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quarta-feira, 22 janeiro 2025 08:51

Stock da dívida pública dispara em 50.8 mil milhões de Meticais em três meses

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Dados do Boletim Trimestral sobre a Dívida Pública moçambicana, publicados há dias pelo extinto Ministério da Economia e Finanças, revelam que o stock total da dívida do país subiu em 50.840,44 milhões de Meticais, entre Julho e Setembro de 2024, posicionando-se em 1.069.231,75 milhões de meticais (16.730,27 milhões de USD).

 

De acordo com o documento divulgado na sexta-feira (dia 17 de Janeiro) e consultado pela “Carta”, este aumento deveu-se ao incremento da dívida interna em 28.935,89 milhões de Meticais, correspondente a 8%, justificado pela emissão da dívida de curto prazo (Bilhetes de Tesouro) no valor de 26.981,43 milhões de Meticais.

 

O Boletim de 22 páginas refere que a dívida pública interna se fixou em 396.056,75 milhões de Meticais, em Setembro de 2024, enquanto a externa estava em 673.175,00 milhões de Meticais, o correspondente a 63% do total da dívida moçambicana.

 

Entre os credores externos, a dívida multilateral continua a ter maior peso, sendo que, até Setembro passado, era de 5.716,74 milhões de USD (54,3%), com destaque para as dívidas com o Banco Mundial, através do IDA (Associação Internacional de Desenvolvimento, sigla em inglês), e com o Fundo Monetário Internacional. Ao IDA, Moçambique devia, até 30 de Setembro, 3.075,53 milhões de USD, enquanto ao FMI acumulava uma dívida de 1.056,91 milhões de USD.

 

Quanto aos credores bilaterais, o destaque continua a ser para a “generosa” China, o novo parceiro económico de África. Até 30 de Setembro, o país devia 1.495,17 milhões de USD à China, sendo que o segundo maior credor bilateral de Moçambique é o Japão com um saldo de 450,16 milhões de USD.

 

O Relatório reporta ainda o aumento do stock total da dívida directa do Sector Empresarial do Estado, na ordem de 3,99%, entre Julho e Setembro de 2024, em relação ao trimestre anterior, passando de 38.171 milhões de Meticais para 39.695 milhões de Meticais. “Este desempenho deve-se, essencialmente, ao aumento do stock da dívida directa interna em 6,83%”, sublinha a fonte.

 

“As empresas que mais se destacaram devido a sua contribuição para o aumento do stock da dívida interna foram: os CFM, E.P., cujo saldo aumentou em 1.278 milhões de Meticais (17,61%), decorrente da contratação de novos financiamentos para investimento em equipamento; EMOSE,S.A., que contraiu um novo financiamento na ordem dos 237 milhões de Meticais no âmbito da execução da garantia detida por aquela empresa junto ao Banco Mais; e a LAM, S.A., pelo atraso do pagamento da prestação vencida em Setembro corrente no valor de 207,25 milhões de Meticais”, detalha o documento. (Carta)

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