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segunda-feira, 21 outubro 2024 17:25

Cidades de Pemba, Montepuez e Mocímboa da Praia paralisadas pela greve geral

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A manifestação convocada para esta segunda-feira (21) à escala nacional pelo político e candidato independente suportado pelo partido PODEMOS, Venâncio Mondlane, também foi sentida nas cidades de Pemba, Montepuez e vila de Mocímboa da praia, em Cabo Delgado.
 
Pela manhã, o ambiente na capital de Cabo Delgado era caracterizado por calma e menos movimentação em relação a outros dias. Mercados vazios, escolas fechadas e poucas pessoas nos postos de trabalho, com viaturas Mahindra e agentes das forças de defesa e segurança nas estradas, marcam a cidade de Pemba.
 
Por exemplo, o movimentado mercado de Alto Gingone, um dos mais movimentados da cidade, registrou fraca movimentação durante as primeiras horas da manhã desta segunda-feira. Igualmente, havia pouca circulação de transportadores semi-colectivos, vulgo chapa-cem.
 
Os manifestantes tinham agendado o início da manifestação na Emulação Socialista, mas isso não ocorreu devido à presença das forças de segurança. Mas um outro grupo se concentrou ao longo da avenida 25 de setembro, a mais importante via da cidade de Pemba.
 
Por volta das 11 horas, na Avenida 25 de Setembro, concretamente no bairro Cariacó na zona conhecida por mercado do Embondeiro, foram registados incidentes, como o lançamento de pedras contra os agentes da PRM, e até queimaram-se pneus e colocaram-se barricadas ao longo da via. No entanto, a situação não se prolongou devido à presença das forças. A PRM usou gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes, que fugiram para dentro do bairro Cariacó.
 
A cidade de Montepuez, ao sul da província, acordou em calma, e as pessoas não saíram às ruas como é habitual nas primeiras horas do dia. As forças de defesa e segurança inundaram as principais artérias da cidade, segundo testemunhas.
 
"Está tudo calmo até agora (6h46). As forças estão em todo lugar, então a cidade não amanheceu como em outros dias", disse Maria Ernesto Meza, residente local.
 
"Eu não fui ao mercado abrir a minha banca, estou em casa, e as pessoas não foram. Aqui tudo está tranquilo, com as forças circulando nas avenidas. Saí um pouco para fora, mas não há movimento como estamos acostumados. Não sabemos como será, mas ontem muitos jovens foram para Namanhumbir; muitos carros estavam lá", contou um comerciante local.
 
Na vila de Mocímboa da Praia, não houve qualquer movimento de rua relacionado à manifestação convocada por Venâncio Mondlane, mas as escolas estavam encerradas até ao meio-dia, e algumas pessoas não foram pescar nem trabalhar nas machambas.
 
"Há sinais de greve ou concentração, mas a situação está calma. Nas escolas, não se está estudando, algumas pessoas não foram pescar, e nas machambas também não, devido ao medo", disse um morador. (Carta)
 
Greve geral: Beira esteve tímida e confinada
 
A Cidade da Beira esteve hoje paralisada, na sequência da convocação feita por Venâncio Mondlane para os moçambicanos observarem uma greve nacional geral, em protesto às últimas eleições nacionais.
 
Houve restrição no movimento de cidadãos. Durante a manhã registaram-se focos de barricadas ás principais estradas de acesso à cidade da Beira. Na Munhava, no Vaz e na estrada do Aeroporto ao Estoril houve queima de pneus na via pública para impedir a circulação de viaturas e de pessoas.
 
Os autores não eram visíveis. Viu-se mais mirones, pessoas curiosas, algumas pousando no local junto para tirar fotos e alimentar o ciclo de partilha nas redes sociais.
 
A circulação esteve retraída porque as pessoas não queriam correr riscos enquanto não havia certeza do que podia acontecer.
 
Os automobilistas diziam temer que lhes seja lançado um projéctil, tanto que não se sabia onde estava o autor da barricada.
 
As pessoas mantiveram-se confinadas nas suas áreas de residência, com o serviço de transporte público de passageiros praticamente paralisou a actividade.
 
O comércio funcionou muito timidamente, com destaque para cantinas e barracas, mas os maiores mercados da cidade optaram por encerrar a actividade.
 
Isso aconteceu em vários sectores e empresas, que mandaram de volta para casa os seus trabalhadores logo no início da jornada laboral, por receio de que possam ser atacados pelos promotores da interrupção da vida regular dos cidadãos.
 
A Polícia patrulhou a cidade, espalhando-se por pequenas esquadras, maioritariamente constituídas por dois elementos devidamente aprumados.
 
Mas pela cidade o movimento dos polícias foi intenso, assemelhando-se a uma parada policial pública. As escolas todas fecharam. Os hospitais cumpriram estiveram em normal funcionamento. O Corredor da Beira esteve todo aberto e calmo. O Porto e o Aeroporto funcionaram normalmente. (Falume Chabane)

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