A noite do dia 15 de Outubro não foi fácil, em vários bairros da cidade de Quelimane e os restantes distritos da província da Zambézia. Em Quelimane, concretamente, nos bairros de Janeiro, Icídua, Sangarivera, Murropue, Coalane, Micajune, Manhaua, Acordo de Lusaca, Eduardo Mondlane, assim como no Posto Administrativo de Maquivale, nos Postos de votação de Nacouela, Serresse, Magologodo e Marrabo o clima foi de terror.
A mão dura dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) foi visível. Cidadãos que se encontravam aglomerados nas vias que davam acesso aos postos de votação acabaram por ser recolhidos aos calabouços.
Provavelmente, a Frelimo também está em vias de eleger todos os governadores. De acordo com projecções, na província natal de Ossufo Momade, Nampula, a Frelimo tem mais de 50% dos votos, com uma participação eleitoral relativamente baixa (menos de 50%). Somente na Zambézia, o resultado não é claro; a Frelimo lidera, com mais de 60% de participação, mas há ainda muitas assembleias há informação escassa sobre várias zonas da província.
Boicote da Renamo
A Renamo está boicotando todo o apuramento de voto distrital e ordenou que seus militantes não participassem de nenhuma maneira nessas acusações. O boicote foi confirmado por uma fonte autorizada da Renamo, mas não haverá declarações públicas. Nossos correspondentes relatam a retirada da Renamo de algumas contagens distritais. O MDM continuará participando das contagens distritais, mas pode se recusar a assinar as folhas de resultados do distrito (JH/CIP)
Em Conferência de Imprensa havida no início da tarde desta quarta-feira (16), em Maputo, a Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta “Sala da Paz” descreveu o processo de votação em todo o território nacional.
A porta-voz da Plataforma, que é composta por 37 Organizações da Sociedade Civil, distribuídas por todo o país, Felicidade Chirindza, começou por sublinhar que as eleições da última terça-feira (15) foram exemplares no que se refere às questões organizativas, tendo em conta o horário de abertura das urnas (92,1 por cento das mesas abriram às 7:00 horas) e o material de votação estava disponível para votação em 99 das mesas.
As organizações de observação eleitoral que acompanharam as eleições gerais de ontem consideram que a votação decorreu de forma geral calma, apesar de alguns incidentes localizados. O grupo de organizações não-governamentais Sala da Paz refere que o ambiente "continua calmo", segundo um relatório de observação distribuído à comunicação social.
O documento relata casos de eleitores "na posse de boletins de votos" já marcados, todos fora dos locais da votação, e alguns "favoráveis ao partido Frelimo [no poder] e ao seu candidato", Filipe Nyusi. Os casos foram reportados em Angoche, província da Zambézia, e Molumbo, na província de Nampula, respetivamente Centro e Norte do país.
Uma megaoperação da Polícia Judiciária, de Portugal, decorreu esta terça-feira para desmantelar uma associação criminosa nas estruturas do Estado que se dedica, em troca de subornos, a viabilizar a legalização de centenas de imigrantes de forma fraudulenta. A rede de imigração ilegal que esteve na base da operação Rota do Cabo, que levou a várias buscas e detenções esta terça-feira, seria liderada pelo advogado Sabirali Ali, um moçambicano de ascendência indiana com escritório em Lisboa que, em 2013, já tinha sido condenado por crimes semelhantes envolvendo cidadãos brasileiros.
Ana Bernardi e João Vaz, igualmente advogados, também estarão envolvidos na mesma rede, confirmou o PÚBLICO junto de fontes ligadas à investigação.
Na província de Nampula, o maior círculo eleitoral do país, estiveram em funcionamento 3.486 Mesas de Voto, para receber um total de 2.361.973 eleitores, inscritos nesta parcela do país.
Logo cedo, “Carta” fez uma ronda pelos principais pontos de votação da cidade de Nampula, a terceira maior cidade do país. Nos pontos visitados, a nossa reportagem constatou que as Mesas de Votação abriram à hora marcada, 7:00 horas, com todos os respectivos membros, assim como Delegados de Candidatura.