer suicídios, roubos, negligência, violência doméstica, abuso infantil e homicídios.
Dália Matsinhe destacou a prevenção como o melhor meio para evitar uma catástrofe no país, lembrando as fragilidades do Sistema Nacional de Saúde de Moçambique, mas elogiou as campanhas de sensibilização que o Governo tem realizado sobre o perigo da Covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infectou mais de 1,9 milhão de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infecção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. Os Estados Unidos da América são o país que regista o maior número de mortes, contabilizando 23.649 até hoje, e aquele que tem mais infectados, com 582 mil casos confirmados. O número de mortes provocadas pela Covid-19 em África ultrapassou hoje as 800 com mais de 15 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente actualização dos dados da pandemia no continente. (Lusa)
Os salários mínimos na Função Pública moçambicana poderão não ser revistos este ano e, por consequência, continuarem “magros” até 2021, devido ao impacto da Covid-19. A possibilidade do não reajuste salarial este ano foi avançada, esta segunda-feira (13), pela Ministra da Administração e Função Pública, Ana Comoana, à saída do Parlamento, onde foi ouvida acerca do Plano Económico e Social para 2020.
“Os incrementos salariais nunca são aleatórios. Tomam como base o desempenho económico do país. Se o desempenho económico não justificar, um determinado aumento salarial, por muito boa vontade que exista, poderá não ocorrer, ou se houver, não ser naquela proporção em que se está a pensar”, afirmou Comoana.
Ainda assim, a Ministra da Administração e Função Pública garantiu a jornalistas que o Governo está a estudar o incremento ou não de salários de trabalhadores da Função Pública. Todas essas duas possibilidades “serão objecto de análise, de estudo, mas fica claro que qualquer esforço não terá nada a ver com aquilo que aconteceu, por causa deste fenómeno”, afirmou, mesmo sem precisar a data do fim do estudo, enquanto faltam 16 dias para o primeiro de Maio, efeméride que geralmente se celebra após o reajuste salarial.
Embora o reajuste esteja em dúvida, o Ministro da Economia e Finanças garantiu, na semana passada, também em audição parlamentar, que os salários não iriam faltar na Função Pública. Por efeitos da Covid-19, algumas empresas do sector privado mostram-se sem recursos para assalariar os trabalhadores, para além de algumas estarem a despedir ou suspender contratos com os funcionários.
Diante dos efeitos provocados pela doença, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) propõe, de entre várias medidas, que o Governo, através do Instituto Nacional de segurança Social (INSS), pague os salários dos trabalhadores num período de seis meses. Com esta proposta, a classe empregadora privada quer assegurar os empregos de milhares de moçambicanos que poderão ver-se sem o seu ganha-pão. Embora a proposta seja lógica, o Governo diz que o INSS não paga salários, senão subsídios, por exemplo, de doença comprovada por autoridades sanitárias (Evaristo Chilingue)
“Nós pretendíamos apresentar o referido cidadão, mas, por questões de segurança, não será possível. Devem ter tido conhecimento que é um indivíduo muito perigoso”. Assim começava Leonardo Simbine, Porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), a sua conferência de imprensa, convocada com o intuito de apresentar o narcotraficante brasileiro Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como “Fuminho”, detido esta segunda-feira, em Maputo.
Procurado pela justiça brasileira, desde 1999, quando fugiu do sistema penitenciário daquele país sul-americano, “Fuminho” era alvo de um mandado de captura internacional, porém, Leonardo Simbine avançou que a sua extradição para a chamada “terra do Samba” não será imediata, pois, cometeu alguns crimes, no território nacional, pelos quais terá de responder. Findo este processo, afirma a fonte, é que se poderá avaliar a possibilidade para sua extradição.
Segundo o porta-voz do SERNIC, “Fuminho” foi detido “no âmbito do combate ao crime transnacional” e a detenção “foi protagonizada por agentes do SERNIC, no âmbito do trabalho operativo secreto que vem desenvolvendo, visando combater o crime organizado transnacional, sobretudo o narcotráfico”. Entretanto, sublinhou que contou com a colaboração da Polícia Federal Brasileira, da DEA e da Interpol.
Simbine descreveu, em poucas palavras, quem é “Fuminho”: “Um barão da droga, cadastrado, indiciado pela prática de diversos crimes e procurado pelas autoridades brasileiras há cerca de 21 anos, sendo que recaía sobre ele um mandado de captura internacional”.
Lembre-se que “Fuminho” foi detido na última segunda-feira, numa estância hoteleira da cidade de Maputo, na companhia de mais dois comparsas de nacionalidade nigeriana. No momento da detenção, confirma Simbine, foram encontrados na sua posse dos três indivíduos três passaportes (dois nigerianos e outro brasileiro, este último em nome de Luís Gomes De Jesus – documento falso), 100 gr de cannabis-sativa (suruma), 15 telemóveis de diversas marcas, cinco malas de viagem, uma pasta, uma viatura e respectiva chave, três relógios e dinheiro (34.700,00 Mts e 5.040 Randes).
Neste momento, garantiu Leonardo Simbine, decorrem démarches processuais para termos subsequentes.
Questionado pela “Carta”, que nível de negócio “Fuminho” movimentava no país, o porta-voz do SERNIC respondeu que as autoridades ainda estavam a investigar, pois, o indivíduo só terá entrado no país, em Março, apesar de o mandado de captura ter sido recebido há dois anos.
No entanto, Elvis Secco, Delegado da Polícia Federal do Brasil, em entrevista à televisão brasileira Band News, nesta segunda-feira, disse que o país espera que Moçambique expulse rapidamente “Fuminho” por tráfico de drogas e posterior extradição para o Brasil, onde irá responder por vários crimes, entre eles, assaltos à mão armada encomendados por ele, narcotráfico e outros crimes.
Segundo Secco, no momento, as autoridades de justiça brasileira estão a rastrear as propriedades e as ligações económicas e políticas de “Fuminho” em todos os países, onde terá vivido nos últimos 21 anos. (O.O.)