O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tao Zhang, apelou ontem em Maputo ao novo Governo moçambicano para continuar as reformas estruturais e estabilidade macroeconómica, assinalando que o país tem registado um desempenho positivo nos últimos anos.
Tao Zhang pronunciou-se sobre o caminho que Moçambique tem seguido no campo económico, em declarações aos jornalistas, no final de um encontro com o ministro da Economia e Finanças moçambicano, Adriano Maleiane - que manteve o cargo que já ocupava no Executivo anterior.
"Esperamos que essas reformas e políticas continuem nos próximos anos, particularmente nas áreas da estabilidade macroeconómica, reformas estruturas e boa governação", afirmou Tao.
O diretor-adjunto do FMI mostrou-se otimista no sucesso das medidas de ajustamento que estão a ser implementadas pelas autoridades moçambicanas, defendendo que o país tem seguido, nos últimos anos, um rumo promissor.
"Estamos confiantes de que com a nova liderança de Filipe Nyusi e do seu Governo serão continuadas essas políticas e reformas", destacou Tao Zhang.
Por outro lado, prosseguiu, Moçambique está a recuperar bem do impacto devastador dos ciclones Idai e Kenneth, que afetaram as regiões Centro e Norte do país no ano passado.
O diretor-adjunto do FMI sublinhou que a organização está empenhada no apoio a Moçambique para que o país alcance boas perspetivas na área macroeconómica.
A declaração à imprensa não teve direito a perguntas dos jornalistas.
A delegação do fundo, chefiada pelo diretor-geral adjunto Tao Zhang, é a primeira a visitar a nação lusófona após a tomada de posse do Presidente, Filipe Nyusi, para um segundo mandato e após a constituição do Governo.
Ricardo Velloso, chefe de missão do FMI que visitou Maputo em novembro, disse na altura que "se o Governo tiver interesse em conversas sobre um possível programa de apoio financeiro", o FMI está "aberto a esse pedido e a ter essas conversas".
A disponibilidade já tinha sido primeiro anunciada por Abebe Selassie, diretor do departamento de África do Fundo Monetário Internacional (FMI), em declarações à Lusa, em Washington, a 18 de outubro.
O FMI admitia assim, pela primeira vez desde o escândalo das dívidas ocultas, em 2016, que a instituição está disponível para voltar a dar assistência financeira a Moçambique. (Lusa)