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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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O Ministério da Saúde garantiu, esta segunda-feira, ainda não ter registado qualquer caso de Mpox (varíola dos macacos), em Moçambique, pelo que, desmente a existência de casos desta doença em Moçambique.

 

Em comunicado emitido ontem, o Ministério da Saúde revela ter submetido, entre os dias 14 e 26 de Agosto, sete casos suspeitos de Mpox, cujos testes laboratoriais deram negativo. Os casos em referência foram detectados nas províncias de Cabo Delgado (quatro), Niassa (um), Zambézia (um) e Maputo (um).

 

As autoridades da saúde esclarecem, no documento, que os sintomas de mpox são similares às de outras doenças exantemáticas, como o sarampo, a rubéola e a varicela, pelo que os casos suspeitos podem estar relacionados à estas doenças.

 

Lembre que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, a 14 de Agosto último, a Mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, facto que levou as autoridades de saúde a elevar o seu nível de alerta. (M. Afonso)

Detida em Maputo cidadã acusada de tráfico de órgãos humanos.jpg

A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve, na última sexta-feira (23), no bairro de Mahlazine, na cidade de Maputo, uma cidadã de 35 anos, suspeita de tráfico de órgãos, após uma denúncia feita pelo parceiro da sua empregada doméstica. A detenção ocorreu depois que a empregada encontrou órgãos humanos (braços e seios) no congelador da casa da patroa, o que a levou a informar o parceiro, que então denunciou o caso à polícia.

 

Entretanto, a detida afirma que está a ser acusada de um crime que não cometeu, alegando que nada foi encontrado na sua residência. "Quando a polícia revistou a minha casa e o meu quarto, encontraram apenas quatro seringas e coleira do meu cão. No meu carro, encontraram um kit de primeiros socorros e ervas medicinais que uso para os meus banhos. No meu telemóvel, encontraram algumas mensagens de um jovem que me arranja pessoas para trabalhar, mas no meu congelador não encontraram nada", explicou.

 

Segundo a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Marta Pereira, a cidadã foi detida por possuir na sua residência partes do corpo humano, que foram descobertas pela empregada, após a patroa ter ligado pedindo para retirar carne do congelador para preparar.

 

Mas como não era tarefa da empregada preparar comida, ao procurar a carne, deparou-se com um plástico contendo braços e seios femininos, o que a fez sair correndo até desmaiar. Pouco depois, a filha da patroa ligou para a mãe para contar o sucedido e esta retornou à casa, confrontando a empregada sobre o que ela tinha visto no congelador.

 

Em pânico, a empregada pediu à patroa que a enviasse de volta para a província de Gaza, onde reside, mas a patroa recusou. A empregada então contactou o seu parceiro, que accionou a polícia, tendo esta se dirigido de imediato à casa da suspeita, mas não encontrou nada, pois já havia removido os itens para outra residência.

 

Quando a polícia chegou ao local, rastreou o celular da cidadã e descobriu que ela recrutava pessoas, prometendo emprego na África do Sul, através da partilha de informações nas redes sociais sobre a solicitação de empregadas domésticas. Na mesma residência, a polícia encontrou vários medicamentos tradicionais, materiais de primeiros socorros, seringas e outros itens. (M.A.)

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O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, disse ontem que o país recebeu, entre 2019 e 2023, cerca 8,9 mil milhões de euros em investimentos e pediu aos empresários “diversificação” dos destinos das exportações.

 

“Registamos um fluxo de investimentos diversificados acima de 10 mil milhões de dólares (8,9 mil milhões de euros) entre 2019 e 2023 direcionados para os setores de energia em 40%, turismo em 18%, indústria em 15 %, serviços com 14% e construção na ordem de 5%”, declarou o Presidente moçambicano, durante a abertura da 59.ª edição da Feira Internacional de Maputo (Facim), que decorre na província de Maputo até domingo.

 

Filipe Nyusi destacou que grande parte dos investimentos que ocorreram em Moçambique no período em referência são fruto, sobretudo, das medidas de aceleração económica, destacando a redução do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) e a isenção de vistos para 29 países em 2022, que permitiram “a diversificação da economia”.

 

“Em termos da nossa estrutura do Produto Interno Bruno (PIB), esta realidade está mais do que patente” como ilustram os registos do primeiro trimestre do ano corrente, em que “os ramos de agricultura e outras atividades relacionadas que contam com 31,5%, a indústria extrativa, com peso de 10,5%, transportes, armazenagem e comunicações, com 8,5%, o ramo de comércio e serviços de reparação, com peso de 8%, e indústria com 7%”, detalhou Nyusi.

 

O Presidente referiu que Moçambique tem estado a registar uma dinâmica moderada de crescimento económico, com o PIB a alcançar uma evolução de 5% em 2023, sendo que no primeiro trimestre de 2024 o seu crescimento foi de 3,2%, abaixo dos 5,5% da previsão anual.

 

“Este resultado foi fruto do pendor das medidas contracionistas da política monetária que conduziram à atual situação, onde se conjugam a baixa inflação com tendências sólidas de crescimento económico, igualmente com exportações a par da estabilidade cambial”, referiu o chefe do Estado moçambicano.

 

No seu discurso de abertura da Facim, Filipe Nyusi pediu ainda aos empresários para “diversificarem” os destinos dos seus produtos, lembrando que Índia, África do Sul, China, Reino Unido, Itália, Correia do Sul, Croácia, Tailândia, Singapura são os atuais locais preferenciais das exportações moçambicanas. “Isso é um TPC [trabalho para casa] que temos, há que diversificar mais em qualidade e quantidade os destinos dos nossos produtos e de forma competitiva”, apelou Filipe Nyusi.

 

A Feira Internacional de Maputo, a maior exposição de bens e serviços de Moçambique, vai decorrer até 01 de setembro, contando com a presença de 3.300 expositores de 26 países, das quais 2.300 empresas são moçambicanas e 750 estrangeiras, de acordo com dados do Ministério da Indústria e Comércio, que promove a exposição. (Lusa)

Exportações moçambicanas para Zimbabwe atingem menos de 400 milhões de dólares em 2022 – Observatório.jpg

Moçambique exportou 336 milhões de dólares em produtos para o Zimbabwe em 2022. Os principais produtos que Moçambique exportou para o Zimbabwe foram óleo de soja (US$ 93 milhões) e petróleo refinado (US$ 59,7 milhões).

 

Nos últimos seis anos, as exportações moçambicanas para Zimbabwe aumentaram a uma taxa anual de 24,4%, de US$ 113 milhões em 2017 para US$ 336 milhões em 2022.

 

Por seu turno, Zimbabwe exportou bens no valor de 119 milhões de dólares para Moçambique em 2022, sendo os principais produtos o tabaco processado (US$ 26,6 milhões), minerais (US$ 25 milhões) e ferroligas (US$ 22,6 milhões). Nos últimos seis anos, as exportações de produtos do Zimbabwe para Moçambique diminuíram a uma taxa anual de 2,9%, de US$ 348 milhões em 2017 para US$ 119 milhões em 2022.

Os dados foram divulgados pelo Observatory Economic Complexity, uma plataforma de visualização e distribuição online para comércio internacional, na véspera da deslocação do Presidente Filipe Nyusi a Harare, onde vai inaugurar a Feira Agrícola do Zimbabwe.

 

As estatísticas indicam que há muito mais que os dois países ainda precisam fazer para melhorar o comércio, pese embora o Instituto de Estatísticas do Zimbabwe (Zimstat) tenha indicado que as exportações do Zimbabwe para Moçambique duplicaram em 2023, passando de cerca de US$ 190,4 milhões em 2022 para US$ 397,7 milhões.

 

O estadista moçambicano é esperado esta terça-feira, para abrir oficialmente a 114ª edição da Feira Agrícola do Zimbabwe (ZAS). O evento deste ano decorre desde ontem até sábado no Exhibition Park em Harare, e tem como lema “Cultivando a Prosperidade: Crescimento de Negócios, Inovando para Mudança, Nutrindo Nosso Futuro”, devendo atrair mais de 200.000 visitantes.

 

O director-chefe interino do Ministério das Relações Exteriores e Comércio Internacional para serviços de protocolo e conferências, Livit Mugejo disse que “não é uma visita de Estado, mas sim uma visita de trabalho. Ele vem apenas para a abertura oficial da 114ª edição da Feira Agrícola do Zimbabwe.”

 

A visita do Presidente Nyusi, disse Mugejo, ressalta o relacionamento de longa data entre Harare e Maputo, enraizado em laços históricos, culturais e económicos.

 

Ele também afirmou que o convite de um chefe de Estado estrangeiro para abrir a feira agrícola visa fortalecer as relações comerciais entre os dois países. “As relações bilaterais entre o Zimbabwe e Moçambique se fortaleceram com base na parceria estratégica mútua entre os dois países”, acrescentou.

 

“Neste caso, Moçambique não é apenas nosso vizinho, mas um parceiro comercial muito importante do Zimbabwe. Moçambique fornece uma rota comercial para nós para o mar. Portanto, a plataforma ZAS fornece aos dois países uma oportunidade de aumentar as suas relações bilaterais e comerciais.”

 

Em entrevista separada ao The Sunday Mail, o director executivo da ZAS, Andrew Matibiri, disse que doze expositores internacionais de países como Moçambique, Rússia, Índia, África do Sul, Zâmbia, Paquistão, E-swatini, Japão, China, Malawi e Tanzânia confirmaram a sua participação, contra cinco no ano passado.

 

Por outro lado, 16 empresas do Zimbabwe expõem na feira comercial de Maputo aberta ontem (26) pelo Presidente da República Filipe Nyusi, em Ricatla, distrito de Marracuene.

 

A Feira Internacional de Comércio de Maputo (FACIM), que acontece de 26 de agosto a 1 de Setembro, oferece uma oportunidade única para empresas do Zimbabwe se conectarem com os principais parceiros em Moçambique, criando uma plataforma que deve melhorar o comércio bilateral entre os dois países vizinhos. 

 

As empresas participantes são provenientes de sectores como alimentos processados, construção civil, bens de consumo, alimentos processados, vestuário e têxteis e produtos farmacêuticos. Outros sectores representados são vestuário e têxteis, engenharia, embalagens, móveis e insumos e implementos agrícolas. (Herald/The Sunday Mail)

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O Fórum das Rádios Comunitárias (FORCOM) denunciou, nesta segunda-feira (26), a agressão a dois jornalistas da rádio comunitária Paraphato, localizada no distrito de Angoche, província de Nampula, quando cobriam a campanha eleitoral do partido FRELIMO. O incidente ocorreu no último fim-de-semana nas ruas da vila municipal.

 

A denúncia foi feita em comunicado, no qual o FORCOM acusa figuras de destaque do partido FRELIMO naquele distrito, nomeadamente, o Primeiro Secretário e a Presidente do Conselho Municipal Dalila Ussene, como mandantes da violação e confisco do material de trabalho dos jornalistas Ussene Mamur e Raissom Tomé.

 

De acordo com a nota, no dia 24 de Agosto, o jornalista Ussene Mamur foi ameaçado e espancado e teve o seu material de trabalho confiscado, enquanto filmava o início da campanha eleitoral da FRELIMO na Escola Primária Farlahe, no bairro Inguri. O acto foi cometido pelo ajudante de campo da presidente do Conselho Municipal de Angoche, que questionou o jornalista sobre quem o havia mandado filmar, mesmo depois deste ter apresentado credencial.

 

No domingo (25), outro episódio semelhante também ocorreu durante a campanha eleitoral. Segundo o FORCOM, a presidente do Conselho Municipal, Dalila Ussene, e o Primeiro Secretário da FRELIMO ameaçaram e apoderaram-se do material de trabalho do jornalista Raissom Tomé quando este captava imagens de um acidente de viação envolvendo a caravana do partido no poder.

 

Além do confisco do material, o jornalista foi levado ao Comando Distrital da PRM, onde, após algumas horas, foi posto em liberdade por ordem do Comandante Distrital. Contudo, as imagens do acidente, no qual pelo menos 16 membros e simpatizantes da FRELIMO ficaram feridos e depois levados ao Hospital Rural local, foram apagadas. (Carta)

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Quando o país entra no quarto dia consecutivo da campanha eleitoral rumo às VII Eleições Gerais (Presidenciais e Legislativas) e IV Provinciais (do Governador e dos Membros das Assembleias Provinciais), Venâncio Mondlane, candidato a Presidente da República, e 30 formações políticas candidatas ao Parlamento e às Assembleias Provinciais ainda não fizeram o uso do espaço de antena existente na televisão pública.

 

De acordo com o artigo 31 da Lei n.º 2/2019, de 31 de Maio, os candidatos a Presidente da República, os partidos políticos e coligações de partidos políticos às eleições têm direito à utilização do serviço público de rádio e de televisão durante o período da campanha eleitoral.

 

No entanto, desde o arranque da campanha eleitoral, Venâncio Mondlane ainda não enviou seu material audiovisual à Televisão de Moçambique, tornando-se no único candidato a Presidente da República que não tem conteúdos publicados na televisão pública.

 

O mesmo acontece com o PODEMOS (Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique), partido que suporta a candidatura de Venâncio Mondlane, que ainda não enviou conteúdos à televisão pública. Tal como Venâncio Mondlane e PODEMOS, estão também 29 partidos políticos, que ainda não enviaram seus materiais à Televisão de Moçambique.

 

Até esta segunda-feira, terceiro dia da campanha eleitoral, apenas os partidos Frelimo, Renamo, MDM (Movimento Democrático de Moçambique), Nova Democracia (ND) e o PDM (Partido Para o Desenvolvimento de Moçambique) tinham enviado material à estação pública de televisão, sendo que o partido no poder é o único que já enviou materiais de propaganda diferentes para cada momento de antena. Refira-se que os tempos de antena estão divididos em três momentos: para os candidatos às provinciais; às legislativas; e às presidenciais.

 

O MDM tem preenchido os três momentos com vídeos de Lutero Simango, Presidente do partido e candidato a Presidente da República, enquanto a Renamo tem recorrido a dois vídeos, sendo um (da abertura da campanha eleitoral em Quelimane) para as legislativas e provinciais e outro (de Ossufo Momade, na pré-campanha) para as presidenciais.

 

Já o partido Nova Democracia tem usado o mesmo vídeo (da abertura da campanha eleitoral em Xinavane, província de Maputo) para os dois momentos (legislativas e provinciais), enquanto o PDM tem publicitado o seu hino.

 

De um espaço concebido para durar, no mínimo, 90 minutos, a Televisão de Moçambique tem dedicado menos de 30 minutos (de manhã e à noite) para divulgar a propaganda eleitoral dos partidos políticos por falta de conteúdos.

 

Refira-se que a campanha eleitoral para as eleições de 9 de Outubro próximo continua menos vibrante que nos anos anteriores, apresentando caravanas menos numerosas e ruas desertas de panfletos e outdoors propagandísticos, para além da escassez de camisetas e capulanas. (A.M.)

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O primeiro dia da campanha eleitoral rumo às eleições de 9 de Outubro foi caracterizado nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa por uma maior participação dos principais actores políticos nas ruas e nas respectivas delegações.

 

Na cidade de Pemba, por exemplo, o MDM, terceiro maior político no país, escolheu o bairro Paquitequete para o lançamento da sua campanha. A cerimónia foi conduzida por António Macanige, Delegado Político Provincial, que pediu votos para o seu partido e para o seu candidato presidencial, Lutero Simango. O cabeça-de-lista para governador da província, Santos Abílio, prometeu resolver o problema de insegurança em Cabo Delgado.

 

A condução das actividades do dia da RENAMO, a segunda maior força política, após desfilar pelas ruas, coube a Manuel Alex, Delegado Político Provincial, na presença da cabeça-de-lista Ângela Maria Eduardo. Falando no bairro municipal de Muxara, Ângela Maria Eduardo prometeu resolver as principais dificuldades da população da província.

 

A FRELIMO, sob orientação de Amélia Muendane, membro da Comissão Política do partido no poder, abriu a campanha no bairro Metula. Na ocasião, o cabeça-de-lista para governador, Valige Tauabo, prometeu dias melhores e mais desenvolvimento na província.

 

Por outro lado, apoiantes de Venâncio Mondlane, através do PODEMOS, saíram às ruas sob a direcção do Delegado Provincial da CAD no bairro de Alto Gingone. Em Nampula, maior círculo eleitoral do país, os partidos MDM, FRELIMO, RENAMO, PODEMOS e AMUSI também saíram às ruas.

 

O MDM marchou pelas ruas da cidade de Nampula até ao bairro Muhala-Expansão e o seu cabeça-de-lista, o Padre Fernão Magalhães, prometeu melhorar as vias de acesso que ligam os distritos e prestar maior atenção ao sector da educação.

 

A RENAMO privilegiou a campanha porta-a-porta nos bairros da cidade de Nampula. A cabeça-de-lista para governador, Abiba Abá, não se fez presente. O AMUSI também marchou pela cidade de Nampula, percorrendo algumas artérias da urbe. O cabeça-de-lista, Santos Almeida, prometeu desenvolver a província. No entanto, membros e simpatizantes do AMUSI e da FRELIMO trocaram acusações, mas sem incidentes.

 

Os apoiantes de Venâncio Mondlane exaltaram a figura do seu candidato presidencial, pedindo votos com a promessa de que vai melhorar a vida dos moçambicanos. (Carta)

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O Presidente da República, Filipe Nyusi, abre esta segunda-feira (26) a 59ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), evento de sete dias, que decorre anualmente em Ricatla, distrito de Marracuene, província de Maputo. Trata-se da última edição que Nyusi abre enquanto Chefe de Estado, por isso o acto será carregado de grande simbolismo.

 

De acordo com a proposta do programa de abertura, disponibilizada pela Agência de Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX), a cerimónia terá dois principais momentos, nomeadamente, a visita pelo PR à exposição (das 09h00 às 11h00) e a abertura oficial da feira. No primeiro momento e olhando para os anos anteriores, a visita do PR é feita de tenda em tenda para interagir com os diferentes expositores.

 

No segundo momento, Nyusi vai efectivamente abrir a FACIM. Antes do discurso de abertura do Chefe de Estado, serão galardoados os maiores exportadores e investidores referentes ao ano de 2023. A proposta do programa prevê que este momento comece às 11h30 até por volta das 13h00.

 

Para a 59ª Edição da FACIM são esperados mais de 3.300 expositores, dos quais 2.300 empresas nacionais, 26 países, 750 empresas estrangeiras e 65.000 visitantes.

 

No que toca às inovações, o destaque vai para o Pavilhão da Industrialização, através do qual pretende-se exaltar o potencial da indústria nacional e o melhor do Made in Mozambique, e o Pavilhão dos Corredores de Desenvolvimento, cujo foco serão os vários projectos e iniciativas estruturantes em implementação nos principais Corredores de Desenvolvimento (Norte, Centro e Sul).

 

Aquando do lançamento do evento, há uma semana, o Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, explicou que, à semelhança das edições anteriores, a FACIM 2024 inclui, para além da exposição, a realização de eventos promocionais, nomeadamente, seminários temáticos e fóruns de negócios com envolvimento de entidades nacionais e estrangeiras, com o objectivo de apresentar oportunidades de investimento e negócios em vários sectores de actividade económica.

 

O governante destacou que a FACIM 2024 reveste-se de enorme simbolismo, tendo em conta o facto de ser a última edição no presente ciclo governativo, que apesar dos sucessivos choques internos e externos, sem precedentes, registou progressos assinaláveis no domínio económico como resultado das medidas de reforma adoptadas pelo Governo, tendo o sector privado como o centro da transformação económica e desenvolvimento do país.

 

O presente certame reveste-se ainda de singularidade contextual, pelo facto de suceder à conclusão do processo de efectiva adesão de Moçambique à Zona do Comércio Livre Continental Africana, através da recente aprovação pelo Governo da Oferta Tarifária e Estratégia de Implementação do Acordo.

 

Segundo Moreno, para além de ser o maior mercado de livre Comércio do Mundo (com cerca de 1.4 bilião de consumidores), com circulação preferencial de bens e serviços, a Zona apresenta vantagens e oportunidades para internacionalização da economia e do sector privado, especialmente as micro, pequenas e médias empresas nos sectores prioritários do país, designadamente o agro-negócios, indústria, os recursos minerais, os serviços de energia, turismo e infra-estruturas de logística e corredores.

 

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) participa na FACIM promovendo exportações e trocas comerciais, através da segunda edição do “Canto do Exportador”, no qual pretende que seja um dos lugares mais visitados da feira e se espera, também, que seja um espaço onde grande parte das parcerias seja fechada.

 

A CTA terá igualmente especial atenção para a promoção do estabelecimento de contratos comerciais envolvendo agentes económicos à procura de mercado e os que se mostrarem interessados na aquisição de produtos e serviços diversos.

 

“Uma outra componente, e com fito de minimizar a assimetria de informação existente no seio da comunidade empresarial, será a facilitação de informação, sobre o acesso a mercados preferenciais como o da SADC, Zona de Comércio Livre Continental Africana, União Europeia, Reino Unido, EUA, entre outros. Para o efeito, será disponibilizada uma brochura que terá informação sobre os critérios e requisitos para exportar para esses destinos, assim como constarão detalhes das empresas inscritas e seus produtos e/ou serviços”, disse Vuma.

 

“Portanto, da 59ª edição da FACIM, temos elevadas expectativas de que, para além de ser a montra da produção local, irá espevitar que mais empresas exportem, estabelecendo assim uma maior interacção entre os empresários, o que pode proporcionar o estabelecimento de parcerias e mais negócios”, concluiu Vuma. Índia e Manica são o país e a província de honra respectivamente, pelo forte compromisso na mobilização do sector empresarial para participar da FACIM 2024. (Carta)

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Parte dos carros em segunda mão comercializados em Moçambique saiu de circulação no Japão por prejudicarem a qualidade do ar e por não terem sido aprovados por questões de segurança.

 

Devido aos elevados encargos com impostos e inspecções em automóveis com mais de três anos no Japão, muitos são exportados para África. Parte deles chegam ao porto de Durban, na África do Sul, onde negociantes paquistaneses os comercializam para países da África Austral, como Moçambique, Malawi e Zimbabwe.

 

Os carros chegam a preços mais baixos ao mercado moçambicano, mesmo assim bem mais caros do que o seu preço em Durban, como explica Andrew Brooks, investigador da Universidade de Londres: "Este esquema torna o preço dos carros mais barato, porque são taxados com um imposto mais baixo.

 

“Carta” recuperou um artigo de Brooks publicado em Março de 2011, no qual referia na altura que o mercado de carros estava a expandir-se em Moçambique, facto que na sua opinião estaria ligado ao surgimento de uma classe que beneficiou do crescimento do PIB.

 

De acordo com o investigador, é por isso que os ricos que têm possibilidade de importar carros compram-nos mais baratos. "Mas, para a maioria dos moçambicanos, que não têm possibilidade de comprar carro, a perda de receitas do Estado é negativa", diz.

 

O transporte entre o Japão e a África do Sul é mais barato e os moçambicanos tendem a não ter capital e contactos no Japão para permitir remessas directas. Membros das mesmas famílias e redes comerciais paquistanesas hegemónicas trabalham no Japão, Durban e em mercados a jusante, como Maputo.

 

Esta prática corrente e conhecida de muitos cidadãos tem gerado críticas à direcção das Alfândegas de Moçambique, acusada de favorecer grandes importadores, ligados ao partido no poder, a FRELIMO.

 

Por exemplo, em 2010, Orlando José, que era director de Auditoria, Investigação e Informação das Alfândegas de Moçambique, foi assassinado três horas depois de ter denunciado na televisão que três carros de luxo tinham sido apreendidos em Maputo por várias ilegalidades fiscais.

 

O processo contínuo de captura do Estado por uma elite restrita por meio do partido governante Frelimo em Moçambique está perpetuando a corrupção. Além disso, há alegações muito sérias de conflito de interesses envolvendo altos funcionários, que têm interesses comerciais como importadores e agentes de desalfandegamento. A Direcção Aduaneira também está a ser criticada por favorecer alguns grandes importadores com ligações ao partido no poder, a Frelimo.

 

Perante esta teia de corrupção, Andrew Brooks lamenta o investimento que tem sido feito nos serviços aduaneiros. "Tem havido tentativas para melhorar os serviços alfandegários de Moçambique. Mas na minha opinião, quando há ajuda, que tem sido doada pelo governo do Reino Unido, através da organização Crown Agents, o problema continua e a ajuda não o resolveu", explica Brooks, para quem o auxílio pode até ter feito pior "porque se tem fechado os olhos a práticas ilícitas em vez de se ir às causas do problema". (Carta)

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Fortes pancadarias pela madrugada do último sábado, em Nacala-à-Velha, província de Nampula, envolvendo membros e simpatizantes da Frelimo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), resultaram em ferimentos.

 

A informação foi avançada este fim-de-semana, pelo Centro de Integridade Pública (CIP), no seu diário da campanha eleitoral. Os feridos receberam cuidados médicos no centro de saúde da vila-sede.

 

Segundo a organização, através do seu Boletim de Eleições (CIP Eleições), tudo começou quando os membros e simpatizantes do partido Frelimo, liderados pelo Secretário Distrital da OJM (braço juvenil da Frelimo), dirigiram-se ao campo 25 de Setembro e ordenaram que os membros do MDM, que já se encontravam no local, se retirassem, alegando que só o partido Frelimo é que podia colar os panfletos naquele espaço.

 

“Os elementos da Frelimo começaram a vandalizar e a colocar os seus panfletos sobre os do MDM, o que provocou a reacção dos membros do MDM. As partes entraram em confrontos violentos. O caso já se encontra no comando distrital da Polícia”, narra aquela organização.

 

Vandalização de materiais de campanha domina primeiro dia de “caça” ao voto

 

Ainda de acordo com aquela organização da sociedade civil, os mais de 500 correspondentes do CIP Eleições, espalhados por 254 distritos de Moçambique, reportaram um início de campanha eleitoral tranquilo, mas com alguns casos de vandalização de materiais de campanha em alguns distritos. Igualmente, foram registados casos de uso de bens de Estado em alguns distritos.

 

Segundo o CIP Eleições, só no primeiro dia foram contabilizados mais de 20 casos de vandalização de materiais de campanha eleitoral. A Frelimo é o partido que teve mais materiais vandalizados, seguindo-se a Renamo e depois o MDM. Também foram reportados casos de colocação de materiais de campanhas em lugares impróprios, como nos sinais de trânsito, residências de cidadãos e instituições públicas.

 

De acordo com a fonte, a maior vandalização de panfletos da Frelimo foi na Matola-Rio. Um vídeo amador mostra centenas de materiais de propaganda da Frelimo vandalizados no município da Matola-Rio, distrito de Boane, província de Maputo. Desconhecem-se os protagonistas do acto, mas suspeita-se que sejam jovens simpatizantes de partidos da oposição.

 

O CIP Eleições registou também actos de intolerância política, no distrito de Magude, na província de Maputo, onde membros e simpatizantes da Frelimo vandalizaram materiais e provocaram elementos da Renamo. “As duas partes quase que chegavam a confrontos físicos. Um membro da Frelimo ameaçou com uma catana elementos da Renamo”, detalha a organização, que anotou ainda o uso de viaturas de Estado.

 

“Os nossos correspondentes reportaram, também, quatro casos de utilização de viaturas do Estado em Chongoene (Gaza), Beira (Sofala), Quelimane (Zambézia), Nangade e Ibo (Cabo Delgado). Em Gaza e Cabo Delgado, as viaturas foram usadas pela Frelimo, em Sofala e Zambézia pelos partidos MDM e Renamo, respectivamente”, sublinha. (Carta)

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