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Economia e Negócios

As autoridades detiveram 41 caçadores furtivos na Reserva Especial de Maputo durante o ano de 2019, mais 24 que no ano anterior, anunciou a administração daquela área protegida.

 

“Houve um aumento na nossa eficiência, com mais meios humanos e mais equipamentos”, disse Miguel Gonçalves, administrador da Reserva Especial de Maputo, citado hoje pela Rádio Moçambique.

 

As detenções foram feitas durante caçadas a animais de pequeno porte, tais como impalas, cabritos e javalis.

 

A reserva conseguiu ainda retirar no último ano 1.200 armadilhas que representava um risco para vida selvagem contra 328 em 2018.

 

Ocupando uma área de 1.040 quilómetros quadrados, a Reserva Especial de Maputo (REM) foi estabelecida em 1960 e está localizada a 68 quilómetros do centro da capital.

 

O Governo moçambicano e parceiros têm estado a implementar vários projetos para preservar o ecossistema nesta área, considerada um santuário da vida selvagem junto à costa e também na fronteira mais a sul entre Moçambique e África do Sul.(Lusa)

A economia de Moçambique deverá evoluir a taxas crescentemente positivas, que oscilarão entre 4,2% em 2020 e 9,9% em 2024, ano em que o país poderá já estar a exportar gás natural liquidificado, segundo o mais recente relatório da Economist Intelligence Unit (EIU) sobre o país.

 

Em 2019 a economia terá crescido à taxa de 1,9%, devido aos efeitos conjugados dos dois ciclones que atingiram o país, Idai e Kenneth, segundo as estimativas da EIU.

 

Os anos a partir do presente deverão ser, segundo a EIU, de crescimento económico mais acelerado, empurrado pelos investimentos que os grupos petrolíferos irão continuar a efectuar rumo ao início da exploração dos depósitos de nível mundial existentes em dois blocos da bacia do Rovuma, A1 e A4.

 

O documento refere ainda que o défice da balança de transacções correntes aumentará este ano e nos seguintes, tanto em resultado do aumento das importações a seguir aos ciclones e ao acréscimo de importação de bens de capital associados a exploração do gás natural, antes de começar a diminuir em 2024 à medida que se iniciarem as exportações do gás.

 

A EIU recorda estar Moçambique praticamente afastado dos mercados de capitais na sequência da divulgação das dívidas ocultas mas adianta que o acordo alcançado entre o governo e os credores da emissão de euro-obrigações da Empresa Moçambicana de Atum vão melhorar esse relacionamento.

 

Relacionamento que, no entanto, não regressará à anterior situação enquanto permaneceram por amortizar dois empréstimos contraídos com o aval do Estado por duas empresas públicas e que foram considerados ilegais por não respeitarem a legislação em vigor.

 

A Economist Intelligence Unit revela ter-se Moçambique situado em 120o lugar entre 167 países no que se refere ao Índice de Democracia, com 3,65 pontos de um máximo de 10, tendo perdido quatro lugares relativamente à classificação de 2018, em que o país obteve 3,85 pontos.

 

Moçambique é assim classificado com um país com um regime autoritário, à semelhança de 2018 mas pior do que em 2017, em que o regime era classificado como híbrido, com 4,2 pontos.

 

A queda verificada no Índice de Democracia deve-se, segundo a EIU, à fraude generalizada e violência registada nas eleições presidenciais, legislativas e provinciais realizadas em Outubro de 2019 e um estado de conflito político e de segurança latente e por vezes declarado, conjugado com a crise das dívidas. (Macauhub)

A economia moçambicana cresceu 2,03% no quatro trimestre de 2019, anunciou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

“O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado apresentou uma variação positiva de 2.03% no IV Trimestre de 2019 comparado ao período homólogo”, lê-se no boletim sobre as contas nacionais.

 

“O desempenho da atividade económica no quarto trimestre de 2019 é atribuído, em primeiro lugar, ao setor terciário que cresceu em 1.5%, com maior  destaque para o ramo de serviços financeiros com um crescimento na ordem de 5.6%”, refere o INE.

 

O documento indica ainda que o PIB do terceiro trimestre de 2019 foi revisto em alta em 0.02 pontos.

 

Assim, Moçambique fecha o ano com taxas de crescimento trimestral do PIB no intervalo entre 2% e 2,5%.

 

Trimestre - Taxa de crescimento do PIB

 

I - 2,5%

 

II - 2,3%

 

III - 2,01%

 

IV - 2,03%

 

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

 

(Lusa) 

Divulgado há dias, o estudo semestral sobre a economia do país, levado a cabo pelo Banco Mundial, sucursal de Moçambique, revela que o fraco investimento público continua a condenar algumas províncias à pobreza e, como consequência, persistem grandes disparidades no acesso a infra-estruturas e serviços básicos entre elas.

 

Designada “Actualidade Económica de Moçambique”, a análise, que compreendeu o período entre 2009 a 2015, revela que as regiões centro e norte de Moçambique são as áreas onde se encontram os níveis mais baixos de cobertura do investimento público. Enquanto isso, revela o estudo, as famílias de Maputo e Gaza são as que apresentam os níveis de acesso elevados.

 

“Entre 2009 e 2015, estas duas províncias mantiveram a sua posição no topo do índice e melhoraram ainda mais os seus níveis de acesso. Tete e Zambézia, as duas províncias mais atrasadas, mantiveram-se consistentemente na parte inferior da escala”, revela o estudo.

 

De acordo com a análise, Inhambane e Manica, que eram províncias atrasadas em 2009, conseguiram recuperar, a ponto de se encontrarem entre as líderes da tabela em 2015, enquanto outras quatro províncias desceram de posição no índice: são Nampula, Sofala, Cabo Delgado e Niassa. O estudo revela que estas quatro províncias, em conjunto com a Zambézia (a província mais atrasada), apresentam as maiores percentagens de população a viver abaixo do limiar de pobreza de todo o país.

 

O nível baixo de investimento em zonas desfavorecidas contribuiu para aumentar este défice no acesso. A análise observa que, no período em análise, apenas 42% do orçamento de investimentos é que foi utilizado em despesas de capital associadas a infra-estruturas básicas para a prestação de serviços, enquanto o valor remanescente foi gasto noutras despesas que não são de capital, tais como custos administrativos e gerais.

 

Para reverter as disparidades de acesso entre as regiões centro, norte face ao sul, entre as zonas urbanas e rurais, o Banco Mundial recomenda, em estudo, a definição de metas específicas para satisfazer as necessidades das áreas desfavorecidas no Plano Quinquenal do Governo e no Plano Económico e Social.

 

Adverte ainda aos decisores políticos a actualizar as fórmulas de alocação orçamental, para que levem em conta as lacunas a nível de acessos, bem como reduzir as alocações dos recursos de investimento para fins de utilizações recorrentes ou administrativas.

 

Para o Banco Mundial, é mais importante também o fortalecimento da mobilização das receitas municipais para financiar o investimento urbano, de forma a libertar esses recursos para as áreas rurais. (Carta)

As Instituições Financeiras, que operam no país, contribuíram no ano passado, para o Cofre do Estado, com um total de 13.3 biliões de Meticais, revelou, há dias, o porta-voz da Autoridade Tributária de Moçambique, Fernando Tinga.

 

Numa sessão de apresentação à imprensa do balanço das receitas colectadas pela AT, em 2019, Tinga explicou que os 13.3 biliões de Meticais representam um crescimento nominal de 2,47%, quando comparado com igual período de 2018, que foi de 13 biliões de Meticais.

 

Das diversas instituições, o porta-voz da AT revelou que as Sociedades de Locação Financeira (ou leasing) são as que menos contribuíram na receita total cobrada junto de Instituições Financeiras, com uma participação de 51,92 milhões de Meticais.

 

Lembre-se que, em 2019, a AT determinara colectar 244.2 biliões de Meticais, tendo em termos brutos arrecadado 234.5 biliões de Meticais.  A esse valor, a instituição adicionou 54.1 biliões de Meticais de receitas extraordinárias em mais-valias, provenientes do negócio da venda da petrolífera Anadarko à Ocidental e esta à Total. Para este ano, a AT desafia-se a cobrar 261,90 mil milhões de Meticais (Carta)

O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tao Zhang, apelou  ontem em Maputo ao novo Governo moçambicano para continuar as reformas estruturais e estabilidade macroeconómica, assinalando que o país tem registado um desempenho positivo nos últimos anos.

 

Tao Zhang pronunciou-se sobre o caminho que Moçambique tem seguido no campo económico, em declarações aos jornalistas, no final de um encontro com o ministro da Economia e Finanças moçambicano, Adriano Maleiane - que manteve o cargo que já ocupava no Executivo anterior.

 

"Esperamos que essas reformas e políticas continuem nos próximos anos, particularmente nas áreas da estabilidade macroeconómica, reformas estruturas e boa governação", afirmou Tao.

 

O diretor-adjunto do FMI mostrou-se otimista no sucesso das medidas de ajustamento que estão a ser implementadas pelas autoridades moçambicanas, defendendo que o país tem seguido, nos últimos anos, um rumo promissor.

 

"Estamos confiantes de que com a nova liderança de Filipe Nyusi e do seu Governo serão continuadas essas políticas e reformas", destacou Tao Zhang.

 

Por outro lado, prosseguiu, Moçambique está a recuperar bem do impacto devastador dos ciclones Idai e Kenneth, que afetaram as regiões Centro e Norte do país no ano passado.

 

O diretor-adjunto do FMI sublinhou que a organização está empenhada no apoio a Moçambique para que o país alcance boas perspetivas na área macroeconómica.

 

A declaração à imprensa não teve direito a perguntas dos jornalistas.

 

A delegação do fundo, chefiada pelo diretor-geral adjunto Tao Zhang, é a primeira a visitar a nação lusófona após a tomada de posse do Presidente, Filipe Nyusi, para um segundo mandato e após a constituição do Governo.

 

Ricardo Velloso, chefe de missão do FMI que visitou Maputo em novembro, disse na altura que "se o Governo tiver interesse em conversas sobre um possível programa de apoio financeiro", o FMI está "aberto a esse pedido e a ter essas conversas".

 

A disponibilidade já tinha sido primeiro anunciada por Abebe Selassie, diretor do departamento de África do Fundo Monetário Internacional (FMI), em declarações à Lusa, em Washington, a 18 de outubro.

 

O FMI admitia assim, pela primeira vez desde o escândalo das dívidas ocultas, em 2016, que a instituição está disponível para voltar a dar assistência financeira a Moçambique. (Lusa)