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Política

terça-feira, 18 dezembro 2018 14:25

Há “dois comandos” nas FDS, acusa Ossufo Momade

As recentes nomeações interinas de três oficiais da Renamo, pelo Ministro da Defesa Atanásio M’tumuke, estão a deixar as lideranças do maior partido da oposição com os nervos à flor da pele.  Tal preocupação foi apresentada, hoje, numa teleconferência realizada na Sede Nacional da Renamo, em Maputo, onde Ossufo Momade, Coordenador da Comissão Política, divulgou os detalhes do encontro realizado a 13 de Dezembro passado, na Serra de Gorongosa, com os representantes do Grupo de Contacto (composto por uma mediação que integra os embaixadores da Suíça, dos EUA, o representante da União Europeia e o Alto Comissário do Botswana).

Geraldo Carvalho, deputado da Assembleia da República pela bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), foi substituído, na semana passada, na Comissão de Defesa e Segurança, do Parlamento, e no seu lugar foi colocado o suplente Raimundo Pitágoras. A medida vem pôr termo ao braço-de-ferro que coloca o então chefe nacional de mobilização e a direcção do MDM, por este ter, de forma unilateral, abandonado a formação política liderada por Daviz Simango.

 

O conflito entre Carvalho e o MDM já se arrasta há bastante tempo, muito antes da realização das eleições autárquicas, tendo o deputado rompido o silêncio e apoiado publicamente a campanha eleitoral de Manuel Bissopo, derrotado pelo ”eterno autarca da Beira”. Geraldo Carvalho foi um dos que defenderam a substituição de Daviz Simango na lista dos candidatos do MDM ao Conselho Autárquico da Beira, situação que criou o isolamento do então chefe nacional de mobilização no seio do clã Simango, que nunca quis ceder a presidência da edilidade a outros membros.

 

A saída forçada de Geraldo Carvalho da Comissão da Defesa e Segurança foi-nos confirmada pelo porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e também deputado do parlamento, Sande Carmona. ”Não tenho muitos detalhes sobre isso, mas tive informações de que ele foi substituído na semana passada pelo colega e deputado, Raimundo Pitágoras, que era suplente na mesma comissão parlamentar”, disse a nossa fonte.

 

Refira-se que ainda se aguarda a decisão do Parlamento relativa à perda de mandato de Geraldo Carvalho e Ricardo Tomás, que já foram ouvidos pela comissão parlamentar de ética, sob proposta do Movimento Democrático de Moçambique. A destituição destes dois deputados deve-se pelo facto de os visados se terem filiado ao partido Renamo. “Carta” falou ontem com Carvalho. Ele disse que prefere não fazer comentários. “O certo é que continuarei na Assembleia da República em cumprimento das leis existentes, não pela vontade de pessoas”, disse. Geraldo Carvalho diz não ter dúvidas que está a sofrer uma perseguição política interna, movida pela liderança do Movimento Democrático de Moçambique. (Sitoi Lutxeque)

 

segunda-feira, 17 dezembro 2018 17:00

O fim do PAHUMO em Nampula

O Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), cujo secretariado nacional funciona na cidade de Nampula, pode estar a caminho do seu fim, em virtude do término do mandato do seu único membro na Assembleia Municipal local, por sinal a sua secretária-geral. Em Nampula, o PAHUMO tinha como rosto Filomena Mutoropa, a única mulher que desde 2013 vem disputando a presidência do Conselho Municipal do terceiro maior centro urbano de Moçambique, mas sem nunca ter chegado ao poder, tendo-se contentado com um assento na Assembleia da autarquia.

 

Actualmente, o partido anda à deriva, na sequência de sucessivos abandonos de membros para outras formações políticas, nomeadamente AMUSI (Acção do Movimento Unido para a Salvação Integral), RENAMO, FRELIMO, MDM e a recém-criada pela ala de Mahamudo Amurane, o Partido Liberal de Desenvolvimento Sustentável (PLDS). Umas das causas do abandono são as alegadas má gestão e falta de coordenação entre a direcção máxima (da presidência ao secretariado nacional) daquela formação política liderada por Cornélio Quivela, antigo deputado pela bancada da RENAMO.

 

Os fundadores do partido foram os primeiros a abandoná-lo, sendo um dos primeiros Henriques Lopes, actualmente porta-voz da RENAMO na Assembleia da República. Ussene Mário, que ocupava as funções de delegado provincial do PAHUMO, afastou-se em princípios do ano passado acompanhado de outros companheiros, para se juntar ao partido AMUSI, onde desempenha as mesmas funções que assumiu na força política anterior. À "Carta", Ussene disse não duvidar que " este pode ser o fim do PAHUMO em Nampula, tudo por falta de coordenação. Não há bom ambiente de trabalho", disse justificando a sua saída.

 

A fonte chegou a afirmar que muitos faziam parte do partido graças à secretária-geral, Filomena Mutoropa, que lhes incentivava, uma vez que o presidente era muito pouco interventivo no fortalecimento daquela organização partidária. Entretanto, o secretariado do partido reconhece as desistências, apesar de não avançar os motivos, mas garante que o partido poderá continuar a trabalhar, não obstante ter perdido o assento na Assembleia Municipal. (Sitoi Lutxeque)

segunda-feira, 17 dezembro 2018 05:31

Conselho Constitucional Chumba dois recursos da Renamo

Os pedidos de impugnação das eleições da Vila de Marromeu, de 22 de Novembro passado, submetido pela Renamo foram chumbados pelo Conselho Constitucional (CC), em 2 acórdãos datados de 7 e 10 de Dezembro e publicados no dia 14. O CC negou os dois recursos da Renamo, um submetido a nível do Distrito de Marromeu, sobre o qual o conselho alegou que foi um ato inútil encaminhar o processo para aquela instituição porque o Tribunal Judicial local já tinha decidido.

O Ministro da Defesa, Atanásio Mtumuke, disse ontem que o acordo alcançado entre o presidente moçambicano Filipe Nyusi e o líder do antigo movimento rebelde Renamo, Afonso Dhlakama, pouco antes da morte deste último em Maio, previa a nomeação de três oficiais da Renamo para altos cargos no Estado-Maior General das Forças Armadas (FADM), e não 14 como a Renamo exige. Mtumuke empossou ontem os referidos três oficiais da Renamo, nomeadamente o Brigadeiro Xavier António como Diretor do Departamento de Operações do Estado-Maior General, o Comodoro Inácio Luís Vaz como Diretor do Departamento de Informações Militares e o Brigadeiro Araújo Andeiro Maciacona como Diretor do Departamento de Comunicações.

O Memorado de Entendimento sobre Assuntos Militares, assinado por Ossufo Momade a 3 de Agosto e pelo Presidente Filipe Nyusi a 6 de Agosto, em nenhum momento se refere a “nomeações interinas” nem estabelece qualquer “gradualismo” nas nomeações dos oficiais da Renamo, no contexto do seu enquadramento nas FADM.