A Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) renovou o seu contrato de serviços marítimos com a P&O Maritime Logistics, um fornecedor internacional líder em soluções marítimas. Através da sua empresa subsidiária, a P&O Maritime Moçambique S.A., tem desempenhado um papel vital nas operações de pilotagem, rebocadores e amarração no Porto de Maputo desde 2012. Esta renovação de contrato garante estabilidade e melhoria contínua até 2033, abrangendo mais uma década de colaboração.
Nos termos do acordo, a P&O Maritime Logistics investirá cerca de 14 milhões de dólares norte-americanos na aquisição de embarcações de última geração, ecológicas, concebidas para aumentar a eficiência operacional e reduzir as emissões de carbono. A parceria reflecte as ambições partilhadas de uma transformação sustentável e inovadora no sector marítimo, impulsionada pelo compromisso de moldar um futuro com baixas emissões de carbono.
Um marco notável deste contrato renovado é a implementação de um simulador integrado de rebocador e ponte, adaptado às necessidades específicas das operações nos portos de Maputo e Matola. Este simulador, quando instalado no Porto de Maputo, desempenhará um papel crucial na avaliação, formação e melhoria contínua dos pilotos de rebocadores e pilotos de barra que têm de navegar numa série de condições climatéricas desafiantes e cenários de emergência. Além disso, os navios que chegam ao porto terão a oportunidade de ser avaliados no simulador antes da sua chegada efectiva, aumentando ainda mais a segurança e a eficiência.
Numa ação inovadora, o simulador será também utilizado como “campo de treino” para jovens cadetes da Escola Náutica, como parte do memorando de formação da P&O Maritime Logistics com a Escola Náutica. Prevê-se que o simulador marítimo esteja totalmente operacional até ao final do primeiro semestre de 2024, melhorando ainda mais a segurança e a eficiência do Porto de Maputo.
Desde 2014, 45 jovens Moçambicanos da Escola Náutica foram formados no estrangeiro, ganharam uma valiosa experiência de mar a bordo dos navios da P&O Maritime Logistics, regressando depois a Maputo para contribuir com os seus conhecimentos, promovendo a profissão marítima em Moçambique.
Com uma dedicação contínua para nutrir o crescimento dos jovens talentos de hoje, a P&O Maritime Logistics oferece programas de estágio em segurança, tecnologia da informação e recursos humanos, proporcionando formação prática no local de trabalho. Um número significativo destes talentosos moçambicanos asseguram oportunidades de emprego a tempo inteiro na empresa, contribuindo para o crescimento sustentável da economia local.
A renovação do contrato com a P&O Maritime Moçambique S.A. reflecte o compromisso inabalável da MPDC em garantir que o Porto de Maputo continue a ser um farol de segurança, qualidade e eficiência tanto para os utilizadores como para as companhias de navegação. Isto, por sua vez, desempenha um papel decisivo no crescimento económico não só de Moçambique, mas também de toda a região.
A MPDC aguarda com expectativa a continuação desta parceria produtiva e a oportunidade de continuar a promover a excelência marítima e o desenvolvimento sustentável na região.(Carta)
O escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa partilhou, há dias, no BCI, confidências sobre “Assim não, Senhor Presidente”, a sua mais recente obra.
O primeiro a intervir foi o Administrador do BCI, Luís Aguiar, na qualidade de anfitrião do evento. Falou do escritor, da sua dimensão, do papel do BCI como Banco de apoio à cultura, como um todo, e da literatura em particular. Recordou que Ba ka Khosa lançou no auditório do BCI, em 2017, o livro “Cartas de Inhaminga”, e que em 2013, venceu, com a obra "Entre Memórias Silenciadas", a 4.ª edição do prémio BCI Literatura, organizado pelo Banco Comercial de Investimento, para a promoção da literatura em Moçambique.
“A génese deste livro tem muito a ver com a capa”, revelou, por seu turno, Ungulani. E a capa da obra mostra, com efeito, num azul pálido, com um céu escondido por detrás de nuvens afiadas e carregadas de passado, a porta da Vila Algarve, no entroncamento entre as avenidas Mártires da Machava e Sékou Touré. E por aquela portinhola, o autor deixa entrever “o infausto destino dos nossos mártires por entre aqueles escombros, por entre aquela ruína, por entre as janelas escancaradas pelo desprezo humano, por entre os corredores e degraus voltados ao esquecimento, por entre as paredes lascadas e sujas... “. Ba ka Khosa partilhou ainda a sua percepção da arte do romance, cujo poder de persuasão “visa exactamemte encurtar a distância que separa a ficção da realidade, apagando essa fronteira, e fazer o leitor ver aquela mentira como se fosse verdade”. Falou ademais dos livros maiúsculos, aqueles que conseguem “convencer-nos que o mundo é como eles contam, como se as ficções não fossem aquilo que são. Consegui? Não sei... mas é o que me move, é o que sempre mais almejamos”.
O apresentador da obra, Elias Cossa, falou da narrativa do autor, por sinal seu irmão, que se desenvolve “como se lhe é característico, galopante, a perseguir a trajectória do desvio padrão. Se o desvio padrão no início é de milímetros, mais adiante são metros, são quilómetros, são milhas”, para mais adiante referir que “a escrita do autor assemelha-se à pintura impressionista”.(Carta)
Teodoro Andrade Waty, destacado político da Frelimo, que foi Presidente da Assembleia Municipal de Maputo, membro da Comissão Política do Partido e Presidente da Comissão dos Assuntos Jurídicos, Direitos Humanos e de Legalidade na Assembleia da República, sai e defesa da despartiarizaçāo da CNE para devolver integridade aos processos eleitorais em Moçambique.
Em entrevista ao semanário Canal de Moçambique (cujo texto reproduzimos com a devida vênia), Waty diz que esta CNE “está partidarizada até à medula e, por cada vez que, em cada legislatura, se dá uma pincelada, fica pior, aparecendo menos instrumento da paz, reconciliação nacional e de harmonia. A CNE tem um dna de parcialidade”.
Para Waty, “o ponto de partida seria tirar o monopólio dos partidos parlamentares para comporem os órgãos eleitorais. Há muitos modelos de administração eleitoral possíveis. As próprias leis não podem mudar em todas as legislaturas, a toque de caixa”.
Eis o texto integral:
Pergunta (P): As eleições autárquicas de 11 de Outubro foram as mais contestadas e com uma crise pós-eleitoral marcada por marchas e por violência. Está convencido que o seu partido ganhou nas 64 autarquias?
Resposta (R): Do relatório da CNE, no dia 26 de Outubro, no Centro de Conferências Joaquim Chissano escutei atentamente, ao lado de mandatários homólogos de outros Partidos. Não houve contestações. Que o período pós-eleitoral foi marcado por marchas é verdade. Mas isso é uma manifestação política que é privilegiada por todos os Partidos políticos, antes e durante as campanhas. As marchas convocadas pelos Partidos eram pacíficas. A violência que me reporta é fruto do descontrole de multidões, eventualmente iradas. Isso tudo só forçado e malevolamente pode ser considerado crise. Se estou convencido que o meu partido ganhou nas 64 autarquias? Que pergunta! Quem sou eu para dizer o contrário? A CNE outorgou a vitória à FRELIMO nas 64 autarquias. Não seria simplesmente patético um jogador brigar com o árbitro, no fim do jogo, porque o placard está a favor da sua equipe?
Não acha estranho que o partido Frelimo não esteja nas ruas a celebrar tão estrondosa vitória?
Pelos vistos, o seu jornal não acompanha as actividades da FRELIMO. A FRELIMO realizou marchas em todo o País e, seguramente, mais fará quando as 64 forem publicamente conclamadas pelo Conselho Constitucional, o órgão excelente para a validação dos resultados.
Algumas figuras com algum bom senso na Frelimo vieram a público em meias palavras contestar esses resultados. O que isso significa?
Há pessoas que não se contentam com tanto, talvez, estejam habituadas aos 100% que é a nossa grande marca, nos últimos tempos.
Não. O Samora Machel Jr e Teodato Hunguana acham que...
Se fala desses meus camaradas, sim. Há outros que, como eles, acham que foram cometidas irregularidades que não são próprias dum partido como a FRELIMO. Têm razão de estarem feridos. Quem não estaria? É um direito que lhes assiste, como moçambicanos, de exprimirem o seu pensamento.
Teodato Hunguana fala de uma crise pós eleitoral referindo que a sua complexidade e os seus perigos não se compadecem com atitudes de surdez e cegueira, obstinação e arrogância. Que atitude institucional devia ser tomada agora, em nome da paz e da verdade?
Não tenho a certeza de que deva haver medidas em nome da paz e da verdade. Entendo que, se de fora se classifica o Partido como de surdos, cegos e arrogantes, deve sarar-se dessas maleitas. Um partido do Povo não pode aceitar ser visto como carregando essas patologias. O partido sabe como e onde fazer introspecção, pelos vistos, urgentemente; temos múltiplos e complexos desafios pela frente.
Os partidos políticos submeteram suas reclamações junto aos Tribunais e alguns lugares tiveram provimento e os resultados foram anulados. Sucede que o CC veio anular essas decisões. Qual seria então o papel dos tribunais de primeira instância no contencioso eleitoral?
Vamos dissecar a pergunta. Sim. Muitos partidos políticos, incluindo a FRELIMO, submeteram recursos nos Tribunais. A bem da verdade, também submeteram recursos aos órgãos da administração eleitoral. Não conheço todos os lugares em que essas lides foram impetradas. Dos poucos que conheço de uma leitura fortuita em alguns grupos de whatsapp, há decisões que dão provimento à causa de pedir e noutros não. A minha amostragem é diminuta, mas deu para notar que o Conselho Constitucional não foi no sentido de ignorar os factos julgados pelo Juiz a quo, o Tribunal distrital, de primeira instância. Não se assaca das decisões do Conselho Constitucional uma anulação das decisões de primeira instância; sendo verdade, isso sim, que nega provimento a uma série de recursos. Espero que o Conselho Constitucional honre a sua própria jurisprudência e siga a lógica dos Acórdãos dos últimos dias. Quando me pergunta qual é o papel dos tribunais de primeira instância no contencioso eleitoral a resposta mais clara é: Exactamente o que está na lei. o Tribunal conheceu e julgou as irregularidades no decurso da votação e no apuramento parcial, distrital ou de cidade, em recurso contencioso. Os mesmos Tribunais Distritais, das poucas sentenças a que tive acesso, julgaram e decidiram sobre vários ilícitos eleitorais, alguns de natureza criminal. Do meu modesto entendimento, estas decisões, bem, não foram anuladas.
Quem lê os acórdãos do CC percebe um excesso de legalismo que parece propositado para não discutir a questão de fundo que é fraude eleitoral comprovada. Como vê esses acórdãos em que nenhum deles fez justiça atacando e censurando a fraude?
Como disse, não estou em condições de me pronunciar senão em relação a uns poucos que li, mas não os estudei com profundidade. Dos que li, não vi legalismos excessivos. Valha-me, Deus, se até o Conselho Constitucional se guiasse por outras bússolas, senão os da lei! Por mim, gostaria de me ter lambuzado com os Acórdãos com boa gordura de lei. Eles não foram ali colocados para produzir Acórdãos sem relativa vetustez.
Tem esperança de que o CC venha a assumir as suas responsabilidades de salvar o País e as instituições da actual tragédia latente?
Claramente. E veja que não é porque a esperança é a última que morre...
Os Juízes Conselheiros do Conselho Constitucional, a Presidente inclusa, não são responsabilizados pelas suas decisões, nos termos da lei Orgânica. Qual seria o interesse de não julgar bem, em consciência própria e conforme a Constituição e as leis? Mesmo que essa sua percepção de ser preciso salvar o País ou as instituições da actual tragédia latente fosse generalizada, a responsabilidade de resolver esse problema não cabe ao Conselho Constitucional. Aos Juizes Conselheiros do Conselho Constitucional cabe usar boas lupas, compreender os factos e, usando o bom Direito, única matéria prima que lhes é autorizada, decidir, e decidir conforme as leis.
O Canal de Moçambique teve acesso a uma acta do julgamento realizado pelo tribunal de Distrito municipal KaMubukawana. Na acta ficou provada fraude cometida pela FRELIMO. Como membro da Frelimo como se sente ao ler numa sentença judicial que o seu partido falsificou editais?
Pela sua natureza, a FRELIMO, por si, não pode cometer fraudes. Alguém para a prejudicar ou favorecer pode ter cometido fraudes. As autoridades são obrigadas a descobrir, com urgência, quem para ser submetido ao peso da lei. Se for um membro da FRELIMO, deve sofrer as sanções compatíveis ao grave dano causado, ao Partido, à democracia e à sociedade. Como membro tenho o direito de clamar pela responsabilização dos prevaricadores, sejam eles quem forem, incluindo os autores morais.
O que o partido Frelimo devia fazer perante tão grotescas contestações, em que se pretende normalizar um comportamento criminoso?
Não percebi quando fala de se pretender normalizar um comportamento criminoso. Já disse que a FRELIMO não pactua com esses comportamentos e nós, como membros não podemos conviver com concidadãos dessa índole, pois, para além de não serem éticos, são criminosos.
Perante essas evidências todas de fraude, em sentenças judiciais, a CNE veio declarar a seguir que todos os resultados fraudulentos são válidos. O que isso significa?
Não sei. O que pode significar? Tão somente que o que uns, como o senhor, identificam como evidências de fraude, os ilustres da Comissários da CNE assim não terão visto. Aliás, da Acta de Centralização ficou-se com três alas: uns que sustentavam que não houve fraudes que comprometessem as eleições; outra, a daqueles que as houve às catadupas; e uma terceira ala, a daqueles não sabem posicionar.
Este processo eleitoral é um teste ao DDR que logo pela primeira vez demonstrou-se que não estamos preparados para uma convivência com base nas Leis e na democracia. Como fica o processo de reconciliação?
A reconciliação deve ser um trabalho quotidiano. Ao aprovar uma lei eleitoral como esta já foi um teste à reconciliação. Depois das primeiras Eleições Gerais multipartidárias, em minha opinião dever-se-ia ter inventado inteligência e serenidade suficientes para produzir uma lei eleitoral apartidária. Esta está partidarizada até à medula e, por cada vez que, em cada legislatura, se dá uma pincelada, fica pior, aparecendo menos instrumento da paz, reconciliação nacional e de harmonia. A CNE tem um dna de parcialidade.
Tem fé que o Conselho Constitucional assuma as suas responsabilidades para a pacificação do País?
Claro que não posso ter fé, por acreditar que não cabe ao Conselho Constitucional assumir a pacificação do País. Já disse, e se quiser repito: Os moçambicanos ficarão orgulhosos dos seus compatriotas Juízes Conselheiros se julgarem conforme a lei e pela sua consciência que nunca será antipatriota. Não ponhamos nos ombros deles pesos a que não foram treinados.
O Chefe de Estado é a luz da constituição o garante do funcionamento correcto das instituições. O seu silêncio perante o caos propositado em que o País está mergulhado não lhe preocupa?
Não posso imaginar que o Chefe do Estado não esteja o observar o que acontece e não esteja informado. O silêncio é de ouro, quando a palavra é de prata.
Pela primeira vez na história da nossa democracia os partidos políticos estavam organizados de maneira que conseguiram submeter os processos tempestivamente e os ganharam em primeira instância. Mas depois são anulados a favorecido o prevaricador. O que resta para quem ainda acreditava na força das leis e da democracia?
Meu caro, não desespere! Imaginemos que a Nação venha a entender que o Conselho Constitucional não julgou conforme a lei (único aspecto objectivo), como se está numa democracia, provarás, sem temores que decidiram mal. Democracia implica conviver com o diverso, incluindo decisões que não agradam, mas necessárias para o reforço da democracia, da liberdade, da estabilidade social e da harmonia social e individual para a promoção de uma sociedade de pluralismo, tolerância e cultura de paz, os objectivos fundamentais da República de Moçambique.
Os resultados falsificados pelo STAE foram a votação na CNE e o partido beneficiado pela falsificação votou com maioria por esses resultados, sendo que o próprio presidente da CNE absteve-se de votar. Não acha que o nosso sistema eleitoral está montado para facilitar a fraude?
Estar-se-ia a admitir algum sadismo do legislador se o sistema tivesse sido montado pensando na facilitação da fraude. Não acredito. O que posso dizer é que se o sistema eleitoral pode ser viciado por actos de pessoas pouco inteligentes, já devia ter sido revisto, para a tranquilidade colectiva. Sempre defendi que a CNE deve ser um órgão do Estado independente e imparcial. Como pode ser imparcial sendo constituído por cidadãos que representam apenas alguns partidos?
Que sinal quis transmitir o Presidente da CNE ao abster-se de votar?
Ele votou, abstendo-se. Quanto ao sinal? Simples: não estava confortável em acompanhar nenhum dos lados.
Como é que ficamos se até o próprio Presidente da CNE não está confortável com os resultados? Isso em si não indica que alguma coisa não está bem?
Não entendi a ratio, nem o efeito do sentido de voto. De todo o modo sinalizou para um desconforto, se compreensível para qualquer pessoa, mais para um prelado.
O que pensa da composição da CNE?
Como já me manifestei publicamente, posso reafirmar: 31 anos depois, este sistema não funciona. Na Assembleia correu, em algum momento, um Código do Processo Eleitoral que despartidarizava todo o processo, incluindo os órgãos da administração eleitoral.
Que soluções propõe a par da despartidarização dos órgãos eleitorais? Como que critérios seriam indicados os gestores eleitorais?
Seria veleidade da minha parte apresentar uma proposta definitiva, pois precisa de um amplo consenso, fora dos corredores do Parlamento. Não tenho legitimidade. O ponto de partida seria tirar o monopólio dos partidos parlamentares para comporem os órgãos eleitorais. Há muitos modelos de administração eleitoral possíveis. As próprias leis não podem mudar em todas as legislaturas, a toque de caixa. Este assunto deve ser não em dia, nem em meses.
Que tipo de democracia e estado de direito se pensa em construir com esses actos todos que testemunhamos nestas eleições?
Não é necessário pensar noutro Estado de Direito, conquanto não se perverta, de nenhum modo, o que está desenhado na Constituição.
O Dr. Teodato escreveu na semana passada um longo texto no qual levanta uma questão que tem que ver com uma abordagem que as instituições ligadas ao processo (CNE, STAE e CC) não estão a ter no ajuizamento dos diferendos. A moralidade e ética nesse processo. Acha que a moralidade foi colocada de lado?
Não é uma questão de moralidade. Acha que seria moral, alguém indicado por um partido para defendê-lo furtar-se a esse dever? Como dizia, as leis dos órgãos da administração eleitoral devem ser profundamente revistas, à luz da nova realidade do País.
No mesmo texto e a propósito, o Dr. Teodato Hunguana refere que é necessário garantir que prevaleça a vontade do povo expressa nas urnas e não qualquer outra coisa fruto de manipulação ou de decisões tomadas por quem se refugie nos becos e impasses legalistas criados para impedir ou dificultar o caminho da verdade. O que acha dessa colocação do Dr. Teodato?
Concordo com ele. Pena é que se o sistema eleitoral continuar o mesmo, pouco será feito para resolver a preocupação do Dr. Teodato que, afinal, é do País. Vale a pena reter os seus questionamentos pois esteve nas negociações do Acordo de Roma, foi Deputado e Juiz Conselheiro do Conselho Constitucional; ele sabe do que está a falar.
Acha que o partido Frelimo foi assaltado por gente que quer o poder a todo o custo, nem que isso implique o caos?
Nos órgãos a que pertenço, nunca se falou de assaltantes. Passarei a estar atento. Ainda não há caos. Mesmo que se descubra que há assaltantes, há capacidade de nos livrar-nos deles. Na semana passada em texto de opinião, neste jornal, passei uma frase do presidente Samora que deve ecoar nos nosso ouvidos e prática: “O Povo tem a tarefa de participação nesta purificação; o Povo, mais uma vez, será o filtrador (...); o povo deve denunciar os infiltrados, apontar os indisciplinados, desmarcar os incompetentes, atacar os arrogantes, desalojar aqueles malfeitores (...) a acção do inimigo, [o] inimigo infiltrado no Aparelho do Estado, nos pontos estratégicos, nos centros nevrálgicos é uma acção com objectivos precisos: pretende levar o povo ao descontentamento generalizado contra os seu próprio poder (...) Vamos varrer a nossa casa, vamos passar a vassoura por todos os cantos da casa (...)”.
Que transição houve entre a Frelimo que perdeu as eleições em vários municípios e aceitou as escolhas do povo e o actual Frelimo que não tolera as escolhas do povo?
Que transição da FRELIMO para a FRELIMO, nenhuma. A FRELIMO foi às eleições. A CNE disse que as escolhas do Povo lhe dão vantagem. Se outras escolhas do Povo diferentes forem declaradas, a FRELIMO, partido do Povo, cumprirá o que, em nome da Lei, deve fazer legalmente.
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A Fly Modern Ark (FMA), firma que reestrutura a empresa pública Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mostra que a companhia aérea de bandeira continua nos escombros por causa da dívida insustentável e falta de lucro.
“A LAM neste momento está saudável, mas não muito bem. Não estamos a dizer que estamos a ter lucro porque não é possível, mas está saudável e está a conseguir cumprir com os seus compromissos de forma mais aliviada”, disse o Director de Projectos da FMA, Sérgio Matos.
Matos falava durante o lançamento, na última segunda-feira (30) em Maputo, de duas novas rotas, nomeadamente Maputo-Lisboa (Portugal) e Maputo-Cidade do Cabo (África do Sul). Na ocasião, o Director de Projectos na FMA mencionou o lançamento de novas rotas como uma das medidas para tornar a LAM produtiva e lucrativa.
O gestor explicou ainda que, para reduzir a dívida elevada da Companhia, a FMA tem feito o encontro de contas a pagar (aos fornecedores) e a receber (dos clientes). Disse que, até fim de Outubro, a LAM devia a mais de 100 empresas, entre fornecedores de bens e serviços e principalmente instituições financeiras. Mas à LAM, disse Matos, devem mais de 80 empresas. Com base nesses números, pode depreender-se que a companhia tem mais a pagar do que a receber.
Durante a conferência de imprensa, o Director de Projectos da FMA não precisou os números da dívida que a LAM tem, entretanto, disse que o volume da dívida já saldada não é satisfatório. No âmbito do projecto de reestruturação, a FMA pôs em prática uma série de iniciativas estratégicas para estabilizar a companhia aérea e obter rentabilidade.
A avaliação do desempenho da FMA desde o início do projecto de reestruturação em Abril de 2023 baseia-se nos seguintes indicadores-chave: a) Reestruturação do balanço; b) Criação de um ambiente de controlo mais rigoroso e geralmente aceitável; c) Melhoria e aumento da rede de rotas d) Aumento das frequências; e) Expansão da frota; f) Introdução de tarifas acessíveis, sem comprometer a geração de receitas para garantir a sustentabilidade do negócio; g) Obtenção de uma rentabilidade global positiva nas rotas; h) Adopção de um modelo empresarial sustentável; i) Melhoria das eficiências operacionais e, finalmente, melhoria do planeamento técnico e de manutenção.
Dados facultados pela FMA revelam que a análise da tendência do desempenho mensal (KPIs), no período de Janeiro a Setembro de 2023, indica uma trajectória positiva e continuará no quadro da estratégia que a firma sul-africana está a estabelecer numa base sólida para a melhoria contínua da LAM. (Evaristo Chilingue)
Moçambique, um país em constante evolução, está a testemunhar uma transformação digital que está a moldar o futuro das comunicações e dos serviços em geral. Neste cenário em constante mudança, a Movitel tem-se destacado como a empresa líder na vanguarda dessa revolução tecnológica catapultada, em grande medida, pela digitalização da oferta dos produtos e serviços através aplicativos Super Movitel e e-Mola.
Com sua visão voltada para o futuro e seu compromisso com a inovação, a Movitel tem desempenhado um papel fundamental na promoção do acesso à internet em todo o país. A empresa entende que a conectividade é a base da transformação digital e, como tal, tem investido fortemente na expansão de sua infra-estrutura de rede. Isso resultou em uma cobertura de alta qualidade em áreas urbanas e rurais, garantindo que um número cada vez maior de moçambicanos tenha acesso à internet.
Um dos principais catalisadores da transformação digital promovida pela Movitel são os aplicativos Super Movitel e e-Mola. O Super Movitel é um aplicativo que oferece uma ampla gama de serviços, colocando o controlo das suas contas em suas mãos, onde quer que esteja.
Com o aplicativo, os usuários podem verificar o seu número de celular, saldo actual, histórico de transações (ajuda os utilizadores a acompanharem as suas interações e permite uma gestão mais eficaz das comunicações pessoais e profissionais) e o estado do serviço com facilidade.
Além disso, o aplicativo permite que o usuário acompanhe o número de recargas e faça pagamentos de internet fixa (FTTH) de forma rápida e segura. Oferece ainda uma dose de entretenimento, pois dispõe de jogos como o Abano da Sorte, Super Golo, Meu Clip, Meu Beat, MovTV e Milionário. O aplicativo está disponível para todos os clientes da Movitel, tanto em português quanto em inglês e é optimizado para funcionar em vários dispositivos.
E-Mola, um catalisador da inclusão financeira
Outra solução da Movitel que se tornou uma ferramenta indispensável para milhões de moçambicanos, simplificando suas vidas cotidianas e impulsionando a inclusão financeira em Moçambique, é o e-Mola – um serviço e aplicativo revolucionário que está transformando a experiência dos moçambicanos em relação às transações financeiras cada vez mais rápidas, seguras e convenientes.
O e-Mola permite que os usuários realizem pagamentos, transfiram dinheiro totalmente grátis entre usuários de números 86/87 e com as melhores taxas do mercado para outras carteiras móveis e bancos e muito mais com facilidade e segurança.
Com a expansão do e-Mola, o processo de promoção da inclusão financeira em todo o país é uma realidade, permitindo que milhões de pessoas tenham acesso aos serviços financeiros de que tanto precisam. As facilidades vão além disso, sendo que pelo aplicativo e-Mola é mais conveniente pagar Credelec, a conta de água e da TV, pagar pelos serviços e promoções da Movitel, renovar os seus seguros e muito mais.
A Movitel não se limita apenas a fornecer conectividade e aplicativos inovadores, a empresa também desempenha um papel vital na educação digital. Ela oferece programas de treinamento capacitando o uso e aproveitamento, ao máximo, as oportunidades oferecidas pela transformação digital.
Além disso, a Movitel e o e-Mola têm sido parceiros activos em iniciativas de responsabilidade social corporativa, contribuindo para a melhoria das comunidades em que actua. Essas ações mostram o compromisso das empresas não apenas com os negócios, mas também com o bem-estar do povo moçambicano rumo à digitalização. (Carta)