Jogando fora a BizFirst e empurrando o país para o caos. Não era possível. Seria um inferno de todo o tamanho para a economia, um retrocesso brutal nas operações no sistema bancário. Uma tragédia.
Agora que a situação voltou à normalidade, o Banco de Moçambique está em condições de fazer uma transição serena, de qualidade, sem tumultos na economia. E a melhor pessoa capaz de levar a cabo essa reforma, sem estar amarrado a quaisquer interesses ocultos, é o Governador Zandamela. Só ele poderá conduzir um processo isento que levará a contratação de um fornecedor de dimensão razoável. O Banco de Moçambique já esteve à beira disso, quando chegou há poucos anos a um acordo de intenções com o SIBS, que faz a gestão interbancária em Portugal e tem dimensões de credibilidade de longe incomparáveis com a BizFirst. Na altura, quem estava à frente do SIBS era o economista Victor Bento. Esse acordo foi enterrado e em sua substituição foi escolhida a BizFirst. Sem concurso. Houve quem cá dentro encaixou milhões com esta escolha. A BizFirst não tem, de facto, dimensão para controlar nosso sistema interbancário. Uma economia que gera 15 bilhões de PIB anuais não pode estar entregue a uma emprezasinha que funciona no vāo de umas escadas e cuja facturação anual não ultrapassa o milhão de Euros como mostra esta declaração de rendimentos da BizFirst para 2017.
A substituição do operador é necessária. Mas também é a determinação e responsabilização de quem empurrou nosso sistema bancário para essa situação. Por isso, Zandamela deve permanecer para ajudar a clarificar esta matéria. E colaborar com a PGR para se desvendar a teia. Depois poderá ir. Não agora. Ir agora seria fazer os favores de quem, verdadeiramente, prevaricou.