Gostaríamos de pedir às autoridades que investigam crimes para, desta vez, não investigarem o atentado contra o jornalista Matias de Jesus Júnior. Não vale a pena a maçada. Não adianta. Não queremos que vocês entrem de novo naquela brincadeira de cachorro que procura o seu próprio rabo. Sabemos de antemão que os culpados são "dez-conhecidos" que estão a monte. Um "monte" maior que o Monte Binga, mas que ninguém vê.
Vocês têm muito que fazer. Se desta vez o Matias foi agredido por "aproveitadores" que querem "criar agitação" para "desviar a atenção", como disse o chefe, então, ninguém precisa se preocupar com este casmurro! Não vale a pena abrirem processos, gastarem papel, "tonner" e Credelec por causa de um gajo teimoso. Já entendemos a mensagem: Matias quis levar porrada. Ele sabia que seria raptado e espancado, mas mesmo assim insistiu em falar de corrupção num país limpinho como este sem corrupto nenhum. Insistiu em escrever sobre as dívidas ocultas num país de dirigentes sérios como este onde ninguém deve nada.
Não se preocupem com esse conspirador e mercenário da mão externa! Deve ter sido vítima da sua própria mão externa. Deve ter sido um embaixador qualquer que enviou os seus capangas para cobrarem uma dívida de uma entrevista ou reportagem que ele não publicou.
Não é necessário enviarem agentes da SERNIC para investigarem o caso do Matias, esse traidor! Enviem esses agentes ao centro do país e a Cabo Delgado. Fazem muita falta lá. Se não estivessem ocupados esse tempo todo a investigar casos de malta Cistac, Salema, Machava, Macuane, Pondeca, Amurane, Matavele, etecetera, hoje não teríamos Nhongos nem insurgentes a matarem e a destruírem. Os nossos agentes já teriam exterminado todos esses energúmenos em fracção de segundos. Mas não, andamos a ocupar os nossos profissionais a investigarem esquadrões da morte que todos nós sabemos que não existem. Esquadrões da morte é um delírio colectivo. Estamos a ver fantasmas onde não existem. O que existe aqui são polícias de operações especiais que, as vezes (mas, as vezes mesmo) fazem trabalhos extra-especiais e ultra-secretos. Só isso.
Queríamos também pedir para que aqueles nossos melhores ANAListas de plantão não perdessem tempo de antena com este caso que, na verdade, nem chega a ser caso. É sabido que o puto Matias queria ganhar protagonismo de fim de ano para ser falado. Pagou uns brutamontes no Estrela para lhe espancarem os braços com tacos de baseball e golf. É bem provável até que os tacos sejam do próprio Matias. Ou, então, deve ter sido um grupo de três agiotas que ele está a dever que o emboscaram ali no Alto-Maé.
Os nossos ANAListas estão "bizis" em tomar banhos com folhas de "nangas" de Mambone e do Vale do Zambeze, engomar casacos e comprar celulares de alta tecnologia para não perderem chamadas. Então, não queremos gastar o seu precioso tempo com ANÁLises de tentativas de rapto de miúdos teimosos. Esse é tempo de colher os frutos das ANÁLises do mandato passado. Tempo de saber se valeu a pena raspar a língua.
Dizia, não percam tempo com esse rapaz! Até porque é bem possível que o Matias tenha escorregado ao tentar fazer aquele passo brusco de "Jerusalema". É possível! Também é preciso aferir se o gajo não sofre de depressão ou desilusão amorosa a ponto de querer tirar a própria vida com recurso a auto-espancamento.
Agora - cá entre nós - ó Matias, seu beirense casmurro e confuso! Faça-nos o favor de recuperar logo! Não vamos pedir a Deus que te dê força, coragem, nem inteligência. Isso tu tens de sobra. Rogamos apenas que Deus derrame em ti muita saúde para continuares a servir o teu país. Este país precisa de ti. O povo precisa de ti. Não desista! Quando o inimigo age assim é porque estamos muito perto e no bom caminho. A revolução continua. "Tamu-juntu", irmão! Feliz ano novo!
- Co'licença!