A poderosa multinacional holandesa Heineken vai inaugurar muito em breve a sua primeira fábrica em Moçambique, um ano após o início da respectiva construção Trata-se de um empreendimento orçado em cerca de 100 milhões USD com uma capacidade para produzir oito milhões de litros de cerveja por ano. A fábrica está situada no distrito de Marracuene, província de Maputo, a cerca de 45 km da capital, e ocupa uma área de 13 hectares. O início da produção está previsto para o primeiro semestre de 2019.
Talvez por isso, a “reacção” da Cervejas de Moçambique, agora uma subsidiária da brasileira AB InBev, não se fez esperar: também ela vai abrir uma nova fábrica, situada no mesmo distrito, num projecto orçado em cerca de 180 milhões de USD, que irá ocupar uma área de 71 hectares, alargando a sua capacidade de produção. A primeira pedra para a construção desta que será a sua quarta fábrica no país, foi há duas semanas.
Mas, mais do que isso – e na perspectiva de fazer face à concorrência – a CDM decidiu também baixar os preços das cervejas em lata e em garrafas retornáveis, no presente mês Dezembro. Em Outubro os comerciantes vendiam a caixa de 24 latas a 680 Mts e hoje fazem-no a 490 Mts, o que representa uma descida de 190 Mts. Enquanto isso a caixa de 24 garrafas retornáveis que antes custava 750 Mts, baixou para 600 Mts.
“Carta” foi à rua e fez uma comparação entre os preços praticados pela CDM e os da Heineken no mercado. Em Outubro, a caixa de 24 latas de 2M custava 680 Mts, mas a quantidade numa caixa da Heineken custava 1220 Mts; a embalagem de seis latas da Heineken custava 320 Mts, enquanto que a de 2M custava 200 Mts. Eis os preços actuais praticados pelos comerciantes: uma caixa de 2M com 24 latas custa 490 Mts, e a caixa de Heineken custa 1240 Mts; a embalagem de 6 latas de 2M custa 175 Mts enquanto que a embalagem com o mesmo número de latas da Heineken está a 315 Mts. Alguns comerciantes na cidade de Maputo chegam a vender a cerveja 2M das garrafas retornáveis a 90 Mts por cada 4 unidades. Antes a mesma marca era vendida a 100 Mts por casa 3 unidades. (Marta Afonso)
Para esclarecer determinadas questões relacionadas com os ataques a vários distritos da província de Cabo Delgado, a “Carta” apresenta alguns pormenores importantes, relativamente aos integrantes do grupo que há quase 15 meses atormenta os habitantes da região.
Na história do surgimento do grupo de insurgentes – que primeiro criaram uma seita religiosa islâmica, localmente conhecida por Al Shabab, termo árabe que significa “juventude” – não está dissociado o nome de Mabondo. Ou seja, quando se fala do grupo de rebeldes é forçoso referir-se, necessariamente, a este personagem.
Apesar de actualmente se encontrar em parte incerta, Aly Anlawe Mabondo, de 40 anos de idade, é um nome que não sai da cabeça das pessoas na vila de Mocímboa da Praia, quanto mais não seja porque este cidadão é tido como quem construiu a primeira mesquita dos “Al Shabab” naquele ponto do país.
Nasceu na aldeia Malindi e os pais são oriundos da zona de Cabacera, na localidade de Quelimane no distrito de Mocímboa da Praia. Durante a sua infância, não há indicação de ter frequentado o ensino formal, mas sim uma madrassa. Ainda assim, não atingiu um grau elevado nos estudos islâmicos.
Era apenas um muçulmano praticante, pertencente à seita al-sunni. Ate à data da sua integração no grupo e do início dos ataques, foi um empresário de sucesso, associado à venda de capulanas de vários tipos que ele mesmo encomendava de Nampula, Beira e importava da Tanzânia. A actividade comercial do nosso personagem foi sempre desenvolvida em parceria com o seu irmão mais velho, Janfar Anlawe Mabondo.
Os que o conhecem caracterizam-no por ser um homem afável, sempre disposto a ajudar e próximo, e sobretudo muito empenhado quando se tratava de realizar alguns trabalhos em prol da mesquita onde frequentava.
Mais tarde, os dois irmãos viriam a divergir por motivos não revelados e, repartidos os bens comuns, cada um passou a dedicar-se aos seus próprios negócios. O mais velho continuou a vender roupa e o mais novo apostou no sector de transporte, adquirindo algumas carrinhas para o transporte semicolectivo de passageiros, no trajecto Mocímboa da Praia - Rio Rovuma, junto à fronteira com a Tanzânia.
Entre 2015 e 2016, passou a frequentar, amiúde, aquele país irmão, donde trazia sheiks. Além de os transportar, também os hospedava e se responsabilizava pela sua alimentação. Foi sensivelmente nesse período (2016) que Mabondo liderou a construção de uma mesquita no bairro Nanduadua, muito próximo do mercado. Este era o principal local de culto, onde juntava crentes vindos de outros bairros. Consta também que um dos seus filhos terá sido enviado por si para a Tanzânia, onde foi estudar numa madrassa.
Os crentes ligados à mesquita de Nanduadua eram de alguma maneira liderados pelos sheiks trazidos por Mabondo, os quais, igualmente, passaram a dirigir a escola maometana instituída naquele templo. Porém, ao longo do tempo, alguns crentes começaram a desconfiar dos ensinamentos ministrados pelos sheiks tanzanianos, alegadamente pelo facto de estes propagarem mensagens próximas do radicalismo islâmico. Além disso, contrariamente ao que sempre aprenderam, os ditos sheiks instavam os crentes a calçar sapatos, ou no mínimo chinelos, no decurso das suas cinco orações diárias.
Parte dos crentes abandou a seita, mas Mabondo manteve o (principal) sheik e só mais tarde o transferiu para a aldeia Makulo, onde se presume ter havido a grande base dos insurgentes antes dos ataques de 5 de Outubro. Quando assimilou a ideologia da seita islâmica que pregava o uso de sapatos em plena oração, mudou de negócio e começou a comprar peixe seco, holotúrias e conchas para posterior revenda na vizinha República da Tanzânia. Pai de (pelo menos) quatro filhos, desapareceu no mesmo dia em que a vila de Mocímboa da Praia foi atacada. Não deixou rasto. Pouco tempo depois, o seu irmão Janfar, que supostamente também fazia parte do grupo, foi preso pelas autoridades. (Saide Abibo)
O principal ganho para Moçambique em 2018 foi a estabilidade social e política que permitiu uma recuperação económica, embora ainda ténue. O Presidente Filipe Nyusi apresentou ontem, em discurso de Estado da Nação, os números sobre os quais assenta sua qualificação final de Moçambique como país “estável e promissor” em 2018. Ele disse que a crise económica de 2016 ficou já ficou para trás e apontou que a retoma já é palpável. O país mostrou-se resiliente, disse ele, “o que nos permitiu, em tempo recorde, recuperar a rota do crescimento e da prosperidade”. Mostrou alguma cautela: “Não estou a dizer que vencemos a crise, mas não permitimos que as dificuldades afetassem a nossa confiança nos caminhos estabelecidos”.
Mais um novo ataque teve lugar na terça-feira no distrito de Macomia. Os insurgentes atacaram a comunidade de Chitoio, um bairro anexo à aldeia Litandacua, no posto administrativo de Chai, distrito de Macomia, em Cabo Delgado. A acção resultou em dois mortos por decapitação e mais de 60 casas foram queimadas. Chitoio dista cerca de 20 kms de Chai, local do primeiro tiro que deu início à luta armada de libertação nacional e 50 kms da vila sede de Macomia. É uma região onde operam produtores da aldeia de Litandacua, que aproveitam as potencialidades do rio Messalo para produzir comida. Fontes disseram que o ataque aconteceu por volta das 18 horas. Os atacantes, em número não revelado, aproximaram-se das machambas do bairro Chitoio, tendo encontrado um homem, que logo foi decapitado.
Contado parece ficção. Mas, efectivamente, foi o que aconteceu a uma equipa de jornalistas, em Cabo Delgado, entre domingo e terça-feira última. Estácio Valoi e David Matsinhe, jornalistas investigativos (juntamente com o seu motorista), partiram de Pemba, no último domingo, com destino à aldeia de Chitolo. A intenção era reportar a situação sócio económica da população daquele ponto do distrito de Mocímboa da Praia, em província de Cabo Delgado.
Incumprimento das filas nos terminais, tarifas baixas e liberdade de escolher o destino a qualquer momento (isto é: não ter destinos fixos) são as principais queixas apresentadas por transportadores privados contra as empresas municipais de transportes públicos, geridos pelos municípios da zona metropolitana de Maputo –território que compreende Marracuene, Maputo Cidade, Matola e Boane.
A Tsokotsa oferece produtos naturais. "Tsokotsa" significa "doce, suave, carinhoso." Nas nossas duas línguas locais: Ronga e Changana, respectivamente. Uma palavra que se ajusta perfeitamente a ocasião que se aproxima: O Natal. Quem gostaria de oferecer um presente com estas características ao seu namorado (a), mãe, avo ou uma pessoa muito querida? Para além das compotas, a Tsokotsa vai levar para esta feira, frutas desidratadas, barrinhas de cereais e de amêndoas e bolinhos de tâmaras. Todos os produtos são naturais e saudáveis.
(22 de Dezembro, no Jardim dos Professores)
Venham doar brinquedos, vestuários, alimentos não perecíveis, material escolar, produtos de higiene. Quando o Natal se aproxima, o espírito solidário costuma se revigorar. A data sensibiliza as pessoas criando um cenário que deveria existir durante o ano inteiro. Para aqueles que querem deixar os festejos natalinos mais felizes para outros, A CAMPANHA NATAL SOLIDÁRIO. A ideia da campanha é promover um pouco mais de assistência aos menos favorecidos, através da arrecadação de donativos (alimentos, brinquedos e vestuário).
(Orfanato Dom Oríon - 20 de Dezembro, Infantário da Matola - 22 de Dezembro, Meninos de Rua - 25 de Dezembro)
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou na quarta-feira que perdoa 1.498 prisioneiros, considerados ja reabilitados. No final do seu discurso anual sobre o Estado da Nação, Nyusi disse que a lista de 1498 nomes foi elaborada “após um trabalho profundo e especializado”. O perdão cancela todas as penas dos beneficiários. O Presidente disse que tomou a sua decisão “movido pelo espírito do humanismo e da compaixão, pelo respeito e protecção da dignidade da pessoa humana, e pela solidariedade que caracteriza o estado de direito democrático e a sociedade moçambicana em geral”.
Ele disse que “os nossos irmãos”, apesar de terem cometido crimes no passado, “hoje buscam o caminho da redenção e ressocialização por meio de medidas bem-sucedidas de reabilitação, implementadas pelo nosso sistema prisional”. A intenção foi também motivada por razões de idade ou saúde, porque alguns precisam de de assistência e cuidados que o sistema prisional não pode oferecer”. Assim vão receber o tratamento necessário fora da prisão. Nyusi exortou os moçambicanos a receberem os prisioneiros que perdoou “num espírito de reconciliação e perdão”. A libertação de quase 1.500 prisioneiros também terá o efeito de relaxar a dramática superlotação que caracteriza tantas cadeias moçambicanas. Nyusi não deu indicação da natureza dos crimes cometidos pelos prisioneiros prestes a serem libertados. (AIM)
O Embaixador dos EUA, Dean Pittman, juntou-se ao Ministro da Defesa Nacional Atanásio Salvador M'tumuke para a inauguração do edifício Samora Machel no Hospital Militar de Maputo a 18 de Dezembro, após uma renovação de 3.200.000 de USD financiada pelo Governo dos Estados Unidos através do Plano de Emergência do Presidente para o Alívio do SIDA (PEPFAR).