Momade queixou-se de que o Memorando de Entendimento assinado com Presidente da República, Filipe Nyusi, a 6 de Agosto, não estava a ser cumprido. Isto porque, o acordo estabelece que seriam enquadrados 14 oficiais. A Renamo entregou essa lista dos 14 oficiais, os quais, 10 dias depois, viriam a ser patenteados pelo Presidente da República.
Entretanto a 11 de Dezembro, o Ministro da Defesa Atanásio M’tumuke, através de um comunicado, nomeou interinamente o Comodoro Inácio Luís Vaz (Director do Departamento de Informações Militares), o brigadeiro Xavier António (Director do Departamento de Operações) e o brigadeiro Araújo Andeiro Maciacona (Director do Departamento de Comunicações). Este passo não agradou a Renamo, que entende que não deviam ser apenas três os seus oficiais nomeados – mas sim os 14 – e muito menos de forma interina.
Estavam reabertas as hostilidades. A13 de Dezembro, Ossufo Momade recebeu na Serra da Gorongosa o Grupo de contactado representado pelos embaixadores Mirko Manzoni, da Suiça, Dean Pitman, dos Estados Unidos da América, António Sanchez, da União Europeia e Gobe Pitso, do Botswana. Dentre os vários pontos abordados no encontro, Ossufo Momade denunciou a existência de dois comandos nas FDS, um liderado pelo Presidente Nyusi e outro pelo Ministro M’tumuke. ”Preocupa aos moçambicanos o facto do Ministro da Defesa Nacional pretender ignorar e desrespeitar este Memorando de Entendimento, o que dá a entender a existência de dois comandos no seio das Forças de Defesa e Segurança”, disse Momade.
Como forma de dissipar esta percepção, Momade desafiou ao PR – na qualidade de subscritor do Memorando de Entendimento de 6 de Agosto passado – para que corrija as anomalias, ou seja, as nomeações interinas, e que proceda segundo o documento. “A bem da Nação, solicitamos também celeridade nos passos subsequentes”, advertiu Momade. No encontro com o Grupo de Contactado foram abordadas questões inerentes às eleições autárquicas, as quais, na óptica da Renamo, foram uma autêntica farsa apadrinhada pela Polícia da República de Moçambique, Comissão Nacional de Eleições, Secretariado Técnico de Administração Eleitoral e Conselho Constitucional. As dívidas ilegais e a corrupção foram também temas abordados no encontro, disse Ossufo Momade. (Omardine Omar)