Moçambique já ocupou a sexta posição num grupo de 14 países africanos, com 3.3% de medicamentos contrafeitos, num universo de 550 milhões de doses apreendidas durante a operação Biyela 2, realizada há oito anos.
Falando esta segunda-feira, em Maputo, durante a reunião estratégica de coordenação no âmbito do combate aos produtos farmacêuticos, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, afirmou que dados do Sistema de Monitoria e Vigilância Global (GSMS), do qual Moçambique faz parte, indicam que foram reportados em todos os continentes casos de produtos falsificados, sendo que África foi o mais afectado com 42% de notificações.
“Os medicamentos falsificados têm causado a morte de milhares de pessoas no continente africano, sobretudo em crianças”, disse Tiago.
Segundo o Ministro da Saúde, estima-se que, nos países em vias de desenvolvimento, como Moçambique, cerca de um em cada 10 medicamentos não cumprem com os padrões de qualidade aceitáveis.
“O consumo de medicamentos falsificados e de baixa qualidade pode comprometer a saúde pública, uma vez que expõe a população ao consumo de produtos de proveniência duvidosa. Estes produtos podem conter substâncias tóxicas, que geram riscos imprevisíveis à saúde, podendo levar à resistência antimicrobiana, causar agravo do quadro clínico, incapacitação, intoxicação e óbito”, observou.
Como forma de combater a entrada de medicamento contrafeitos, foi lançado o TRUSCAN, um dispositivo de autenticação rápida de medicamentos e produtos farmacêuticos. Trata-se de uma iniciativa da Autoridade Nacional Reguladora de Medicamento (ANARME), com financiamento do Fundo Global e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Nesta primeira fase, foram adquiridos apenas cinco dispositivos para serem alocados nos principais pontos de entrada de medicamentos do país. (Marta Afonso)
A Administração Pública tramitou, no segundo semestre de 2021, acima de um milhão e duzentas petições (entre queixas e reclamações). A informação foi partilhada, esta quinta-feira, pelo Inspector-geral da Administração Pública (IGAP), Augusto Mangove, durante a cerimónia de assinatura do memorando de entendimento, entre o Gabinete do Provedor de Justiça e o IGAP.
Segundo Augusto Mangove, o sector da saúde e educação lideram a lista das instituições com maiores queixas e reclamações, bem como a polícia.
Sem especificar os dados por província, Mangove disse que a cidade de Maputo tem maior incidência de queixas e reclamações nos sectores acima referidos.
Por outro lado, Mangove explicou que, com a assinatura do memorando de entendimento entre o Gabinete do Provedor de Justiça e a Inspecção Geral da Administração Pública, o tratamento dos processos tramitados a nível da função pública será mais flexível.
“Com este memorando, pretendemos juntar sinergias na actividade conjunta de velar pela legalidade e defesa dos direitos do cidadão para melhorar a actuação dos serviços”.
Entretanto, o Provedor de Justiça, Isaque Chande, garantiu que, com esta parceria, os dois sectores vão unir esforços por forma a dar maior contribuição na transformação da administração pública numa instituição mais célere e eficiente no atendimento das preocupações do cidadão. (Marta Afonso)
A Standard & Poor's considerou hoje que o acordo entre Moçambique e o Fundo Monetário Internacional vai ajudar a superar as dificuldades de financiamento e as vulnerabilidades da dívida neste país, o segundo mais endividado a seguir à Zâmbia.
“A principal fraqueza de Moçambique reside no elevado nível de dívida governamental, que o torna no segundo país mais endividado” na lista de 16 países da África subsaariana analisados à luz do impacto da guerra da Ucrânia no sistema bancário.
Em declarações à Lusa, a analista Giulia Filocca explicou que apesar destas dificuldades, “a recente adesão a um programa do FMI, este mês, pode ajudar a aliviar as atuais dificuldades de financiamento e a vulnerabilidade da dívida”, que ronda atualmente os 100% do PIB.
A grande maioria da dívida pública moçambicana é detida em moeda estrangeira, o que, para além de tornar o país mais vulnerável aos choques cambiais, implica menores opções de financiamento.
“O Governo tem optado por aumentar a emissão de dívida interna, subscrita por bancos locais”, disse Giulia Filocca nas declarações à Lusa no seguimento da divulgação do relatório da Standard & Poor's.
Os bancos nacionais estão, assim, “a financiar cada vez mais o défice orçamental, aumentando o perfil de dívida interna a curto prazo e aumentou o volume de dívida rolante em moeda local”.
No relatório sobre as vulnerabilidades da dívida no continente, no seguimento da invasão da Ucrânia pela Rússia, esta agência de notação financeira diz que "o declínio do crescimento económico global e o abrandamento da China estão a ter um impacto negativo na capacidade dos mercados emergentes africanos acumularem dívida".
O facto de em mercados como o Egito, Gana e África do Sul uma parte importante da dívida interna ser detida por investidores estrangeiros "aumenta a liquidez, mas muitas vezes à custa de um aumento da sensibilidade às mudanças na política monetária global", alertam os analistas, concluindo que "muitos países africanos já entraram neste período pós-pandemia com um volume elevado de dívida interna e grandes necessidades de refinanciamento da dívida".
O FMI anunciou a concessão de um empréstimo de 470 milhões de dólares (445 milhões de euros) no âmbito de uma Linha de Crédito Ampliada, salientando que "as autoridades estão a implementar uma ampla agenda de reformas, que inclui o reforço da gestão e das dívidas das empresas públicas, a melhoria da gestão do risco orçamental e da transparência da dívida, bem como o reforço da gestão das finanças públicas e do quadro de combate à corrupção".
O objetivo é apoiar a retoma e reduzir a dívida pública, que continua acima dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB).
Esta é a primeira vez que o Fundo financia Moçambique desde a divulgação do chamado escândalo das dívidas ocultas, em 2016, havendo apenas a registar ajudas financeiras pontuais no seguimento de catástrofes específicas, como a pandemia de covid-19 ou os ciclones Kenneth e Idai, em 2019. (Lusa)
Aproximando-se agora do seu quinto ano, a MultiChoice Talent Factory (MTF) tem o prazer de mais uma vez apelar à candidatura para o seu programa de formação em cinema e televisão de classe mundial que arranca em Outubro deste ano!
A candidatura está aberta a todos os cineastas emergentes com alguma experiência na indústria ou qualificação pós-escolar relevante, para se candidatarem a esta excelente oportunidade de melhorar as suas competências de produção de televisão e cinema. O nosso currículo combina estudos de cinema, como direcção, design de som, o negócio do cinema, para citar alguns, com experiência no local de trabalho nas principais produções da M-Net.
O programa de 12 meses totalmente financiado está aberto a candidatos de países da África Austral, Ocidental e Oriental.
Sob a liderança de três novos directores de academia, este será um ano marcante para o programa da MTF Academy.
Os recém-nomeados directores da academia MTF deste ano são Atinuke Babatunde (central da África Ocidental), Victoria Goro (central da África Oriental) e Christopher Puta (central da África Austral).
“Esta não poderia ser uma oportunidade mais emocionante para os criadores de conteúdo de cinema e TV africanos,” afirma a directora da Academia da África Ocidental, Atinuke Babatunde.
“Há tantas histórias no nosso continente que necessitam de ser contadas e documentadas com competência e paixão que apenas um programa como o da MTF Academy pode formar jovens para fazê-lo. Mal posso esperar para fazer parte desta jornada,” acrescenta.
A par com o seu histórico de experiência na M-Net através do Africa Magic desde 2014, Babatunde liderará a Turma de 2023 com mais de 20 anos de experiência.
De igual modo, a directora da Academia Oriental Victoria Goro liderará a Central da África Oriental da MTF com 31 anos de experiência em produção cinematográfica e como uma das especialistas em produção de documentários mais procuradas no Quénia.
“Como alguém apaixonado por formação e partilha de conhecimento, não há nada que possa igualar o nível de conhecimento e experiência prática que a Turma de 2023 irá obter. O facto do programa MTF resultar também na criação de empresas de produção por ex-alunos após a graduação, prosperando desse modo no auto-emprego, diz tudo o que necessita saber sobre o sucesso deste programa,” afirma Goro.
A MultiChoice Africa está empenhada em construir e sustentar o canal de formação para o emprego na indústria cinematográfica e televisiva de África. A iniciativa MTF também visa uma divisão 60/40 a favor das mulheres desde o seu início.
Com 15 anos de experiência em produção de áudio e vídeo, o director da academia da África Austral, Christopher Puta, acredita que o crescimento da indústria de cinema e TV de África começa com fornecer aos jovens a oportunidade de produzir conteúdo de qualidade.
“Ao equipar os alunos com o que é necessário para serem profissionais de cinema e TV de classe mundial, o programa da MTF Academy está efectivamente a elevar a próxima geração de contadores de histórias e historiadores africanos.” afirma.
Para além da formação prática que todos os alunos receberão como parte do programa, receberão ainda uma experiência melhorada de formação por parte das parcerias da Academia, que incluem a New York Film Academy (NYFA), a Henley Business School, a Dolby e a Canon, entre outros.
Coortes anteriores trabalharam igualmente com a campanha Verified das Nações Unidas e apresentaram projectos para Parceiros Contra a Pirataria (PAP) e Desenvolvimento Criativo numa campanha sobre a mudança climática.
“O apoio contínuo das partes interessadas, parceiros e estudantes tem sido impressionante, e não poderíamos estar mais animados por termos alcançado o nosso quinto ano como uma das principais iniciativas do MultiChoice Group investindo directamente em jovens cineastas africanos,” afirma a directora da MTF, Nwabisa Matyumza.
Pensa que tem o que é preciso? Visite https://multichoicetalentfactory.com/ para saber mais!
As candidaturas estarão abertas a partir de segunda-feira, 9 de Maio e terminam na sexta-feira, 3 de Junho de 2022, e devem ser preenchidas em https://cte.multichoicetalentfactory.com/. As candidaturas realizadas fora deste website não serão consideradas.
O embaixador da União Europeia (UE), António Sánchez-Benedito Gaspar, assegurou, esta quinta-feira, em Maputo, o continuo apoio na maximização do potencial do país na produção das energias limpas.
A garantia foi deixada durante a 4ª Edição da Mesa Redonda Económica União Europeia (UE) – Moçambique, encontro que juntou à mesma mesa Parceiros de Cooperação, Governo e a Classe Empresarial para debater as “Oportunidades para o sector privado numa sociedade em transição ecológica e digital”.
O diplomata avançou que o bloco europeu prevê, no quadro da implementação do programa de cooperação EU- Moçambique (2021-2024), desembolsar cerca de 200 milhões de euros para financiar projectos ligados ao crescimento verde e digital em Moçambique.
Em concreto, o fundo visa financiar acções ligadas à protecção do capital natural e dos ecossistemas; transformação ecológica dos sectores de agricultura, silvicultura e pesca; construção de infraestrutura resiliente, com foco especial nas energias renováveis, água e saneamento e transporte; bem como a transformação digital para um crescimento inclusivo.
Entretanto, o embaixador alertou que a transição ecológica e digital vai precisar de um maior investimento do sector público e privado, ressalvando que o sector privado europeu é actualmente o maior investidor em Moçambique, sobretudo no sector de gás.
Falando por ocasião do evento, o ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, revelou que as exportações dos produtos moçambicanos para o mercado europeu registaram um crescimento na ordem dos três por cento, o que totaliza 16 mil milhões de dólares americanos, nos últimos dois anos.
Ainda no período em referência, anotou o governante, foram aprovados 219 projectos de investimento, que totalizaram 320. 941.343, 00 de USD, envolvendo empresários de 18 países do velho continente. A lichia, o peixe e a macadâmia são alguns produtos que o país exporta para o mercado europeu.
A União Europeia é actualmente um dos principais parceiros de cooperação de Moçambique, estando, neste momento, a apoiar vários projectos de desenvolvimento, com ênfase para a assistência humanitária, investimentos, infra-estruturas e a consolidação de Paz. Recentemente, a UE reafirmou o compromisso de continuar a apoiar o país na mitigação dos desastres naturais, que ciclicamente afectam o país. (Carta)
A Unifeeder, uma subsidiária da DP World, lançou no início deste mês um novo serviço de transporte marítimo que liga Moçambique ao Médio Oriente e à Índia, proporcionando às empresas africanas uma nova rota, rápida e fiável, para mercados de exportação lucrativos.
O novo serviço de ligação interligada quinzenal arrancou no dia 6 de Maio, operando entre a capital de Moçambique, Maputo, Jebel Ali, nos Emirados Árabes Unidos, e Mundra, na costa ocidental da Índia.
De acordo com Jesper Kristensen, COO do Grupo de Serviços Marítimos da DP World, “como um grande investidor em África, a DP World está empenhada em fornecer às empresas em toda a África ligações rápidas, rentáveis e fiáveis aos mercados globais”.
“O nosso novo serviço proporciona rotas mais rápidas e fiáveis aos exportadores através de Moçambique e do interior da África graças à eficiência das ligações, ferroviárias e rodoviárias, do porto de Maputo a destinos como Joanesburgo, Komatipoort, Matsapha e Harare”, acrescentou.
O serviço consiste em dois navios destacados para uma viagem de ida e volta de 28 dias, oferecendo um tempo de trânsito mais rápido, de apenas 11 dias de Maputo para Jebel Ali, e de 15 dias de Maputo para Mundra.