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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

Sociedade

O Centro de Saúde da Matola Gare continua encerrado depois das últimas chuvas que fustigaram a província e a cidade de Maputo. Como medida provisória, as autoridades da saúde vão improvisar clínicas móveis e, quando as águas das chuvas secarem, o hospital continuará a funcionar no mesmo local, enquanto procuram fundos para resolver definitivamente o problema.

 

O Director Provincial de Saúde, Daniel Chemane, apontou que, dos quatro Centros de Saúde que tinham sido encerrados na província de Maputo devido às enxurradas, apenas Matola-Gare continua fechado, mas está a funcionar em clínicas móveis.

 

Chemane disse: “na situação em que o Centro de Saúde de Matola-Gare se encontra precisa de uma obra de grande vulto que passa por elevar a cota daquela unidade sanitária”.

 

A fonte explicou que, em paralelo com a elevação da cota do hospital, surgiu uma outra solução a nível do bairro, que passa pelo escoamento da água. “E esta é também uma solução de grande esforço que nós achamos que não estamos em condições de implementar. Estamos a pensar na possibilidade de construir uma nova Unidade Sanitária, junto com a comunidade, num outro espaço que a comunidade já identificou, mas para isso também precisamos de recursos”, disse.

 

Devido às inundações, quatro Centros de Saúde tinham sido encerrados no mês de Março, entre os quais, da Matola Santos, do Língamo, de Bedene e da Matola Gare. Este último continua encerrado porque ainda está inundado. (M.A)

As chuvas que se registam no país, desde Outubro de 2023, já afectaram perto de 30 estradas em todo o território nacional, sendo que algumas foram destruídas e outras ficaram alagadas. Os dados foram avançados ontem, na Assembleia da República, pelo Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, na reposta do Governo às perguntas dos deputados.

 

De acordo com os dados do Governo, um total de 26 estradas foram afectadas pelas chuvas, nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Tete, Niassa e Cabo Delgado, numa extensão de cerca de 5.500 Km, sendo que 900 Km ficaram danificados.

 

Segundo o Governo, na província de Maputo, a época chuvosa e ciclónica 2023/2024 afectou as estradas Changalane-Catuane, Matola-Boane, Porto Henrique-Changalane, Mazambanine-Muguaza e os acessos a Boane, Magude, Sabié, Maragra, Calanga, Catuane, Coca-Cola-Matola Gare-Pessene e Machubo.

 

Já na província de Gaza, foram afectadas as estradas Cruzamento da N1-Praia de Xai-Xai, Chibuto-Guija, Chissano-Chibuto, Chongoene-Chibuto e Chinhacanine-Nalazi. Enquanto isso, na província de Inhambane, as chuvas condicionaram a transitabilidade na estrada Mapinhane-Mabote.

 

Em Tete, ficaram intransitáveis as estradas Madamba-rio Chire, Mphende-Mocuburra e a ponte sobre o Rio Daque. No Niassa, “registamos condicionamento de circulação de pessoas e bens nas estradas Marrupa-Mecula, Metangula-Ngoo, Maua-Marrupa, Metarica-Nacumua-Queta e Chiconono-Mavago”.

 

Na martirizada província de Cabo Delgado, as chuvas isolaram os distritos da zona norte da província, na sequência da intransitabilidade nas duas principais estradas, nomeadamente Sunate-Macomia-Oasse-Mueda e Montepuez-Nairoto-Mueda.

 

Segundo o Governo, em todas estas estradas houve obras de emergência, tendo sido reposta a transitabilidade. No caso da província de Cabo Delgado, relata, os produtos de primeira necessidade começavam a escassear e os poucos que existiam eram comercializados a preços insustentáveis.

 

Não nos responsabilizamos pelos prejuízos das empresas

 

Questionado pela bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), sobre as responsabilidades que o Governo tem assumido para ressarcir as perdas e prejuízos causados aos empresários pelo mau estado das vias, Silvino Moreno respondeu: “não vemos como responder satisfatoriamente esta pergunta nos termos em que a mesma é colocada, por não sabermos em que base legal a mesma se baseia”.

 

“É interessante que é o próprio Governo quem cria condições para o melhor ambiente de negócios e para o bem-estar não só do empresariado, como também para os cidadãos, em geral, não sendo por isso razoável ou possível que o mesmo Governo possa desenvolver estradas para prejudicar a quem quer que seja”, sentenciou. (Carta)

A época chuvosa de 2023/2024 já fez 147 mortes em todo o país, para além de cerca de 237.000 pessoas, correspondentes a cerca de 48.000 famílias afectadas. Do total das mortes registadas, 115 foram devido à ocorrência de eventos climáticos extremos e 32 por cólera. Foram igualmente registados 202 feridos.

 

A informação foi partilhada esta quarta-feira (17) pelo Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, durante a sessão de perguntas ao Governo, na Assembleia da República. A época chuvosa em Moçambique decorre entre Outubro e Março do ano seguinte, embora durante este mês de Abril tenham caído chuvas, consideradas tardias.

 

Por outro lado, as chuvas afectaram 33.612 casas, das quais 1.749 totalmente destruídas e as restantes 5.656 parcialmente e 26.207 casas inundadas. As inundações atingiram ainda 500 escolas e 1.046 salas de aulas, 114.931 alunos e 2.542 professores, 89 unidades sanitárias, 652 embarcações de pesca, 225 postes de energia e cerca de 669.000 hectares de culturas diversas.

 

As cidades de Maputo, Matola e Xai-Xai registaram inundações urbanas de magnitude Moderada à Alta, afectando residências e rede de estradas como as de Montepuez-Nairote-Mueda e Sunate-Macomia-Awasse, entre outras.

 

Em termos de assistência humanitária, foram abertos 43 centros de acomodação, tendo sido assistidas cerca de 13.000 pessoas nas províncias de Gaza e Maputo Cidade. “De salientar que até à primeira quinzena de Abril permaneciam activos 37 Centros de Acomodação com cerca de 5.500 pessoas”, frisou Maleiane.

 

Refira-se que, no período de 1 de Outubro de 2023 a 15 de Abril de 2024, foram assistidas cerca de dois milhões e duzentas mil pessoas em bens alimentares e não alimentares diversos, das quais cerca de 2 milhões afectadas pelo terrorismo. Mais de cem mil pessoas afectadas pelos eventos extremos também receberam assistência para além de 125 vítimas do naufrágio nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia, Sofala, Manica, Inhambane, Gaza, Maputo Província e Maputo Cidade.

 

O Plano Anual de Contingência elaborado pelo Governo para a época Chuvosa e Ciclónica 2023/2024 indicava que cerca de 2.5 milhões de pessoas estariam em risco em todo o país. (M.A)

A posição das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), localizada na aldeia Napala, posto administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, foi atacada por terroristas na última terça-feira (16), resultando em mortos e feridos.

 

Fontes na vila de Macomia disseram à "Carta" que o ataque terrorista ocorreu pelas 15h00, três dias depois da localização de três corpos de civis num local não muito distante da referida posição. Algumas pessoas suspeitam que os civis foram mortos pelos militares.

 

"Houve um ataque contra os militares em Napala. Vimos muitos militares a chegar aqui na vila a pé e também notamos uma movimentação de viaturas a irem ao hospital saindo de Mucojo", contou uma residente local.

 

A mesma fonte suspeita que depois da morte de civis, supostamente por forças governamentais, parece que a população pediu socorro aos terroristas e estes, por sua vez, foram atacar de surpresa a referida posição.

 

"É verdade. Vimos uma viatura militar, aparentemente, proveniente de Mucojo, a ir a zona do hospital, mas não temos informação detalhada porque este é um assunto exclusivamente deles. Para ser sincero, aqui em Macomia, a situação não está boa", revelou outra fonte.

 

Contudo, as nossas fontes estranham o suposto ataque à posição das FADM em Napala, quando recentemente o administrador de Macomia, Tomás Badae, informou que estava em curso uma ofensiva contra bases terroristas em Mucojo e Quiterajo. (Carta)

Um indivíduo na posse de 13 passaportes foi preso pela Autoridade de Gestão de Fronteiras (BMA) no posto de entrada do Lebombo em Moçambique, quando tentava subornar um especialista em imigração com algumas notas que foram colocadas entre as páginas daqueles documentos. O indivíduo, cujo nome não foi divulgado, foi detido durante o período pascal.

 

A informação foi prestada no último domingo (14) pelo Comissário da Autoridade de Gestão de Fronteiras (BMA), Mike Masiapato, durante a apresentação do relatório sobre o balanço da última Páscoa, que durou 10 dias, de 26 de Março a 4 de Abril de 2024.

 

Além disso, cerca de 641 Kg de dagga no valor de R2 602 500 foram apreendidos e destruídos nos postos de entrada de Grobler's Bridge para o Botswana como no de Caledonspoort para o Lesotho.

 

Outra operação conjunta levada a cabo por agentes da Polícia Sul-Africana (SAPS), do Serviço de Reserva Sul-Africano (SARS) e da BMA incluiu a apreensão de 217 caixas de cigarros contrafeitos no valor de R3 351 690 no posto de entrada do Lebombo provenientes de Moçambique a caminho da África do Sul.

 

Outras operações incluem a intercepção de 573 bebidas falsificadas, 272 pares de roupas falsificadas e peças de um Toyota Hilux 4x4 no valor de R$ 150 mil.

 

“Como BMA, continuamos empenhados em enfrentar de forma robusta os desafios complexos associados à gestão das fronteiras em todas as modalidades, desde marítimas, terrestres e aéreas”, afirmou o Comissário Masiapato.

 

Durante o período pascal, a BMA facilitou 1 136 250 viajantes nos 71 postos de entrada da África do Sul. Este foi um aumento de 24%, com mais 222 391 viajantes facilitados e registados em comparação com o ano passado.

 

Revelou também que 3 841 pessoas que tentavam entrar ilegalmente na África do Sul foram interceptadas, avançando que houve uma diminuição do número de menores indocumentados e não acompanhados que chegaram aos postos de entrada durante o período da Páscoa de 2024.

 

Embora este tenha sido um desenvolvimento positivo, a agência interceptou cinco crianças no posto de entrada de Beitbridge, no passado dia 28 de Março de 2024. As crianças foram entregues ao Departamento de Desenvolvimento Social e, posteriormente, devolvidas ao seu país de origem.

 

Ele também partilhou sobre o incidente envolvendo uma criança no posto de entrada da Ponte Grobler, onde uma mulher tentava sair da África do Sul para a República Democrática do Congo (RDC) através do Botswana.

 

“A suposta 'mãe' não tinha passaporte, mas trazia um Documento de Viagem de Emergência, emitido pela embaixada da RDC e a criança estava completamente indocumentada. Ambas foram entregues aos colegas do Departamento de Desenvolvimento Social que os processaram e levaram para um local seguro dentro do Limpopo.”

 

Além disso, foram aplicadas oito sanções a algumas empresas de transporte de passageiros encontradas a transportar imigrantes ilegais em vários postos de entrada, no valor de R270 000.

 

“Neste momento, gostaríamos de lançar um aviso severo a todos os transportadores para que desistam de transportar imigrantes ilegais para dentro ou para fora da África do Sul”, advertiu o Comissário da BMA.

 

Os guardas de fronteira também conseguiram interceptar e negar a entrada a cerca de sete remessas de carne no valor de cerca de R9 294 551, que se destinavam a entrar na África do Sul através da Cidade do Cabo devido ao incumprimento das formalidades exigidas. Também apreenderam cerca de 748 kg de produtos agrícolas em vários postos de entrada.

 

No período de 10 dias, os especialistas de saúde da BMA rastrearam cerca de 91 743 viajantes para detecção de diversas doenças infecciosas e ou transmissíveis e apreenderam cerca de 120 comprimidos, 57 658 mg de medicamentos, 59 530 ml de cosméticos e cerca de 50 injecções de insulina.

 

Os guardas que trabalham com a Polícia sul-africana (SAPS) prenderam cerca de 143 indivíduos pela prática de diversos crimes e transgressões nos postos de entrada e na área fronteiriça de aplicação da lei.

 

“A maioria destes indivíduos serviam como facilitadores de actividades ilegais em torno dos postos de entrada e foram acusados de ajuda e cumplicidade.

 

Cerca de 300 mil pessoas interceptadas por entrada ilegal na África do Sul nos últimos doze meses

 

A Autoridade de Gestão de Fronteiras (BMA) interceptou e impediu com sucesso que mais de 281 000 pessoas entrassem ilegalmente na África do Sul desde o destacamento inicial de guardas de fronteira no ano passado.

 

“É deste modo que celebramos os 30 anos de democracia, juntamente com o primeiro aniversário da BMA, que nos é dada a oportunidade de reflectir sobre os benefícios de passar de uma abordagem multiagência para uma plataforma integrada de gestão de fronteiras sob um comando e controlo único”, disse o Comissário da BMA, Mike Masiapato.

 

A BMA comemorou seu primeiro aniversário no passado dia 1 de Abril deste ano.

 

“Com este propósito, a BMA assumiu o controlo total de todas as funções de imigração, saúde, agricultura e ambiente em todos os pontos de entrada, mantendo os departamentos a responsabilidade pela política e legislação”, disse Masiapato numa conferência de imprensa realizada no último domingo (14).

 

No entanto, a função de controlo de acesso através dos postos de entrada continua a ser co-implementada pelos guardas de fronteira e a Polícia Sul-Africana (SAPS) devido aos desafios de capacidade enfrentados pela BMA. (Defence web)

Quatro (4) agentes económicos residentes na ilha Quirambo, distrito do Ibo, em Cabo Delgado, foram capturados na semana passada por agentes das Forças de Defesa e Segurança (FDS), supostamente pertencentes à Unidade de Intervenção Rápida (UIR), por razões até aqui desconhecidas.

 

"São nossos comerciantes aqui, fornecem-nos produtos diversos aqui na comunidade, e só os vimos a serem capturados por quatro agentes da UIR uniformizados e mascarados", disse um residente local, acrescentando: "além dos quatro havia outros dois agentes à paisana".

 

Outro residente avançou: "as pessoas só os viram a serem capturados sem explicação, talvez para a ilha do Ibo, que é a sede do distrito, e nem chegaram às estruturas locais para explicar a sua missão". Apesar de tudo, a vida em Quirambo, segundo as fontes, decorre normalmente, mas o medo prevalece no seio da população, que ainda não conhece os motivos de captura dos comerciantes informais locais.

 

Em Março passado, a Marinha de Guerra foi acusada de disparar contra pescadores também da ilha Quirambo, causando ferimentos graves e ligeiros, além da danificação da embarcação. (Carta)

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