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quarta-feira, 16 outubro 2019 06:23

Descrição do dia da votação - Sala da Paz

Em Conferência de Imprensa havida no início da tarde desta quarta-feira (16), em Maputo, a Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta “Sala da Paz” descreveu o processo de votação em todo o território nacional.

 

A porta-voz da Plataforma, que é composta por 37 Organizações da Sociedade Civil, distribuídas por todo o país, Felicidade Chirindza, começou por sublinhar que as eleições da última terça-feira (15) foram exemplares no que se refere às questões organizativas, tendo em conta o horário de abertura das urnas (92,1 por cento das mesas abriram às 7:00 horas) e o material de votação estava disponível para votação em 99 das mesas.

 

 

Em termos de fecho, verificou-se, segundo Chirindza, que 75,8 por cento das mesas observadas pela Plataforma fecharam às 18:00 horas e o processo de contagem iniciou logo depois do fecho da votação.

 

“Em 69.6 por cento de postos de votação havia luz suficiente; o ambiente à volta das assembleias de voto se manteve calmo em 92.2 por cento das assembleias de voto observadas; 87,3 por cento dos observadores da Plataforma relatam que a contagem dos votos foi feita de forma neutra e imparcial”, descreveu a porta-voz da Plataforma.  

 

A Sala da Paz observou, igualmente, que a afluência dos eleitores obedeceu uma lógica variada em diferentes momentos, tendo sido alta na hora de abertura e do fecho e, relativamente, baixa no período da tarde.

 

“Da avaliação preliminar feita pela Sala da Paz e pela Plataforma Monitor, as perspectivas de participação indicam para mais de 50 por cento de eleitores. Ainda sobre a participação, verificou-se com satisfação uma significativa afluência de mulheres nas urnas, quer como votantes, MMV [Membros de Assembleia de Voto] ou como observadoras”, disse Chirindza.

 

Na interacção com os jornalistas, a porta-voz da Plataforma manifestou, no entanto, preocupação relativamente à segurança. Chirindza destacou a situação de insegurança em Cabo Delgado, o que contribuiu para a não abertura de cinco Assembleias de Voto, nos distritos de Macomia, Mocímboa da Praia e Muidumbe.

 

“Foi constatado o baleamento mortal de uma pessoa na Escola Secundária São Vicente Paulo, em Nacala Porto. Em Angoche, foi usado gás lacrimogénio na Escola Primária Completa de Namarire para dispersar as pessoas que estavam no local para o voto e três salas foram incendiadas. Na Ilha de Moçambique, local onde o candidato da Renamo exerceu o direito do voto, houve agitação que depois foi controlada”, relatou a porta-voz da Sala da Paz.

 

De acordo com dados da Sala da Paz, no dia da votação, verificaram-se vários casos de corte de energia eléctrica no final do dia e na hora do fecho das mesas.

 

O organismo constatou, igualmente, casos isolados de editais na Beira e Chimoio, onde números de boletins de voto eram acima do número de eleitores. A Plataforma apurou ainda situações de impedimento dos observadores fazerem o seu trabalho em algumas assembleias de voto na Zambézia, Manica e Tete, sendo que dois observadores da Sala da Paz chegaram a ser detidos em Cahora Bassa e, mais tarde, restituídos a liberdade.

 

“Alguns delegados de candidatura da Nova Democracia (ND) foram detidos, alegadamente, porque tinham credenciais falsas. Isto ocorreu na Escola do IMCC e Escola Primária do 1º e 2º Graus, Bairro 4 da Cidade de Chókwè. Nesta escola, até às 18:50 horas havia uma fila de mais de 100 eleitores”, acrescentou Chirindza.

 

Em termos de projecções dos resultados, os dados da Sala da Paz, apesar de preliminares, baseados na leitura de editais, indicavam até ao meio-dia desta quarta-feira (16) para uma vitória do candidato Filipe Jacinto Nyusi, com 72 por cento, seguido de Ossufo Momade com 21 por cento, Daviz Simango com 5,8 por cento. (Evaristo Chilingue)

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