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quinta-feira, 11 março 2021 01:29

Indivíduos que protagonizam ataques em Cabo Delgado são terroristas do ISIS e o líder é Abu Yasir Hassan – diz EUA

Os indivíduos que têm estado a atacar a província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, são terroristas do Estado Islâmico do Iraque e Síria-Moçambique (ISIS-Moçambique), designou, esta quarta-feira, o Departamento do Estado dos Estados Unidos de América (EUA).

 

O Departamento de Estado dos EUA diz que até já identificou o líder do grupo terrorista. Chama-se Abu Yasir Hassan, apontando como sendo o indivíduo que comanda as operações naquela estratégica província moçambicana.

 

Dizem os EUA que os ISIS de Moçambique, localmente chamados de Ansar al-Sunna ou Al Shabab, juraram fidelidade ao ISIS em Abril de 2018 e foram reconhecidos pelo núcleo (do ISIS) como afiliados em Agosto de 2019.

 

Esta é a primeira vez que uma entidade se pronuncia oficialmente sobre a origem, bem como a liderança do grupo armado, que teima em semear terror e luto na província de Cabo Delgado.

 

Na nota, emitida última quarta-feira, o Departamento do Estado dos EUA aponta, igualmente, o Estado Islâmico do Iraque e Síria-República Democrática do Congo (ISIS –RDC) como sendo o grupo terrorista que tem estado a protagonizar ataques na República Democracia do Congo. O grupo, refere a nota, é liderado por Seka Musa Baluku.

 

“O Departamento de Estado designou o Estado Islâmico do Iraque e Síria – República Democrática do Congo (ISIS-RDC) e o Estado Islâmico do Iraque e Síria – Moçambique (ISIS-Moçambique) como Organizações Terroristas Estrangeiras sob a secção 219 da Lei da Imigração e Nacionalidade, tal como alterada. O Departamento também designou o ISIS-RDC e ISIS-Moçambique como Terroristas Globais Especialmente Designados (TGEDs) ao abrigo da Ordem Executiva 13224, bem como designou os respectivos líderes dessas organizações, Seka Musa Baluku e Abu Yasir Hassan, como TGEDs”, refere o comunicado de imprensa da Embaixada dos EUA.

 

Entretanto, o Departamento de Estado adverte que qualquer instituição ou indivíduo aliar-se ou envolver-se com os grupos terroristas estão sujeitos a sanções dos EUA. Sublinha, na nota, que constitui crime conceder, de forma consciente, apoio material e recursos aos retromenciados grupos terroristas.

 

“Como resultado dessas designações, entre outras consequências, todas as propriedades e interesses em propriedades daqueles designados que estão sujeitos à jurisdição dos E.U.A são bloqueados, e as pessoas dos E.U.A são geralmente proibidas de se envolver em quaisquer transacções com eles. As instituições financeiras estrangeiras que intencionalmente conduzem ou facilitam qualquer transacção significativa em nome desses grupos ou indivíduos podem estar sujeitas a sanções à respectiva conta nos E.U.A ou sanções a ordens de pagamento. Além disso, é crime fornecer conscientemente apoio material ou recursos ao ISIS-RDC ou ISIS-Moçambique, ou tentar ou conspirar fazê-lo”, assinala.

 

A nota que temos vindo a citar aponta que o Estado Islâmico do Iraque e Síria- Moçambique, sob comando de Abu Yasir Hassan, já matou, desde Outubro de 2017, cerca de 2.300 mortes, dos quais 1.200 civis e os restantes distribuídos entre membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e o grupo terrorista.

 

Aponta ainda que os ataques perpetrados pelo grupo já contribuíram para o deslocamento de mais de 670 mil pessoas, sendo que pontificam entre os êxitos a captura do estratégico porto da Vila de Mocímboa da Praia. (Carta)

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