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quinta-feira, 23 janeiro 2025 01:01

Manifestantes impedem retoma da cobrança na Portagem de Maputo

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Estava tudo preparado para que a concessionária da Estrada Nacional Nº 4, a sul-africana TRAC (Trans African Concessions), retomasse hoje a cobrança na Portagem de Maputo, após um mês de livre-trânsito por conta das manifestações populares que dominaram as cidades de Maputo e Matola entre Outubro e Janeiro corrente.

 

Agentes da Polícia, munidos de armas de fogo e carros blindados, foram mobilizados ao terreno na noite de ontem para garantir a segurança, na retoma de uma actividade, cuja suspensão nunca foi comunicada aos moçambicanos.

 

No entanto, uma mobilização popular impediu, na manhã de hoje, a retoma efectiva da cobrança das taxas de portagem, na maior e mais antiga praça de portagem da região do Grande Maputo. Centenas de residentes dos bairros Luís Cabral, na cidade de Maputo, e Trevo, no município da Matola, mobilizaram-se logo cedo para a Estrada Nacional Nº 4 com o intuito claro de impedir a cobrança das taxas de portagem, “suspensas” pelo segundo candidato mais votado, em decreto inédito de um “Governo Sombra”, em Moçambique.

 

A concessionária sul-africana até conseguiu cobrar alguma receita nas primeiras horas do dia, mas tal não aconteceu depois das 07h00, quando um grupo de manifestantes bloqueou a Estrada com a queima de pneus e parqueamento de viaturas em plena via pública, com destaque para um autocarro articulado.

 

Sem disparar um tiro e com um discurso diplomático, a Polícia conseguiu desbloquear a via, mas não conseguiu impedir que os automobilistas passassem da portagem sem pagar. A partir das 08h00, o pagamento da portagem do Maputo era facultativo, pagando quem quisesse, sendo que a maioria passava tirar sequer um tostão. Centenas de passageiros foram obrigados a concluir as suas viagens a pé, sobretudo os que se dirigiam à cidade de Maputo.

 

Aliás, enquanto a Polícia, através da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), desbloqueava a via, os manifestantes dirigiam-se às cabinas da portagem de Maputo com objectivo de orientar os condutores a passar das cancelas sem pagar qualquer moeda.

 

Os manifestantes questionam as razões da TRAC estar a cobrar taxas de portagem, num cenário em que Venâncio Mondlane concedeu mais 100 dias de livre-trânsito em todo território nacional. “Nem 15 dias passaram e ele já estão a fechar cancelas. Estão a roubar o povo”, afirmou um manifestante à “Carta”, defendendo que a estrada ainda não está em condições de ser paga. (Carta)

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