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sexta-feira, 20 março 2020 07:36

IPEME diz que faliram 5.000 PME nos últimos 5 anos

O Instituto de Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME), reporta que durante o último quinquénio, 5.000 empresas faliram devido aos efeitos da crise económica e das várias intempéries que fustigaram o país.

 

Segundo o Director-geral do IPEME, Claire Zimba, em 2012, o saldo de micro, pequenas e médias empresas em todo no país era 50 mil. Todavia, até o ano passado, a instituição contabilizava 45 mil empresas, uma redução de 5 mil.

 

De entre várias razões, Zimba apontou a crise económica e financeira justificada pelo cancelamento de financiamentos directos ao Orçamento do Estado, por parte dos diversos parceiros do país, após a descoberta, em 2016, das dívidas ocultas e ilegais de mais de 2 mil milhões de USD.

 

Em entrevista exclusiva a “Carta”, Zimba deu a entender que devido aos efeitos das referidas dívidas, os empreendedores viram-se obrigados a reter os seus investimentos, numa altura em que o ambiente de negócio não era apetecível.

 

O nosso entrevistado lembrou ainda, as dívidas do Estado para com diversos fornecedores internos. Neste aspecto, importa referir que a Confederação das Associações Económicas de Moçambique, tem vindo a bater-se com vista ao devido pagamento, para a recuperação, principalmente das Pequenas e Médias Empresas (PME).

 

Para além das dívidas com fornecedores, o Director-geral do IPEME apontou ainda o impacto dos ciclones Idai e Kenneth. Em contrapartida, neste contexto, o nosso interlocutor explicou que pelo menos 250 PME baseadas no Vale do Zambeze estão a receber financiamento (avaliado em 100 milhões de Meticais) para recuperar os seus negócios.

 

Ao nível do IPEME, a redução das dotações orçamentais por conta da suspensão do financiamento dos doadores, também influiu para a redução da assistência e criação de novas empresas. Segundo Zimba, antes de 2015 o IPEME recebia entre 30 a 50 milhões de Meticais. Contudo, com o efeito conjuntural a instituição registou uma redução para 28 milhões de Meticais.

 

Conforme nos deu a entender, o impacto da redução orçamental elevou-se no que toca a assistência e criação de empresas, porque desse valor grande parte destina-se ao funcionamento da instituição e, os restantes para investimento.

 

“Repare que desses 28 milhões de Meticais, quase 60 a 70% é mais para a componente de funcionamento e, apenas 8 milhões de Meticais para investimento, neste caso a assistência às PME”, explicou o gestor.

 

Segundo Zimba, o défice levou a que o IPEME se reinventasse, buscando parceiros para levar avante a todos os programas que actualmente implementa. Como resultado desse reinventar, a fonte sublinhou que a instituição que dirige conseguiu, no último quinquénio, assistir a 20.660 micro, pequenas e médias empresas em todo o país, contra 13.200 empresas planificadas.

 

“O que significa, sob ponto de vista de impacto, 20 mil PME assistidas? Quer dizer que estamos com uma contribuição em mais de 50% daquilo que era a meta prevista, na área da formalização de empresas. Concretamente, conseguimos no último quinquénio, cerca de 1070 empresas, perante uma meta de 2.000 empresas cuja formalização não só cabia ao IPEME, mas também a outros intervenientes”, reportou Zimba.  

 

Além das referidas actividades, nos últimos 5 anos, o IPEME diz ter conseguido capacitar 11.200 jovens, o maior substrato que mais procura os serviços de início de negócios, melhoria na gestão, acessos ao mercado, marketing, posicionamento estratégico, são micro empresários maioritariamente jovens. (Evaristo Chilingue)

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