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sexta-feira, 24 janeiro 2025 06:55

Moçambique opera veículos blindados MCAV-20

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O exército moçambicano adicionou outro veículo blindado ao seu arsenal: o Emirati Calidus MCAV-20, que também foi adquirido por vários outros países africanos. Os MCAV-20 foram vistos publicamente participando das celebrações do Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), no passado 25 de Setembro de 2024. Na ocasião, foram vistos no desfile militar pelo menos meia dúzia de veículos MCAV-20.

 

Em Março de 2023, o Ministério da Defesa compartilhou fotos de uma visita das autoridades (incluindo o Ministro da Defesa Cristóvão Chume) aos Emirados Árabes Unidos (EAU), onde um Memorando de Entendimento foi assinado, abrangendo cooperação militar e contra-terrorismo.

 

Durante a visita, autoridades moçambicanas visitaram empresas de defesa dos Emirados Árabes Unidos, incluindo a Calidus, onde foram vistas inspecionando veículos MCAV-20, mas não está claro quantos foram adquiridos posteriormente. O MCAV-20, lançado em 2021, é um dos vários veículos fabricados pela Calidus, junto com o LRV-20 leve 4×4 e o Al Wahash 8×8. Este último foi projectado pela ADG Mobility da África do Sul.

 

O blindado MCAV-20 parece ser movido por um motor de 330 hp e protegido contra ameaças balísticas e de minas terrestres. Um 'design de casco inteligente' permite a integração de torres e estações de armas. O veículo pesa cerca de 7 a 9 toneladas e tem uma velocidade máxima de cerca de 110 km/h. Os MCAV-20 também foram adquiridos pela Etiópia, República Democrática do Congo, Sudão e Mauritânia.

 

Também foram vistos no desfile do Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique em 2024 vários veículos blindados Tiger 4×4 – outro tipo relativamente novo no serviço militar moçambicano. Eles são fabricados pela ShaanXi Baoji Special Vehicles Company, que também exportou o modelo para a Somália e outros países estrangeiros.

 

O Tiger foi introduzido pela primeira vez no mercado internacional em 2012. Ele pode acomodar nove soldados mais dois tripulantes. Ele tem um peso em ordem de marcha de 4.500 kg e carga útil de 1.100 kg. Uma torre aérea pode ser armada com uma metralhadora ou lançador de granadas. O veículo pode suportar projécteis perfurantes de blindagem de 7,62 mm. Um motor diesel Cummins ISDE200-30 proporciona uma velocidade máxima de 115 km/h e alcance de 600 km.

 

De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI na sigla em inglês), Moçambique recebeu 23 APCs – que se acredita serem os Tigres – da China em 2018. Dois Tigres foram posteriormente capturados por insurgentes em 2020.

 

A ShaanXi Baoji Special Vehicles Company forneceu anteriormente 20 veículos blindados para Moçambique (cinco blindados, cinco de comando, cinco de resgate e cinco de ambulância). Eles chegaram em 2014 e parecem ser o antecessor do Tiger (o modelo ZFB05).

 

Moçambique adquiriu outros equipamentos da China no passado, com destaque para veículos blindados de transporte de pessoal Norinco WZ-551. Uma dúzia foi entregue em 2013, de acordo com dados do SIPRI. Pelo menos um foi visto na configuração de recuperação/destruidor.

 

Veículos mais antigos na frota de veículos blindados das FADM incluem dezenas de BRDM-1/2, BMP-1, BTR-60, BTR-152 e Casspir APCs/veículos de combate de infantaria, bem como dezenas de tanques T-54 e PT-76, mas não está claro quantos deles ainda estão operacionais. Mais de uma década atrás, o Reino Unido forneceu 25 AT-105 Saxon APCs de segunda mão e 40 FV-432 APCs também de segunda mão.

 

Confrontado com uma insurgência na província de Cabo Delgado, Moçambique adquiriu uma quantidade substancial de equipamento militar nos últimos anos. A Paramount sul-africana forneceu uma dúzia de veículos blindados Marauder, juntamente com três aeronaves de asa fixa Mwari e vários helicópteros Mi-24, Mi-8/17 e Gazelle. Também forneceu transportes Let-410 e CN235M reabilitados. (Defenceweb)

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O Access Bank Mozambique comunica que, Marco Abalroado, Administrador Delegado e Presidente da Comissão Executiva do Banco, após mais de seis anos de dedicação ao Access Bank Mozambique, por motivos pessoais deixa o cargo de Administrador Delegado e Presidente da Comissão Executiva do Banco.

 

O Administrador Delegado, Marco Abalroado, desempenhou um papel determinante na criação e lançamento do Banco, em 2019, e na sua condução estratégica, contribuindo significativamente para o seu crescimento e sucesso, sendo actualmente o 8o maior Banco em Moçambique.

 

O Conselho de Administração agradece ao Marco Abalroado pela sua dedicação, pelo seu compromisso com a excelência e pela sua capacidade de liderança, inestimáveis para o Banco, num momento particularmente crucial de desenvolvimento e crescimento da economia em Moçambique.

 

Enquanto decorre o processo de selecção de um novo Administrador Delegado, Chiwetalu Obikwelu, actual Administrador Delegado Adjunto, assumirá interinamente as funções de Administrador Delegado, garantindo uma transição harmoniosa e a continuidade das operações do Banco.

 

Com uma equipa experiente e comprometida, o Access Bank Mozambique reafirma o seu compromisso em oferecer serviços financeiros de alta qualidade e, de continuar a contribuir activamente para o desenvolvimento económico e social do país.

 

Esta nova etapa marca um momento de renovação, com o Banco empenhado em criar soluções financeiras personalizadas que impulsionem o sucesso dos Clientes, suas famílias e das empresas moçambicanas.(Carta)

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O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) entregou, recentemente, mais um prémio no âmbito do 1º sorteio da Campanha de Incentivo à Utilização de Cartões de Débito e Crédito. A iniciativa, que visa premiar os clientes que realizam transacções com seus cartões, distinguiu o cliente Osvaldo Arnaldo Samuel, da Agência Nampula Central.

 

A cerimónia de entrega do prémio, uma barra de som, teve lugar no Centro BCI Exclusivo, na cidade de Nampula. Durante o evento, o BCI sublinhou o seu compromisso em proporcionar soluções financeiras inovadoras e acessíveis, destacando o papel da instituição na promoção da inclusão financeira em todo o país. O Banco reafirmou o seu propósito de ajudar os seus clientes a alcançar os seus objectivos, disponibilizando-lhes ferramentas financeiras que tornam o quotidiano mais simples, eficaz e conveniente.

 

Lançada em outubro do ano passado, esta campanha continuará até março de 2025, com sorteios realizados a cada dois meses.

 

Recorde-se que, no princípio deste mês, dois clientes foram premiados na cidade de Quelimane com um computador portátil (laptop) e um televisor, respectivamente, após conquistarem o 1º e 2º lugares no sorteio.

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Moçambique é um dos países elegíveis para os programas da Fundação Tony Elumelu (TEF na sigla em inglês), principal defensora do empreendedorismo em África. As candidaturas já estão abertas para os programas de Empreendedorismo 2025, devendo os aspirantes a empreendedores de toda a África ser convidados a candidatar-se para ter a oportunidade de receber formação de classe mundial, orientação especializada e financiamento de capital inicial não reembolsável para expandir os seus negócios.

 

De acordo com uma nota recebida na nossa Redacção, o Programa de Empreendedorismo da TEF está aberto a todos os empreendedores em toda a África com ideias inovadoras de negócios ou negócios existentes há menos de cinco anos. Este ano, há uma ênfase especial nas empresas que aproveitam a Inteligência Artificial (IA) e iniciativas verdes e os candidatos deverão ter pelo menos 18 anos.

 

Consta igualmente para este ano a inscrição para o Programa de Empreendedorismo IYBA-WE4A lançado pela Fundação Tony Elumelu em parceria com a União Europeia (UE) e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).

 

O IYBA-WE4A significa investir em Jovens e Mulheres Empreendedoras em África com ideias de negócios verdes ou negócios verdes existentes no Senegal, Tanzânia, Uganda, Camarões, Quénia, Moçambique, Malawi e Togo. Os candidatos devem ter pelo menos 18 anos e empresas com o máximo de cinco anos de funcionamento.

 

Finalmente está disponível o Programa de Empreendedorismo de Ideação Aguka, uma parceria entre a Fundação Tony Elumelu, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Ruanda e o Ministério da Juventude e das Artes também do Ruanda para apoiar jovens empreendedores ruandeses entre 18 e 30 anos com ideias de negócios com um capital inicial de US$ 3.000, com o objectivo de fomentar e desenvolver conceitos inovadores em empresas viáveis.

 

O período de inscrição decorre de 1 de Janeiro a 1 de Março de 2025 e os candidatos deverão preencher e enviar as suas inscrições antes do fim do prazo.

 

A Fundação Tony Elumelu é a principal instituição filantrópica que capacita uma nova geração de empreendedores Africanos, impulsionando a erradicação da pobreza, catalisando a criação de emprego em todos os 54 países africanos e aumentando o empoderamento económico das mulheres.

 

Fundada em 2010, a Fundação Tony Elumelu está empenhada em capacitar os empreendedores africanos como catalisadores da transformação económica do continente. Desde o lançamento do Programa de Empreendedorismo TEF em 2015, a Fundação proporcionou a 2,5 milhões de jovens Africanos acesso à formação no seu centro digital, TEFConnect, e desembolsou mais de 100 milhões de dólares em financiamento directo a mais de 21 000 mulheres e homens africanos, que criaram colectivamente mais de 800.000 empregos directos e indirectos e geraram mais de 4,2 mil milhões de dólares em receitas.

 

A missão da Fundação está enraizada no Africapitalismo, que posiciona o sector privado, e mais importante ainda, os empreendedores, como catalisador para o desenvolvimento social e económico do continente Africano.

 

Para mais informações:

  • • FAQs: Clique aqui para obter respostas detalhadas às perguntas mais frequentes disponíveis no website do TEF.
  • • Contacto: Para obter mais assistência, envie um e-mail

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O novo ministro do Interior moçambicano disse ontem que a população não pode ter medo da Polícia, apontando a restauração da confiança do povo como uma das missões e deveres da corporação.

 

“A população não pode ter medo de nós, o cidadão não pode ter medo de nós. Como eu disse, no princípio o cidadão deve ser o ponto de partida e de chegada das nossas atividades, deve estar lá no centro”, disse Paulo Chachine em declarações à corporação no Ministério do Interior, em Maputo, na sua primeira intervenção pública, após ter sido empossado nas funções, sábado, pelo novo Presidente de Moçambique, Daniel Chapo.

 

O novo ministro quer que as ações da corporação estejam alinhadas com as aspirações das comunidades, pedindo que as instituições policiais sejam locais de “acolhimento e resolução de problemas” e que promovam uma relação harmoniosa e “pautada pela transparência”.

 

Chachine defendeu ainda o reforço das sessões de encontros entre a comunidade e a polícia para que se reduza a distância entre as partes, referindo que as autoridades precisam da população. “É nosso dever e missão restaurar a confiança do povo, da população, do cidadão (…). Ele deve estar no centro das nossas atividades, não nos podemos distanciar deles porque é deles que nós precisamos para o cumprimento eficaz e eficiente da nossa missão”, referiu o governante.

 

Na terça-feira, o ex-candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane apelou para que o povo se constitua num “tribunal autónomo” e emita “sentenças” contra os órgãos de polícia, alegando a “onda macabra” de “execuções sumárias” sem intervenção das autoridades.

 

A posição surge num documento, que intitula de “decreto”, com 30 medidas para os próximos 100 dias, sendo que, numa delas, Venâncio Mondlane afirma que “cabe ao povo, às vítimas, instituir-se como tribunal autónomo que emite sentenças para travar a onda macabra da UIR, GOE e SERNIC”, referindo-se a unidades da Polícia da República de Moçambique que acusa de “incessante fulgor de execuções sumárias”, na sequência das manifestações pós-eleitorais, que já provocaram mais de 300 mortos e acima de 600 baleados, desde 21 de outubro. (Lusa)

Manifestantes impedem retoma da cobrança na Portagem de Maputo.jpg

Estava tudo preparado para que a concessionária da Estrada Nacional Nº 4, a sul-africana TRAC (Trans African Concessions), retomasse hoje a cobrança na Portagem de Maputo, após um mês de livre-trânsito por conta das manifestações populares que dominaram as cidades de Maputo e Matola entre Outubro e Janeiro corrente.

 

Agentes da Polícia, munidos de armas de fogo e carros blindados, foram mobilizados ao terreno na noite de ontem para garantir a segurança, na retoma de uma actividade, cuja suspensão nunca foi comunicada aos moçambicanos.

 

No entanto, uma mobilização popular impediu, na manhã de hoje, a retoma efectiva da cobrança das taxas de portagem, na maior e mais antiga praça de portagem da região do Grande Maputo. Centenas de residentes dos bairros Luís Cabral, na cidade de Maputo, e Trevo, no município da Matola, mobilizaram-se logo cedo para a Estrada Nacional Nº 4 com o intuito claro de impedir a cobrança das taxas de portagem, “suspensas” pelo segundo candidato mais votado, em decreto inédito de um “Governo Sombra”, em Moçambique.

 

A concessionária sul-africana até conseguiu cobrar alguma receita nas primeiras horas do dia, mas tal não aconteceu depois das 07h00, quando um grupo de manifestantes bloqueou a Estrada com a queima de pneus e parqueamento de viaturas em plena via pública, com destaque para um autocarro articulado.

 

Sem disparar um tiro e com um discurso diplomático, a Polícia conseguiu desbloquear a via, mas não conseguiu impedir que os automobilistas passassem da portagem sem pagar. A partir das 08h00, o pagamento da portagem do Maputo era facultativo, pagando quem quisesse, sendo que a maioria passava tirar sequer um tostão. Centenas de passageiros foram obrigados a concluir as suas viagens a pé, sobretudo os que se dirigiam à cidade de Maputo.

 

Aliás, enquanto a Polícia, através da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), desbloqueava a via, os manifestantes dirigiam-se às cabinas da portagem de Maputo com objectivo de orientar os condutores a passar das cancelas sem pagar qualquer moeda.

 

Os manifestantes questionam as razões da TRAC estar a cobrar taxas de portagem, num cenário em que Venâncio Mondlane concedeu mais 100 dias de livre-trânsito em todo território nacional. “Nem 15 dias passaram e ele já estão a fechar cancelas. Estão a roubar o povo”, afirmou um manifestante à “Carta”, defendendo que a estrada ainda não está em condições de ser paga. (Carta)

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Contrariamente aos dados apresentados pela sociedade civil, que apontam para a morte de mais de 303 pessoas, na sua maioria civis, a Polícia da República de Moçambique (PRM), na voz do seu Comandante-Geral, reconhece apenas a morte de 96 indivíduos, dos quais 17 eram membros da corporação.

 

Falando ontem, em Maputo, durante a apresentação do novo Ministro do Interior, Bernardino Rafael garantiu que a PRM conhece a identidade dos mortos e os locais onde foram enterrados, porém, não disse quem tenha sido o autor desta chacina, que começou no dia 21 de Outubro de 2024, data em que iniciaram os protestos de repúdio aos resultados eleitorais e ao assassinato do advogado Elvino Dias e do mandatário do PODEMOS, Paulo Guambe.

 

“O número de registros da Polícia mostra que tivemos 96 óbitos decorrentes das manifestações violentas. Este é o número da Polícia, que não tem relação com números paralelos. Cada um pode apresentar os seus números, mas nós temos o número das pessoas, com os nomes e os locais onde foram sepultadas. E, desses, 17 são membros da PRM”, anunciou o chefe da Polícia.

 

No discurso, no qual defendeu que a Polícia apenas impôs “ordem e disciplina” entre os cidadãos moçambicanos, Bernardino Rafael não explicou em que circunstâncias perderam a vida as 96 pessoas mortas, incluindo os agentes da Polícia. Também não disse quem foram os responsáveis pela morte dos civis, alguns assassinados nas suas próprias residências pela Polícia (através da Unidade de Intervenção Rápida) que, na opinião do Comandante-Geral da Polícia, é o espelho da unidade nacional.

 

O Inspector-Geral da Polícia disse ainda que 210 casas foram incendiadas pelos manifestantes, das quais 50 pertencem a membros da Polícia. Aliás, neste ponto, Bernardino Rafael fez questão de sublinhar que as casas incendiadas “não são aquelas, mas residências”, dando a entender que não estava a falar das casas precárias da maioria da população, mas de habitações luxuosas. “Tivemos ainda 13 cadeias destruídas, forçadas e arrombadas, com mais de 1.780 detidos libertados, que se juntaram às manifestações”, sublinha.

 

Segundo o Comandante-Geral da PRM, a Polícia registou ainda 952 pessoas feridas, das quais 187 são membros da PRM. Registou ainda 118 viaturas incendiadas, das quais 66 pertencem à PRM. Anunciou ainda a destruição total de 77 Comandos Distritais da PRM e o roubo de 53 armas de fogo, suspeitando que “possam estar com os manifestantes”.

 

Refira-se que o país viveu, entre Outubro e Janeiro corrente, a pior crise pós-eleitoral, marcada por manifestações populares convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane em protesto aos resultados eleitorais oficiais, que deram vitória à Frelimo e à Daniel Chapo com mais de 65% dos votos.

 

A Plataforma Decide contabilizou durante o período das manifestações mais 303 mortes, das quais três foram registadas no dia 15 de Janeiro, data da investidura de Daniel Chapo como novo Chefe de Estado.

 

“Vamos deixar de alimentar os nossos assuntos nas redes sociais. A PRM tem sido um exemplo de unidade nacional. Portanto, queremos declarar o fim da nossa operação Maré, bem como da operação da quadra festiva”, afirmou Bernardino Rafael. (Carta)

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Continua um verdadeiro enigma o desaparecimento do jornalista, político e activista social Arlindo Chissale, supostamente sequestrado no passado dia 07 de Janeiro, quando saía da cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, com destino à cidade portuária de Nacala, na populosa província de Nampula.

 

Informações partilhadas até ao momento por pessoas próximas à família indicam que Chissale foi forçado a descer da viatura em que seguia para Nacala-Porto por indivíduos até aqui desconhecidos, mas que se suspeita que sejam agentes da Polícia da República de Moçambique. Após nove dias de angústia, a família decidiu participar o caso na Polícia, no dia 16 de Janeiro.

 

Ontem, as redes sociais voltaram a estar inundadas de informações dando conta da morte de Arlindo Chissale, uma morte que é anunciada pela segunda vez em menos de uma semana. A mesma informação foi divulgada por alguns órgãos de comunicação social. No entanto, à “Carta”, a família disse não estar em condições de confirmar tal informação, pois, para confirmar teria de nos mostrar a campa onde o seu ente-querido foi sepultado.

 

“Não posso confirmar se o meu irmão morreu ou não, porque para te confirmar, teria de te mostrar a campa onde está enterrado. O que posso confirmar é que está desaparecido”, afirmou Macário Chissale, irmão de Arlindo Chissale, em conversa com a nossa reportagem.

 

A fonte conta que a família tentou, de todas as formas, obter informações sobre o paradeiro do proprietário do portal Pinnacle News – uma das fontes fiáveis dos ataques terroristas, em Cabo Delgado –, mas sem sucesso. Aliás, nesta maratona, a família afirma que já foram envolvidos médicos tradicionais, mas debalde!

 

O caso de Arlindo Chissale assemelha-se à estória do desaparecimento do jornalista Ibraimo Mbaruco, da Rádio Comunitária de Palma, cujo paradeiro é desconhecido desde o dia 07 de Abril de 2020. Na altura do seu desaparecimento, Mbaruco disse aos colegas que estava cercado de militares, porém, as Forças Armadas nunca confirmaram a informação. As autoridades judiciais também nunca conseguiram esclarecer o caso. Aliás, em Agosto do ano passado, a Procuradoria-Geral da República arquivou o caso, alegadamente por falta de falta de provas.

 

A família de Arlindo Chissale narra que o ex-Assessor de Imprensa de Raul Novinte, ex-Edil de Nacala-Porto, tinha o hábito de “sumir do mapa”, mas nunca levava muito tempo para regressar à casa. Acredita que o seu desaparecimento tenha motivações políticas. Refira-se que Chissale era um dos seguidores de Venâncio Mondlane, o rosto político dos protestos que caracterizaram o país entre Outubro de 2024 e Janeiro corrente. O político ainda não se pronunciou em torno do caso.

 

Lembre que, a 25 de Outubro de 2022, Arlindo Chissale foi detido pela Polícia, no distrito de Balama, província de Cabo Delgado, depois de ter fotografado edifícios de instituições públicas daquele distrito, um acto interpretado como sendo “obscuro” pelas autoridades locais.

 

Na sua acusação, a Procuradoria da República, em Cabo Delgado, disse que Chissale recolhia informações para a prática de actos terroristas, um argumento que foi rejeitado pelo Tribunal Judicial de Balama, que ordenou a sua soltura. Durante o seu período de reclusão (11 dias), Chissale esteve incomunicável. (Carta)

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Dados do Boletim Trimestral sobre a Dívida Pública moçambicana, publicados há dias pelo extinto Ministério da Economia e Finanças, revelam que o stock total da dívida do país subiu em 50.840,44 milhões de Meticais, entre Julho e Setembro de 2024, posicionando-se em 1.069.231,75 milhões de meticais (16.730,27 milhões de USD).

 

De acordo com o documento divulgado na sexta-feira (dia 17 de Janeiro) e consultado pela “Carta”, este aumento deveu-se ao incremento da dívida interna em 28.935,89 milhões de Meticais, correspondente a 8%, justificado pela emissão da dívida de curto prazo (Bilhetes de Tesouro) no valor de 26.981,43 milhões de Meticais.

 

O Boletim de 22 páginas refere que a dívida pública interna se fixou em 396.056,75 milhões de Meticais, em Setembro de 2024, enquanto a externa estava em 673.175,00 milhões de Meticais, o correspondente a 63% do total da dívida moçambicana.

 

Entre os credores externos, a dívida multilateral continua a ter maior peso, sendo que, até Setembro passado, era de 5.716,74 milhões de USD (54,3%), com destaque para as dívidas com o Banco Mundial, através do IDA (Associação Internacional de Desenvolvimento, sigla em inglês), e com o Fundo Monetário Internacional. Ao IDA, Moçambique devia, até 30 de Setembro, 3.075,53 milhões de USD, enquanto ao FMI acumulava uma dívida de 1.056,91 milhões de USD.

 

Quanto aos credores bilaterais, o destaque continua a ser para a “generosa” China, o novo parceiro económico de África. Até 30 de Setembro, o país devia 1.495,17 milhões de USD à China, sendo que o segundo maior credor bilateral de Moçambique é o Japão com um saldo de 450,16 milhões de USD.

 

O Relatório reporta ainda o aumento do stock total da dívida directa do Sector Empresarial do Estado, na ordem de 3,99%, entre Julho e Setembro de 2024, em relação ao trimestre anterior, passando de 38.171 milhões de Meticais para 39.695 milhões de Meticais. “Este desempenho deve-se, essencialmente, ao aumento do stock da dívida directa interna em 6,83%”, sublinha a fonte.

 

“As empresas que mais se destacaram devido a sua contribuição para o aumento do stock da dívida interna foram: os CFM, E.P., cujo saldo aumentou em 1.278 milhões de Meticais (17,61%), decorrente da contratação de novos financiamentos para investimento em equipamento; EMOSE,S.A., que contraiu um novo financiamento na ordem dos 237 milhões de Meticais no âmbito da execução da garantia detida por aquela empresa junto ao Banco Mais; e a LAM, S.A., pelo atraso do pagamento da prestação vencida em Setembro corrente no valor de 207,25 milhões de Meticais”, detalha o documento. (Carta)

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Sete dias depois de ter sido investido e declarado como o quinto Presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo ainda não nomeou a sua principal equipa de trabalho, enquanto Chefe de Estado e mais alto magistrado da nação.

 

Trata-se dos Conselheiros, do Ministro na Presidência para Assuntos da Casa Civil, do Chefe da Casa Militar, do Director do Gabinete do Presidente da República, dos Secretários e do Chefe do Protocolo de Estado. São figuras com responsabilidade de assessorar o Presidente da República no exercício das suas funções, enquanto Chefe de Estado e Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS).

 

Até ao momento, apenas o Adido de Imprensa foi nomeado. Trata-se de Adilson Virgílio Adinane, que desempenhava as funções de Assessor de Imprensa do Governador de Inhambane, durante o consulado de Daniel Chapo naquela província do sul do país.

 

Para além de ainda não ter nomeado Conselheiros e outras figuras-chave do seu Gabinete de Trabalho, o Presidente da República ainda não completou o seu Governo, faltando ainda nomear os Ministros da Educação e Cultura; das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos; da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos; do Trabalho, Género e Acção Social; dos Combatentes; e da Juventude e Desportos. Até ao momento, o Chefe do Governo nomeou e empossou a Primeira-Ministra e 12 ministros.

 

Refira-se que o Presidente da República deve ainda preencher a vacatura aberta na direcção do Serviço de Informações e Segurança de Estado (SISE) pela morte do seu Director-geral, Bernardo Lidimba, que perdeu a vida no dia 02 de Novembro, vítima do acidente de viação, ocorrido no distrito de Mapai, província de Gaza. (Carta)

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