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Política

terça-feira, 02 julho 2019 06:16

Nyusi em visita de sete dias a Portugal

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, inicia hoje uma visita de Estado de sete dias a Portugal, a convite do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a qual decorrerá a IV Cimeira Portugal-Moçambique. De acordo com o programa divulgado por Portugal, a visita de Estado começa hoje à tarde com as habituais honras militares, na Praça do Império, e a deposição de uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos. Segue-se um encontro entre os dois chefes de Estado no Palácio de Belém.

 

O Presidente da República de Moçambique segue depois para a Assembleia da República, onde será recebido pelo presidente do Parlamento. O primeiro dia de visita termina com um jantar oficial no Palácio da Ajuda.

 

O ministro das Obras Públicas e Habitação de Moçambique, Osvaldo Machatine, considerou que prevalece o tráfico de influências na adjudicação de obras públicas, qualificando como "inadmissível" que a maioria das empreitadas seja atribuída às mesmas empresas.

 

Em declarações ao diário Notícias, Osvaldo Machatine defendeu a imposição de limites no número de obras adjudicadas às empreiteiras, visando promover a transparência no setor.

 

A Renamo, o maior partido da oposição no xadrez político nacional, elegeu, entre sexta e sábado, em conferências provinciais, os candidatos a Governadores de província, tendo em vista as Eleições Gerais, aprazadas para 15 de Outubro próximo. As referidas conferências serviram, igualmente, para a escolha dos candidatos a deputados da Assembleia da República (AR).

 

O Presidente do Conselho Municipal da Beira e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o terceiro maior partido do país, foi escolhido, semana finda, para representar Moçambique no Bureau político do Fórum Africano para Segurança Urbana das Nações Unidas (AFUS). O Fórum tem como papel implementar os objectivos urbanos da ONU.

 

O Comitê Executivo é um fórum para a discussão acerca da implementação das directrizes de todo o sistema da ONU sobre cidades e assentamentos humanos mais seguros.

 

A Procuradoria-geral da República já submeteu, ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, a acusação contra o antigo Ministro dos Transportes e Comunicações. Paulo Zucula é acusado de receber subornos da construtora brasileira Odebrecht, no âmbito da construção do Aeroporto Internacional de Nacala.

 

Em prisão preventiva, desde o passado dia 06 de Junho, Paulo Zucula é acusado de prática de dois crimes, nomeadamente, corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais na forma continuada.

 

Além do antigo Ministro dos Transportes e Comunicações, o Ministério Público acusou, igualmente, o arquitecto Emilliano Finoch, à data dos factos, dono da construtora Geo Projectos Construções. Emillinano Finoch também foi detido, no início do mês, mas viria a beneficiar de liberdade provisória mediante pagamento de caução no valor de 20 milhões de meticais.

 

O processo nº 58/11/P/2019 – IP foi aberto na sequência dos subornos que terão sido pagos ao antigo ministro dos Transportes e Comunicações do governo de Armando Guebuza pela construtora brasileira Odebrecht, no âmbito da construção do Aeroporto Internacional de Nacala e do Terminal de Carvão da Beira.

 

A construtora brasileira Odebrecht admitiu, num acordo com o Departamento da Justiça dos Estados Unidos da América, ter pago subornos no valor de 900 mil USD a governantes moçambicanos para a construção do Aeroporto Internacional de Nacala.

 

Além de Paulo Zucula, outro dirigente que terá beneficiado dos pagamentos indevidos da Odebrecht é Manuel Chang, antigo Ministro das Finanças, nos dois mandatos de Armando Guebuza, também foi constituído arguido no mesmo caso.

 

Mas, porque o antigo titular da pasta das Finanças encontra-se detido na África do Sul, no âmbito do processo das dívidas ocultas, o Ministério Público fez a separação das culpas e aguarda pela sua extradição para deduzir a acusação. (O País)

A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) prevê uma recessão de 2,2% este ano em Moçambique devido aos efeitos dos ciclones na economia, que deverá recuperar em 2020, com um crescimento "modesto" de 2,7%.

 

"Houve prejuízos extensos nas infraestruturas, construções, portos e agricultura devido aos ciclones, que deverão pesar fortemente na economia neste e no próximo ano", avisam os consultores da unidade de análise económica da revista britânica The Economist, os únicos entre as principais consultoras a anteverem uma recessão no país este ano.

 

Numa análise à economia moçambicana, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas da Economist escrevem que o crescimento de Moçambique deverá "recuperar de forma modesta" em 2020, com uma expansão de 2,7%, acelerando para uma média de 4,6% entre 2020 e 2022, ainda assim abaixo da média superior a 7% dos anos antes da descida do preço das matérias-primas e da crise das dívidas ocultas.

 

A indústria do gás será um dos principais motores do crescimento da economia, diz a EIU, apontando os investimentos da Eni, ExxonMobil e da Anadarko como exemplos de grandes petrolíferas mundiais que preparam avultados investimentos no país, "o que deverá tranquilizar outros investidores e melhorar a confiança na economia".

 

No entanto, alertam, "a construção dos equipamentos implica enormes importações e, como resultado, a contribuição direta do gás natural liquefeito para o crescimento económico será limitado até a produção começar, o que deverá acontecer a partir de meados da próxima década".

 

Ainda assim, ressalvam, "o início da produção do campo Coral, que deverá acontecer em 2023, vai aumentar o crescimento no final do período da análise, levando a uma expansão real do PIB de 7,5% nesse ano".

 

A inflação deverá aumentar este ano, para 7,1% "devido às pressões resultantes das graves perturbações no setor agrícola, que obriga a significativas importações alimentares, aumentando ligeiramente para 7,2% em 2020 e mantendo-se perto dos 6% até 2023.

 

O metical deverá continuar a descer de valor face ao dólar, "devido à inflação elevada e défices no orçamento e na balança corrente", devendo valer, em média, 64,7 por dólar este ano, desvalorizando-se continuamente até serem necessários 69,4 meticais por dólar em 2022.

 

Do ponto de vista político, a análise da EIU salienta o domínio das eleições presidenciais e parlamentares em 15 de outubro e as negociações de paz entre os dois principais partidos políticos no país

 

"A Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique], partido no poder, vai ter de conseguir suplantar as frustrações dos eleitores sobre o alto nível de desemprego e as limitadas oportunidades económicas, com a política orçamental a continuar a tentar aumentar os padrões de vida para estancar estas tensões", escrevem.

 

A Frelimo, dizem, "vai continuar a exercer o seu domínio do espaço político e a sua influência sobre as instituições estatais e a comunicação social vai ser uma vantagem" e, por isso, esperam que vença as eleições de outono.(Lusa)