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segunda-feira, 15 abril 2019 06:48

"Marandzas": a ajuda humanitária que ninguém quer falar

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A cidade da Beira anda "full" de "marandzas" que os naturais não sabem de onde vêm. Na verdade, são nossas irmãs provenientes de Maputo, Xai-Xai, Tete, Quelimane, Nampula, Pemba, etecetera, que viajaram, nos últimos dias, à Beira para também oferecerem os seus serviços, sem contar com as zimbabweanas e as malawianas que já ofereciam esses trabalhos mesmo antes da calamidade.
 
Os mídia falam da presença, na Beira, de médicos, militares, engenheiros civis, agrônomos, arquitectos, economistas, jornalistas, etecetera, que estão a contribuir com o seu saber e dedicação abnegada para as acções humanitárias. São profissionais de todos os quadrantes do país e do mundo. Mas, infelizmente, ninguém fala daquelas manas que, de forma voluntária, abandonaram as suas casas e aconchego familiar para darem o que de melhor sabem dar, no âmbito das acções de apoio pós ciclone IDAI. A "marandzice" que se vive no Xiveve por estes dias é bastante elevada, dizem os donos da terra. 
 
 
Não sei se é ignorância ou tabu dos mídia, mas a verdade é que as "marandzas" estão ali também distribuindo prazeres. Ninguém leva a mal: cada um ajuda como lhe apetece e como sabe. O importante é que todos os profissionais estão na casa do "puto" Daviz ajudando a reerguer a cidade, uns ajudando os que perderam tudo e OUTRAS ajudando os que NÃO perderam tudo. Afinal, as vezes, nem tudo fica perdido nessa hora. 
 
 
Esta pesquisa académica continua oportunamente. Falemos sem tabus deste trabalho que também é importante. As "marandzas" merecem o reconhecimento e o respeito de todos. Há muitos feitios de ajuda humanitária. Amanhã não venham cá dizer que elas não são sensíveis ao sofrimento alheio. 
 
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