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O Município de Vilanculos deixou de ser vila, passando a cidade, conforme comunicou o Governo, no passado dia 25 de Fevereiro, depois de mais uma sessão de Conselho de Ministros. Olhando para o actual estágio do desenvolvimento de Vilanculos, a priori, depreende-se estar-se perante uma vila que só em potência é que verdadeiramente tornar-se-á cidade. E, de facto, vários serão os desafios a ultrapassar a fim de realmente orgulhar-se de ser cidade.

 

De entre tantos, salta à vista o melhoramento da postura urbana municipal, vias de acesso, fornecimento de água, para não falar da saúde e educação cujas condições ainda estão aquém de satisfazer as necessidades dos munícipes. Antes de pormenores, importa lembrar o nosso leitor que Vilanculos é um distrito nortenho da província de Inhambane. A Este, faz fronteira com o Oceano Índico, a Oeste delimita-se com o distrito de Mabote. A Norte faz fronteira com o distrito de Inhassoro e, por fim, a Sul com Massinga, todos distritos da mesma província (Inhambane).

 

Vilanculos é vila desde 1964, município a partir de 1998. Dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que, até 2017, o município era habitado por 76 mil pessoas, contra 38 mil registadas no Censo de 2007 e que vivem numa área de 78.8 km2. A agricultura, pesca, comércio, são alguns das actividades que caracterizam a população daquele município.

 

Após 56 anos a chamar-se vila, Vilanculos passou, no dia 25 de Fevereiro último, ao estatuto de cidade. Em entrevista à “Carta”, o Presidente daquele município, Wiliam Tuzine, disse que um dos grandes desafios é melhorar a postura urbana de Vilanculos.

 

“Temos de melhorar a postura da nossa vila e, tratando-se de cidade, há novas vias que devemos abrir, algumas por melhorar. Dentro da vila, temos uma rede viária de cerca de 30 km, dos quais perto de 5 km de asfalto, 7 km de ruas em pavês e quase 18 km de estradas terraplanadas. Precisamos alargar este raio. Por exemplo, no que toca às vias asfaltadas, a meta é sair dos actuais para 17 km dentro deste quinquénio”, disse o Presidente daquele município, mesmo sem fundo para o efeito.

 

A falta de investimento para a materialização daquele desiderato é outro imbróglio para o desenvolvimento daquela vila. Todavia, ciente disso, Tuzine diz que é necessário ir à busca. “Sempre os fundos não foram suficientes. Mas estão aí. É preciso ir buscar”, desafiou-se o Edil.

 

Ao longo da conversa telefónica, Tuzine apontou, sem delongas, os desafios que aquela vila deverá enfrentar para melhorar a imagem no sector do turismo, uma das principais características do território. O nosso interlocutor afirmou que Vilanculos é um dos principais locais turísticos, onde também se pratica parte considerável do turismo de toda a província de Inhambane, que ao nível nacional, é responsável pela maior percentagem. Explicou que, anualmente, o município recebe cerca de 2.000 turistas. Temos 1700 camas, na área municipal e 85 estâncias turísticas.

 

“Nesse contexto, temos o desafio de melhorar a nossa atracção turística, incorporando mais actividades culturais, animação turística, carnavais, gastronomia, turismo do sol e praia. Também há a necessidade de reavivar os nossos locais históricos que vão servir de pontes essências para a visita dos turistas. Desafiamo-nos a buscar mais investidores no sector, pois, é o turismo que vai catapultar a nova designação do município”, acrescentou a fonte.

 

Do turismo, o Presidente do Município de Vilanculos falou de desafios no abastecimento do precioso líquido: água. Neste contexto, Tuzine explicou que o actual sistema de abastecimento encontra-se deveras obsoleto. Entretanto, garantiu que trabalhos de reabilitação e expansão, orçados em 1.6 milhão de Euros (financiados pelo KfW, banco Alemão) decorrem com previsão fim, no final deste ano. Em funcionamento, o Edil de Vilanculos disse esperar elevar o nível de abastecimento de água à população, dos actuais 30% para 90%.

 

“Dos desafios, temos também a componente de energia eléctrica. O consumo desse bem por parte da população está na ordem dos 60%. Entretanto, queremos que todos os munícipes tenham energia. Para o efeito, queremos expandir a energia em coordenação com a Electricidade de Moçambique. Há um projecto que vai iniciar daqui a dois ou três meses. Prevê-se que, em fase de operação, o consumo do bem pela população atinja 95%”, explicou o edil de Vilanculos.

 

Ainda sobre os entraves que apoquentam a autarquia que dirige, Tuzine elencou a questão do comércio, visto que parte considerável da população de Vilanculos dedica-se a este sector. Aquele governante disse que Vilanculos tem actualmente 12 mercados. Neste âmbito, a aspiração do edil é construir mais dois mercados neste quinquénio, desenvolver os comerciantes para que consigam alimentar devidamente o território.

 

Ainda neste sector, Tuzine fez saber que operam, em Vilanculos, 85 unidades industriais, sendo 12 médias, 73 pequenas indústrias. Dos diferentes ramos, há as de processamento de carne, mariscos, produção de ração, padarias, cerração entre outras áreas.

 

“Além disso, não nos podemos esquecer da rede sanitária que é muito importante. Com um hospital rural de referência, três centros de saúde, queremos expandir, construindo mais dois centros de tipo dois, com vista a diminuir a distância que a população percorre para ter acessos a serviços sanitários. Por outro lado, isto permite aproximar os nossos médicos a nossa população”, disse Tuzine.

 

No que tange à educação, o Edil de Vilanculos falou da existência de 23 instituições de ensino, das quais uma de nível superior, um instituto médio profissional, uma escola técnica de ensino básico, uma escola de professores, quatro escolas secundárias e 11 do ensino primário.

 

“Neste contexto, queremos apostar muito no ensino técnico que proporciona o saber fazer principalmente a jovens. Para o efeito, buscamos uma parceria com um município Alemão e, provavelmente, este ano vamos começar com a construção de uma escola de formação em metalomecânica. Vamos também melhorar as salas de aula. Há escolas que necessitam de salas condignas, carteiras. A ideia é que, findo este quinquénio, nenhuma criança estude fora da sala de aulas ou sem carteira”, acrescentou o nosso interlocutor.

 

No concernente ao sector económico-financeiro, continuou Tuzine, o município cobrou entre 15 a 18 milhões de Meticais em receitas. Todavia, segundo o edil, essas quantias mostram-se insuficientes, daí que sempre que pode o município faz campanhas de sensibilização, com vista a alargar a base de receitas e, por consequência, maior investimento.

 

O Edil do município em questão desafia-se, igualmente, a reforçar o processo de recolha de resíduos sólidos. Embora os meios escasseiem, Tuzine disse pretender transformar Vilanculos numa cidade mais limpa. “E, vai ser”, assegurou. 

 

Fora dos desafios, o nosso entrevistado mostrou-se satisfeito com a elevação do município à categoria de cidade, devido aos vários benefícios à autarquia.

 

“Terá sim ganhos. O nome em si, já é um ganho. Além disso, aquela que era contribuição do Estado para os municípios, no nosso caso a cota vai aumentar. Por exemplo, em termos de fundo de investimento, nós recebíamos 15 milhões de Meticais por ano. Entretanto, enquanto cidade, isto passa para quase o dobro. E, politicamente o cenário muda. Se por exemplo existia um Comité de Zona, passa a ser Comité de Cidade, o Comado, passa de distrital para Comando da cidade…há muita coisa que vai mudar, até os impostos. Portanto é isto que vai ajudar a catapultar o desenvolvimento do nosso município”, explicou Tuzine tendo reafirmado que a elevação de Vilanculos a cidade constitui para ele como, Presidente do município, um grande desafio e responsabilidade.

Sublinhar que com a elevação para a categoria de cidade, Vilanculos salta da “categoria E” para a “categoria D” dos municípios da República de Moçambique. Lembre-se que a “categoria A” é ocupada pela capital do país (Cidade de Maputo) e a “categoria B” foi atribuída as segundas maiores cidades do país (Matola, Beira e Nampula). As restantes capitais provinciais pertencem a “categoria C”, enquanto as restantes cidades do país fazem parte do “categoria D”. As vilas municipais pertencem a “categoria E”. (Evaristo Chilingue)

O dia 22 de Março de 2020 ficará nos anais da história da República de Moçambique. Foi no final da tarde desta data, num domingo ensolarado, que o Ministro da Saúde, Armindo Daniel Tiago, comunicou a nação que o país já tinha registado o seu primeiro caso do novo coronavírus, a pandemia que eclodiu na República Popular da China, em Dezembro passado, e que já matou mais de 13 mil pessoas, em mais de 300 mil casos confirmados.

 

Eram 17:00 horas, quando o titular da pasta da Saúde tornou pública a novidade que nenhum cidadão queria ouvir: “Moçambique registou o primeiro caso confirmado de COVID-19, uma condição causada pelo Coronavírus (SARS-CoV-2)”.

 

Provavelmente, terá sido a pior conferência de imprensa a ser enfrentada pelo novo Ministro da Saúde, logo nos seus primeiros dois meses de estreia na função. O anúncio foi acompanhado em directo nas três principais televisões do país, nomeadamente, Televisão de Moçambique (TVM), Televisão Miramar e Soico Televisão (STV).

 

Enquanto decorria a conferência de imprensa, as redes sociais, nomeadamente, o Facebook e o WhatsApp, ficavam inundadas de fotografias das telas dos televisores e vídeos, com o governante a anunciar a “má notícia”. Imediatamente, começaram as reacções e os debates em torno das consequências que esta doença poderá trazer no tecido social moçambicano, desde o controlo da sua propagação (já especulação dos preços dos produtos básicos de higiene) até à queda da nossa economia (associações empresariais começam a reportar prejuízos e também já se verifica especulação dos preços dos produtos alimentares).

 

Meio ao questionamento às explicações de Armindo Tiago (não clarificou a idade do paciente, sua identidade e muito menos morada), uma campanha foi levada a cabo por diversos usuários das redes sociais. Trata-se da campanha “fique em casa”. A campanha aconselha os cidadãos moçambicanos a ficarem em casa, de modo a evitar a contaminação pelo novo coronavírus, uma medida que está a ser adoptada em todos os países do mundo.

 

“Fica em casa. África não tem hospitais com estrutura para atender a todos”, diz um dos cartazes posto a circular. Outro diz: “Fique em casa, que ele vai embora”, enquanto o terceiro refere que o “Falido se recupera. Falecido não. Fique em casa!”. Estas são algumas das mensagens partilhadas nas redes sociais.

 

O facto é que a doença se propaga com maior facilidade em ambiente de maior concentração. O vírus causador do Covid-19 é transmitido, principalmente, por contacto com gotículas respiratórias. Segundo o jornal espanhol EL PAIS, citando resultados da pesquisa efectuada por uma equipa do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos da América, o novo coronavírus permanece três horas suspenso no ar, quatro horas no cobre das moedas, um dia inteiro no cartão bancário e de dois a três dias no plástico ou no aço inoxidável de uma torneira.

 

Lembre-se que, na passada sexta-feira, 20 de Março, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, suspendeu a organização e participação de eventos com mais de 50 pessoas e mandou encerrar as escolas de todos os sub-sistemas de ensino (do pré-escolar ao ensino superior) por um período de 30 dias, com efeito desde ontem, como forma de conter a propagação da pandemia.

 

Algumas empresas fecharam as portas e adoptaram o teletrabalho, como forma de conter a propagação do vírus no ambiente de trabalho. Alguns cidadãos já aventam a possibilidade de se declarar o Estado de Emergência, como forma de obrigar os cidadãos a permanecerem nas suas residências. Aliás, neste domingo, “Carta” testemunhou casos de alguns cidadãos que se encontravam aglomerados em barracas, em alguns bairros da periferia da capital do país.

 

Para além de apelos para que se fique em casa, os internautas partilham também mensagens de sensibilização sobre as diversas formas de prevenção da doença, como lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel; cobrir o nariz e boca ao espirrar ou ao tossir; evitar aglomerações se estiver doente; manter os ambientes bem ventilados; e não compartilhar objectos pessoais.

 

Entretanto, neste primeiro dia de cumprimento das medidas anunciadas pelo Chefe de Estado, os transportes públicos continuavam iguais a si próprios: superlotados. “Carta” observou, logo nas primeiras horas desta segunda-feira, diversos autocarros “apinhados” de gente, com destino aos seus postos de trabalho.

 

Esta é uma parte do retrato dos primeiros momentos, após o anúncio do primeiro caso positivo do Covid-19, nome científico da doença causada pelo novo coronavírus. Desde o anúncio do primeiro caso que os cidadãos têm intensificado as suas “acções de solidariedade”, facto verificado há um ano, aquando da passagem do ciclone Idai pela zona centro do país, com maior incidência para a cidade da Beira, capital provincial de Sofala. (A.M.)

O Millennium BIM reforça medidas internas de prevenção contra o novo Coronavírus, na República de Moçambique, onde já foi reportado o primeiro caso. O Banco afirma estar a acompanhar, de perto, a situação em todos os locais, onde têm operações e a observar rigorosamente as recomendações emitidas pelas autoridades competentes de saúde.

 

De forma a mitigar o risco de contágio, o Millennium BIM decidiu adoptar um conjunto de medidas que minimizam os riscos de contágio do COVID-19, entre as quais, o ajustamento da entrada dos clientes nas agências, em função do número de colaboradores disponíveis para, a cada momento, prestar atendimento de qualidade aos clientes.

 

Em comunicado de imprensa, o Banco diz também que irá passar a privilegiar as reuniões por videoconferência e as viagens ao estrangeiro e viagens com recurso a transporte aéreo estão condicionadas. Deste modo, evitam-se as concentrações de pessoas, assegurando-se sempre a prestação dos melhores os serviços financeiros aos clientes.

 

Foi igualmente definido um plano de higienização, limpeza e de desinfecção das superfícies e dos ambientes do atendimento público, bem como a adopção de procedimentos internos de protecção, como seja, por exemplo, o uso de máscaras cirúrgicas e luvas pelos colaboradores.

 

No mesmo contexto, diz o BIM, na nota enviada a nossa Redacção, foi instruído um manual de procedimentos para o pronto encaminhamento de casos suspeitos. Estas medidas de precaução são de cumprimento obrigatório e visam proteger a saúde dos colaboradores e clientes.

 

Os serviços bancários serão prestados com normalidade, porém, o Millennium BIM recomenda que os clientes se desloquem às Agências apenas em caso de absoluta necessidade, devendo privilegiar a utilização dos canais digitais e telefónicos. Assim sendo, sem sair de casa, os clientes podem realizar as operações bancárias de forma cómoda e segura, através das seguintes plataformas: Millennium IZI; Smart IZI; IZI NO WHATSAPP; IZI NO FACEBOOK e o site www.millenniumbim.co.mz.

 

O Banco afirma também estar disponível, todos os dias e 24 horas, a Linha Millennium BIM pelos números: (+258) 82 3500350; (+258) 84 3500350; e (+258) 86 3500350.

 

No ano em que celebra o seu 25º Aniversário, para o Millennium BIM garante que a prioridade são os seus colaboradores e os seus clientes, pelo que, considera ser de extrema importância estarem bem informados sobre a doença e os procedimentos a seguir, mantendo-se atento e a acompanhar o evoluir de toda a situação relativa a esta pandemia. (Carta)

O Banco de Moçambique (BM) irá introduzir linhas de crédito em moeda estrangeira para os bancos e relaxar as condições de reestruturação dos créditos dos clientes bancários para a mitigação dos efeitos do Covid-19.

 

As medidas foram tomadas este domingo, durante a reunião extraordinária do Conselho de Administração do Banco Central. No encontro, dirigido por Rogério Zandamela, Governador do BM, aquela autoridade decidiu introduzir uma linha de financiamento em moeda estrangeira para as instituições participantes no Mercado Cambial Interbancário, no montante global de 500 milhões de USD, por um período de nove meses, a partir desta segunda-feira.

 

Outra medida foi a autorização da não constituição de provisões adicionais pelas instituições de crédito e sociedades financeiras nos casos de renegociação dos termos e condições dos empréstimos, antes do seu vencimento, para os clientes afectados pela pandemia do Covid-19, com efeitos a partir do dia 23 de Março até 31 de Dezembro de 2020.

 

De acordo com o comunicado de imprensa, emitido pelo Banco de Moçambique, as medidas reforçam as decisões anteriormente tomadas e visam disponibilizar liquidez em moeda estrangeira e em moeda nacional para apoiar as empresas e as famílias a honrarem os seus compromissos, na sequência do agravamento dos riscos decorrentes dos impactos macro-económicos do Covid-19.

 

“O Banco de Moçambique continuará a monitorar os indicadores económico-financeiros e os impactos macroeconómicos do Covid-19 e tomará as medidas correctivas adicionais sempre que for necessário”, sublinha a fonte.

 

Refira-se que, no passado dia 17 de Março, o BM reduziu, em 150 pontos base, os coeficientes das reservas obrigatórias em moeda nacional e em moeda estrangeira, com efeitos a partir do próximo dia 07 de Abril, com o objectivo de “libertar liquidez para o sistema bancário enfrentar, com maior resiliência, os riscos decorrentes dos impactos macro-económicos provocados pelo Covid-19. (Carta)

Começam a ser implementadas, a partir de hoje, as novas orientações deixadas pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, na passada sexta-feira, com vista ao combate do novo coronavírus, pandemia que eclodiu na República da China, em Dezembro passado e que já infectou mais de 300 mil pessoas e matou 13 mil, sendo que 96 mil são tidas como recuperadas.

 

Como resultado, a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) anunciou, este sábado, o cancelamento, a partir desta segunda-feira, de todos os comboios de transporte de passageiros de longo curso com destino a Ressano Garcia (Moamba, província de Maputo), Goba (Namaacha, província de Maputo) e Chicualacuala (Gaza), no sistema ferroviário sul e para Moatize (Tete) e Marromeu (Sofala), no sistema ferroviário centro.

 

No comunicado, assinado pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, Miguel José Matabel, os CFM garantem que irão ainda operar os comboios urbanos com destino a Matola-Gare, Moamba, Boane e Marracuene, na região sul; e Dondo, na região centro do país. Entretanto, afirma a fonte, os comboios deverão circular com uma lotação máxima de 50 passageiros por cada carruagem e não de 100, como tem sido habitual, “podendo vir a alterar em função do desenvolvimento do assunto”.

 

“Para o efeito, nestas rotas, iremos aumentar o número de carruagens, bem como, caso a demanda justifique, incrementaremos, igualmente, o número de carreiras em cada rota”, refere o comunicado, sublinhando a necessidade de os utentes colaborarem para a implementação destas “medidas emergenciais”.

 

À “Carta”, o Director de Comunicação e Imagem dos CFM, Adélio Dias, explicou que o cancelamento dos comboios de longo curso visa prover maior número de carruagens aos utentes das carreiras urbanas que, na sua maioria, viajam diariamente naqueles comboios com destino aos seus postos de trabalho.

 

A fonte explicou que, antes mesmo da tomada desta medida, a empresa já vinha registando a redução de número de passageiros, tendo passado dos 17 mil para 13 mil passageiros diários.

 

AMTM “reduz” lotação dos autocarros

 

Medida similar foi tomada pela Agência Metropolitana de Transporte de Maputo (AMTM), que também irá reduzir, a partir de hoje, a lotação máxima dos seus autocarros para um máximo de 50 passageiros.

 

Segundo o PCA da AMTM, António Matos, a medida visa reduzir o risco de propagação do novo coronavírus no país e, para a correcta implementação, foram criadas brigadas móveis (que irão circular de viaturas em todas as rotas abrangidas pela Agência) e fixas (a nível dos terminais) que farão a fiscalização da lotação dos autocarros.

 

Reconhecendo ser difícil controlar a lotação dos autocarros, devido à falta de meios electrónicos, Matos diz acreditar no bom senso dos passageiros, assim como dos motoristas, cobradores e fiscais dos autocarros, para além da informação que será fornecida pelas brigadas criadas para o efeito.

 

A fonte garantiu ainda que as cooperativas e as empresas municipais irão desinfectar os autocarros (vidros, portas, corrimões, assentos e outras áreas de fácil acesso dos passageiros) na base do álcool, em todos os terminais de passageiros, antes do embarque dos passageiros (a cada viagem).

 

Para que não haja problemas de transporte, Matos explicou que a AMTM irá colocar toda a frota de transportes no terreno para que ninguém atrase os seus compromissos. Os transportes públicos de passageiros, frise-se, são apontados como os mais vulneráveis para a propagação do Covid-19, no país, tendo em conta as condições em que os cidadãos são transportados no seu dia-a-dia.

 

Lembre-se que, a partir de hoje, os estabelecimentos de ensino (primário, secundário, superior e técnico-profissional) público e privado estarão encerrados até ao próximo dia 23 de Abril para minimizar o risco de propagação da pandemia. (Carta)

O Instituto de Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME), reporta que durante o último quinquénio, 5.000 empresas faliram devido aos efeitos da crise económica e das várias intempéries que fustigaram o país.

 

Segundo o Director-geral do IPEME, Claire Zimba, em 2012, o saldo de micro, pequenas e médias empresas em todo no país era 50 mil. Todavia, até o ano passado, a instituição contabilizava 45 mil empresas, uma redução de 5 mil.

 

De entre várias razões, Zimba apontou a crise económica e financeira justificada pelo cancelamento de financiamentos directos ao Orçamento do Estado, por parte dos diversos parceiros do país, após a descoberta, em 2016, das dívidas ocultas e ilegais de mais de 2 mil milhões de USD.

 

Em entrevista exclusiva a “Carta”, Zimba deu a entender que devido aos efeitos das referidas dívidas, os empreendedores viram-se obrigados a reter os seus investimentos, numa altura em que o ambiente de negócio não era apetecível.

 

O nosso entrevistado lembrou ainda, as dívidas do Estado para com diversos fornecedores internos. Neste aspecto, importa referir que a Confederação das Associações Económicas de Moçambique, tem vindo a bater-se com vista ao devido pagamento, para a recuperação, principalmente das Pequenas e Médias Empresas (PME).

 

Para além das dívidas com fornecedores, o Director-geral do IPEME apontou ainda o impacto dos ciclones Idai e Kenneth. Em contrapartida, neste contexto, o nosso interlocutor explicou que pelo menos 250 PME baseadas no Vale do Zambeze estão a receber financiamento (avaliado em 100 milhões de Meticais) para recuperar os seus negócios.

 

Ao nível do IPEME, a redução das dotações orçamentais por conta da suspensão do financiamento dos doadores, também influiu para a redução da assistência e criação de novas empresas. Segundo Zimba, antes de 2015 o IPEME recebia entre 30 a 50 milhões de Meticais. Contudo, com o efeito conjuntural a instituição registou uma redução para 28 milhões de Meticais.

 

Conforme nos deu a entender, o impacto da redução orçamental elevou-se no que toca a assistência e criação de empresas, porque desse valor grande parte destina-se ao funcionamento da instituição e, os restantes para investimento.

 

“Repare que desses 28 milhões de Meticais, quase 60 a 70% é mais para a componente de funcionamento e, apenas 8 milhões de Meticais para investimento, neste caso a assistência às PME”, explicou o gestor.

 

Segundo Zimba, o défice levou a que o IPEME se reinventasse, buscando parceiros para levar avante a todos os programas que actualmente implementa. Como resultado desse reinventar, a fonte sublinhou que a instituição que dirige conseguiu, no último quinquénio, assistir a 20.660 micro, pequenas e médias empresas em todo o país, contra 13.200 empresas planificadas.

 

“O que significa, sob ponto de vista de impacto, 20 mil PME assistidas? Quer dizer que estamos com uma contribuição em mais de 50% daquilo que era a meta prevista, na área da formalização de empresas. Concretamente, conseguimos no último quinquénio, cerca de 1070 empresas, perante uma meta de 2.000 empresas cuja formalização não só cabia ao IPEME, mas também a outros intervenientes”, reportou Zimba.  

 

Além das referidas actividades, nos últimos 5 anos, o IPEME diz ter conseguido capacitar 11.200 jovens, o maior substrato que mais procura os serviços de início de negócios, melhoria na gestão, acessos ao mercado, marketing, posicionamento estratégico, são micro empresários maioritariamente jovens. (Evaristo Chilingue)