Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Sociedade

O Director-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmou que é preciso proteger, urgentemente, os trabalhadores em situações mais vulneráveis por causa da crise gerada pela Covid-19 no mundo. Em comunicado, citado pela ONU News, agência de notícias das Nações Unidas, Guy Ryder lembrou que milhões de trabalhadores estão sem salário, sem comida, sem segurança social e sem futuro. Segundo Ryder, milhões de empresas não têm fundos de reserva nem crédito e que, sem ajuda, elas deixarão de existir.

 

De acordo com a fonte, em todo o mundo, existem 3,3 biliões de trabalhadores, mas 2 biliões actuam na economia informal, representando a fatia mais vulnerável do mercado de trabalho e destes, 1,6 bilião tem a subsistência afectada pela pandemia.

 

Segundo a ONU News, o confinamento atingiu sectores-chave da economia, gerando uma queda de 60% no salário desses trabalhadores já no primeiro mês da crise. “Este número sobre para 80% em países da África e das Américas. Na Europa e na Ásia Central, as perdas são de 70% e de 21,6% na Ásia-Pacífico”, diz a ONU News.

 

A OIT estima ainda que a pandemia tenha causado uma queda na carga horária, pelo que “deve haver uma deterioração de 10,5% após o segundo trimestre, o que equivale a 305 milhões de empregos de período integral”. Acrescenta que a proporção de trabalhadores dos países que fecharam suas economias caiu de 81% para 68% nos últimos 15 dias.

 

Por essa razão, segundo a ONU News, a OIT pede medidas urgentes e flexíveis de recuperação para trabalhadores e empresas, especialmente as menores iniciativas e especialmente as que actuam na economia informal. “As medidas de recuperação da economia devem focar na geração de empregos com base em políticas fortes e melhores recursos de protecção social para os trabalhadores”, defende a OIT, citada pela ONU News. (Carta)

Moçambique ainda está refém da confirmação científica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para usar o medicamento malgaxe no tratamento dos pacientes com Covid-19. Trata-se do Covid-Organics, uma bebida desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Aplicada de Madagáscar, feita à base de artemísia – uma planta com eficácia comprovada no tratamento da malária.

 

O medicamento foi anunciado no passado dia 21 de Abril, pelo Presidente da República do Madagáscar, Andry Rajoelina, e já foi requisitado por dois países africanos da região ocidental, nomeadamente Senegal e Guiné-Bissau.

 

Segundo o Presidente malgaxe, o Covid-Organics já curou duas pessoas no seu país, pelo que recomendou que o mesmo fosse distribuído às crianças em idade escolar. “Este chá de ervas dá resultados em sete dias. Serei o primeiro a beber isto hoje, à vossa frente, para mostrar que este produto cura e não mata”, disse Rajoelina, no dia da sua apresentação.

 

“O Covid-Organics será usado como profilaxia, ou seja, para prevenção, mas as observações clínicas mostraram uma tendência à sua eficácia no tratamento curativo”, garantiu, na altura, Charles Andrianjara, Presidente do Instituto de Pesquisa Aplicada de Madagáscar.

 

Questionado esta terça-feira pela “Carta”, se Moçambique ia requisitar o Covid-Organics para testá-lo nos pacientes com Covid-19, no país, a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, respondeu: “carece um pouco mais de evidências científicas. Nós estamos a fazer segmento e aguardamos que tenhamos uma orientação de partilha dos resultados científicos deste medicamento, que está sendo usado. Obviamente, se for demonstrado que é eficaz contra a Covid-19, seremos os primeiros a usar se for necessário”, explicou a fonte.

 

Até esta terça-feira, o Madagáscar contava com 128 casos confirmados de Covid-19, sendo que, destes, 82 eram dados como recuperados. Isto é, o país contava com 46 casos activos. Ainda não houve registo de vítimas mortais. Aliás, na passada quarta-feira, as autoridades daquele país autorizaram o regresso dos alunos às aulas.

 

Até ao momento, a Covid-19 ainda não tem cura, mas as autoridades de saúde têm administrado, na maioria dos pacientes, a cloroquina e a hidroxicloroquina, dois medicamentos que têm surtido efeitos nos pacientes. Há décadas que a cloroquina também é utilizada para tratar a malária, facto que alimenta a expectativa de que o Covid-Organics possa ser eficaz no tratamento da Covid-19.

 

Senegal tornou-se no primeiro país a adquirir o remédio malgaxe, tendo sido seguido pela Guiné-Bissau. “A África age e se protege contra a Covid-19. Agradeço ao Presidente Macky Sall por sua troca (de opiniões) e sua confiança. Viva a África e viva a riqueza natural!”, disse Rajoelina, na sua conta oficial do Twitter.

 

Referir   que o nosso país conta, actualmente, com 76 casos positivos de Covid-19, sendo que nove já são dados como curados. No mundo, a doença já infectou mais de 3 milhões de pessoas, dos quais mais de 213 mil perderam a vida. (Abílio Maolela)

A guerra, que eclodiu na província de Cabo Delgado, em Outubro de 2017, já afectou 162.047 pessoas, correspondentes a 40.255 famílias, em 17 distritos existentes na província em alusão. Esta informação foi avançada pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), através de um relatório sobre a situação humanitária de Cabo Delgado, recentemente divulgado. 

 

De acordo com as autoridades governamentais, o distrito de Macomia, com 29.339 pessoas, Mocímboa da Praia com 26 mil, Quissanga com 25.109, Mueda com 16.414 e Palma com 15.777 são até ao momento os distritos mais afectados, dado o volume populacional existente, embora também apareçam na lista Ibo com 11.622, Muidumbe com 10.702 pessoas afectadas, Pemba com 6.768, Metuge com 6.539 pessoas, Nangade com 4.778 e Montepuez com 3.249.

 

A situação de deslocados verifica-se em todos os distritos, havendo aqueles que preferem abandonar a província e recomeçar tudo de fora e aqueles que se estão a estabelecer em Pemba, onde acções violentas têm sido levadas a cabo pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), principalmente, no periférico bairro de Paquetiquete, havendo até ordens para que os militares não escalados não circulem naquela área urbana depois das 19:00 horas.

 

Entre as pessoas afectadas pela guerra em Cabo Delgado, 40 mil são provenientes das áreas de risco, ou seja, mais a norte da província e têm recebido assistência humanitária a nível da Cidade de Pemba e organizações como o Programa Mundial de Alimentação (PMA) pretendem apoiar 84 mil pessoas dos distritos de Ibo, Macomia, Mocímboa da Praia, Nangade, Palma, Quissanga, Mueda e Metuge. (O.O.)

Caros Srs Deputados, no V/ interesse privado informo que em Moçambique existem menos de 50 camas em Unidades de Cuidado Intensivo e, muitas delas, não têm ventiladores nem outros meios de suporte. Como Vexas são 250 e mais os que tratam da administração superior do Estado, somos assim, mais ou menos, um total de 300.

 

Aconselho-vos a organizarem o vosso xitique de uns 6 por grupo, para assegurarem essas camas.

 

Ah, esqueci-me, agora também há esses outros deputados em todas províncias. Então ficam mais ou menos 30 por cada cama.

 

Para V/ sossego, espero que um dos nossos empresários de sucesso faça já o launch de um negócio de importação dessas camas (com certificado Made in Moz), pois estou certo que, com essas “quantias irrisórias” de compensação que estais recebendo pelo árduo trabalho, em particular na aprovação daquelas dívidas que vos foram sonegadas e do debate intenso e clarividente sobre esse estatuto de deputado, Vexas vão poder assegurar a aquisição de camas privadas. É que, como visionários e estrategas, sabeis que seremos visitados por muitos outros mais Covids (ainda só chegou o 19!) e então, é indecoroso aparecerem "fotados" em cima ou em baixo do colega nas poucas camas disponíveis.

 

Ah também esqueci-me de dizer que temos falta desses médicos e enfermeiros mal-agradecidos que têm de ligar os aparelhos e pôr-vos a respirar quando chegar a hora,…

 

Estou, certamente, esquecendo-me de muitas outras relevâncias. Mas, como esta informação é intima e confidencial, poderiam entretanto contratar e repartir essas quantiazitas entre os muitos “dotores” de porta de cadeia e gestores de eventos que as nossas escolas superiores têm formado em abundância. É que, nesta crise de confinamento, muitos deles ainda nem uma semanita facturaram para poderem entrar na lista dos 48 mil jobs criados. Nesta nossa corporação nunca podemos esquecer um bro e que uma mão lava a outra e as duas lavam a máscara...até para sonecar melhor lá, naquele sitio.

 

Estamos juntos. Saudações corporativas

 

*Pseudónimo

O Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) defendeu, esta segunda-feira, que ainda não há necessidade e nem condições para se avançar com as medidas de confinamento obrigatório, apesar de se verificar um aumento de casos de contaminação da Covid-19 no País. Para aquela organização, o Governo deve tomar medidas localizadas, de modo a rastrear e controlar a situação e evitar a propagação para outras zonas, sobretudo em Afungi, distrito de Palma, na província de Cabo Delgado.

 

A tese foi defendida esta segunda-feira, durante uma conferência de imprensa que tinha como objectivo a apresentação do Relatório de Monitoria da Implementação de Medidas do Estado de Emergência no âmbito da Covid-19, desenvolvido pelo IMD, a nível nacional.

 

Em comunicado de imprensa, a organização refere que um dos principais constrangimentos para a implementação integral das medidas impostas pelo Estado de Emergência está relacionada com limitações financeiras, pois, mais de 80% dos 3.200 inquiridos apontaram a busca por sobrevivência como razão para saírem de casa e se exporem a outras pessoas, mesmo perante a ameaça da Covid-19.

 

“Sujeitar este grupo a um confinamento obrigatório pode ser uma medida impraticável, tal como se verificou no sector de transporte, onde o governo teve de recuar e refrear certas medidas que se mostraram desajustadas à realidade do País”, diz o comunicado de imprensa, citando o Bispo Dinis Matsolo, para quem um possível avanço para o “nível 4”, o do confinamento total, pode limitar ainda mais a oportunidade de um segmento significativo da sociedade de dispor de meios básicos de sobrevivência, por depender do sector informal para aceder a rendimentos diários.

 

De acordo com o comunicado de imprensa, recebido na nossa Redacção, o estudo aponta ainda que 12,6% das pessoas inquiridas revelaram que conheciam pessoas nas suas zonas de residência ou entre pessoas das suas relações, que estavam a violar a quarentena obrigatória e que cerca de 38,5% entendia que só uma minoria respeitava o distanciamento recomendado.

 

“Existem evidências da manutenção, em alguns bairros, da prática de actividades recreativas (em particular jogos de futebol) concentrando uma grande quantidade de pessoas, contrariando as medidas emanadas”, disse Matsolo, citado no documento, sublinhando que também foram verificados alguns excessos e uso desproporcional da força por membros da Polícia da República de Moçambique (PRM), apontando o assassinato de um cidadão na Cidade de Beira e o “espancamento” de um cidadão com deficiência física, como os mais graves.

 

No entender do IMD, a capacidade das instituições para implementar as medidas ainda não é satisfatória, pelo que o estudo demonstrou que a média de cumprimento das medidas é de 3.1, numa escala de 1 a 5 pontos. O comunicado revela que o sector de saúde teve a melhor pontuação (3.7), enquanto o da educação (2.8) foi o pior.

 

Entretanto, de acordo com a nota de imprensa, o estudo aponta ainda haver desafios, no que tange à massificação das campanhas de sensibilização, rastreamento, identificação e testagem dos suspeitos e as respectivas redes de contactos e monitoria dos indivíduos em quarentena.

 

“De forma geral, é fundamental se chamar a atenção para a necessidade de melhoria contínua dos serviços prestados ao cidadão, de modo que a implementação das medidas de Estado de Emergência e outras situações não venham a pôr em risco a capacidade do cidadão em ter recursos mínimos para o seu sustento”, destacou. (Carta)

O maior partido da oposição, a Renamo, defendeu, esta segunda-feira, a necessidade da prorrogação do Estado de Emergência, decretado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no passado mês de Março.

 

Filipe Nyusi decretou, recorde-se, no dia 30 de Março, o Estado de Emergência, que vigora desde o passado dia 1 de Abril corrente (termina no dia 30 de Abril), no contexto da prevenção e combate à pandemia da Covid-19, que teima em ceifar vidas a nível mundial.

 

A prorrogação, segundo Ossufo Momade, funda-se no aumento progressivo de casos de indivíduos infectados pela Covid-19 no país, realidade que evitaria a passagem para o nível 4, o chamado “bloqueio total”, que, no entender de Momade, seria verdadeiramente catastrófico.

 

“Em face do aumento progressivo de propagação da COVID-19 no país, a Renamo recomenda a prorrogação do Estado de Emergência, como forma de evitar que atinjamos o nível 4, o chamado lockdown, que no nosso entender será catastrófico para todo Moçambique”, disse Ossufo Momade.

 

E uma vez prorrogado o Estado de Emergência, o partido Renamo defende a revisão total das medidas e apresenta algumas sugestões, tais como: “os serviços de água e energia devem ser gratuitos para a população mais pobre, funcionários e trabalhadores que recebem o salário mínimo; redução da taxa do IVA; suspender o pagamento de taxas das portagens, enquanto durar o período de restrições e do Estado de Emergência; renovar a medida de proibição da actividade do sector informal (e neste aspecto, defendemos que devem ser adoptadas medidas de distanciamento social, como estão fazendo alguns países africanos e do sudeste asiático, mas nunca impedir os humildes moçambicanos de ganhar o seu pão que depende de um magro rendimento que é conquistado numa base diária)”.

 

“O combate à COVID-19 pode ser feito sem violência e sem confinar a população a uma situação de mendicidade; recomendamos a publicação do cenário fiscal de médio prazo para que o país possa compreender o real impacto fiscal da pandemia da COVID-19; actualizar os pagamentos às empresas com quem o Estado possui dívidas, como forma de criar liquidez e manter o seu normal funcionamento; criar linhas de crédito com juros bonificados, ou prestar garantias a conceder através dos Bancos Comerciais, para as empresas que produzam para o sector de saúde por um período de um ano”, continuou a fonte.

 

“Mobilizar, imperativamente, todos os meios circulantes ociosos, como viaturas, instrumentos e equipamentos de comunicação de massas, megafones e outros, que se encontram no Instituto de Comunicação Social (ICS), Secretariado Técnico de Administração Estatal (STAE) e outras instituições equiparadas, para sensibilizar a população sobre as medidas de prevenção e, outrossim, sobre como manter os rendimentos familiares num ambiente em momento de crise; utilização dos meios e serviços do Corpo de Salvação Pública, mais conhecidos por Bombeiros, para ajudar a desinfectar as ruas e espaços públicos; bem como criar incentivos financeiros e morais para os funcionários expostos ao risco de contaminação como os médicos, enfermeiros, polícias, e outros funcionários públicos nas áreas de atendimento indispensáveis, atribuindo-se-lhes um subsídio de risco e um seguro de saúde por um ano, cujo prémio é suportado pelo Estado”, acrescentou. (Carta)